DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 29 de maio de 2009

A DERROCADA DAS CIVILIZAÇÕES

Considerações rápidas


A História da Humanidade se acha eivada de exemplos nocivos de como não se deve comportar uma Nação livre ou conquistadora. Civilizações se seguiram a Civilizações, em períodos mais ou menos longos. Os egípcios foram uns povos que alcançaram o mais elevado grau de evolução na arquitetura, nas artes e em outros ramos como o da medicina. Já se fazia operações de catarata e de outros problemas visuais mercê a instrumentos sofisticados em seu período de prestígio no mundo antigo. Nem se negavam a abrir crânios para retirada de tumores malignos. Do papiro fizeram o seu papel para o uso da escrita criptografada (origem grega), transferida às tumbas e às grandes edificações de templos religiosos. O ouro era usado com muita propriedade, suas armas de guerras eficientes e sua cultura floresciam entre as castas mais elevadas do Império de Faraós. Adoravam deuses para cada situação econômica e social. Sujeitaram-se ao Império Romano dos Césares e se contaminaram no contato íntimo aos romanos. Como foi para esses últimos, os egípcios experimentaram a decadência de sua civilização. A depravação, seguida de corrupção, foi determinante para os seus fins.

Eis um dos fatores por que Roma se viu à deriva entre as nações ricas e poderosas de sua época. Depois a Grécia a seguiu no mesmo diapasão - civilização corrompida demais perde toda a sua estrutura moral, política e financeira. Desagregou-se todo o princípio que dá suporte a uma sociedade coesa, o que determina o fim dessa civilização. Não teve volta. Assim funcionam as sociedades putrefatas por situações anatematizadas pela História, e esta cobra aos homens e lhes condenam. A Natureza, hoje em dia, está reagindo às intempéries humanas - o desrespeito pela manutenção do mínimo de padrão natural com milhões de anos gerenciados em equilíbrio. Os homens - a Humanidade toda - contribuem sistematicamente para a derrocada geral e total. Não ficará pedra sobre pedra, e só restará à Humanidade beber a cicuta por ela própria elaborada nos cadinhos das indiferenças e dos desamores.

O homem parou de raciocinar; embebedou-se com as conquistas mais inimagináveis de seus feitos; atingiu o "trono" de Deus e o seu Templo, que é o Universo, e em seus adros sagrados largou seus lixos espaciais, seus sobejos técnicos, fazendo o pior a Terra em que vive. Sodoma e Gomorra foram os maiores exemplos da corrupção total e da prevaricação geral. A História se repete no Tempo e no Espaço. É isso meu amigo, acredite você ou não. Não podemos esquecer a Babilônia e as suas derrocadas – moral, artística e econômica – arrastando toda uma conjuntura de mentes doentes e sem mais rumos da Corte Imperial. Nabucodonosor, tão rico e poderoso, foi pastar de quatro pelos campos do Império Babilônico, como gado. Isto são fatos Históricos não fatos religiosos. As Eras estão lotadas de exemplos similares. Povos e mais povos foram varridos da face da Terra, sem que nada se soubesse deles a não ser vestígios de suas existências precárias e efêmeras.

Riqueza, Poder & Corrupção – os componentes de um “prato” indigesto. As atuais
Civilizações do mundo caminham a passos largos para o seu desidério, sem socorro. Ou se mudam as suas posturas éticas ou irão se juntar ao rosário de outros milhares delas.
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quinta-feira, 28 de maio de 2009

"NÃO REELEJA NINGUÉM"

Quarta-feira, 27 de Maio de 2009
“Não reeleja ninguém” é uma campanha burra e alienada
Pelo Professor Idelber Avelar no seu ótimo blog:

http://www.idelberavelar.com/


Acho que não uso a palavra “alienação” desde minha época de militância trotskista. Mas não há outro termo para definir essa irresponsável campanha disseminada na internet por Daniela Thomas e Marcelo Tas. É a alienação e o conformismo em sua típica versão Morumbi-Leblon: quero mudar tudo o que está aí, desde que eu não tenha que me dar ao trabalho de procurar informação ou tirar as pantufas. "Não reeleja ninguém" significa: Tire todos os 513 deputados de lá e coloque outros 513 que exercerão seus mandatos sem serem incomodados. Assim você poderá passar mais quatro anos vociferando indignação vazia e repetindo a cantilena de que todos os políticos são corruptos, enquanto fura mais uma filinha, sonega mais um imposto e joga mais uma embalagem de Doritos pela janela do seu Toyota Camry.

