DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sábado, 31 de janeiro de 2009

BRASIL VS. ITALIA

Brasil vs Itália
Celeuma injustificada a criada pelo “caso Battisti” e a atitude de bufão tomada pelo governo chefiado por Silvio Berlusconi. Pelo menos aproveitei a chance para estudar sobre o tema antes de me arriscar a escrever algumas linhas. A maioria dos analistas não faz segredo da passionalidade de suas analises e transformaram o caso numa disputa partidária, ou pior, futebolística.

Para adentrarmos em tal terreno pantanoso é preciso deixar claro que o PIG se posicionou nessa contenda a favor da Itália, isso não é espanto, metamorfoseando uma questão que sequer é diplomática, mas sim de natureza jurídica, em embate ideológico. Não tem poupado esforços para comparar o caso Battisti ao dos pugilistas cubanos que após o Pan do Rio em 2007 foram mandados de volta a Cuba. Nesse caso criam descaradamente uma situação que nunca existiu. Na realidade os dois pugilistas foram ludibriados por um empresário que lhes garantiu, caso abandonassem a delegação de seu país, um bom contrato. Ao perceberem que tinham caído no conto do vigário decidiram retornar a Cuba. Em momento algum foi provado que ambos, ou um que fosse, pediram asilo político ao Brasil. E aqui cabe um adendo, a Polícia Federal teria tentado demovê-los da decisão de retorno a Ilha.

Já outra parcela da imprensa empresarial, que chamarei de imprensa “progressista” – reparem bem no termo, progressista, não esquerdista e, como é empresarial, nunca pôde ser considerada alternativa –, também se apoderou da questão e aproveitou para esmiuçar o governo Lula e ... eureca!!! descobriu que o governo Lula não é de esquerda. Essa parcela tem como veículo mor a revista Carta Capital, fundada e dirigida pelo ítalo-brasileiro Mino Carta, que já declarou apoiou incondicional a pretensão italiana de ter Battisti de volta a Bota. Para essa imprensa progressista é contraditório dar asilo político a um ex-terrorista de esquerda e ao mesmo tempo não mover palha alguma para julgar os terroristas de direita que agiram em nome do estado durante a Ditadura Militar.

Pois bem. No imbróglio do caso Battisti alguns pontos têm que ser rememorados e esclarecidos para não cairmos em contradição e nos ajudar a elucidar os fatos.

Muito embora o Estado italiano na década de 1970 e parte da seguinte estivesse em “guerra” contra o “terrorismo de esquerda” – não gosto dos termos entre aspas – não havia naquela península estado de exceção. A Itália combateu os “terroristas” sem precisar alterar sua Constituição. Portanto nosso ministro da Justiça, Tarso genro, mostrou-se equivocado ao afirmar que havia um estado de exceção na Itália quando Battisti foi julgado e condenado.

Tarso Genro também se equivocou ao comparar o caso de Cesare Battisti ao de Salvador Cacciola. Cacciola depois de dar um tombo da ordem de R$1,5 bilhão no Banco Central brasileiro e ter conseguido junto ao STF, através do ministro Marco Aurélio de Melo, um habeas corpus, mudou de mala e cuia para a Itália. Após o que teve a extradição negada por diversas vezes por um motivo simples: Cacciola possuí cidadania italiana. A justiça italiana agiu de forma correta ao não extraditar um concidadão – pelo menos de acordo com a jurisprudência internacional. Nenhum país extradita seus cidadãos. Salvo exceção feita à Colômbia que os extradita para os EE.UU.em caso de acusação de narcotráfico.

Dito isso vem agora outros fatos.

O fato da Itália não viver em estado de exceção durante as décadas de 1970-80 é pouco para concluir que o julgamento de Battisti não tenha sofrido inúmeros vícios.

Inicialmente condenado a 12 anos e 10 meses de reclusão e cinco meses de detenção pelos crimes de uso de documento falso, porte de documento falso, posse de espelhos para falsificação de documentos e participação em organização criminosa. Essa condenação transitou em julgado em 20 de dezembro de 1984. Battisti fugiu da Itália indo morar no México e depois na França. Após 10 anos sofreria outro processo, esse à revelia. O fato marcante que levou a justiça italiana a outro processo e julgamento foi à confissão sob forma de delação premiada de Pietro Mutti. Os advogados de Battisti no "processo reaberto" foram presos, e o Estado nomeou outros advogados para defender Battisti. A defesa, no entanto, foi feita com base em procuração falsificada. Exame grafotécnico posterior comprova isso. O processo resulta em condenação à prisão perpétua sem direito a luz solar. Tudo isso apenas com base no depoimento do "arrependido" Mutti. Chegou-se ao cúmulo de condená-lo por dois homicídios ocorridos no mesmo dia, quase na mesma hora, em cidades separadas por centenas de quilômetros (Udine e Milão).

Aliás, a justiça italiana durante as década de 1980 tornou-se celebre pelos excessos cometidos contra réus que se supunham integrantes de organizações terroristas. Claramente uma perseguição política.

Posto isso, o Brasil concedeu asilo a Cesare Battisi e não o extraditou de volta a sua terra natal baseando-se numa política de estado e não de governo como muitos “analistas” insistem em repetir. Segundo essa política de estado o Brasil dá asilo a estrangeiros que sejam alvo de perseguições de natureza política. Por sua vez essa política de estado está amparada na tradição de nossas instituições e na legislação nacional. A própria Procuradoria Geral da República se pronunciou em prol da justeza técnica da decisão do ministro Tarso Genro.

Há ainda o fato de o Brasil extraditar estrangeiros acusados de crime comum desde que o país requerente se comprometa a aplicar pena compatível com as leis existentes aqui. Portanto mesmo que o Brasil tratasse Battisti como criminoso comum restaria a Itália se comprometer em rever a pena aplicada, pois a legislação brasileira não prevê prisão perpétua sem direito a luz solar. Todavia a Itália permanece imutável na decisão de punir exemplarmente Battisti.

O que querem o Estado italiano, o PIG e parte da imprensa progressista, que rasguemos nossa legislação e nos humilhemos diante da Itália?

Ontem à noite minha insônia me pregou das suas. Ao mudar aleatoriamente de canal de TV ouvi de um desses “analistas” num telejornal noturno – não vale à pena gastar meu tempo escrevendo o nome do “analista” e nem do telejornal – afirmando que o Brasil com essa decisão tornava-se uma republiqueta de bananas. Republiqueta de bananas será caso nos curvemos ao desejo da Itália.

No mais essa discussão só tomou corpo na Bota porque está sendo usada para distrair a atenção dos italianos de problemas mais complexos. A Itália enfrenta uma crise política de tal porte que não consegue se afastar do caricato Berlusconi, sempre chamado de volta ao poder por falta de alternativas concretas. Temos também a crise do modelo econômico por décadas defendido por Berlusconi e seus pares, sendo que o primeiro ainda flerta com o fascismo. Na península Itálica o crescimento do PIB em 2007 foi de apenas 1,9%, abaixo do registrado nos demais países da Zona do Euro, que ficou em 2,5% e mais distante ainda da média da União Européia, 2,8%. Há ainda a xenofobia que volta com força ao Velho Continente usando principalmente árabes, latino-americanos e africanos como bodes expiatórios para a mazela social criada por anos a fio de neoliberalismo.

É nesse contexto que se enquadra a teimosia italiana em não reconhecer a soberania brasileira e a leva a gestos bufões como chamar seu embaixador a Roma ou aventar a hipótese de cancelar o amistoso caça-níqueis entre as seleções de futebol dos dois países . A Itália do governo Berlusconi no seu arrombo reacionário vê o Brasil como um país subdesenvolvido que se recusa a entregar-lhe a cabeça dum representante de ideologia contrária. Nada mais, nada menos.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 17:41 3 comentários
Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2009

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A IGUALDADE AOS DIREITOS

Meus amigos:

