DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ESTADO, GOVERNO, PARTIDOS, DEMOCRACIA

Quinta-feira, 27 de Agosto de 2009

Por Emir Sader

O Estado brasileiro é mais forte porque mais democrático.

Fonte: Carta Maior [http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=348]


A campanha eleitoral da oposição - tendo sua comissão de frente nas empresas privadas da mídia - concentra seu foco de supostas denúncias em um tema central: o governo confundiria o Estado com o governo, apropriando-se do Estado em função dos partidos que o apóiam. O jornal da família Frias chegou a colocar como manchete na sua primeira página que “O governo se reserva tal porcentagem do pré-sal”, como se se tratasse de uma apropriação por parte de governo de receitas de um projeto de enorme transcendência, que mobiliza grande quantidade de recursos, para seu proveito, em lugar de fazê-lo para o Estado brasileiro.


Confusão faz essa imprensa despreparada teoóricamente e mesquinha politicamente, ao não se dar conta de como os destinos do Estado brasileiro estão em jogo na repartição dos recursos do pré-sal, não se tratando apenas de um problema de um governo de turno. Mas quando se trata de manter de pé campanha sistemática de acusações a um governo que, apesar disso ou talvez até mesmo também por isso, goza de mais de 80% de apoio da população, vale de tudo, pelo próprio desespero de não ver refletir nas pesquisas de opinião, o tempo, os espaços e o papel gasto na até aqui inglória luta contra o governo.


Para começar: o Estado brasileiro, no governo Lula, é muito mais democrático do que antes, em qualquer outro governo. Em primeiro lugar, porque atende as reivindicações de um numero incomparavelmente maior de pessoas do que qualquer outro governo. Atende seus direitos a emprego formal, a acesso a bens fundamentais, a escola, a habitação, a saneamento básico, a créditos, a energia elétrica, entre outros direitos elementares, mas que foram sempre negados à maioria da população.


Como conseqüência, o Estado integra a setores majoritários do povo, que nunca antes tinham se sentido participantes do Estado, do que é expressão o fato de mais de 80% da população apoiar o governo, não ocasionalmente, no momento de um plano econômico qualquer – como em momentos do Plano Cruzado do governo Sarney ou do Plano Real do governo FHC – mas estavelmente, no sétimo ano do governo, quando FHC tinha apenas 18% de apoio e Sarney algo similar.


O Estado dispõe de mais pessoal e mais qualificado, melhor remunerado, depois de ter passado pela sua demonização, pela desqualificação do servidor público e diminuição pelas políticas de Estado mínimo do governo da tucanalhada-demoníaca.


As empresas estatais são mais fortes e mais eficientes hoje. Tome-se o exemplo da Petrobrás no governo atual, em comparação com ao que tinha sido reduzida – “Petrobrax” – no governo FHC. Os levantamentos do IPEA revelam como o serviço publico é mais eficiente que as empresas privadas, como mostra da melhoria do Estado no governo atual.


A diminuição significativa do superávit fiscal, o freio nos processos de privatização – que previam a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Eletrobras, nos acordos assinados com o FMI na última das três crises com que o governo FHC vitimizou o Brasil fortaleceram o Estado.


Ao contrário dos governos tucanos, como o de Serra, que seguiu adiante as privatizações e, não fosse o Banco do Brasil ter comprado a Nossa Caixa, a teria vendido ao capital privado, como os tucanos tinham feito com o Banespa vendido a um banco estrangeiro, o Santander.


O Estado brasileiro é muito mais forte, porque muito mais respeitado no exterior, tanto na América Latina, como no conjunto do mundo, como se vê pelo prestígio de Lula, em comparação com a penosa imagem projetada por FHC e seus tristes ministros de Relações Exteriores.


O Estado é mais forte porque recuperou sua capacidade de indução do crescimento econômico, como se viu muito claramente na capacidade do governo e dos bancos públicos de promover a recuperação econômica do país na atual crise, muito maior do que qualquer uma que o governo FHC tenha vivido e, no entanto, o Brasil sai dela mais forte, ao contrário das anteriores, em que – como no caso da crise de 1999 – o país saiu enfraquecido – com as taxas de juros próximas de 50%, com o desemprego em níveis altíssimos, com um descontrole inflacionário, com um aumento exponencial da divida pública, com uma recessão de que somente o governo Lula pôde fazer com que saíssemos da crise.


O Estado é mais forte justamente porque o governo não confundiu governo e Estado. O governo é um instrumento de fortalecimento do Estado, mediante políticas de interesse nacional – como as políticas sociais, educativas, culturais, econômicas, a política externa independente, entre tantas outras – e não para atender interesses privados – como as escandalosas privatizações de FHC, que dilapidaram o patrimônio público ou como a privataria educacional que promoveu as faculdades e universidades privadas em detrimento da educação publica, universal e gratuita.


O Estado é mais forte, porque arrecada mais e melhor, canalizando recursos para o crescimento econômico e as políticas sociais. Porque diminuiu as taxas de juros, diminuindo a remuneração ao capital especulativo e a transferência de renda ao capital financeiro.


Assim, o Estado brasileiro é mais forte, não porque menos democrático, mas porque muito mais democrático, mais integrador, mais provedor de direitos, mais reconhecido no exterior e dentro do Brasil.


O Estado governa com os partidos que apóiam o governo Lula, um governo submetido pelos dois maiores plebiscitos públicos – as eleições de 2002 e 2006 -, em que, mesmo tendo a ditadura das empresas privadas da mídia contra, contou com o imenso apoio popular, que só cresceu desde então. Governa, portanto, com a delegação da grande maioria do povo. A oposição queria que ele governasse, como no governo FHC, com representantes diretos do grande capital, dos bancos, das corporações privadas, da mídia oligárquica, do capital estrangeiro.

Os governos estaduais dos outros partidos – como o de Olívio Dutra no Rio Grande do Sul – foram sistematicamente sabotados pelo governo FHC, ao contrário do governo Lula, que compartilha os recursos federais com governos da oposição, como os governos tucanos de São Paulo e de Minas Gerais, com governadores pré-candidatos à presidência pela oposição ao governo.


O Estado é mais forte no Brasil no governo Lula, a democracia é mais forte, porque o governo as promove como seus objetivos centrais. Passado o circo midiático, fica claro que foram os tucanalhas-demoníacos, que debilitaram o papel de controle tributário, favorecendo a sonegação fiscal como nunca no Brasil.


Um Estado forte é um Estado democrático, reconhecido e apoiado pela grande maioria da população. É um Estado que implementa políticas de caráter nacional, de interesse público, promovendo a prioridade das questões sociais e não a ditadura econômico-financeira de Malan-FHC-Serra.


O Brasil precisa ser mais democrático e não menos, como quer a oposição, adepta do Estado mínimo e dos cortes dos direitos sociais. O Brasil precisa reformar profundamente o Estado, não como quer a oposição, para deixar mais espaços para o mercado, mas para torná-lo efetivamente um Estado de todos e para todos.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 11:40

PERIGO! PERIGO!