Fiz uma busca no Google. Há 6.650 ocorrências da sandice. A única coisa coerente que encontrei foi o texto de Marcelo Soares, Saiba por que a campanha “Não reeleja ninguém” é de uma burrice atroz. O resto é bateção de lata sem qualquer raciocício que vá além do quero acabar com todos esses políticos que estão aí.

Um jornalista esportivo adere à campanha. Logo depois, demonstra ter mais de dois neurônios lançando a pergunta: se não reelegermos ninguém, vamos eleger quem? Não consegue encontrar uma resposta para a pergunta que ele próprio formulou, mas mesmo assim mantém o selinho da campanha. É o retrato da pobreza política da nossa classe média.

Um profissional da área de Direito adere à campanha. Tampouco demonstra convicção, mas afirma que isso compensaria a decisão do STF que permitiu a candidatura de políticos com “ficha-suja”. O que se está chamando “ficha-suja” aqui não é a existência de sentenças condenatórias transitadas em julgado. É a existência de um processo em trâmite. Era só o que nos faltava: proibir a candidatura de quem está sendo processado. Se você quisesse eliminar a candidatura de alguém, bastaria inventar um motivo e processar o sujeito. Até que você perdesse o processo, a candidatura estaria impugnada. Como é possível que um profissional do Direito seja incapaz de fazer esse raciocínio?

Como afirmei no Twitter, a campanha “Não reeleja ninguém” é típica de quem não se lembra em quem votou. Minha Deputada Federal, Jô Moraes (PC do B), não está revolucionando a Câmara, mas está honrando seu mandato. Recebo semanalmente um informativo detalhado. Ela trabalha agora na emenda à Constituição 438/01, que expropria terras onde houver trabalho escravo. O escritório político de Jô em Belo Horizonte fica ali no Santo Agostinho, na Rua Araguari, 1685/05. Está em funcionamento permanente. Nunca deixo de ser atendido pela sua assessora de imprensa, Graça Gomes. Qual desses indignados sabe o que anda fazendo o seu Deputado? Qual desses indignados lembra-se sequer em quem votou?

Que tal, indignados, lançar a campanha "Não reeleja nenhum membro da bancada ruralista"? Que tal "Não reeleja donos de concessões de rádio e televisão"? Que tal, Daniela Thomas, uma campanha "Não reeleja membros da bancada evangélica", esse grupo em guerra permanente contra a saúde das mulheres? Ah, isso dá muito trabalho, né? Tem que pesquisar, ir atrás, essas coisas. É mais fácil vociferar contra tudo o que está aí.

A campanha “Não reeleja ninguém” ganhou bastante ímpeto com o colapso do gabeirismo. Despolitizado até a medula, o gabeirismo só tinha o discurso da “ética” -- entre aspas e em minúscula, claro, porque não há nada ali que tenha que muito que ver com esse ramo da Filosofia. Com a história das passagens aéreas, o que mais se encontra nas caixas de comentários do “Não reeleja ninguém” é gabeirista desiludido. Não lhes ocorre pensar que o problema não é Gabeira, nem Zé Dirceu, nem Delúbio, e sim um modelo de compreensão da política que a reduz completamente à cantilena moralizante.

Sim, é evidente que há muita coisa que se moralizar no Congresso. Discutir qual é a reforma política que nos possibilitaria ter partidos fortes e representativos, reduzindo assim o fisiologismo e as negociatas, são outros quinhentos. Para essa discussão, não contemos com as Danielas Thomas e Marcelos Tas. Eles não estão interessados nisso. Essa discussão dá muito trabalho e nela ninguém pode posar de vestal da pureza.