É isto aí: respeito a Política como uma das ciências humanas inerentes ao próprio Homem, às Sociedades, às Nações e Continentes sem esquecer, ainda, o próprio Universo. Para o movimento dos corpos celestes, há toda uma série de políticas a serem observadas por todos os membros anciãos - planetas, planetóides, estrelas, gases e galaxias em formação; tudo e todos são regidos pela mesmíssima política do Tempo/Espaço/Vida; mas o que me causa ojeriza (nojo mesmo!) são os políticos e suas mudanças de humores, de objetivos e de comportamentos. Assim como foi "proibido" (?) a um político mudar de agremiação, no transcorrer de uma legislatura, deveriam os nossos doutos legisladores obrigá-los a manter a mesma ética até o fim de suas "carreiras", ou sejam: os de "esquerda", deverão manter as mesmas posições filosóficas (a Filosofia é parte primordial da Política)até à sua aposentadoria de homem público; o mesmo para os da "direita" e os de "centro".
Hoje se vê com facilidade, p.ex., um Aécio (poderia ser outro qualquer) ter verdadeira aversão aos do PT; amanhã este mesmo Aécio está cumulado de elogios e interesses dos adversários. Pronto: logo estende a mão às "chavecadas" políticas se unindo aos antigos "inimigos". Na nossa Política corrompida, não há "inimigos"; só os há enquanto não houverem outros "interesses" captados por suas atiladas mentes conspurcadas pela sujidade que sobeja no âmbito dessa ciência tão digna como deve ser a Política.
Agora, com todo o meu respeito pelo senhor Renan, devo apontar aqui: nem sempre se observam todos os conceitos da nossa bela Constituição; rasgam-na, muitas vezes; tergiversam, em outros detalhes; falseiam, nas análises e escamoteiam os direitos, deixando à mostra os deveres. No Brasil, infelizmente, se constrói apenas a "sociedade" das elites, pois se levam em conta as ORIGEM, RAÇA, SEXO, COR e, principalmente, a IDADE. Se é esse o diapasão no qual se baseia e se constitui o Estado Democrático de Direito da República Federativa do Brasil, então o brasileiro comum - aquele cidadão que rala a sua vida, sua saúde e sua paz - nada deve esperar dessas Leis domésticas; elas são apenas usadas à cobertura aos direitos de cidadãos (?) como Cacciola, senhor Lalau, e de outras figurinhas fáceis de serem encontradas nos meandros dessa política suja, capaz de fazer florescer todo um jardim de flores podres. Confesso não saber nada desse italiano, que a principio deveria ter a minha simpatia e solidariedade já que descendo de italianos, e com direito à cidadania daquele país. (Art.4º,I)- da PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS. Este artigo poderia ser suprimido de vez, pois o que mais se vê hoje em dia, dentro do país, é justamente o contrário: o DESRESPEITO a esses direitos inalienáveis aos cidadãos. Acho que funciona melhor no campo dos DIREITOS HUMANOS INTERNACIONAIS. Lá fora (principalmente na Espanha, as chamadas Leis Internacionais não estão nem aí aos brasileiros que lá aportam em escalas a outros países europeus. São tratados como "LIXOS" e devolvidos como 'EXCRESCÊNCIAS ABJETAS". E olhem: são cidadãos sem quaisquer processos cíveis! Por que, pois, asilar um cidadão com diversos processos em sua terra natal? Que ele comprove, por meios que lhe são de direito, a sua inocência, mas lá, onde funcionam as Leis italianas. Por que usar "DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS"? Não tivemos, há bem pouco tempo, os dois rapazes cubanos devolvidos ao seu país de origem pela "Justiça" brasileira capenga?
Então que as nossas Leis sejam: "DURA LEX SED LEX".
Abraça-os Morani.

domingo, 25 de janeiro de 2009

MAIS UM REFERENDO NA BOLÍVIA

25/01/2009


Neste domingo, 25 de janeiro de 2009, a Bolívia está indo em massa às urnas para reafirmar a implantação à Nova Carta do país, e às 22 horas (hora da Bolívia) será conhecido o resultado.
A oposição, nas pessoas de Costas e Marinkovic, afirma que não respeitará o “sim” se este sair vencedor na contagem nacional, mas que não seja esse o resultado em Santa Cruz.
Se a oposição ao governo Evo Morales for a mesma que o Brasil tem, podemos avaliar como já derrotada naquele país irmão. Uma oposição tem que ter base com projetos conclusivos que possam substituir a qualquer momento o atual projeto de um governo e não apenas ser oposição por ser, por picuinhas, por outros objetivos que não sejam apenas ter em mãos o poder de um país para manobras muitas vezes suspeitas. O nosso PT já passou pela “fantasia” de oposição. Hoje manda, e com larga margem para atuar da maneira como vem atuando.
Eu, particularmente, não desejo a manutenção do atual governo, nem de sua continuidade na pessoa indicada pelo titular do poder a substituí-lo nos próximos anos.
O governo de Evo Morales apresentou propostas concretas que irão dar maior transparência às práticas das políticas domésticas. A questão de terra gás e petróleo é o tripé para essa nova fase, mais as importantes medidas de manutenção de Congresso bicameral com maior representatividade indígena.
Outro ponto nevrálgico é o do tamanho que deseja o povo boliviano para as futuras fazendas: 12.355 acres (cinco mil hectares) ou 24.710 acres (dez mil hectares). As atuais grandes fazendas não passarão pelo crivo do referendo e nem sofrerão divisões.
A coca será considerada, de uma vez por todas, patrimônio e recurso natural. Já sucedeu de países “estranhos” tentarem manter bases militares por causa dos problemas das drogas. Aliás, a bem da verdade, não só a isto se prevaleceram esses “alienígenas” para porem suas patas em terras soberanas de outras Nações.
Ficam, pois, proibidas bases militares estrangeiras em chãos bolivianos.
Apreciei demais a intervenção de maneira indireta ao Poder Judiciário Boliviano. Os seus membros não poderão mais ser indicados por legisladores, mas sim pelo voto nacional. Isto implica dizer que só o povo soberano deve apontar aqueles que julgarão de maneira imparcial as questões não só entre os poderes, mas de toda a sociedade boliviana. E aos indígenas fica estabelecida a prioridade de julgar e apontar punições de acordo aos seus costumes, quando foram prejudicados por entidades ou por fatos que tenham o ranço do oportunismo e ilegalidade. Há outros pontos importantes em julgamento neste domingo em que a Nação boliviana deverá dar o “SIM” a Evo Morales. Aguardaremos as notícias por volta das 19 horas (horário de Brasília).

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

SOBRE "RÉPLICA AO SENADOR DEMÓSTENES TORRES

Prezado comentarista Hudson:

Li sua réplica, como sempre faço aos seus comentários, e aproveito o ensejo para juntar ao seus pensamentos os meus sobre a "RÉPLICA AO SENADOS DEMÓSTENES TORRES".
Acompanho há muito o seu raciocínio e só vejo nele acertos e críticas justas aos que, invejosos e odientos, se comportam de uma maneira não muito condizente à vida parlamentar, que é o caso do senador supra citado, em seu atual comentário. No meu blog fiz pequena modificação, mas que em nada muda o estilo e o objetivo a que se propõe o seu comentário; apenas marquei os pensamentos do senador com as suas iniciais - "DT", e a sua intervenção (críticas) com "HLVB", porque ao enviar a algum amigo e irmãos esse seu comentário, eles terão o trigo separado do joio.
Um grande abraço com a minha admiração e os meus respeitos.
Morani

UM OLHAR SOBRE O MUNDO

O que vejo eu quando paro de alimentar minhas aflições e me volto para os acontecimentos no mundo? Esta pergunta eu a estendo a você que me lê.
E por que menciono o mundo em vez de a Vida? A Vida e o mundo não estão integrados no dia-a-dia dos seres humanos? Eu poderia normalmente mencionar a primeira como objeto de reflexões, sem medo de cometer enganos.
A minha laje – já mencionada anteriormente aqui neste livro – se tornou um mirante privilegiado às minhas observações visuais.
Descortino toda a beleza regional destas montanhas que nos cercam, mas enxergo, além das belezas naturais, a agitação das pessoinhas que vivem neste mundo. Todos e tudo parecem tranqüilos, lá de meu mirante. A longe e deslizando sobre o viaduto veículos se cruzam, em idas e vindas, levando pessoas a todos os quadrantes de nossa cidade. O que se pode dizer dessa gente que conduz esses veículos? E o que se pode avaliar dessa máquina maravilhosa de transporte privativo? E os “caronas”, o que podemos pensar sobre eles? Não conheço a nem um só deles, mas sei que poderão ter comportamento agressivo se lhes fizermos qualquer coisa por mais banal que seja. Sentir-se-ão violados em seus direitos de cidadãos, tendo ou não razões para isso.


E o que se deve entender por direitos senão a obediência às regras impostas por Leis específicas nos Tratados Humanos?
Calcados a essas normas, o homem pode muito bem se conduzir de modo civilizado ao transitar por vias públicas.
No entanto não é assim que a economia da Vida, ou do mundo, se faz sentir. Não! O que vemos diariamente nos noticiários são as violações de todos os direitos que a Humanidade conseguiu, a muito custo, com o passar dos séculos. O normal era chegar-se a um ponto em que a civilidade não retroagisse, mas se projetasse a um nível mais elevado. Creio que só assim poderemos ser considerados seres inteligentes e, pois, civilizados.
Porém, o que vemos? O cerceamento aos direitos mais banais da cidadania como o ir e vir de cada um. A violência nas principais capitais do país cresce ordenada e junta ao crescimento populacional. E isto em todos os países mesmo naqueles chamados primeiro mundo. Que primeiro mundo é esse? Que civilização é essa que vira as costas à fome e à miséria das nações pobres? Que seres humanos do primeiro mundo são esses que gastam fortunas imensas em veículos espaciais? O que procuram esses seres irrequietos? Está aqui mesmo na Terra os principais objetivos para muitos estudos sociológicos e humanitários. A Fome pede que a olhemos com prioridades. Aquela e o desemprego, a falta de moradias decentes para muitos e os baixos salários, são os maiores responsáveis pela beligerância entre os homens. As sociedades não se entendem mais. Elas têm os olhos da ganância e os sonhos que nem mesmo os deuses têm. Que Vida é esta que se distribui de maneira desigual entre os homens?
As tragédias no Congo estão sob os nossos narizes. Evitamos sentir o cheiro da morte por fome, pelas injustiças e pelas violências, que exala de terras africanas. A fome e o precário estado de saúde das pessoas, em todos os quadrantes do nosso planeta, incluindo o nosso país, são notórios. O nosso é o primeiro em tudo de ruim e um dos últimos em tudo o que poderia ser bom. São tantas as mazelas de todos os dias, me tirando de minhas pequenas aflições, que abro ainda mais os olhos para a invasão covarde de uma potência como a dos EUA a uma outra, tão soberana quanta aquela.