Observando o andamento de nossa República em mãos que deixam escorregar escândalos atrás de escândalos; que blindam à força representações contra determinados elementos de nossa política - elementos que não tenho necessidade em apontar -; que usam de um trator humano - a chamada Tropa de Choque - para barrar todas as investigações deixando transparecer que há um oceano de verdades a ser escondido; que exigem a covarde e desusada "censura" para tapar a "boca" da imprensa - chamada de PIG pelos adversários que primam por defender o atual governo -; que não permite o Legislativo trabalhar como deve, ou seja: legislar sobre leis e assuntos correlatos - como no atual evento com os sindicalistas e membros representantes dos aposentados, para estabelecimento do novo reajuste a esses últimos -, e quando não usam de sinceridade em seus arroubos publicitários, impondo sua ótica, então eu acho que a nossa República caminha a passos largos - se é que já não está a se afogar num regime de exceção - para a "DITABRANDA", que não nos serve. tampouco.

Vale, então, o clamor estampado na imagem do robot: "PERIGO! PERIGO! Não há pior regime de exceção do que o disfarçado em democracia total, em liberdade aparente de expressão - excetuando-se às contrárias ao regime - e com o verniz de obras sociais divulgadas exaustivamente e a todo momento nas telinhas das TVs. Lembra um adágio muito comum e em voga entre a população: "ENGANA-ME QUE EU GOSTO".

domingo, 23 de agosto de 2009

PT, SARNEY & COLLOR ; TODOS IGUAIS

Domingo, 23 de Agosto de 2009
PT, Sarney e Collor: todos iguais
“são todos iguais e tão desiguais
uns mais iguais que os outros”
(Engenheiros do Havaí)


Por João Alexandre Moura Oliveira

Somos um povo deseducado, colonizado, dominado e cada dia mais decepcionados com nossos pseudo-líderes. O arquivamento pelo conselho de ética do Senado de todos os processos e falcatruas secretas do “imperador” José Sarney na semana passada frustrou profundamente a nação brasileira que implora por moralidade, ética e punição as pessoas que se apropriam do bem público em benefício privado. O episódio Sarney não poderia ser concluído daquela maneira lastimável vencida mais uma vez pelo coronel nordestino e sua tropa de choque (Collor, Renan Calheiros, Duque, Mercadante e até o “comunista” Inácio Arruda).

Que boa parte do povo brasileiro conhece as pilantragens de Collor e Renan Calheiros, até uma criança de cinco anos sabe, o que é realmente deprimente para nós é vermos partidos como o PT e o PC do B (Inácio Arruda) livrar o “imperador” Sarney da punição, dois partidos que sempre pregaram a ética, a moralidade, bons valores e posicionamentos coerentes se sujaram em meio as fezes do gado nordestino de Sarney e sua turma, aliando-se a tudo de mais atrasado e conservador na política brasileira. A frustração de petistas, comunistas históricos e principalmente da opinião pública brasileira é visível, tudo por causa da tal “governabilidade” em um Congresso Nacional que não vota nada e só aprova medidas provisórias, um Congresso que dia após dia faz com que a juventude generalize-o e afirme que “político não presta”. Não prestam porque não há punição, não há moralidade, deixando as pessoas desacreditadas, descrentes e generalistas em relação à classe política brasileira.

Não estou aqui criticando os avanços sociais e econômicos que o governo Lula ofereceu ao Brasil nos últimos sete anos, mas governar ao lado de Sarney, Collor e do fisiologista PMDB é se misturar ao lixo da política brasileira e fragmentar ainda mais a estrela vermelha que um dia nos deu esperança e agora faz parte da constelação imperial da família Sarney. Frustrante.

João Alexandre Moura Oliveira, Geógrafo, Gestor Ambiental, Militante Cultural e professor de Geografia, Filosofia e Sociologia na rede privada de Poços de Caldas-MG.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 18:22 1 comentários

É HORA DE DESEDUCAR

Por Tiago Barbosa Mafra

Ao observar a juventude dos dias atuais é claramente perceptível o esvaziamento de sentido de vida dessas pessoas. Falta-lhes objetivo, perspectiva, rumo. Muitos encontram orientação na rua, outros nas drogas, outros na violência, e a grande maioria no consumo exagerado como forma de atenuar a solidão construida pelo individualismo da vida contemporânea. A quebra de paradigmas do pós-modernismo deixou a sociedade com paradigma nenhum. Salve o deus mercado.

Nessa balburdia toda, qual o papel da educação? Como deve se posicionar a escola?

O primeiro passo para avançar na discussão é determinar o que a escola não deve ser. Na obra de Patrice Bonnewitz sobre as idéias de Pierre Bourdieu, apresenta-se a escola como a instituição que reproduz as desigualdades sociais, enquanto sistema de violência simbólica. “A cultura escolar é uma cultura particular, a da classe dominante, transformada em cultura legítima, objetivável e indiscutível”. (BONNEWITZ, 2003: 114)

Este é o primeiro aspecto do qual a escola pode fugir para não se tornar um instrumento de imposição de idéias, conceitos e atitudes dos grupos dominantes.

Outra avaliação corrente nos grupos de professores e na sociedade em geral, é de que a escola necessita de neutralidade, delegando aos estudantes a possibilidade das escolhas. Em relação à isso, é ingenuidade pensar a escola como um espaço neutro. Enquanto pesquisamos sobre algo ou debatemos algum conteúdo, é necessário a clareza de que são conhecimentos produzidos em um contexto, sob influências e valores simbólicos, diferentes dos atuais e que estavam a serviço de ideologias e/ou interesses de cada tempo. “A seleção das disciplinas ensinadas, assim como a escolha dos conteúdos disciplinares é o produto de relações de força entre grupos sociais. A cultura escolar não é uma cultura neutra, mas uma cultura de classe”.(BONNEWITZ, 2003: 115).

Há de se convir também que todos os espaços de vivência da juventude são continuamente fuzilados com propagandas e idéias prontas, as quais a maioria abstrai e torna como sendo sua, reproduzindo o que Eduardo Galeano chamou de Virtude do Papagaio.

Assim, ou a escola é um mero transmissor de conhecimentos, tecnicista e totalmente atrelada à cultura dominante, ou ela pode ser um modo de mostrar ao aluno que ele é sujeito de seu próprio tempo e espaço; definitivamente, neutra a escola não é, e nós, professores, não devemos tomá-la como tal. O educador precisa ter o comprometimento de apresentar ao estudante as mais variadas vertentes sobre os conteúdos, mas sem que isto acarrete na suspensão de suas idéias e valores sobre o tema.

Feitas tais ressalvas, é possível dizer que a escola tem capacidade de funcionar como formadora de pessoas de pensamentos e ações críticas em relação à realidade em que vivem. E acima de tudo, a educação proporcionada pela escola e pelos professores tem que ser uma educação para a liberdade, como propôs o educador Paulo Freire (extremamente reconhecido no mundo, e quase nada no Brasil):

“O caminho, por isto mesmo, para um trabalho de libertação a ser realizado pela liderança revolucionária, não é a “propaganda libertadora”. Não está no mero ato de “depositar” a crença da liberdade nos oprimidos, pensando conquistar a sua confiança, mas no dialogar com eles”. (FREIRE, 2002: 54)

A atividade docente, por mais que haja opiniões divergentes acerca do assunto, é um ato político. Não no sentido partidário, mas no ambito das relações de poder e do entendimento e atuação destas na construção dos espaços de vivência.