Comentário meu: Também votei na Jô Moraes, também sigo o seu trabalho na Câmara dos Deputados e até aqui não vi, ou soube de nada, que pudesse desaboná-la.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 18:29

sábado, 23 de maio de 2009

NARRADO POR MARIANO BEM

Excerto de “Longe é o Paraíso”


Embornal ta vazio e assim anda por dias. Não enxergo nada no horizonte, que é uma linha que dizem imaginárias. Será? Neste mundão de terras secas, esgotado pela falta de chuva, o que esperar? Nada dá se não se plantar, se não regar – aí precisa de água, a, pois – para o gênero alimentício aparecer. Não há que ter mágica. Mágica se vê nos circos. Mágica chinfrim e boba que só. To indo pro meu destino, que não sei donde será. Caminhos eu tenho todos na minha frente. Há um magote deles. Uns, acho cá comigo e com os meus botões, me levam pra modo da morte nas caatingas. Passei outro dia nos rumos da antiga vila de Canudos. Tava tudo por lá no chão rasteiro. Nunca que vi coisa igual antes, jamais! Tudo sapecado de negridão com carroças... Quero dizer: restos de carroças de pernas pro ar. Os ventos fortes batiam nas sobras de rodas e aquilo girava numa canção dolorosa. De noitinha, aquilo espantava as pessoas que se iam pra a igreja. Cabanas tostadas e planas como o chão seco e negro, com cheiro ainda de pólvora. Que grande desgraça se deu por ali! Sim. Posso garantir isso, pois que eu estive lá. Contei não?
Assim, e fuçando tudo num cantinho de terreno, achei um botão dourado jeitoso de conservado. Pelo jeito era de farda da soldadesca do governo republicano. De algum companheiro meu. Quem sabe de Chico Danado, que se finou no último dia de encarniçada luta? Contam por aí pelos sertões brabos que se finou foi gente. Contam, mas eu não careço de saber. Eu vi, com estes olhos já cansados, gente morta de todas as idades e tamanhos. Bichinho pequeno e graúdo foi tudo à terra rasa! Não tinha isso de guri – isto são coisas da gauchada – moleque quieto ou endiabrado; as balas passavam cantando e furando as cabeças pequenininhas. Elas morriam com as armas nas mãos bem seguras, provando que deram nos gatilhos até os seus finalmente.
Os dedinhos ali nos gatilhos sem mais precisão. Sim senhor, tu podes crer. Vou inventar pra quê? Um homem que nem eu se inventar histórias perde a confiança dos demais. Já se viu coisa pior que não ser acreditado por outros iguais? Menino, senhor meu, venha de lá o teu cumprimento e a minha confissão de que é tudo verdadeiro. E o negócio do coronel que estaquearam num pé de pau de umbu sem a sua devida cabeça? Hein? Não foi umbu não? Então, que foi? Angico? Que fosse! Que tal essa? Não me crês? Tu estavas lá? Ó chiste, e então? Ah... Lesses! E por que não? Só por ter saído de boca de Mariano Bem, esse cá seu excomungado? É? Contes tu ai uma verdade, pois. A gente racha as duas histórias e divide as crenças ao meio.
Tem nada não senhor. Pro modo de ser acreditado ando até sobre braseiro de São João. Nem precisa esperar a noite da festa do Santo dos fogos. Arme-se uma fogueira no terreiro e vamos lá! Pimba! Atravesso, que nem o Diabo de preto me pára. Quer testemunho? Procure seu Dadinho na birosca onde só se serve o bom do caldo de cana caiana. Ta aí coisinha boa! Docezinho da alma. Doçurinha pro corpo...
Vai daí provo eu que não tenho medo de nada não senhor.
Quem? Eu? Medo de assombração e vá lá o que seja? É de se me vendo correr, eu, desembestado por causo de fantasmas. Quero é me ver...