Sem precisar ir muito mais longe, aqui mesmo, à antiga capital do país, grupos armados dos altos de seus morros mandam e desmandam sobre as nossas “autoridades” e suas policias. Nada se faz sem o aval desses grupos. O que responder sobre tamanha e audaciosa desfaçatez? O que pedir à população ordeira e trabalhadora? Que digam em um referendo o “sim” ao holocausto muito passivamente?
Desmistificar as intolerantes mentiras que sobrepujam as poucas verdades torna-se tarefa das mais urgentes, entre muitas outras falsas verdades propaladas como verídicas, aos governantes e à nossa “correta” e imparcial mídia.
Então, me pergunto: por que me envolvi às minhas legítimas reflexões não sendo nada diante dessa miséria hodierna que cresce no seio da população humana, de todos os continentes, numa escalada sem precedentes, se só me trazem desconforto mental?
Desanimam-me tais reflexões.
No momento, não as desejo mais.
Mereço um descanso, uma trégua, uma esperança nova.
Na verdade, todos nós merecemos.

Do livro "Toda Rua é uma Festa" - crônicas Augusto de Moraes

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

RÉPLICA AO SENADOR DEMÓSTENES TORRES

Réplica ao Senador Demóstenes Torres
O senador demo Demóstenes Torres, talvez entediado pelo recesso de início de ano e não encontrando explicação plausível sobre o suposto grampo do qual teria sido vítima ao lado de Gilmar Mendes – o único grampo que se tem notícia no mundo em que o conteúdo vazado corrobora com a imagem de homens probos da(s) vitimas(s) –, nos brindou semana passada com um artigo publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat.

Noblat, para quem não sabe, é um jornalista calejado e bem conhecido em Brasília. Tem sua caneta, ou teclado, sempre a disposição dos interesses dos patrões, a família Marinho. Há não muito tempo, em 2007, veio à tona, não pelo blog do funcionário dos Marinho, a ligação do jornalista com o escândalo de desvio de verbas que envolvem o ex-ministro cardosista Raul Jungmann e a empresa da mulher do próprio Noblat. Em seu blog, obviamente hospedado na globo.com, além do político goiano podemos encontrar Lúcia Hipólito e Ateneia Feijó, duas neoliberais de carteirinha e figuras que passeiam com desenvoltura entre os círculos demo-tucanos vomitando preconceito e intolerância social. Para passar ao grande público um ar de “ecletismo”, Noblat dá espaço a outras personalidades como o ex-ministro Cristovam Buarque – no que Buarque se diferencia substancialmente do pensamento neoliberal? – e Rui Falcão, candidato a vice-prefeito de São Paulo ao lado de Marta Suplicy em 2004.

Separei algumas passagens do artigo, a seguir as quais vem meus comentários.

OBS. Em nada mudaria, eu, o comentário in totum de meu preclaro amigo Hudson, mas marcarei com as iniciais do senador (“DT”) aquilo que a ele deva ser atribuídO, e ao replicador as suas iniciais: (“HLVB”).


(...) A turma do governo realmente trabalha para ficar no poder além de 2010 com o fervor utilizado, inclusive por esses mesmos personagens, para tentar encurtar o mandato de presidentes anteriores (...) (“DT”)


O “outros” ao qual se refere Demóstenes Torres tem nome e sobrenome, chama-se Fernando Henrique Cardoso. Em 1999 FF.HH. iniciava o segundo mandato em tais circunstâncias:
a) dois anos antes dera um golpe branco e fez aprovar através da compra de votos a emenda constitucional da reeleição. Vale lembrar que o Brasil não possuía tradição alguma em tal instituição. A única experiência desse tipo no Brasil foi durante a Primeira República – um período historicamente conhecido pela falta de instituições democráticas, pela dominação oligárquica e pelo coronelismo, além claro, do voto de cabresto – ainda assim num único estado da federação, o Rio Grande do Sul. Lá Borges de Medeiros a partir de 1913 se reelegeu até eclodir a revolução de 1923 findada com o tratado de Pedras Altas, onde ficou acertado o fim das reeleições naquela unidade federativa. O jornalista Sebastião Nery em seu livro “A eleição da reeleição”, narra que um projeto de reeleição foi apresentado ao ditador Garrastazu Médici por um grupo de militares e políticos civis, e até o ditador a rechaçou.
b) FF.HH. abusou do estelionato eleitoral ao manter a paridade cambial. Após o resultado das urnas, reeleição garantida no primeiro turno, deu o sinal verde para o Banco Central abolir a paridade e o que se viu a seguir foi a economia brasileira entrar em recessão, a quebra de várias empresas e o desemprego subir a estratosfera. Fomos jogados a uma calamidade social-econômica anunciada e alertada anteriormente por economistas e analistas não alinhados com o entreguismo, marca forte do período FF.HH. –
c) denúncias respingaram diretamente sobre o presidente quando veio a público o conteúdo de conversas telefônicas entre o então Ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros e o presidente do BNDES André Lara Rezende. Nessas conversas o ministro, um dos gurus econômicos de FF.HH., dizia com todas as palavras que estavam “no limite da irresponsabilidade” e fazia menção ao Presidente da República. As conversas eram acerca do processo de privatização do sistema Telebrás – ainda no primeiro mandato tucano –, dando nitidez ao caráter fraudulento daquele processo onde um grupo liderado por Daniel Dantas e outro por Carlos Jereissati, irmão do à época governador cearense Tasso Jereissati, foram beneficiados através da Previ – fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Em suma, integrantes do governo manipularam os recursos de fundos de pensão, em especial da Previ, para que um grupo de empresários, sem dinheiro, comprasse o mais extenso e bem estruturado sistema de telecomunicações do mundo.
Portanto tenho hoje a mesma opinião que tinha naquele momento da Historia do Brasil. FF.HH. não reunia condições morais e nem capital político, ainda viu o apoio popular se esvair, para continuar a frente da Presidência da Republica. A forma como entregou o Brasil a Lula em 2002 só faz comprovar essa tese.
Sobre um grupo político, no caso especifico uma parcela do PT e aliados, lutar para manter-se no poder, isso não pode ser visto como pecado capital ou crime de qualquer natureza. É parte inerente da chamada democracia jeffersoniana, ou para usar um termo mais comum, liberal-burguesa, os partidos buscarem o poder, assim como procurarem manter-se nele caso já o tenha conquistado.
Peguemos exemplos simples oriundos de países com maior tradição nesse tipo de “democracia”. Na França Jacques Chirac esteve no poder por doze anos ao fim do qual elegeu seu sucessor Nicolas Sarkozy (ex-ministro do Interior). Na Inglaterra Tony Blair chegou ao poder em 1997 lá ficando até maio de 2007 e deixando como sucessor seu ministro da Fazenda Gordon Brown. Nos EE.UU; o berço de tal democracia e certamente o país com as instituições liberais mais fortes e calcadas no seio da sociedade, recentemente os republicanos não abdicaram de indicar um candidato à Casa Branca mesmo com o partido estando a oito anos no poder com o cowboy Bush. Clinton ao final de seu segundo mandato também se esforçou para eleger All Gore, então vice-presidente. Antes disso os republicanos, com Reagan e Bush pai, haviam ficado doze anos ininterruptos na Casa Branca e não ficaram mais porque Bus pai não se reelegeu.
Voltando a política doméstica, quando José Serra terminar seu mandato como governador de São Paulo, terão se passados exatos dezesseis anos de tucanos a frente do Palácio dos Bandeirantes. Não vi, ouvi ou li nada que desqualificasse “institucionalmente” a pretensão tucana de eleger, ou quem sabe reeleger, o próximo governador paulista. (“HLVB”)


(...) Dia sim, e outro também, o presidente elogia Hugo Chávez, que governa sem oposição e sem o menor interesse em deixar o comando da Venezuela (...) (“DT”)

O fato de Lula tanto elogiar Hugo Chávez seria algo normalíssimo e corriqueiro na cabeça de qualquer cidadão latino-americano, afinal ambos sabidamente além de governarem países fronteiriços, têm, no mínimo uma visão, de América Latina bastante próxima – infelizmente nunca semelhante. Todavia para o senador goiano bom mesmo seria Lula elogiar Bush, Olmert, Berlusconi, Uribe e outros dessa mesma patota. Quem sabe o ex-premiê austríaco Jörg Haider, dirigente ultra-direitista.
No mais ao afirmar que Chávez governa sem oposição, Demóstenes usa do subterfúgio da desinformação para formar a opinião dos desavisados. Em dezembro último a Venezuela passou por eleições nas quais estavam em disputa praticamente todos os governos regionais e onde a oposição levou o governo da capital e mais cinco estados.
Criticar Chávez por tentar manter-se no poder, como está implícito no artigo, é descaradamente usar dois pesos e duas medidas. Pois o senador goiano não faz criticas tão severas a Alvaro Uribe que, mesmo após a Suprema Corte colombiana dar por inconstitucional, está numa cruzada em prol da re-reeleição. E por que cargas d água Demóstenes não fala palavra alguma sobre Michael Bloomberg o prefeito de Nova Iorque que acaba de aprovar no Conselho da Cidade (equivalente à Câmara de Vereadores no Brasil) uma medida que lhe permite concorrer a um terceiro mandato consecutivo. Por acaso não é Nova Iorque a materialização do “sonho americano”, a cidade referencia dos EE.UU. e do “american way of life”. Nova Iorque não está no seio do país que é berço e farol da democracia jeffersoniana. Por quais interesses atende Demóstenes ao fazer ouvidos moucos para a questão nova-iorquina e colombiana e dar tanta ênfase a Hugo Chávez a quem chama de coronel?
Novamente falando do narco-governo de Uribe, a quem Demóstenes Torres poupa criticas e tece elogios, cabe lembrar que o Congresso estadunidense ainda não aprovou o TLC, acordo de livre comércio entre EE.UU. e Colômbia, elaborado pela Casa Branca. Os congressistas, em especial os democratas, têm como um dos argumentos o nível de violência contra integrantes de sindicatos na Colômbia. Nancy Pelosi, Presidente da Câmara dos Representantes, criticou o governo (Bush) por apresentar a proposta antes de tratar de pontos importantes, incluindo como diminuir os ataques contra trabalhadores organizados na Colômbia. Será que os congressistas democratas são na verdade agentes das FARC?