Talvez o papel da escola, na conjuntura atual, seja “deseducar”, contruindo o encontro do povo oprimido com a liderança revolucionária, para que na comunhão de ambos, como dizia Freire, a liberdade se faça e refaça sempre.

Tiago Barbosa Mafra é professor de Geografia na Rede Municipal de Ensino e no curso pré-vestibular comunitário Educafro.
tiago.fidel@yahoo.com.br
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 19:18 1 come

OS EMPALHADOS DE LULA



Aí está a "galeria" dos companheiros do presidente Lula. Se estão todos eles empalhados é por terem permitido serem guiados por controle remoto em mãos do chefe maior do PT - Lula.
Se Mercadante mantivesse sua decisão de abandonar a liderança do PT no Senado, talvez Lula tivesse tempo de meditar sobre o que vem fazendo aos seus "camaradas", que são obrigados a se comportarem como verdadeiros "robôs". Ele precisa se convencer de que uma popularidade de 80, 90 e até mesmo de 100% é coisa passageira. Basta um sério deslize de sua parte (já o teve) e lá se vão às pesquisas ( estranho à ausência de uma reação por parte do expectantes - nós), as palmas dos que até mesmo recebem a Bolsa Família, o apoio dos próprios elementos que hoje o deixam "chorando em seus ombros" e da mídia interesseira e bajuladora.
Mas quando se está vivendo em um mundo fantástico, não desejamos olhar ao redor. Para nós, basta a paisagem que o presente nos revela. Lula, deslumbrado e inebriado pelo Poder, não tem mais olhos às verdades; ouvidos para mais verdades e vontade para mudar o que está cabalmente errado. Não se admitem essa proteção e essa "blindagem" a todo preço a um antigo desafeto; aliás, dois: Sarney e Collor. Falta só a ele sentar ao colo do Fernando Henrique Cardoso para selar, de vez, o "pacto de morte", que já está selado à porta da Casa Civil, ao do seu próprio gabinete e ao do PT, pois não faltarão os que estarão de costas a ele quando precisar de socorro. Não será a primeira vez na História do Homem. Julio César morreu apunhalado pela costas pelo filho adotivo; Adolf Hitler se viu abandonado pela própria História e por alguns de seus generais e marechais (o mais relevante: Marechal Erwin Von Rommel), que atentaram contra a sua vida. Não desejo ao Lula qualquer fim parecido, mas que está a pedir... Ah, lá isso está, não tão drástico, mas um fim higienizador e mais de acôrdo às suas culpas e dentro da Lei. O Castelo de Areia balança, sob o impacto das "marolas" e das "ondas" pertinazes. Cuide-se, senhor Lula. Nabucodonosor foi rei poderoso na Babilonia, atual Iraque, mas passou anos pastando pelos campos junto ao gado, e como tal.

Foto Revista Veja

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

AO COMPANHEIRO ARKX

Ao companheiro Arkx
Debate entre eu e Arkx no Portal Luis Nassif [http://blogln.ning.com/forum/topics/carta-aberta-a-senadora-marina1?page=1&commentId=2189391%3AComment%3A167289&x=1#2189391Comment167289] sobre Marina Silva e a carta aberta que eu a enviei (sem resposta até esse momento)

Carta aberta ao Presidente da República

Brasília, 04 de junho de 2009

Exmo. Sr.

Luiz Inácio Lula da Silva

DD Presidente da República

Sr. Presidente,

Vivemos ontem um dia histórico para o país e um marco para a Amazônia, com a aprovação final, pelo Senado Federal, da Medida Provisória 458/09, que trata sobre a regularização fundiária da região. Os objetivos de estabelecer direitos, promover justiça e inclusão social, aumentar a governança pública e combater a criminalidade, que sei terem sido sua motivação, foram distorcidos e acabaram servindo para reafirmar privilégios e o execrável viés patrimonialista que não perde ocasião de tomar de assalto o bem público, de maneira abusiva e incompatível com as necessidades do País e os interesses da maioria de sua população.

Infelizmente, após anos de esforços contra esse tipo de atitude, temos, agora, uma história feita às avessas, em nome do povo mas contra o povo e contra a preservação da floresta e o compromisso que o Brasil assumiu de reduzir o desmatamento persistente que dilapida um patrimônio nacional e atenta contra os esforços para conter o aquecimento global.

O maior problema da Medida Provisória são as brechas criadas para anistiar aqueles que cometeram o crime de apropriação de grandes extensões de terras públicas e agora se beneficiam de políticas originalmente pensadas para atender apenas aqueles posseiros de boa-fé, cujos direitos são salvaguardados pela Constituição Federal.

Os especialistas que acompanham a questão fundiária na Amazônia afirmam categoricamente que a MP 458, tal como foi aprovada ontem, configura grave retrocesso, como aponta o Procurador Federal do Estado do Pará, Dr. Felício Pontes: “A MP nº 458 vai legitimar a grilagem de terras na Amazônia e vai jogar por terra quinze anos de intenso trabalho do Ministério Público Federal, no Estado do Pará, no combate à grilagem de terras”.

Essa é a situação que se espraiará por todos os Estados da Amazônia. E em sua esteira virá mais destruição da floresta, pois, como sabemos, a grilagem sempre foi o primeiro passo para a devastação ambiental.

Sendo assim, Senhor Presidente, está em suas mãos evitar um erro de grandes proporções, não condizente com o resgate social promovido pelo seu governo e com o respeito devido a tantos companheiros que deram a vida pela floresta e pelo povo Amazônia. São tantos, Padre Jósimo, Irmã Dorothy, Chico Mendes, Wilson Pinheiro – por quem V. Excia foi um dia enquadrado na Lei de Segurança Nacional – que regaram a terra da Amazônia com o seu próprio sangue, na esperança de que, um dia, em um governo democrático e popular, pudéssemos separar o joio do trigo.

Em memória deles, Sr. Presidente, e em nome do patrimônio do povo brasileiro e do nosso sonho de um País justo e sustentável, faço este apelo para que vete os dispositivos mais danosos da MP 458, que estão discriminados abaixo.

Permita-me também, Senhor Presidente, e com a mesma ênfase, lhe pedir cuidados especiais na regulamentação da Medida Provisória. É fundamental que o previsto comitê de avaliação da implementação do processo de regularização fundiária seja caracterizado pela independência e tenha assegurada a efetiva participação da sociedade civil, notadamente os segmentos representativos do movimento ambientalista e do movimento popular agrário.

Por tudo isso, Sr. Presidente, peço que Vossa Excelência vete os incisos II e IV do artigo 2º; o artigo 7º e o artigo 13.