PETROBRAS - A OPOSIÇÃO SEM RUMO

Sábado, 23 de Maio de 2009

Leandro Fortes deu uma boa definição para a aventura que os demos, tucanos, liquidacionistas, e toda a sorte de entreguistas e privateiros estão fazendo ao promoverem uma CPI da Petrobras. “Uma cruzada ao fundo do poço”, segundo o jornalista da carta Capital.

Diria eu que, melhor ainda, trata-se duma epopéia. Ou talvez, autoflagelo, um tiro de bazuca dado no próprio pé – essa expressão é do Locatelli.

A oposição conseguiu aquilo que vínhamos pedindo desde 2003, ou seja, ver o povo nas ruas para defender os interesses e a soberania nacional. A direita conseguiu, quem diria, resgatar os movimentos sociais, sindicatos e organizações populares da letargia a qual se encontravam. Só tem um probleminha, para a direita obviamente, esses movimentos saíram às ruas no ímpeto de denunciar as manobras entreguistas e politiqueiras da própria direita.

Essa aventura está sendo também didática. Afinal uma sucessão de declarações e atitudes da direita, mostram perfeitamente o corolário desse grupo de políticos antipovo. Como por exemplo, a ameaça de obstruir as votações no plenário do Senado caso o povo continue a sair às ruas contra a CPI da Petrobras. Assim tornam publico, mais uma vez, o desprezo e ojeriza que sentem pelo povão.

Os grandes jornais da mídia oligopolizada, aliados incondicionais da direita, não perderam tempo e correram a publicar editorias defendendo a emocionante epopéia entreguista. O Otavinho Frias afirmou com todas as letras que, nenhuma empresa no Brasil, ainda mais uma estatal, pode estar imune a investigação de uma CPI. Concordo plenamente com ele. Inclusive lhe sugiro que nos próximos editoriais defenda uma CPI sobre a fusão entre Sadia e Perdigão, e enfim, possamos tomar conhecimento sobre quantos trabalhadores perderão o emprego e quais unidades serão fechadas. Ou então, sobre outra fusão, a do Itaú com o Unibanco, como serão as relações trabalhistas num setor onde já é notória a degradação da qualidade de trabalho, e, ainda, qual o impacto que essa fusão terá diretamente sobre os ditames das escorchantes taxas cobradas pelos bancos na Terra de Santa Cruz. O publisher da Folha poderia propor também uma CPI que investigasse a conduta do Grupo Folha durante a ditadura militar – ditadura a qual Otavinho prefere chamar de ditabranda –, como se deu inicio ao apoio logístico daquele grupo, cujas peruas eram cedidas para o transporte de presos políticos. A sociedade brasileira tem curiosidade em elucidar tal relação.

Hoje li na Folha Online mais uma das perolas da oposição farisaica. O senador Arthrur Virgílio afirmou ao rebater críticas da ministra Dilma Rousseff sobre a CPI instalada, que a Petrobras “está dominada por políticos derrotados”. Isso, na visão do nobre senador amazonense, é indigno e os ocupantes do primeiro escalão da estatal são incompetentes por natureza.

Acho que o senador Arthur Virgílio estava em Marte nos últimos 7 anos, ou então, pelo menos desde 2006, estava ocupado contanto a enormidade de votos que recebeu para o governo do Amazonas, 5%. Então só pra informá-lo.

A Petrobras valia, a preço de mercado, pouco mais de 50 bilhões de dólares em 2002, hoje vale cerca de 460 bilhões. Durante esse período não tivemos sequer um único acidente que lembrasse de longe o derramamento de óleo que ocorreu nas baías de Guanabara ou Paranaguá, e tampouco algo similar ao afundamento da P36. O barril do petróleo foi ao patamar histórico de US$145,00 na Bolsa de Nova York, no entanto, no mercado interno, o preço da gasolina, do óleo diesel e outros derivados, se manteve praticamente estável nesse período. Mais, a Petrobras se tornou a maior empresa da America Latina, descobriu uma das maiores reservas de petróleo do mundo na chamada camada do Pré-Sal. É sinônimo de tecnologia de ponta em extração de petróleo em alto-mar, e em 2006 o Brasil se tornou um dos poucos países do mundo – pelo menos do que eu vivo, não sei ao certo quanto ao senador Virgílio e seus colegas de oposição – auto-suficiente em petróleo. Além de tudo isso, a empresa estatal tem tido papel relevante como impulsionadora da economia nacional ao tocar projetos do porte de refinarias e gasodutos. É de suma importância salientar que seus acionistas, incluindo àqueles brasileiros que usaram o FGTS e compraram ações durante o governo FFHH, estão muito satisfeitos com o desempenho da empresa na bolsa de valores.