(...) Com popularidade semelhante à da administração de Saddam Hussein pouco antes de ele se esconder em um buraco no Iraque, o governo foi incapaz de produzir um candidato competitivo para conservar o cargo. Assim, ao menos um setor da indústria não pode reclamar, o de fabricação de nomes para ser o chapa-branca na próxima eleição. Primeiro, foi José Dirceu de Oliveira, pré-candidato a manter o reino até ser tragado pelo caso Waldomiro e expelido pelo mensalão. Depois, falou-se no deputado Ciro Gomes, esquecido por ter um "defeito" irrecuperável na avaliação do comissariado: não é do PT (...) O desfile passou ainda pelos ministros Patrus Ananias e Tarso Genro, até desaguar na ocupante da Casa Civil, Dilma Roussef (...) (“DT”)


A Comparação da popularidade de Lula com a de Saddam Hussein é desprovida de fundamento lógico e se mostra tão vazia quanto esdrúxula. Analogia típica de alguém cujo âmago está acometido pelo despeito e inveja. Como se dissesse, desqualifico o governo porque não gosto (tenho inveja) dele e pronto.
É obvio que existem motivos pra criticar o governo Lula: a não restrição a remessa de valores para o exterior – ainda mais num momento de crise aguda como este –, o incentivo ao agronegócio, a desnacionalização de terras brasileiras, a manutenção da política pró especulação financeira na Bovespa e tantas outras coisas mais. Acontece o seguinte, isso Demóstenes não pode criticar, pois é exatamente a cartilha neoliberal que ele prega.
O fato da mídia, e do próprio PT, ter aventado alguns nomes pra a disputa presidencial de 2010 com o apoio do Presidente Lula é algo tão corriqueiro quanto dobrar uma esquina. Não tenho dúvidas que José Dirceu seria o nome natural do partido caso não tivesse caído nas armadilhas de sua própria vaidade para depois sofrer uma enorme perseguição política. O mensalão, que até hoje é pobre em provas contundentes, levou Dirceu para o olho do furacão de uma crise conjuntural. Dirceu teve o mandato de deputado cassado mesmo estando à época num cargo do executivo, era Ministro-Chefe do Gabinete Civil. Assim, a oposição farisaica transformou o presidencialismo em parlamentarismo. Já Patrus Ananias e Tarso Genro são nomes, a meu ver, dentro da atual conjuntura política nacional, preparados para a presidência da República. Agora Ciro Gomes é realmente difícil de engolir. Existe uma rixa grande entre os setores mais populares do PT ele bem antes do ex-presidenciável, literalmente, beijar a mão ACM e ter como coordenador de sua campanha Her Jorge Bornhausen durante a campanha de 2002. Aliás, ACM e Bornhausen são ícones do Demo, partido de Demóstenes.
Noves fora não sobra nada do artigo do senador goiano. Quem sabe nessa semana ele se preocupe mais em tratar de assuntos complexos como a sede de lucro do empresariado nacional e custo que isso significa para os trabalhadores brasileiros ao invés de ficar fazendo a habitual política comezinha. Deixo como sugestão a Demóstenes Torres que leia um pouco de Antonio Gramsci. Para o filosofo e líder comunista italiano a “grande política” é aquela que põe em questão as estruturas de uma sociedade, e a “pequena política”, a que se limita a administrar o existente. (“HLBV”)
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 15:51

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

VISITA INTENCIONAL

Visita intencional


Visitando o DISSOLVENDO-NO-AR-BLOGSPOT.COM tive a oportunidade, e grata satisfação, de ler o comentário do senhor Walden Bello professor de Ciências Políticas e Sociais da Universidade das Filipinas, membro do Transnacional Institute de Amsterdã, presidente do Freedom From Debt Coalitions e analista sênior do Focus on the Globas South – Novo Consenso Capitalista Está em Gestação – sobre os novos pensamentos para por nos eixos um mundo econômico dominado pelo neoliberalismo fracassado sem ter contribuído, em nada, para a felicidade das nações que o admitiram.
O comentário, longo e bastante detalhado em informações, é um alerta às esquerdas para esses novos planos [do mundo capitalista reformado] que deverão substituir o defunto neoliberalismo, mas sem deixar, naturalmente, os cacoetes e os rumos com os quais farão os mesmos caminhos nessas buscas desenfreadas a uma nova filosofia e estilo de vidas.
Ao meu pobre entendimento, a globalização não foi um bem para o Brasil. Mal o governo de FHC se encerrou, com perfil neoliberal, o outro, que o substituiu, mergulhou de cabeça nas águas turvas do servilismo fiel às novas ordens mundiais, conquanto fosse o senhor Luiz Inácio “Lula” da Silva contrário àquele processo deletério que infestou o globo pós II Grande Guerra, guerra de bastidores, queda do muro de Berlim e outras efemérides que desejem arranjar porque tudo é motivo para “reformas de base”.
A prática da globalização não é novidade na vida dos cidadãos. A Roma dos Césares já a havia adotado mesmo sem ser, nem de longe, a Nação mais poderosa daqueles dias de conquistas das Legiões Romanas. A Grécia trilhou o mesmo caminho e, em ambas, e principalmente nessa última, a democracia plena subiu ao pedestal das novas ordens. A bem da verdade, o poderoso Império Romano foi se deteriorando deixando todo o seu povo mergulhado em pobreza e em imundícies sabidas pelos estudiosos. As ruas de Roma eram fétidas. Não havia infra-estrutura alguma em favor do trabalhador considerado, então, escravo das elites. Aonde foram empregadas as riquezas provenientes de saques às nações conquistadas? Os césares já não vivem mais para as devidas explicações.

Pode-se afirmar, atualmente, que essa prática, agora assessorada por novas ciências e desenvolvidos pensamentos filosófico-social, contribuíram de alguma forma ao desenvolvimento dos mais necessitados tomando as rédeas a uma distribuição de renda mais justa e eqüitativa, ou tudo foi, mais uma vez, direcionado à elite dominante do sistema?
A ordem social “reformada”, preconizada por diversas figuras de projeção do universo financeiro como Jeffrey Sachs, George Soros, David Held e Bill Gates entre outros, é a de obter a revitalização do consumo em torno do capitalismo global. Então pergunto muito legitimamente: haverá novidades se os rumos que desejam as elites continuam com a mesma máscara de sempre?
Convenhamos: as elites jamais serão alijadas a quaisquer processos reformistas, pois todos eles os brindam sobremaneira. Isso toma ares de quimeras. Não creio, particularmente, em novas aberturas econômicas que possam socorrer países em desenvolvimento, nem que o novo presidente eleito Barak Obama seja considerado o novo Messias da Nova Ordem Mundial. Ele será o presidente dos democratas e dos republicanos norte-americanos já “entupidos” de sérios problemas internos a serem resolvidos. Lógico o seu desejo em manter os rumos da política externa para o Afeganistão – uma de suas plataformas de campanha vitoriosa. Os EUA jamais abrirão mão de seus domínios econômicos bélicos e políticos para os países do Sul, e mais principalmente aos em ascensão desenvolvimentista.
Porém, justo seria, como aventa essa hipótese o comentarista Walden Bello, que cada país fosse respeitado em suas políticas internas não se permitindo aos alienígenas interferências tão comuns havidas no governo extinto do senhor FHC. Até mesmo os salários do povo brasileiro eram impostos pelo famigerado FMI – acrônimo odiado por muitos.
A Humanidade já experimentou e suportou diversos modelos de governo e de economia. Já tivemos o imperialismo [ainda sobrevivendo no Japão] o comunismo e o socialismo plenos; a social democracia de Adolf Hitler atualmente implantada, com profundas reformas, na Alemanha de nossos dias e as ditas democracias republicanas, tão maléficas quanto o é a globalização neoliberal.
Pelo projeto em gestação, a globalização será tomada às mãos dos neoliberais para cair em quais mãos?