Com respeito e a fraternidade que tem nos unido, atenciosamente,

Senadora Marina Silva


Por Arkx

Hudson escreveu: ->."Talvez Marina não irrompa erros idênticos aos de Cristovam, mas seria mais fácil trazer o debate para dentro do PT, mobilizar movimentos populares hoje letárgicos."

interessante sua proposta de levar a discussão para dentro do PT. não sei se é viável, mas, se for, teria um saldo bastante positivo. porém há para isto grandes dificuldades, como vc bem apontou:

->."Obviamente sou conhecedor das dificuldades de tudo isso que lhe proponho caso esse processo venha a transcorrer dentro do Partido dos Trabalhadores. O alto-comando do PT, todos sabemos, já decidiu por outro nome para ser seu presidenciável."

seja como for, o maior perigo desta candidatura da Marina é ser aparelhada pelo PV, o qual por sua vez está aparelhado pelo PSDB/Dem.

e a maior contribuição positiva talvez possa vir a estar em outro trecho de sua Carta à Senadora:

->."Ademais, conseguiremos trazer de volta para o jogo político à presença de diversos movimentos populares, hoje distantes ou desiludidos."

compreendo que vc colocou a observação acima em relação a pré-candidatura de Marina ocorrer no interior do PT, mas penso que no PT ou não (desde que não seja no PV), a candidatura Marina seria um fator de fortalecimento do movimento popular.

quanto a questão ambiental, considero que ela não pode ser considerada isoladamente. o desenvolvimento e a preservação do meio-ambiente precisam sem compreendidos como integrados um ao outro. e, assim sendo, não há como defender o meio-ambiente sem também defender inclusão social!

penso que este é o maior dos equívocos dos verdes. note-se como o artigo do Sirkis, na FSP de segunda (09/08), é totalmente omisso em relação as grandes questões pertinentes aos desafios do desenvolvimento brasileiro, apenas desfraldando a bandeira ecológica.

parece-me que a candidatura de Marina ainda é um balão de ensaio, em sua formatação atual quero dizer. por outro lado, não creio que se trate de uma iniciativa exclusiva de setores ligados a Serra. penso que há mais aspectos em jogo. outras forças atuando - inclusive do próprio PT!

mas caso se confirme a candidatura, "é preferível que não seja através do PV", senão, já nascerá abortada, por assim dizer.

uma candidatura alternativa, do tipo a que se propõe Marina, é absolutamente necessária dentro do atual quadro político (evidentemente é uma afirmação de caráter pessoal).

entretanto, esta candidatura precisa não repetir os erros cometidos em 2006 por Heloísa Helena e Cristovam.

uma candidatura alternativa só faz sentido se for solidamente apoiada num programa de governo claro, conciso e exequível. e que marque firmemente sua distinção com a alternativa Serra x Dilma.

creio que há atualmente uma grande deficiência no debate político. pois ele ainda se dá em completa órbita ao redor de Lula. mas após 2010, seja quem for o vencedor, a política se conduzirá em outros marcos.

temos um PT descaracterizado, que foi incapaz de gerar lideranças de estatura nacional compatível com a necessidade da sucessão.

não temos também uma oposição à esquerda do PT, que se tornou um partido “radical de centro”, com um projeto claro e consistente, capaz de constantemente fazer o contraponto necessário ao governo.

considere-se tb que Lula promove uma identificação direta com a base social, tão recordista em popularidade quanto frágil num cenário de crise aguda, que nenhum outro político brasileiro parece ser capaz de reproduzir.

não há como dar continuidade a este modelo de identificação plena com a base social executado por Lula!

e como não há estratégia, apenas movimentos táticos se impõe para dar sobrevida a um modelo terminal fadado a se decompor após as eleições de 2010!

por isto o pós-Lula está se configurando como terrível!


Por Hudson

Caro Arkx

Alguns pontos que eu gostaria de salientar em suas colocações

1- Faz se cada vez mais necessário conciliar desenvolvimento econômico com desenvolvimento sustentável sem cair em radicalismos do tipo transformar a Amazônia em pastagem de soja ou então em santuário intocável. Nesse sentido penso que o sociólogo brasileiro Michel Löwy é quem melhor pode falar sobre esse assunto. Löwy, há anos radicado na França, ex-militante do PT e atualmente no PSOL, é um dos "papas" do ecossocialismo.

2- A candidatura Marina Silva, venha por que partido vier, trará para o primeiro plano da cena política a questão do meio-ambiente. Contudo, já escrevi isso antes, qual será o efeito prático disto? Cristovam pôs a educação em primeiro plano em 2006, conseguindo inclusive mobilizar parte da classe média e nem por isso a educação passou a ser tratada no Congresso Nacional com o respeito que merece. Portanto, infelizmente, não creio que Marina consiga colher melhores frutos com sua cruzada em prol do meio-ambiente do que os frutos colhidos por Cristovam em 2006. Quem está realmente disposto a ouvir um discurso monocórdio sobre meio-ambiente são os já empenhados na causa e parte da classe média que gosta muito de defender o meio-abiente, desde que tenha eletricidade, água quente e possa consumir toneladas de lixo.

3- Marina dentro do PT: Essa questão talvez seja a mais difícil, pois o PT, na incapacidade de trabalhar novos nomes, se viu refém de todas as pretensões do antigo "Campo Majoritário", hoje "Articulação" e daquilo que chamaremos de lulismo – muito embora eu particularmente não concorde muito com esse termo. A pretensão maior da Articulação e do Lulismo é nesse momento guindar a candidatura Dilma Rousseff (mulher da confiança desse grupo) e para tanto criar palanques fortes nos estados nem que seja à custa de sacrificar candidaturas próprias. Vê-se assim que o espaço para Marina Silva dentro do PT é diminuto, entretanto para quem já é acostumada a enfrentar grandes intempéries, seria apenas mais uma prova. Em caso de derrota, o mais provável, Marina ainda poderia barganhar o apoio em troca de o tema ambiental entrar em pauta e voltaria para o Senado onde tem todas as condições de continuar a defender a Amazônia.

4- A partir de 2010 poderemos ou não viver num quadro político pós- Lula. O fantasma de Getúlio assombrou a vida nacional por mais de uma década após seu suicídio. Claro que o Brasil agora é outro, mas ainda é muito cedo para afirmar que Lula deixará de ser um dos protagonistas do jogo político em tão pouco tempo. A questão é, qual será sua base? Os corretamente atendidos pelos programas sociais que ele alavancou ou os banqueiros, empresários do agronegócio e usineiros que ele um dia chamou de heróis?
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 00:16 2 comentários
Terça-feira, 11 de Agosto de 2009

AINDA MARINA SILVA E O PV

Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009
Ainda Marina Silva e o PV
Prometo aos meus parcos leitores não me tornar monocórdio ou monotemático, mas é que o assunto Marina Silva anda rendendo. Vejam a análise feita por Edmar Roberto Prandini no Portal Luis Nassif [http://blogln.ning.com/forum/topics/sobre-a-reflexao-e-a-decisao] e logo abaixo o meu comentário.