Agora, se é pra ter uma CPI da Petrobras, por que não começar investigando a dinheirama torrada pra trocar o nome da empresa para “Petrobrax”, os desastres ambientais causados pelos derramamentos da década de 1990, e o afundamento da P36?
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 12:40

terça-feira, 19 de maio de 2009

RESPOSTA A UM BLOGUEIRO ANÔNIMO

19/05/09

Para Anônimo (por que o anonimato?)

Reafirmo a minha peroração anterior: graças a Deus, e ao meu bom juízo,não tenho simpatia por nem um desses amontoados de corruptos, que apelidam de PARTIDOS. Sou, repito, apartidário, queira ou não o senhor crer. Não perco o meu tempo nem minha cidadania votando em quadrilheiros que enchem a Câmara Federal e o
Senado;
Para o seu governo, declaro que o senhor cometeu uma leviandade sem perdão ao afirmar que o Divino, que fez o mundo em 6 dias, criou essa figuraça que leva o codnome Lula. Deus não fez o mundo em 6 dias, como propalado pelas religiões; e ainda que o tivesse feito, nesse curto período lendário, não teria um milionésimo de micro segundo para criar um elemento nefasto como Lula. Criações mais importantes teria ele em Sua Divina Mente a dar à Luz; Já nos basta a figura mitológica de Satanás. Por que mais um?
Com relação ao governo de FHC, foi dos piores, porém o atual presidente corre na mesma pista, e tenho certeza de que ele vencerá como o mais "palrador", o mais "viajado", o mais "capcioso", o mais "deslumbrado" e o mais "mentiroso! Essa desculpa de mazelas de 500 anos já não surte mais o efeito que lhe quer atribuir cidadão como Va.Sa. Investigado? Esse governo? Ele, matreiramente, não permite que as CPIs se formem! E qual é o papel do Poder Legislativo? É justamente o de investigar, desnudar atos corruptos, por às claras tudo de podre do Executivo. Agora, está aí a CPI da Petrobras. "Eles", aflitos, já se mexem para ficar com os mais importantes "cargos" da referida CPI. Por quê? Repito: Por quê? Qual é o MEDO que eles têm? Tá tudo limpo? Não há corrupção? Então que se deixe correr livremente para que toda a NAÇÃO saiba que são apenas "boatos" de detratores de última hora. Procure ler o artigo de Waldo Luiz Viana - antigo funcionário da Petrobrás que se desligou da multi para ter tempo de estudar economia na Faculdade Gama Filho, em Piedade, Rio. Ele nos dá uma excelente orientação sobre o estado de corrupção dentro da mega Empresa. Agora, para encerrar: não disse ser pau de arara. Disse, tão somente, que vivi no nordeste (Natal,RN,)e corri quase todas as cidades interioranas daquele estado, algumas da Paraiba, Alagoas e Pernambuco. Já morei desde o Rio Grande do Sul ao outro extremo - Rio Grande do Norte, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro (minha terra natal)Juiz de Fora,MG.
PS. Notei que Va.Sa. estava sem nenhum controle emocional, ao encerrar o seu comentário. "Fique assim não" (como dizem os nordestinos cabras machos de verdade), guarde sua revolta para quando esse governo for "deletado" do Poder.
Com todo o meu respeito.
Morani
19.5.09




























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AÉCIO VICE DE SERRA?