E tudo para acabar de uma vez por todas (?) com a pobreza e a fome no mundo. De uma coisa estou certo: jamais a pobreza – esse tumor canceroso – será debelada totalmente do planeta. Jamais haverá igualdade aos direitos, mas sim às obrigações.
Não será o sonho de um novo “Plano Marshall”, ou a re-introdução do “New Deal”, de Roosevelt, que nortearão com justiça e com profundo respeito humanitário os futuros governos.
A SDG será mais uma nova sigla [um novo e faccioso acrônimo] a se juntar as outras milhares delas como ONU, OMC, UN, TRIP,BID, UNESCO etc., etc.
Em determinado ponto de seu comentário o senhor Walden Bello afirma: “A SDG é um projeto tecnocrático (não o foram os outros?), com especialistas (não os tiveram os anteriores?) formulando e executando “reformas sociais” desde cima, não um projeto participativo nos quais as iniciativas são tomadas de baixo para cima.”
Todas as reformas levadas a efeito pelos senhores das leis jamais foram de cima para baixo ou vice-versa, mas sempre direcionadas exclusivamente às classes de “baixo” e nunca a favorecê-las, mas, sim, para retirar delas direitos, levando-as a guetos sociais, sem que lhes tremam as mãos no momento de porem as suas rubricas às diretrizes adotadas em futuro imediato.
Chega de reformas nos sistemas. Fazem-se urgentes reformas urgentíssimas dos homens de seus pensamentos reformistas e de suas filosofias capengas e egotistas.
A única medida acertada para já, sem mais delongas, é o cancelamento das dívidas dos países em desenvolvimento, a fim de que esses recursos possam ser utilizados para estimular a economia local e usados, prioritariamente, no social no resgate real dos direitos e bem-estar das classes que realmente produzem riquezas.
Então, sim, os povos livres do peso das dívidas, não contraídas pelos trabalhadores, poderão lobrigar uma luz no fim do túnel.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

COISAS DE EDUCAÇÃO

Em 16/01/2009




Crianças e já nos ensinavam que devíamos temer a Deus. Não pecar, ou seja: não praticar “coisas erradas” porque Papai do Céu nos castigaria mandando-nos queimar no Inferno!
Que pavores tínhamos nós, crianças caminhando para a puberdade, Àquele Deus Todo-Poderoso sentado em um trono acima das nuvens (assim eu imaginava, nos julgando e condenando ao fogo eterno do Inferno que para mim ficava abaixo, muito abaixo do chão, lá no interior do planeta, que eu nem sabia ser um planeta o local em que nós vivíamos!
Assim era ensinado nas escolas dominicais e nas missas; assim era comentado por pessoas mais velhas; e assim era como se abordava o assunto em nossas casas. Já tínhamos muitas vezes um pai terreno rigoroso. Para que um Pai do Céu mais rigoroso ao nosso? Então o que poderíamos fazer para não irritar aquele Pai e Juiz? Quais brincadeiras nós poderíamos inventar, sem ofendê-Lo? Como fazer para escapar aos Seus Olhos Vigilantes, a todo o momento, quer em casa, quer na rua?
Quer dizer: tínhamos as nossas cabeças cheias de culpas e o medo se agigantando em nossos corações a tolher nossos passos e cerceando os nossos mais íntimos pensamentos! Assim, chegamos à idade adulta com falsas bases a respeito de Deus.


Até a bem pouco tempo eu ainda trazia arraigado no meu íntimo esse medo de ofender a Deus. É verdade que esses sentimentos são uma espécie de freio. É como um bridão a impedir que façamos “coisas erradas” porque Ele está nos olhando. Mas é também verdade que esse medo nos engessou a um sentimento de culpa que nos seguirá à Eternidade nos impedindo de “ver” a Face de Deus!
Falácias! Quanto nos despersonalizou tais ensinamentos! Inferno, onde você está? Diabo, senhor das trevas, onde se encontra? Fogo eterno, onde arde? Sei, hoje, onde arde: nos corações covardes de quantos tenham aceitado essas mentiras que os grandes dignitários das igrejas implantaram nas mentes e nos corações desavisados!
O Universo foi feito e criado somente com um sentimento: o do Amor. O Pensamento Divino se Fez e o Universo se expandiu com todas as suas leis diretrizes e oportunidades iguais para todos os seres vivos, sejam do reino animal, vegetal ou mineral! Mineral? Sim! Porque tudo o que existe é O Que É e que O Será Sempre! Toda a Sua Mensagem para a Sua Criação sempre foi e sempre será de Amor e, por isso, desnecessário é o Seu perdão para os nossos “erros”.
Os medos nos foram inculcados desde remotas Eras por sacerdotes inescrupulosos que, impingindo o terror, nos vendiam o perdão! Que poder tinham, para agirem assim?
Aqueles, sim, sempre encarnaram, e encarnam até os dias de hoje, a Coisa diabólica que perseguem os crédulos dessa doutrina! O fogo do Inferno crepita em suas almas torturando-os de maneira cruel, mas Deus, Atento e Cuidadoso aos seus filhos, continua de Braços Abertos a todos, inclusive para os mais perversos de Sua Criação!
Assegura-nos, com firmeza, Neale Donald Walsch – autor do livro Conversando Com Deus – que até Hitler foi para o Céu!
Não ouso corroborar nem desdizer tal afirmação do referido livro, mas acredito, contudo, que Hitler terá como tantos outros déspotas, que a humanidade viu nascer e morrer, o Seio de Deus para se achegar a Ele, entendendo-O com sabedoria e com humildade.


Então, sim, Adolf Hitler deixará a veste de ovelha perdida para encontrar, ao final, o caminho do Aprisco Celeste.
Como Pai Amoroso, Ele Receberá a todos os “pecaminosos” de todas as Eras; os “enganados” de todos os tempos e os “infelizes” dos ontem, os do hoje e os dos amanhãs.

Do livro "TODA RUA É UMA FESTA" - Crônicas, de Augusto de Moraes

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

UM MUNDO SEM NOVIDADES

Em 15/01/09


Chegando a minha página de Ig-mails não encontro nada novo. As telinhas, sim, teimam todos os dias levar ao ar notícias da guerra na Faixa de Gaza (1); troca de tiros em plena via pública entre policiais e bandidos (2); seqüestros relâmpagos ou não de fundo passional(3); políticos se locupletando a mais uma de suas muitas prerrogativas - a de serem indenizados por despesas com vacinação (4); os senhores ministros dizendo coisas que não poderão ser desmentidas pelo Presidente da República (5); os magnatas sendo soltos (6); mafiosos italianos sendo recebidos no Brasil e liberados para passeios pelo calçadão de Copacabana (7); o Congresso venezuelano aprovando mais uma candidatura à presidência de Hugo Chávez (8); os empresários chantageando os trabalhadores junto ao governo federal: ou se diminui a carga horária de trabalho com diminuição dos salários ou haverá dispensa em massa. O nosso "amigo" da Vale está fazendo seguidores (9); as TVs paulistas, em seus horários esportivos, falando só dos times de lá: Palmeira, Corintians, São Paulo e Santos (10), como se o Rio de Janeiro não tivesse clubes mais que campeões (olhem o meu Flamengo!); enchentes atormentam de novo Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo e SÃO PAULO - destaque para a cidade que não dorme(11); o PMDB luta para ter candidatura própria se o partidão deixar (palavras do presidente do Senado)(12); a pedofilia aumenta a cada dia (13); e outras notícias cansativas pela monotonia da repetição.

Será que neste Brasil tão grande, neste mundo tão imenso, com esse Universo sem termo não haverá alguma novidade?

Do 1º ao 13º, não há novidade alguma; são noticias de sempre, fatos xerocados de outros. Estou ficando enfarado... A Europa está aparentemente calma; a Ásia, idem; o Oriente Médio só faz crescer, está calmo também; a África nos manda as mesmíssimas notícias de covardes guerras genocidas e outras atrocidades contra a população negra, nossos amados irmãos covardemente massacrados. Nem os foguetes, os tanques, os helicopteros fazendo às vezes de bombardeiros e os suícidas palestino são mais novidades.

Acho o mundo vivendo um período de PAZ (?) "Paz nosso que está no céu..."

Dei-me o direito a escrever como antes: tremas e etc. etc.

Um grande abraço, enquanto espero novidades explosivas (não assassinas!)que valham a pena um comentário.
Morani

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ASSIM SOMOS TODOS

Encontrava-me em meio a uma tarde de sol sob a laje de minha residência, no bairro Perissê, com os olhos voltados à cadeia de montanhas que descortinava muito claramente de lá.
Tinha à minha frente, como principais componentes dessa cadeia, as Duas Pedras – imponentes e majestosas a refletirem a luz soalheira.
Pelos anos nos quais as vejo já deveria estar acostumado vê-las a distancia sob essa luz límpida – sem poluição – que se tem em Nova Friburgo, mas não é assim. Às vezes, envoltas pela refração a tanta luz, as monolíticas pedras gêmeas acham-se mergulhadas em uma atmosfera baça; outras vezes, é quase um recorte tênue contra o céu muito azul; outras, ainda, se mostram em todos os detalhes de suas rachaduras que mergulham, desde o alto ao sopé, quais cascatas petrificadas.
Essas Duas Pedras têm existência milenar. Olham-nos, de suas cavaleiras alturas, com altivez. Lembram-me antigas muralhas construídas em torno das cidadelas como baluartes defensivos. Olhando-as, despertam em mim algumas considerações a me roerem internamente.
O tempo de suas existências faz-me sentir o quanto sou nada diante dessa milenar conformação pétrea. Elas ali estão, e continuarão por outros tantos séculos com a mesma altivez e grandiosidade a me dizerem: “Aqui ficaremos por muito e muito tempo, enquanto você passará restando, apenas, uma insignificante lembrança na economia da Vida.”
Diante dessa verdade crua quedo-me, acabrunhado, me sentindo o menor dos seres ou um grão da poeira cósmica que se espalha pelo Universo e se perde na imensidão.


Realmente esta é toda a expressão da verdade Nada somos ou antes, assim somos todos – nada, diante dessas rochas que apontando para o céu hão de ver os séculos passando sabendo, altaneiras, estarem fincadas ao chão por toda a eternidade.
Isso dói demais. Dói saber que somos um piscar de olhos ou uma faísca elétrica e insignificantes criaturas sobre a face da Terra.
Invejo, sim, essas Duas Pedras formidáveis que me olham de lá, serenas, a zombarem da minha da minha fragilidade. Elas estarão lá olhadas para sempre por outros olhos, tão amadas como são agora por mim.