Sobre a reflexão e a decisão de Marina Silva


1.Sobre a comparação entre Marina e Heloísa.

Deve-se lembrar que Heloísa Helena não saiu do PT. Foi expulsa. Em si mesmo, o fato dela discordar internamente, ao longo dos anos, da linha majoritária do partido, jamais fora motivo para qualquer desabono à sua trajetória e currículo. Expulsa do partido, no contexto da aprovação da segunda reforma da previdência, restava a ela que alternativa?

Abandonar a política porque o PT não a queria mais? O quadro interno do PT que a expulsou não era menos radical do que aquele do discurso que ela adotou, só que em mão contrária: nenhuma crítica e tensionamento ao governo se podia fazer!

Expulsar a HH não foi esforço centralista e de esvaziamento politico, empobrecimento do PT. Muitas foram as consequências trágicas dessa atitude do PT. Muitos militantes aguerridos, com vínculos com o movimento social e sindical, afastaram-se. Foi uma opção do PT para o centro, para acordos com o PMDB, com o Sarney. Abriu-se a brecha para o retorno do Collor.

Se sair, e espero que não, Marina não terá sido expulsa. Marina terá realizado uma avaliação, que se pode discutir se correta ou não, de que as utopias políticas que o PT portava quando de sua criação ter-se-iam perdido nos limites das negociações necessárias para a manutenção da coalizão governante.

Como disse o Danilo Morais, alguns dias atrás, no tópico sobre os limites do pragmatismo, Marina, apontando para a manutenção das utopias, estaria pragmaticamente buscando espaços para oxigenar a discussão da política nacional com a discussão sobre o novo padrão de desenvolvimento que terá que ser sustentável, sob pena de repetir os dilemas produzidos pelo modelo desenvolvimentista dos anos 70.

O pragmatismo entendido como busca da concreção das utopias e da execução das diretrizes e missão não é o mesmo que o pragmatismo daqueles que são capazes de rifar ideais para o acomodamento na ordem estabelecida.

2. Sobre o Governo Lula

Evidentemente Marina reconhece qualidades no governo Lula. O fim das privatizações, o bloqueio da Alca, a reconstrução do Estado, a implantação do Bolsa Família. Mas, ela tem ciência de quanto o governo Lula não foi capaz de manter-se alinhado às expectativas de transformação dos comportamentos e padrões políticos tradicionais vigentes no país. Como justificar o afastamento de Olívio Dutra do Ministério das Cidades? Não havia denuncia nenhuma contra ele, o Ministério estava inovando com o eixo no modelo participativo e a criação das Conferências e do Conselho de Cidades, etc. O governo Lula, se é muito superior aos anteriores, acabou fortemente tolhido da enorme criatividade política gestada nos movimentos sociais no país. Melhorou o salário mínimo? Sim!!! Mas, quão tardiamente conseguiu iniciar o movimento de redução dos juros pagos aos rentistas nacionais. O mesmo se deu em inúmeras áreas que pretendamos avaliar. Avaliar criticamente o governo não é aderir à oposição. É manter a lucidez política e a honestidade intelectual.

3. Sobre o PV

Seu passado e posicionamentos, no Brasil, são terríveis. Se tem um apelo inovador em partes de seu ideário, é óbvio que não conseguiu formulá-lo de forma a assegurar uma identidade política. Foi usado, ao longo dos anos, para reciclar imagens de inúmeros agentes políticos conservadores e de práticas completamente arcaicas.

Marina Silva, inteligente e lúcida que é, sabe disso. A ponderação que ela provavelmente esteja fazendo corresponde àquela decisão que o PT tomou quando de sua criação acerca da participação ou não nos carcomidos limites da institucionalidade, a democracia representativa, “democracia burguesa”. Como personagem central de uma eleição presidencial, ela deve estar cogitando a hipótese de atrair energias, pessoas, para renovar o PV e determinar-lhe um ciclo de migração para posicionamentos inovadores. Movimento típico de uma guerreira, uma mulher corajosa e briosa.

Se o PV reciclou imagens de políticos “ruins”, porque uma política íntegra e de seu perfl não poderia reciclar o partido e torná-lo aliado efetivo de movimentos, lutas e projetos de conteúdo efetivamente valiosos? Essa deve ser a pergunta que Marina está se fazendo.

5. Avaliação da candidatura

Se considero a possibilidade da candidatura da Marina perfeitamente legítima, mesmo que pelo PV, considero também que ela sofrerá enormes restrições políticas. O empresariado receia a mudança do padrão produtivo que uma política efetiva de sustentabilidade social e ambiental produziria.

6. Meu anseio

Que o Lula deixasse seu pedestal de 80% de popularidade e se dignasse a chamar a Marina para um diálogo verdadeiro. Um diálogo em que a temática da sustentabiiidade ganhasse status efetivo na campanha sem a necessidade da defecção da Marina. Que a Dilma assumisse algumas obrigações neste sentido e que urgentemente algumas medidas fossem adotadas para mostrar à Marina que não se trata de mera bravata. Mas, acho que nada disso não vai ocorrer.

Então, tenho a impressão de que a Marina sabe que na dinâmica da campanha, o debate que ela vai produzir será mais eficaz para constranger certos posicionamentos que o governo optou por adotar contra a argumentação que ela oferecia. Ela deve julgar mais fácil mudar o PV do que o governo e, por esta razão, creio que sim, sairá do PT, para manter a dinâmica da luta pela sustentabilidade.

7. Concluindo

Assim como causou tristeza a saída do Plínio de Arruda Sampaio do PT, é de se lamentar que o mesmo aconteça com a Marina Silva. Mas, jamais se poderá considerar que ela o faça como alinhamento à baixaria da oposição ou como erro político. Se há erro político, está no governo e no partido que perdem uma militante como Marina Silva.


Comentário meu:

Caro Edmar

O governo Lula sem duvidas optou pela estratégia do "não embate". O "não embate" com os setores economicamente mais privilegiados, com o agronegócio, com a mídia, com o sistema bancário, com os grupos que têm intensamente internacionalizado nossas terras, etc. e tal.

Tivemos avanços? Obviamente tivemos e muitos nas questões sociais. Contudo nenhum desses avanços representou de fato perigo à classe dominante, a não ser na cabeça dos mais reacionários. Bolsa Família, ProUni, sistema de cotas, Luz Para Todos e muitos mais estão aí para provar o quanto o governo Lula se esforçou na questão social, mas repito, sem tocar em interesses da burguesia nacional.

A reforma agrária que poderia mudar a base social e reduzir as diferenças entre as regiões foi abandonada, quando não sabotada, isso nas palavras do próprio MST. Na divisão internacional do trabalho continuamos a ocupar o mesmo espaço que sempre ocupamos, ou seja, de exportador de produtos primários e commodities.

A possível, quase certa, saída de Marina Silva do PT trará essas discussões até então sufocadas ou relegadas ao abrandamento por militantes, filiados e simpatizantes do PT, além, dos movimentos sociais.