Segunda-feira, 18 de Maio de 2009
Improvável
Ainda estou digerindo a informação, correta ou equivocada, sobre uma chapa puro sangue tucano.

Sinceramente acho pouco provável Aécinho entrar de vice. Aécinho tem uma eleição garantida pro Senado, e de lá, com Serra presidente, pode negociar seu apoio tendo em troca o antigo jeitinho brasileiro de usar o poder da caneta para empossar aliados no primeiro, segundo, terceiro, quarto... escalão. Poderá também pleitear a presidência da Casa ou algum ministério estratégico e de grande visibilidade. No entanto, caso aceite ser vice de Serra o apoio já é intrínseco, e a barganha tende a ser menor.

Aécinho deve levar em conta também outras coisas numa eventual presidência Serra. Qual a garantia de que Serra não disputará a reeleição? Um acordo entre ambos parece estar condicionado ao fim da reeleição, todavia, imagine o caro leitor a pressão que governadores e prefeitos farão contra o fim de tal instituto, e mesmo muitos parlamentares que vislumbram para si a oportunidade de se encastelar por 8 anos a frente do executivo. Outra coisa, caso o governo Serra naufrague e tenha uma avaliação negativa – coisa não muito improvável, pois sempre será comparado ao seu antecessor imediato, ou alguém imagina que mesmo com apoio da mídia oligopolizada Serra igualará os recordes de popularidade de Lula? – ele próprio (Aécinho) sendo seu vice, também pagará o ônus.

Agora, consumada a chapa pura sangue, fica espaço aberto para outras candidaturas. O DEMO passa por uma crise de identidade, na verdade escassez de votos, muito grande, e num cenário assim pode lançar César Maia, só pra marcar terreno, ajudar alguns candidatos ao governo estadual e ao Congresso e divulgar a sigla. Mas, bom mesmo para o PT seria ver um cenário pulverizado, com muitas candidaturas, uma mais a esquerda (PSOL). Uma mais a direita, qualquer nome do DEMO, ou então Paulo Maluf (PP) roubando votos do Serra em São Paulo e entre os mais conservadores. E outra de centro(?) com o PMDB lançando algum nome, quem sabe Hélio Costa pra tirar votos dos tucanos em Minas, ou Roberto Requião no Sul. Um desses dois também seria um bom vice – se for o Costa, haja pragmatismo, mas vá lá, dentro da atual conjuntura é melhor isso a entregar o Estado nas mãos dos privateiros.

O certo é que ainda está cedo, e como se diz aqui em Minas, muita água há de passar por debaixo da ponte.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 20:45

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A MÍDIA TUPINIQUIM E ÁLVARO URIBE

O Senado da Colômbia começará a discutir amanhã (14/05/2009), e talvez até coloque em votação, a mudança na Constituição a fim de permitir um terceiro mandato consecutivo a Álvaro Uribe. A mídia oligopolizada tupiniquim simplesmente se omitiu de tratar do assunto, gerando, assim, um nítido contraste com as recentes coberturas que tem feito sobre acontecimentos políticos na também vizinha Venezuela.

Ambas, Venezuela e Colômbia, são países fronteiriços com o Brasil. A Colômbia possuí a terceira maior população da América Latina, 44.379.598 habitantes. Já a população da Venezuela não passa de 27.934.783 habitantes (62% menor). A comparação entre o PIB colombiano, US$422.483 bilhões, com o venezuelano, US$223.430 bilhões (portanto 89% menor), e a renda per capita, na Colômbia, US$8.891 e na Venezuela, US$8.125 (9,42% menor), mostram um pouco das diferenças entre os dois países, e caso nossa mídia fosse realmente isenta e imparcial como tanto propagandeia, em qual dos dois deveria estar mais atenta.

Não bastassem todos esses números, há ainda outros nuances difíceis de passar despercebidos.