Do livro "TODA RUA É UMA FESTA" - Crônicas, de Augusto de Moraes

sábado, 10 de janeiro de 2009

DESCULPAS DE UM BLOGUEIRO

10/01/09

Não sei a que atribuir tamanha confusão em minha resposta, de 08 do mes corrente, a uma parenta (sobrinha de Curitiba). Essa resposta se acha inserida na página de meus blogs. Antes de conseguir o meu intento - o de publicar a minha mensagem - tive vários contratempos com o provedor Google que, não aceitando a solicitação normal, mostrava uma janela com códigos e alguns esclarecimentos que em vez de se tornarem luz fizeram-se trevas. Não sabia a razão das negativas sucessivas. Por fim, após muita insistência logrei êxito. Contudo, poderão ver os que acessarem essa resposta, acima mencionada, toda a confusão no texto que redigi tão limpo, tão claro e tão objetivo. Ficou descaracterizado, alguns trechos sem sentido, embaralhado como cartas em mãos mágicas do logro. Declino minhas desculpas, e muito principalmente ao amigo Hudson, que a inseriu em seu estimado blog "Dissolvendo-no-Ar". Não me culpo pelas falhas. Eu jamais mandaria, em sã consciência, ao meu próprio espaço, uma salada amarga como ficou a minha redação em meu blog. Lastimável, mas possível acontecer.

Era o que eu tinha a esclarecer nesta data. Grato por toda a atenção que me for dispensada. Abraços.
Morani

RESPONDENDO A UMA PARENTA

10/01/09

Minha querida Raffa:

Muito belas e verdadeiras as palavras que não sendo suas transmitem o mais fundo de sua alma e de seu coração aflito pela verdade dos sentimentos. É verdade: escondemos a nós mesmos, e logicamente aos outros, toda uma grei de emoções que se usadas normalmente nos dariam a paz desejada e a tranquilidade de nossas consciências. Já tive oportunidade de comentar com uma sobrinha de Curitiba - filha de meu falecido irmão Sergio - que os homens preferem se fazer ilhas em vez de arquipélago; de se fazer deserto em detrimento a um oásis; de ser só a ser multidão fraterna, doce e compreensiva. Muitas vezes assassinamos esses nossos sentimentos e damos a esse crime várias desculpas. Não sabemos, ainda, enfrentar a nós mesmos diante a um espelho tão translúcido como o é a Vida. E vamos remando ao contrário, mergulhando no caos e nas incertezas, sem esquecer as mentiras.
Não é dificil abrirmos essa caixa de Pandora, onde escondemos nossa outra face suja de alfenim. Desmistificar deveria ser o objetivo de quantos sofrem por guardar sentimentos sinceros e verazes como se guarda velhos livros bolorentos em estantes, nos esconsos de nossas almas medrosas, que só desejam campo aberto às suas prerrogativas. Somos assim e não há jeito! Somos débeis demais, mas preferimos nos mostrar fortes. Vamos construindo nossos castelos com tijolos de areia, sem a argila que daria a firmeza à obra. Colocamos as máscaras da alegria insosa, pisamos pântanos, em troca prejudicial, ao chão firme. Enganamo-nos como se enganavam os bobos das cortes da era medieval, enganando a todos os circundantes. Os risos frouxos revelavam as alegrias facciosas, as sensações comesinhas das coisas sem brilho, as farsas humanas, enfim. Todos vivem intramuros - a mais drástica prisão na qual nos colocamos conscientemente. E por quê? Porque muitos de nós amam o sofrer, assim como os verdadeiros poetas amavam se sentir assim. No entanto, ao longe, podemos divisar luz, alegria, liberdade e gozo total para podermos, se assim o desejarmos, mergulhar nessa esfera iluminada que é a Verdade sem os sintomas de falsa indiferença. Lembra-se da fábula da raposa e das uvas? Essa raposa somos nós, e as uvas são os doces prazeres de uma vida verdadeiramente fiel aos principios do direito de vivermos na plenitude de nossa liberdade. "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

Fico por aqui. Espero ter colaborado ao seu atual espírito de confabulações pessoais, liberando-a às suas incertezas e aos seus medos.

Abraça-a seu velho tio enjoado.
Mário
(Morani)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CARTA A UMA PARENTA

Friburgo, 07/01/09


Aninha:

Quando ainda se é criança, não imaginamos as quantas voltas darão nossas vidas; parece-nos, em nossa inocência sonhadora, que a Vida não há de mudar jamais e quando se é feliz, nessa quadra da existência, tudo nos sorri com um tom rosa primaveril; longe estamos então de imaginar as escaladas sofridas pelas quais deveremos passar um dia. Às vezes, temos a ventura de ter uma formação adequada, construindo para nós uma armadura de proteção infensa, realmente, a quaisquer assomos de infelicidade e aos nossos desastres pessoais; outras vezes nos vemos lançados em emaranhados impensáveis.
Vemos os nossos castelos, construídos em criança, em bases de sonhos próprios à fase, esboroarem-se como aqueles de areia que erguemos à beira mar. Acontecem a eles, naqueles instantes de mais pura alegria e de nossa total entrega infantil, a derrocada sob as mãos líquidas e implacável do oceano.
Se pudéssemos à época sentir despertar qualquer coisa inusitada, além de testemunhar
fato corriqueiro, teríamos o aviso a grosso modo de como poderia ser nosso futur, porque uma vida, erguida em apenas sonhos assim, é frágil como a camada de gelo que se forma nas superfícies dos lagos.

Se somarmos todos os sonhos familiares vazios num só, como um feixe de belos ramalhetes de flores, de aromas diversos, vamos colher, mais tarde, a semente da insensatez, a haste da intemperança e as folhas murchas da indiferença. Pois foi isso – sinto - o que lhes sobrou da vida com a morte de seu pai, meu irmão Sergio. Sei que meu mano foi rigoroso com todos como foi nosso pai e como o foi o pai de nosso pai, nosso avô Manoel Machado. Esse rigoroso processo foi o cimento que nos
uniu, funcionando como tijolos que colocados a prumo na construção exata da
obra bem acabada de nossas famílias, deram os pilares seguros que só o tempo e as distâncias desuniram fisicamente, mas nunca emocionalmente. Não foi, pois, a falta de amor, nem o respeito de uns para com os outros. Foram as circunstâncias que se abateram sobre as quimeras de cada qual, de seus projetos e objetivos de vida. É uma pena saber que nossa cunhada não aceite as opiniões de alguns filhos, assim como é lastimável de alguns filhos, assim como é lastimável um pai negligenciar sua atenção e o mínimo de seu amor a um seu rebento.
Presumo que aquela viagem que ambos fariam ao nordeste - Bahia se não me
engana - já não tem razão de se concretizar. Mas isto não me soa como novidade. Os homens se fazem ilhas quando deveriam ser arquipélagos; se fazem desertos quando deveriam ser oásis; se fazem únicos quando deveriam se fazer coletivos. É tão somente uma questão de falta de uso de o verbo intransitivo AMAR, como já disse um nosso grande Poeta. Quanto a mim, sim, estou premiado com todos os pequenos males que, unidos,formam um grande abismo – um oceano que se prepara para
o tsunamis. Bem minha cara sobrinha assim é a chegada do inverno dos homens; todos, mas nem sempre todos, chegarão lá. Cuide-se agora para não colher os espinhos desses tempos nem o de provar o sumo amaríssimo dessa quadra da vida. Já fez os exames necessários? Não negligencie a isso.
Não seremos sempre jovens dispostos, saudáveis, sonhadores: somos,agora um amontoado
de feixes nervosos, músculos, ossos, carne e pele. Estes componentes se desgastam, só restando a inteligência. Às vezes, nem a memória fica intacta; a inteligência e a memória são coisas distintas.
Quando digo inteligência, me refiro à lucidez do Espírito e à pujança da Alma imortal.
Aja de acordo ao seu coração consorciado ao de sua Jéssica – a filha que deve dar o seu aval para as medidas que a mãe deseja tomar. Se ela acordar com a lição a ser dada, e que isto não lhe vá trazer mais problemas, faça. Muitas vezes precisamos de uma sacudidela em nossos rumos; de sermos de nossos despertados de nossos egotistas. Encerro este e-mail com protestos da mais alta estima a voces, desejando climax suave a ambas. Não se desgastem, porém.
Um grande abraço com os nossos votos a que tudo tome outro rumo. A união faz a força e esta o triunfo. Eis um velho adágio popular, mas já tão desgastado atualmente, tão frouxas está a união entres os homens.

