DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ASSIM SOMOS TODOS

Encontrava-me em meio a uma tarde de sol sob a laje de minha residência, no bairro Perissê, com os olhos voltados à cadeia de montanhas que descortinava muito claramente de lá.
Tinha à minha frente, como principais componentes dessa cadeia, as Duas Pedras – imponentes e majestosas a refletirem a luz soalheira.
Pelos anos nos quais as vejo já deveria estar acostumado vê-las a distancia sob essa luz límpida – sem poluição – que se tem em Nova Friburgo, mas não é assim. Às vezes, envoltas pela refração a tanta luz, as monolíticas pedras gêmeas acham-se mergulhadas em uma atmosfera baça; outras vezes, é quase um recorte tênue contra o céu muito azul; outras, ainda, se mostram em todos os detalhes de suas rachaduras que mergulham, desde o alto ao sopé, quais cascatas petrificadas.
Essas Duas Pedras têm existência milenar. Olham-nos, de suas cavaleiras alturas, com altivez. Lembram-me antigas muralhas construídas em torno das cidadelas como baluartes defensivos. Olhando-as, despertam em mim algumas considerações a me roerem internamente.
O tempo de suas existências faz-me sentir o quanto sou nada diante dessa milenar conformação pétrea. Elas ali estão, e continuarão por outros tantos séculos com a mesma altivez e grandiosidade a me dizerem: “Aqui ficaremos por muito e muito tempo, enquanto você passará restando, apenas, uma insignificante lembrança na economia da Vida.”
Diante dessa verdade crua quedo-me, acabrunhado, me sentindo o menor dos seres ou um grão da poeira cósmica que se espalha pelo Universo e se perde na imensidão.


Realmente esta é toda a expressão da verdade Nada somos ou antes, assim somos todos – nada, diante dessas rochas que apontando para o céu hão de ver os séculos passando sabendo, altaneiras, estarem fincadas ao chão por toda a eternidade.
Isso dói demais. Dói saber que somos um piscar de olhos ou uma faísca elétrica e insignificantes criaturas sobre a face da Terra.
Invejo, sim, essas Duas Pedras formidáveis que me olham de lá, serenas, a zombarem da minha da minha fragilidade. Elas estarão lá olhadas para sempre por outros olhos, tão amadas como são agora por mim.

Do livro "TODA RUA É UMA FESTA" - Crônicas, de Augusto de Moraes

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