Agora, só espero que Marina não seja tão ingênua a ponta de achar que pode mudar o PV. O PV não passa de um partideco de aluguel. Já circula boatos dando conta que Serra gostaria de tê-la como vice. Seria uma jogada e tanto do governador paulista. E aí eu pergunto, qual será a posição de Marina sendo vice-presidente, no caso duma chapa estapafúrdia dessas vingar e vencer as eleições, vendo uma Kátia Abreu ou um Ronaldo Caiado no Ministério da Agricultura???

Coragem é muito importante nessa vida, sobretudo na política, mas coerência é fundamental.

Se Marina acha que pode contribuir para o Brasil postulando a presidência da República então que o faça dentro do PT. Se for derrotada, de longe o mais provável, e achar que ainda pode se apresentar como alternativa, que o faça dentro duma legenda mais séria que o PV-nada difícil encontra essa legenda.

Por último, como você bem salientou, será uma pena depois de ter perdido Plínio de Arruda Sampaio, perder também Marina Silva. Também foi bem lembrado o que sucedeu a Olívio Dutra, sem duvidas um dos melhores quadros que a esquerda brasileira produziu nas últimas décadas.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 19:24 0 comentários
Ao companheiro Arkx
Debate entre eu e Arkx no Portal Luis Nassif [http://blogln.ning.com/forum/topics/carta-aberta-a-senadora-marina1?page=1&commentId=2189391%3AComment%3A167289&x=1#2189391Comment167289] sobre Marina Silva e a carta aberta que eu a enviei (sem resposta até esse momento)

JOGA FORA DE RELEMBRANÇAS

13/08/09


Oi, minhas filhas queridas:


Não se constrói um arranha-céu sem uma fundação resistente; não se constrói nada em cima do passado, bem sei, mas é preciso ter a sensibilidade aguçada de um espírito poeta para debruçar-se sobre ele e não sucumbir. O passado nos atrai como um grande imã atraindo corpos que não suportam a força magnética da peça imantada. E por que estão lá muitas das lembranças que deixaram marcas saborosas em nossas mentes, voltamos sempre a ele ainda que retornemos ao presente de mãos vazias e de coração mais cicatrizado por feridas sem remédio.

Há uma passagem bíblica que alerta aos jovens, e que pode bem servir a quantos tenham deixado lá atrás hiatos de vida que necessitam ser preenchidos hoje, de alguma forma, que diz:

"Lembrem-se, moços, dos dias de sua mocidade, que Deus lhes Dá, para regozijos, antes que cheguem aqueles dias em que nenhum prazer encontrará neles". Esses devem ser os verdadeiros débitos que têm os homens que deixaram escapar as oportunidades de rejubilarem-se com os seus entes queridos, quando os dias eram ou poderiam ser de felicidade plena. E nos chegam esses "fantasmas", de tempos idos, como um verdadeiro rolo-compressor a nos esmagar; mais nos doem arremetidos às lembranças se nos sentirmos impotentes de reconstruir tudo, à feição de castelos de areia que fazemos e refazemos ao assédios das destruidoras ondas do mar. Ali, à praia, crianças ainda, temos às nossas mãos a matéria prima inacabável - a areia - e a nossa imaginação. O que temos hoje, de concreto e de palpável, que nos dê subsídios a reconstruir aquele passado desmanchado pela ação do Tempo? Vemos mais e mais se distanciando de nós os sons das vozes infantis, alegres e inocentes, os gestos, os sorrisos francos e os brilhos dos olhos, onde bailavam a esperança, as alegrias momentâneas e os sonhos; Ah, que saber tudo isso perdido num átimo do Tempo e no Espaço einsteniano... Embrulhados na relatividade das existências e postos como satélites das coisas começadas e inacabadas.

Terão todos os seres iguais sentimentos? Ou isso é como uma coroa descansando à fronte de um poeta? Um rasgo no cerne incontido de um construtor de sonhos falidos? Essas dúvidas que se entrelaçam em um espírito cansado, funcionam como pesos hercúleos sobre os ombros do poeta? Sofreram, assim, muitos deles, mesmo não sendo susceptíveis aos apelos do passado. Por que retornava Rimbaud ao seu povoado? Por que era impelido para lá? A força irresistível do passado clamava à sua alma continuamente. O poeta alemão Hölderlin foi outra vítima (?) dessa insatisfação, que o compelia passar mais tempo dentro de carruagens, para lá e para cá, como um ébrio. Voltar ou esquecer tudo, apagando à mente sofrida as cenas difusas que se homiziam lá no ponto distante do Tempo? Não me considero poeta, mas sim um construtor falido que, por incúria, esqueceu de calcular bem as bases de sua Vida. Esses seres falidos deveriam ser condenados às galés - se ainda as houvesse - ou à morte de seus pensamentos, em uma alma sem eco a guisa de calabouço eterno. As mãozinhas em salvas de palmas não as merecem eu, mas agradeço a gentileza por enviá-las. Vocês, sim, as merecem porque souberam livrar-se das vestes externas para só ficarem com o que vocês mesmas construíram em suas vidas. A cada uma de conformidade aos seus esforços e voluntáriosas vontades. Eu confesso, diante às suas almas, não passarei de um ancião debruçado ao peitoril de minha janela, que me descortina o nada, mas amplia a perspectiva de um futuro que ignoro como poderá vir a ser.

Estou completando o "joga fora" àqueles sentimentos teimosos e presos à alma, já por demais doloridas. Deus esteja com vocês hoje, amanhã e sempre.
papi Mario

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Á ANAMARIA, FILHA VIAJANTE

À Anamaria.


Paródia à letra de uma canção, por mim amada,
Cantada por João Gilberto na década de 60,
Que deu margem ao nome de uma das minhas filhas
Hoje vivendo no Além.


Onde anda Anamaria, que sonha com o mar?
Quem achar Anamaria, por favor, informar;
Onde anda Anamaria ( passeando pelo ar ?),
Ou quem sabe Anamaria esteja ainda a sonhar?
E por que sonha Anamaria, que não quis mais acordar?
Você sonha Anamaria com a cor verde do mar?

Moça, amada Anamaria, traz de volta o seu andar,
Trás também os seus abraços,
Os seus cabelos e o seu olhar,
Que parado em minha tenda os procuro a chorar...
Traz, ainda, para mim, o seu jeito de falar,
Não fique só a dormir e a sonhar... A dormir e a sonhar...

Onde anda Anamaria, que não pôde mais voltar?
Mas eu digo à minha moça: sairei a procurar
Seu caminho iluminado na estrada estelar...
Sonha, sonha, Anamaria, que eu não a irei despertar.

Você sonha Anamaria com a cor verde do mar?

Augusto de Moraes
(Morani)

RELEMBRANÇAS...