Tio Mario

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

CARTA A UMA PARENTA

06.01.09

Minhas queridas:

Antes de mais nada, desejo abraçar Jéssica pela data de seu aniversário. O que posso desejar a você, minha cara sobrinha, se já é brilhante nos estudos, se tem o amor de sua mãe e se não de algumas tias deveria ter (espero que seja verdade) e ainda o de sua avó? O que mais posso desejar a uma pessoa jovem que tem toda uma vida pela frente para fazer o melhor e o maior de todos os atos que nos engrandecem e estimulam? Somente o de abraçá-la pela data de ontem. Parabéns, muita disposição, saúde, felicidades, harmonia, tolerância e muito, muito amor! Aproveite os dias de sua mocidade para que não cheguem àqueles dias em que poderá dizer: "-não tenho prazer neles". Esta é uma passagem bíblica, se não me engana, do Eclesiastes. Um conselho Divino aos homens. Outro assunto: "Quem sabe poderemos nos ver pessoalmente?" Palavras sugestivas de sua mãe. E por que não? A porta de minha casa está sempre aberta às pessoas queridas. Cheguem, batam e serão atendidas. Faremos gosto.
Aquela que mora em Recife Aninha é como cigana; desdenha as pessoas chegadas a ela pelo sangue e pelas afinidades; sempre foi tratada com carinho e teve a nossa constante preocupação; a essa não consigo nem desejo perdoar. Já disse: “-Se ela procurar, por quaisquer meios, minha neta Marina, sua sobrinha, que se não é um anjo de candura também não é o demônio, “patricinha” nem prostituta, mas uma moça sofrida, sem pai (como é importante o pai!), sem horizonte ou perspectivas de uma subida na escala profissional.” É feliz a sua maneira. Aqui no seio de meu lar ela encontrará sempre amor, dedicação, conselhos, amizade sincera e as nossas almas. Já a cigana não! Sei bem dos avatares em vidas pregressas. Diz a Palavra do Senhor: - Há tempo para viver e para morrer; tempo de alegria e de tristeza; tempo de amar e de odiar; tempo de perdoar e de castigar, tempo de querer e de desprezar! Enquadro-me a todas as prerrogativas. Devolvo as afrontas que me fazem; em criança, e até à adolescência, guardei muitas dores, perseguições e ódios, castigos e intrigas. Já não me satisfaz suportar quaisquer afrontas a mim ou a um de meus familiares; Marina é neta, mais filha que neta, mais filha que essa cigana prepotente, angustiada na vida, desorientada e desligada aos problemas das irmãs Nelma e Anamaria. NÃO POSSO PERDOAR, AINDA QUE ME CAIA SOBRE A CABEÇA O RAIO DA CONDENAÇÃO! Digo isto sem qualquer arrependimento, sem um único laivo de ódio. Não! É o meu jeito; o jeito como fui feito desde criança, órfão de mãe que caiu em mãos terríveis, torturantes, cruéis. Uma pessoa arranca a mim tudo o que eu possa ter e que possa servi-la, mas não me faça provar o amargor do veneno injurioso. Sou amigo fiel, porém inimigo ferrenho. Essas qualidades, ou esses defeitos, me são inerentes; não posso nem quero me desligar a eles. Sou eu na íntegra e no fiel. Posso sorrir com a sua alegria, chorar na sua tristeza, mas não me associo a você se erguer à mão para ferir, se trair a minha confiança e abusar de minha parentela. Sou assim, mas sem resquícios do ódio malévolo sendo apenas e tão somente indiferente àquela ou àquele que ferindo a um dos meus me fere com maior intensidade.
Os meus livros, obras de minha imaginação, são frutos tardios colhidos na árvore das experiências, no caudaloso rio dos interesses, das análises e no hábito à leitura. Sai de minha mente como um fundo pronto e sem prévios planejamentos. Não pretendo ganhar dinheiro com eles. São, todas elas, a pessoa Augusto de Moraes e todas as suas chagas, coroamento de espinhos, cravos a fender a carne do espírito e as dádivas concedidas por Algum Princípio mais Alto. Não são, portanto, minhas essas obras, mas a expressão da Alma Maior; eu sou apenas o meio de que se serve a inspiração e o amor para dar corpo e vida aos personagens, cor às paisagens descritas, vibração humana às narrativas. Nada mais. Se glória eu tivesse com elas, essa não me pertenceria. Tenho plena consciência disso. Não me aumenta a estima, que sempre a tive por mim; faço por amar escrever, por amar dar vida a criaturas invisíveis, dar ritmo às situações que me nascem através dos dedos no teclado, da vontade como a vontade de um deus menor. Crio e isto já me basta. Nada mais quero desses meus quase vinte livros. Quero acabar os meus dias com os dedos no teclado, com a mente fervendo em ações, com a alegria de dar os primeiros passos a uma página em branco e ver sair uma estória. É assim que inicio uma nova obra: sento-me, digito os primeiros caracteres, a primeira oração, e daí sai aos jorros toda trama, todo principio meio e fim. Essa curva ascendente se lança mais ao alto para depois mergulhar ao seu termo. É assim na Vida humana e em tudo: no Cosmo e no Infinito. Bem minha cara sobrinha, isto era o que tinha a dizer nesta oportunidade. Fiquem em paz. Recebam, as duas, nossos abraços e nosso amor.
Tios Mario & Léia

domingo, 4 de janeiro de 2009

SILENCIO E OMISSÃO

DOMINGO, 4 DE JANEIRO DE 2009

O modo como a comunidade internacional trata o (sic) problema iraelo-palestino não passa de mero esquivo e esperar para ver o que acontece. Além de ser, claro, duma cumplicidade ignominiosa com crimes de guerra e genocídio patrocinados por um Estado contra uma população civil – só na Faixa de Gaza, transformada em “gueto”, (sobre)vivem hoje cerca de 1,2 milhão de pessoas. A vergonha recai sobre todos aqueles que se afirmam, ou julgam-se, ser humanos por sua tartamudez perante um escabroso extermínio de cultura, história, comunidade e por fim a própria vida na Palestina ocupada.

Teimar em não reconhecer o Fatah ou qualquer outra agremiação política palestina como portadora de legitimidade é atestar total ignorância diante de fatos consumados e abandonar a Palestina a sua própria (má) sorte. Esquecem-se a União Européia e os EE.UU. do fato que Israel só existe hoje enquanto estado devido as sistemáticas ações terroristas perpetradas por diversos grupos sionistas ao longo de anos. Grupos esses que atingiram seu ápice ao findar a Segunda Guerra Mundial e lograram êxito não só expulsando as tropas britânicas da região como também fazendo a recém criada Organização das Nações Unidas reconhecerem um estado formado por uma minoria e, pasmem, estrangeira num território ocupado e em ainda em guerra.

Talvez alguns judeus tenham aprendido técnicas requintadas de crimes contra a humanidade durante a estadia no inferno dos campos de concentração erguidos pelos nazistas em solo europeu e as transportado para o Oriente Médio. Enquanto somos entulhados cotidianamente por filmes, peças, ensaios, livros ou até publicações acadêmicas sobre o holocausto cometido por alemães ensandecidos contra o povo judeu, há, na mesma proporção, só que em sentido inverso, um silêncio ensurdecedor sobre o mesmo tipo de lesa humanidade adotada como política de estado por Israel. Um estado que tem sua gênese não no Reinado de David ou de Salomão, ou em estórias bíblicas ou da Carochinha (tanto faz), mas sim nos ataques de grupos terroristas judeus como Stern ou Irgun responsáveis pelo do massacre de Deir Yassin, um exemplo hediondo da capacidade de terror desses grupos.

Em 9 de abril de 1948, houve o massacre de 250 palestinos (incluindo 100 mulheres e crianças), na aldeia de Deir Yasin, próxima a Jerusalém.Naquele dia sombrio anciões e crianças foram degolados, mulheres grávidas estripadas. O ato terrorista, executado por homens do Irgun e do Stern, sob comando do chefe do Irgun, Menahem Begin, tinha como objetivo amedrontar os árabes. Após o massacre, o restante da população de Deir Yasin foi forçada a desfilar como animais pelas ruas de Jerusalém. "O banho de sangue de Deir Yasin foi a operação mais abjeta jamais realizada pelos terroristas sionistas" (Arthur Koestler, escritor judeu, in "Promise and Fulfilment", Mac Millan, New York, 1949; cfr. Hussein Triki, op. cit., pg. 182).

Ao contrário daquilo que muitos analistas tupiniquins têm vomitado ultimamente os fatos recentes não são apenas parte de propaganda eleitoral. É certo que tanto Ehud Olmert (atual carrasco-mor, ou seja, premiê) e as principais personagens envolvidas no processo eleitoral que se desenrola, a ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni, o líder do Partido Trabalhista Ehud Barak e Bibi Netanyahu, principal nome do Likud partido de oposição, querem guerra e sangue palestino jorrando. O genocídio do povo palestino é adotado como legítima política de estado e foge de qualquer crítica mais contundente que por ventura possa vir da comunidade internacional ou mesmo de dentro da sociedade israelense. Manifestações pacifistas ou são impedidas, censuradas ou até mesmo ganham a pecha de serem formadas por traidores. Nessa conjuntura Israel não consegue hoje viver doutra maneira que não seja refém dum estado de beligerância perpétuo. A economia, a sociedade, a política e a cultura, enfim as instituições que formam Israel estão fortemente fincadas num estado militar que impele a guerra justamente para manter-se vivo.

Um dos maiores desafios da promessa de mudança chamada Barack Obama reside em arrefecer os ânimos dos trogloditas israelenses e do poderoso lobby montado às cercanias do Capitólio e Casa Branca e buscar não uma saída honrosa para Israel, mas, sim, entregar a posse da Palestina há quem de fato e direito lhe pertence, ou seja, aos palestinos.

