DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

TUCANOS MODUS OPERANDI

Quarta-feira, 10 de Junho de 2009
Tucanus Modus Operandi
O jeitinho tucano de lidar com os movimentos sociais e com atores políticos antagônicos, nos assusta mais e mais a cada dia. José Serra, Yeda Crusius e Aécio Neves transformaram os estados onde governam em feudos, cuja lei e direitos humanos são balizados pelos interesses deles próprios.

Semana passada postei aqui uma excelente matéria do diário britânico The Economist sobre a falta de qualidade na educação pública brasileira e o pouco (ou nenhum) empenho de nossos governantes para reverter tal quadro catastrófico. (Especialmente em São Paulo, estado mais rico da federação e governado há 15 anos ininterruptos pelo PSDB, tempo mais que suficiente para colocar em prática projetos educacionais de longo prazo e que de fato visassem à melhoria do ensino público.)

Mas o tratamento que José Serra deu aos grevistas e alunos da USP, está há anos luz de ser apenas descaso com a educação, é atrocidade. Um governo estadual, em pleno estado democrático de direito, mandar a Tropa de Choque da PM invadir um campus universitário! E ainda dando aval para utilizar da truculência, que é própria da corporação, usando cães, lançando bombas de gás lacrimogêneo, atirando balas de borracha e espancando estudantes com porretes, transformando o Campus da maior universidade do Brasil em praça de guerra! Sinceramente, isso me pareceria impensável há bem pouco tempo atrás.

A atrocidade, ou infâmia, ou quem sabe, terrorismo de estado, cometida pelo chefe do executivo paulista, Sr. José Serra, pelo seu secretário de Educação, Sr. Paulo Renato de Souza, e o secretário de Segurança Pública, Sr. Antônio Ferreira Pinto, não pode passar imune aos olhos da sociedade e impune perante a Justiça.

No Rio Grande do Sul enquanto Yeda Crusius se afoga num mar de lama, os movimentos sociais são perseguidos e criminalizados.

Há aproximadamente 1 ano a governadora determinou ao então recém empossado comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Mendes, que reprimisse duramente manifestações contra o governo estadual. E o coronel não demorou a colocar a orientação em prática. Na manhã de 11 de junho de 2008 pelo menos dezessete pessoas foram feridas e outras 17 detidas na ação da tropa de choque da Brigada Militar contra manifestantes que se dirigiam ao Palácio Piratini para protestar contra a corrupção no governo Yeda.

A ação violenta da Brigada Militar começou quando integrantes da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Movimento Nacional da Luta pela Moradia, além de estudantes e sindicalistas iniciaram uma caminhada em direção ao Palácio Piratini. No trajeto, os manifestantes pretendiam fazer um protesto pacífico contra a alta dos alimentos no supermercado Nacional, do grupo Wal-Mart. A manifestação foi duramente reprimida com balas de borracha, bombas e gases lacrimogêneo e pimenta. Mais tarde, quando tentaram reiniciar a marcha, os manifestantes foram novamente impedidos de caminhar, empurrados para o Parque Harmonia e agredidos pela Brigada Militar. Um oficial da BM disse aos manifestantes que eles não iriam para frente do Palácio Piratini de jeito nenhum. Os principais ferimentos foram provocados por balas de borracha. Um agricultor teve o braço quebrado por um brigadiano.

Em Minas Gerais, na base da virulência e brutalidade obviamente, entre meados e fim do mês de maio último, Aécinho deu ordens para que cerca de 150 famílias de sem-terras fossem expulsas do único acampamento do MST existente no Sul de Minas. O acampamento localizado no município de Campo do Meio, dentro do latifúndio da antiga Usina Adrianópolis, viu PMs e jagunços derrubarem todos os barracos, muitos cobertos com telhas e feitos à base de cimento e tijolos - sem deixar qualquer possibilidade de reutilização.

Durante a expulsão das famílias, animais de criação foram lançados na vastidão da área e as cercas de arames destruídas por um trator da Prefeitura de Campo do Meio, sendo este operacionalizado por funcionários (ou jagunços?) da ex-usina Adrianópolis. A barbárie imperou de tal modo ali, naquele recanto do Brasil, que os relatos que nos chegam faz doer o peito e refletir sobre a miserável condição humana.

Nessa região está em curso uma disputa por território. De um lado, latifundiários do café, o atual prefeito, testas de ferro da ex-Usina, grandes plantadores de sorgo e tomate. Do outro lado, sem-terras do MST lutando por reforma agrária, por agricultura familiar dentro dos princípios da agroecologia. Não há exagero algum em afirmar que estamos na iminência de um massacre de camponeses em Minas Gerais.

Por isso, e infelizmente muito mais, hoje compartilho com Regina Duarte daquele sentimento de medo mostrado pela atriz global durante a campanha presidencial de 2002. Só que meu medo reside na chance, ainda longínqua, do retorno ao poder dos tucanos. Pois parece que a violência e repressão a todos que não comungam de suas idéias tornou-se modus operandi desse grupo elitista e conservador.

Um comentário:

Julio Cesar Corrêa disse...

Morani, parece que o poder é mesmo coisa do demo. Por muito menos esses xiitas que estão aí já estariam subindo a Rio Branco, gritando palavras de ordem.
Pior que isso é o descaso do governo com as vítimas do boeing. Pq? Pq são da classe média, essa pobre coitada que leva esse país nas costas?
abração