12/08/09


Há muito tempo ando querendo botar fora sentimentos vazios. É uma sensação de final de tempos, de coisas irrecuperáveis, perdidas e não sabidas seus paradeiros. Como começarei a desvendar uma coisa que se acha encaixada a mim e me pesando como algo morto? Difícil me é, sim, porque são sentimentos extramuros por que não dizem respeito às nossas existências, mas às de outros à minha volta. Por exemplo:

Aqui em meu bairro - o Perissê - havia uma "tribo" de alegres jovens que se reunia num dos rodinhos existentes por aqui. Trocavam alegrias e simpatias, participando de jogos de vôlei no meio da rua; estavam juntos, amiúde. Depois, sem quaisquer motivos, se separaram indo todos os quais para o seu lado e no decorrer do tempo mais se distanciavam uns dos outros, até que não restasse mais nem a sombra nem a lembrança daquela "tribo" feliz. Esse é um dos sentimentos que se perderam vazios dentro de mim. Então vejo cada qual de tempos a tempos como se uma grande distância os separasse até mesmo de seus parentes. A rua perdeu a vivacidade, a alacridade e a jovialidade, portanto, que essa "tribo" nos proporcionava aos primeiros dias de nossa chegada ao bairro. Atualmente, o bairro, não, o bairro não, à rua defronte à altura em que ocupo um sobrado, perdeu igualmente os seus jovens que se dissociaram da rua, do bairro e das próprias casas onde moravam. Alguns deles viajaram para além da fronteira de nosso Brasil. Outros assumiram seus papéis de pessoas ocupadas antes do tempo e mal gozaram as regalias de suas adolescências. Não os vemos mais. Perderam-se no Tempo e no Espaço, mas teimam em nadar em nossas lembranças como coisas que uma maré forte as tivesse levado para longe de nossa praia.

Depois... Bem, depois vem àqueles amigos da mocidade, que houve alguns o Tempo e a distância dos fatos levaram longe suas feições e nada deixando como registros de suas presenças. Não vejo mais seus rostos se estou à rua a nada fazer a não ser desejando encontrar um ou outro, ainda esporadicamente, para sentar a uma mesa de bar - que também já não existe mais como antigamente - tomar café, beliscar uma fatia de bolo de milho e botar os assuntos em dia. Nada!

Dava um pulo ao salão de jogos de bilhar e de sinuca que havia à Rua São João, para encher o meu vazio. O ambiente tinha os odores das cervejas, das baforadas de cigarros, do espírito das bebidas capitosas e o som dos choques das pequenas esferas coloridas nas tabelas das mesas ou nas caçapas. Dezenas de desconhecidos passavam os seus tempos por ali, entre um copo e outro, e entre uma tacada e outra. Mas havia os meus conhecidos com os quais repartia o tempo das partidas à boca da caixa registradora do bar do salão. Hoje, nem entro mais. As portas se fecharam. O jogo, de sinuca e de bilhar e mesmo o salão, perdeu para os horários das novelas, dos programas tipo BBB, Fazenda e outros. Há jeito, algum jeito mágico, de recuperar todas essas brilhantes efemérides?

Passo por uma vitrine de loja e de uma só olhada me descobre velho. Aquele vigor de jovem trabalhador e estudante perderam-se igualmente entre tantas outras perdas. O que lamentar mais? As minhas perdas do meu tempo de mocidade ou as perdas de há apenas uma década atrás? Quais machucam mais? Essas ou aquelas? Não sei... Só sei que meus olhos me desvendam ainda tudo o que se acha arquivado na memória quando puxados todos os acontecimentos ao momento presente. Dá-me vontade de vociferar, com raiva mesmo, em meio à rua, o apelo que me morre à garganta: "Amigos, "tribos", jovens, uni-vos enquanto ainda é tempo de saborear as amizades, as presenças de cada qual e, dessa forma, enganando o próprio Tempo e o próprio Espaço montando, de novo, os palcos daquelas coisas que se transmudaram em lembranças vazias, que machucam".

Por último - mas por uma questão cronológica deveria vir em primeiro lugar -, o "quintalzinho de se enrolar". Quintalzinho de se enrolar... Quem diria ainda estivesse como coisa fresca a bailar em minha memória? Não os vemos há mais de 29 anos - aquele pedaço de quintal que ficava atrás do prédio onde moramos por alguns bons anos. Nele as minhas filhas, ainda crianças, brincavam de "enrolar" seus corpinhos pela pequena descida gramada, que terminava junto do muro divisório ao outro terreno vizinho. A inventividade infantil não deveria acabar jamais. As pessoas, já adultas e cheias de responsabilidades, têm obrigação de conservar esse espírito de infância num momento de maior beleza de suas vidas, algumas tão curtas.

Hoje, chegando ao ocaso de minha existência, debruçado ao peitoril de minha janela do sobrado onde moro, olho as ruas de meu bairro e nada vejo. O bairro envelheceu. Nas suas ruas, já não há mais grupos de jovens álacres enchendo as tardes de verão com seus gritos, apupos e alegrias. É um deserto de gente. Um arquipélago sem ilhas não é um arquipélago. É um vazio monstruoso que vem, à moda do bicho-papão, nos assustar com seu silêncio e com a ausência daqueles corpos lépidos abrilhantando as ruas do bairro. Alguém sabe onde fica Passárgadas? É para lá que eu quero ir. Lá, não serei rei, mas é possível que me perca a memória de tudo o que me tem incomodado. "Saudade, torrente de paixão, emoção diferente, que aniquila a Vida da gente... É uma dor que eu não sei de onde vem..." Sei, sim, e muito bem, de onde vem. Vem do fundo de mim mesmo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

BOM NOME - MARINA SILVA - À PRESIDÊNCIA

Na impossibilidade de elegermos a notável ex-senadora Heloisa Helena, minha candidata a qualquer época à Presidência da República pelo PSOL, achei a sua sugestão, meu caro amigo Hudson muito oportuna. Marina Silva, conquanto pertença aos quadros do PT - não daquela ala suja e capaz de todos os meios para alcançar o posto máximo de nossa incipiente República democrática - pode ser um bom nome ao cargo máximo. Veja você que não tenho nada contra o PT desligado a Lula,mas o partido independente e, se possível, longe do PMDB, que se descaracteriza por jamais desejar ser poder, mas ficar à sua sombra mexendo seus "pauzinhos" para levar vantagens.
Sou mais a favor da batalhadora Heloisa Helena, mas daria, sim, meu voto à Marina Silva se eu sentir que ela se deligou umbilicalmente às diretrizes com o espírito do LULA! Sinto dizer, mas esse é um deslumbrado pelo Poder, inebriado pelos elogios de poderosos do Primeiro Mundo, que lhe tocam o "ego vaidoso", mas ao qual não se alojam a palavra e os termos próprios a um Presidente de uma Nação como o Brasil. Veja a discussão dele com alguns de seus Ministros por causa de problemas internos dos países irmãos da América do Sul e que ele, não desejando imitar a truculência imperialista dos norte-americanos, não deseja agir da mesma forma como sempre agiram os Presidentes do país estrelado. Eles têm "cacife"; sempre o tiveram! Lula quer dar um de "estadista" de Primeiro Mundo já, agora! Para tudo há um limite a ser obedecido. Nós, brasileiros, precisamos muito mais que os nossos "hermanos guaranís". Que ao apagar das luzes de seu governo ele volte seus olhos e suas atenções às nossas causas, aos nossos problemas, que não são poucos, e às nossas necessidades que, essas sim,são prementes e devem ter a primazia aos investimentos que estão sendo "exportados" sem nenhum sinal de "dor na consciência".