No entanto é hora também de se cobrar uma posição mais clara em defesa do povo palestino por parte de todas as outras nações do mundo, e em especial do mundo árabe e demais países mulçumanos. A omissão – por que não conivência – com a qual os demais países do Oriente Médio têm demonstrado tamanha apatia diante do completo genocídio na Faixa de Gaza e a política sionista de extermínio dos palestinos, apenas denota o quão frágeis são seus estados perante a truculência imperialista israelense tornando-os alvo em potencial num futuro não to longínquo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

EXCERTO DO LIVRO 'RIBEIRÃO"

"Obra sobre a criação do município de Bom Jardim, RJ. Não é ensaio, mas uma narrativa hitórica romanceada de Augusto de Moraes com pesquisas na biblioteca da Secretaria de Educação do referido lugar e baseada em livro de Manuel Erthal publicado em 1955"


Essa couraça usada cotidianamente pelos desbravadores nada mais era que a roupagem própria afeita àquele trabalho contra os elementos da rica e régia natureza e fornecida pela administração da Corte. Aos olhos ignorantes dos simples selvagens, embrenhados por matas de todo o Brasil os homens brancos, de tez clara, surgiam como seres de um outro mundo envergando uma segunda pele que os protegia contra espinhos e outros obstáculos achados nas florestas tropicais; mas o espanto cedeu vez à certeza, sobre a eficácia daquela proteção, à primeira flechada sofrida por um dos titãs que ainda usava um “pau de fogo” cuspidor da morte.
A história diz – não se sabe se verdadeira porque a nossa história desde o descobrimento se encontra eivada por hiperbólicas passagens de nossos primeiros conquistadores – que, em uma oportunidade de cerco aos portugueses aqui desembarcados, os silvícolas se horrorizaram com o bacamarte usado por um dos integrantes daquela leva. A arma antiga usada comumente em terreno dito civilizado por combatentes europeus, em batalhas de conquistas, levou pavor aos nossos aborígenes, que desistiram da tocaia aos invasores e se curvaram com gritos de “Caramuru!” “Caramuru!”, que quer dizer na língua da tribo – é já sabido por todos –, deus do fogo, filho do trovão. Depondo suas armas – arcos, flechas e tacapes – fizeram-se os primeiros entendimentos entre brancos cristãos e selvagens ateus. Então, sim, se iniciava o aliciamento covarde e a promiscuidade entre os ditos “civilizados” e os inocentes índios de nossas florestas. Daí, começaram as explorações aos habitantes e senhores das terras brasílicas pelos conquistadores, que os infestavam com doenças dizimando vagarosa, mas paulatinamente, a raça dominante local.
A inusitada lenda se deu aos primórdios da descoberta e conquista às terras do pau “brasil”, árvore especial [havida, achada e explorada pelos europeus] de nossas florestas.


A respeito dessa passagem envolvendo Diogo Álvares o português, houve uma modinha carnavalesca nos idos de 40, que muito simples e graciosamente dizia: “Caramuru-u-u Caramuru, filho do fogo, sobrinho do trovão, Caramuru atirou num urubu, mas errou a direção e acertou um gavião”.
Fica apenas, aqui, como registro de uma época em que não havia mais matas a derrubar nem índios a enfrentar, mas uma grande guerra – conflito universal – a ser encerrada para o bem da humanidade, que se viu totalmente mudada depois dela. Todos os fatos políticos, sociais e humanos advindos do mundial conflito propagaram, como num “Big-Bang” terreal, incestuosos espaços aos propósitos deletérios que, a partir de então, se incrustaram na elite branca deste nosso país que vem governando de maneira solerte as nossas riquezas materiais e humanas, com políticas piores às que usaram nossos descobridores no advento da nossa colonização.
Contudo, voltemos aos tempos das sesmarias – outra medida portuguesa para resolver a situação das primeiras leva de imigrantes europeus, sob os auspícios da Coroa Portuguesa, vindas com o objetivo de colonizar e o de explorar a agricultura em terras fluminenses. Àqueles anônimos heróis enfrentando terrenos paludes, serras, úmidas e gélidas, picadas, animais feros e peçonhentos, alguns, e outros tantos obstáculos quase intransponíveis, devemos todos nós, herdeiros de seus ingentes esforços, sacrifícios e mortes, os maiores encômios à sua coragem em penetrar o desconhecido, que era o estado do Rio de Janeiro, em lutas de colonização e de desenvolvimento dos futuros municípios fluminenses, que hoje avançam em célere progresso atualmente e por séculos afora.
Mercê a tantos desprendimentos, denodo e amor à terra estrangeira, recebemos das mãos dessa gente herança construída com os suores de seus rostos e sujeitas às doenças tropicais tão mortais quanto às flechas e tacapes dos verdadeiros senhores dessas glebas hoje urbanizadas à nossa disposição e alcance, com superlativas melhoras urbanas e econômicas, que se irão, graças a uma elástica tendência, avolumando cada vez mais à direção de um termo que não se pode mensurar nem obstaculizar, tal a pujança do berço esplêndido em que se deitaram todas elas e face aos impulsos tomados e impossíveis frear presente e futuramente. As tendências são de melhorias cada vez mais sublimadas, porém, como em uma engrenagem que só trabalha associada a outrem, necessária se fazem à evolução do ensino e da educação cívica.
Um país não se faz só de riqueza de trabalho e de vontade, mas de um sistema de princípios imanentes aos mais severos, justos e honestos esforços de toda comunidade patriota, numa contrapartida óbvia de distribuição das riquezas conseguidas com as qualidades e atributos acima mencionados.
Você agricultor amaina a terra, aduba-a, joga a semente em seu seio, faz a rega, limpa-a para no fim colher o fruto de seus trabalhos; o pecuarista investe no gado, trata-o com vacinas, alimenta-os adequadamente, limpa os cercados, baias ou pocilgas com os idênticos objetivos; o enólogo planta as mudas de seus vinhedos, trata-as e as protege das ações de predadores naturais, poda-as na época certa, colhe-as e vai para o lagar preparar o sumo da uva, que será o vinho depois de armazenado em barris e lugares próprios com a mesma intenção; e assim a todos os que trabalham a terra fazendo desse trabalho e cuidados a sua profissão ou o seu ganha pão. Não afirmarei que os que trocaram as terras de Morro Queimado (nomeado há muito Nova Friburgo) pelas do grande sertão menosprezaram os planos de D.João VI, abandonando-as, neste município friburguense, para se deslocarem àquela região. Tratou-se de questão da sobrevivência e da autoafirmação como fazendeiros prósperos e capazes de concorrer com as riquezas para os cofres da Coroa Portuguesa que por tempos sustentaram, através dos subsídios, uma grei de criaturas amantes de um pedaço de terra.
Se a conjuntura da época (o termo não existia ainda) não atendia devidamente aquela gente afeita ao trabalho duro, ao trato ríspido da terra, ao desbravamento de rincões e sujeitos às mais severas condições de vida por outro lado, na Corte, as facilidades existenciais eram o sonho da realeza portuguesa escape à sanha de Napoleão Bonaparte e apesar de o Rio de Janeiro não possuir infra-estrutura alguma – cheirava mal as ruas da futura Cidade Maravilhosa; a iluminação pública era precária; esgotos nenhum; havia fuga de ouro, de prata e de pedras preciosas dos garimpos reais – aqui a Corte lusitana se sentia segura longe das mãos do exército napoleônico. Mas que tipo de pessoas recebeu o Rio de Janeiro sede do governo imperial!
As gentes de Rancharia e de Bom Jardim – fazendas desmembradas em sesmarias – longe estavam das intrigas palacianas e do fausto em que vegetavam barões, condes, duques, conselheiros e tantos outros que dilapidaram as riquezas desta pátria chamada antes Pau-Brasil e depois Brasil, apenas e definitivamente. Continuavam, contudo, e tão somente preocupadas com seus pequenos “feudos” de onde retiravam o sustento e os sobejos que seriam vendidos. Sobejos, aliás, que ultrapassavam em muito as quotas de sustento. E a vida prosseguia ali envolta a todos os obstáculos, medos, esperanças e... Futricas comuns a uma comunidade tão heterogênea.
Passemos, de vez, à continuidade desse relatório importante das existências das famílias que para ali se deslocaram, já que o escopo principal desta obra é trazer à luz do conhecimento os atos e fatos da comunidade sesmaria.

50 ANOS DE REVOLUÇÃO

03/01/09

O regime revolucionário de Cuba - o Paraíso do Caribe - está tomando outro perfil nas mãos de Raul Castro. Pelas últimas notícias que temos sobre a ilha sofrida, face as covardes medidas tomadas por país prepotente como os Estados Unidos, o irmão do revolucionário maior [Fidel Castro] encaminha a revolução socialista para um capitalismo democrático. Não sei se será bom para um povo tão sofrido e se a medicina e educação continuarão tendo todas as atenções que merecem em favor ao menos àquela gente necessitada de tantas coisas. A erradicação do analfabetismo foi uma das grandes bandeiras revolucionárias e a medicina, moderna e igualitária, um passo gigantesco à direção aos lídimos direitos dos cidadãos cubanos. Sim, Cuba resistiu a todas as inconformidades de um mundo capitalista liderado por Tio Sam: a famigerada figura que nem representa Papai Noel nem o Coelhinho da Páscoa, mas o demônio do capitalismo, que hoje presenteia o mundo sofisticado com uma tremenda crise econômica.
Há pobreza endêmica em Cuba? Sim, há, mas Cuba sempre teve à frente de seus governos crápulas como o sargento Fulgêncio Batista, ligado aos interesses norte-americanos que, mercê a atitudes de cerceamento à agricultura imposto unicamente com o escopo de controlar os preços da cana-de-açúcar, empobreceu a economia da ilha jogando seu povo à pobreza ingente. Um trabalhador cubano ganha apenas 30 dólares/mês! Faltam alimentos, falta renovação de veículos, de modo geral, porém só não faltam àquela gente aguerrida o espírito independente e a bravura própria dos vencedores.