A personagem atendida diretamente pela provável mudança constitucional, o atual presidente Álvaro Uribe Vélez, é desde os tempos do Cowboy Bush um dos principais aliados da política de controle de drogas dos EEUU, e com certeza o maior aliado da Casa Branca na América do Sul. Todavia, antes de galgar tal posto, teve na década de 1980 seu nome incluído em uma lista negra da CIA por envolvimento com os cartéis de drogas. Outra notícia, nada auspiciosa para as instituições colombianas, trata do fato de muitos congressistas, funcionários do alto escalão e nomes da confiança do presidente da República, estarem buscando refúgio em outros países, fugindo dessa forma da justiça de seu país que lhes julga, ou, em muitos casos, os condenou por ligações com narcotráfico e grupos paramilitares de direita – esquadrões da morte como são conhecidos cá no Brasil. E, ao que tudo indica, o próprio Uribe possuí fortes laços com esses segmentos nada legais ou democráticos.

Também é bom lembrar que o Congresso estadunidense ainda não aprovou o TLC, acordo de livre comércio entre EEUU e Colômbia, porque, segundo os congressistas norte-americanos,o nível de violência contra integrantes de sindicatos na Colômbia tem aumentado a cada ano, e não se vê disposição do atual governo em reverter tal quadro. Aliás, a Colômbia detêm o recorde mundial de perseguição e assassinato à trabalhadores organizados.

Como fiquei sabendo sobre a tramitação do projeto de re-reeleição na Colômbia através da revista Fórum, tapei o nariz e fui dar uma vasculhada nos principais sites de notícias da mídia oligoplizada. Resultado, Globo, Folha, Estadão, Veja, Ricardo Barriga Noblat, Reinaldo Boca-de-Esgoto Azevedo, nenhum deles tocou no assunto, ainda que fosse superficialmente. Nada, nadica de nada (isto hoje à tarde).

Acho que é até desnecessário fazer qualquer comparação a forma como tratam Hugo Chávez – coronel, ditador, tirano... – com a complacência que têm por Uribe. Se isso não mostrar engajamento ideológico, então que raio é?

A matéria que segue foi pescada do site da Revista Fórum

[http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=6960]

Senado colombiano votará lei que permite reeleição de Álvaro Uribe


O projeto de lei que poderá permitir a segunda reeleição do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, será discutido em plenária pelo Senado amanhã, 14, com grandes chances de ser aprovado rapidamente.

Caso a medida seja ratificada, as autoridades deverão convocar um referendo sobre o tema. Como o Senado é amplamente dominado por setores alinhados ao presidente, espera-se que o aval seja dado em pouco tempo, talvez amanhã mesmo.

O debate sobre um possível terceiro mandato de Uribe, que chegou ao governo em 2002, teve início no ano passado, quando grupos simpáticos a ele começaram a recolher assinaturas para impulsionar uma nova mudança na Constituição. De lá para cá, mais de cinco milhões de firmas foram reunidas.

Para que pudesse concorrer ao segundo mandato, Uribe já fora beneficiado, em 2004, por uma outra emenda constitucional.

Desta vez, com as assinaturas em mãos, os promotores da campanha pela nova reeleição levaram, no dia 11 de setembro de 2008, um projeto de lei ao Legislativo. Em dezembro, o dispositivo foi aprovado pela Câmara dos Deputados, onde também a maioria é governista.

Após retornar do período de recessão, em 16 de março, o Congresso voltou a discutir o assunto, que agora chega ao Senado. Depois, bastará uma reunião final entre as duas casas parlamentares e o último aval da Corte Constitucional.

Sempre quando é questionado sobre a possibilidade de permanecer no poder, Uribe adota um tom evasivo. Diz que o mais importante é insistir no processo de pacificação do país iniciado por seu governo.

A oposição, porém, chama a atenção para as denúncias de violações dos direitos humanos, que teriam se intensificado durante os anos da gestão Uribe, quando as Forças Armadas ampliaram suas ações para combater grupos armados e narcotraficantes, muitas vezes afetando a população civil.

Cientes de que o projeto de lei deve passar com facilidade pelo Senado, os setores críticos ao governo já preparam uma campanha para um eventual referendo. A ideia é esvaziar a votação.