Um bom nome, o de MARINA SILVA, dentro das perspectivas apontadas por um brasileiro preocupado por tantos desmandos.

7 de Agosto de 2009 17:05
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NÃO TEM PREÇO...

Não Tem Preço



Salário do namorado da Neta de Sarney... R$2,7 mil



Tratamento da mãe de Arthur Virgílio... R$700 mil



Fretamento de jatinhos por Tasso Jereissati... R$469 mil



Patrimônio “oficial” de Renan Calheiros... R$10 milhões



Fortuna “estimada” da família Sarney... R$250 milhões



Ver a direita chafurdar mais e mais na lama dando barraco no Senado, ver Tasso Jereissati chamar Renan Calheiros de “cangaceiro de terceira categoria” e Calheiros retrucar chamando o nobre companheiro de “coronel de merda”...NÃO TEM PREÇO!!!



http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/08/06/renan+aumenta+o+ataque+contra+virgilio+em+plenario+7723995.html



www.dissolvendo-no-ar.blogspot.com

MEU FIRME PROPÓSITO AO CONGRESSO

Blogger Blog do Morani disse...

Mais uma vez me vejo forçado a concordar ao que diz em seu comentário o RLocatelli Digital:

Ao colo de quem cair o PMDB em peso, poderá esse contar com a vitória nas urnas. Ao meu modo de ver, caindo ao colo sempre "acolhedor" de Dilma Rousssef, teremos a continuidade do que ai está: um presidente alheio aos problemas do Congresso e só preocupado em aparecer ao cenário mundial desejando "aplicar" U$ 500 milhões no país guaraní esquecendo quanto precisa o Brasil para investimentos a favor do nosso povo; um Congresso que enveredou pelo vício das "gorjetas" polpudas vindas de todas as partes, e muito principalmente do próprio governo Lula. Por isso opinei sobre a possibilidade de "implodir" essa caricatura de Congresso, e nem as carcaças de todos os parlamentares seria de utilidade como "esterco", pois infectariam o solo e as plantas. Ontem, assistimos a "baixaria" de Renan "Canalheiro" e do Tasso, chamado por um jornalista antigo de "Corruptasso" Jereissati! Estão todos bem, muito obrigado - os da oposição e os da situação, pois que mergulham seus "dedos sujos" à mesma botija e ao mesmo tempo, e com os mesmos objetivos. Já cansamos de retóricas, de poses de "bons moços", de mentiras sobre mentiras se essas mentiras veem de cima!
A única "limpeza" que o povo brasileiro aceita é o total "nivelamento", ao chão, do Congresso - essa instituição "caduca", "viciada", "degenerada e degeneradora", "putrefata" e "letal". A Nação sobreviveria muito bem sem essa grei de "vampiros" a sugar todos os recursos dos cofres públicos, que nos pertence mais que a eles!
Sobre Brasília, deveria descer a Mão Justiceira do mesmo Espírito que afogou o exército egipcio; que terminou defenitivamente com o Imperio de 1000 anos do nazismo e que defenestrou Sodoma e Gomorra da face da Terra! Que acabou com a prepotência de Nabucodonosor, fazendo-o pastar como os gados pelos campos da Babilonia!
Para eliminar elementos nocivos, em qualquer campo de atividades humanas, só mesmo critérios rigorosos e sumários.

7 de Agosto de 2009 09:18
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terça-feira, 4 de agosto de 2009

CAMPO; DOMINAÇÃO, LUTA E VIOLÊNCIA

Terça-feira, 4 de Agosto de 2009

Por Marcelo Fernandes Fonseca de Oliveira

Entre os diversos temas que permeiam o debate político, econômico e social do Brasil contemporâneo, e se torna discurso corrente principalmente em anos eleitorais, diz respeito à estrutura fundiária nacional, a reforma agrária e os conflitos sociais no campo. Muito já se disse e fora prometido, no entanto, nada se fez e nada se faz.

Apesar de possuir dimensões continentais, o Brasil está entre os países com pior distribuição de terras do mundo. E a distribuição existente é uma das mais desiguais. Para o Geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, o latifúndio e as lutas sociais no campo, não são exclusividades do nosso tempo. Tem suas raízes no modelo de colonização empregado no Brasil pelo rei de Portugal, e durante o processo histórico, tal modelo justificou a posse das grandes propriedades rurais.

Com o sistema de Capitanias Hereditárias, os capitães donatários recebiam uma doação da Coroa portuguesa pela qual se tornavam possuidores e não proprietários de vastas extensões de terras. No entanto, a posse dava aos donatários poderes e direitos sobre o território, dentre eles a doação de sesmarias. Para o Historiador Boris Fausto, reside aí a origem do latifúndio e da concentração de terras no Brasil.

A posse da terra era sinônimo de prestígio, uma afirmação aristocrática. Os primeiros prejudicados e os primeiros a lutarem, foram os indígenas, que viram suas terras serem tomadas e seus costumes dilacerados. Lutaram, mas a luta foi desigual. Nos tempos da escravidão, os negros lutaram contra os grandes fazendeiros pela sua liberdade; luta desigual. Canudos e Contestado, camponeses se revoltaram. Para manter a “ordem” o Estado, coercitivo, reagiu com violência.

As lutas no campo ganham dimensão nacional nas décadas de 1950 – 60, com a formação das Ligas Camponesas e a criação da ULTAB (União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil). No entanto, com a tomada do poder pelos militares em 1964, os líderes foram perseguidos e assassinados.

Política e interesses agrários se misturam. Leis e acordos justificam atitudes. Entre outras, a Lei de Terras (1850): consolidou o latifúndio, o Convênio de Taubaté (1906): privilegiou os cafeicultores, o Estatuto da Terra (1964): jamais aplicado. E a violência? Não só física, mas simbólica: Corumbiara, Eldorado dos Carajás, Pontal do Paranapanema, Chico Mendes, irmã Dorothy Stang e tantos outros...

O que mudou? Nada. Encontramos facilmente pelos rincões deste país inúmeros latifúndios monocultores controlados por grandes grupos capitalistas e por aqueles que controlam. A “bancada ruralista” congrega mais de cem representantes entre deputados e senadores, e constitui o maior grupo de interesses do Congresso Nacional, frutos da UDR.

E ficam as famosas perguntas que nunca se calam: Será que estes nobres deputados e senadores estão dispostos a fazerem a reforma agrária, tão essencial para o desenvolvimento de nosso país? Repartiriam eles as suas terras e as de seus capachos? Votariam leis contra seus interesses? Eu, modestamente, duvido muito. Reformas sociais, tanto no campo como na cidade, estão atreladas a reforma política e na política.

Marcelo Fernandes Fonseca de Oliveira é Professor de História e Geografia da rede pública estadual de Poços de Caldas – MG. marceloffoliveira@hotmail.com
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 16:28