De acordo com uma pesquisa da consultoria Invamer Gallup divulgada no dia 8 de maio, 59% dos consultados disseram estar dispostos a participar do referendo e, desta porcentagem, 84% votarão a favor de Uribe.

O presidente possui um alto índice de popularidade, que beira os 70%, número expressivo para um governante que chega ao fim do segundo mandato.

Para participar das eleições, marcadas para maio de 2010, os partidos devem apresentar com até seis meses de antecedência seus candidatos.

Isto quer dizer que, caso Uribe pretenda mesmo concorrer, é preciso que a emenda constitucional seja sancionada até o fim do ano.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 19:25 4 comentários
Domingo, 10 de Maio de 2009
Por Uma Verdadeira Reforma Política – Parte I
Temo que por detrás da onda de denuncismo que acomete o Congresso Nacional – trazendo umas denúncias justas, outras nem tanto – esteja à tentativa nada disfarçada de desmoralizar a atividade política dando

RIO POTENGI - NATAL - 1825 DIAS

RIO POTENGI – NATAL – 1825 DIAS

"O rio corre indiferente ao que se passa às suas margens. Ele é como o espelho onde nos miramos e descobrimos todas as nossas imperfeições"





O Rio é largo e caudaloso.Tranqüila são as suas águas, algumas vezes; outras vezes, bravias. Banha a cidade de Natal desde o Forte dos Reis Magos e de passagem abandona a Redinha – praia local – e o cais do porto, antigo como o Tempo. Passa pela Ribeira e vai além do Alecrim, se perdendo nem sei aonde. A mim, ele morria logo após o Arsenal da Marinha de Guerra, pois de lá jamais ultrapassei todos os limites que se nos abriam. Peixes? Abundava, ali, a vida píscea, mas era do mar alto que os pescadores os traziam. Era uma doçura ver os barcos com as velas enfunadas pelos ventos singrando as águas escuras do Potengi. Que força a dos ventos! Mas era com carinho que eles conduziam os empanturrados barcos de tantos peixes.
À margem esquerda, a quem vem da boca da barra ao interior de seu caminho, ficam as casas humildes com as suas varandas de madeira, como trapiches, debruçadas sobre as águas que as vão lamber carinhosamente. Amontoam-se casas de pescadores, de operários ferroviários e de desempregados. Quase todas com cortinados de plástico, em janelas que lembram seteiras. Singelos, no entanto, são os vasinhos esmaltados com plantas sobre os peitoris dessas janelas escancaradas aos ventos salobros. Redes em balanços rangentes, nos alpendres sinuosos, fazem sonhar crianças e adultos.
Na outra margem o manguezal com as suas raízes, quais esqueletos, por sobre as águas e lamas podres como se tivessem nojo ao local onde vivem. Bandos de aves de rapina sobrevoam por sobre as copas, à cata de restos de peixes e de crustáceos.
À outra margem, onde nos colocávamos, Seu Aristão mantinha a sua oficina de fabricar barcos de pequeno calado. Nós vínhamos quais exércitos de adolescentes, também em bandos, à direção às margens do Potengi para mergulhar de cima dos batelões apodrecidos – aqueles esqueletos de madeira que outrora singravam o mesmo rio e que então dormitavam á luz soalheira. Dava-me pena vê-los ali sem mais uso e esquecidos propositalmente pelos velhos pescadores sem meios de os consertarem. Cada qual tinha uma história, o seu roteiro sentimental ou lembranças das batalhas em alto mar - suas comédias ou suas tragédias. Pelos trilhos da antiga estrada de ferro, já não “singravam” os comboios. O capim alto tomava conta de tudo. Aquilo fazia parte do patrimônio pessoal do Seu Aristão que nos avisava: “Não pulem ao rio. Hoje temos cações ao largo!” E obedecíamos. Encarrapitados aos galhos das mangueiras, demorávamos chupando as frutas doces como um beijo. Velho Rio Potengi... Em suas águas os valentes índios potiguares navegavam em suas canoas, para pescas ou para as batalhas contra os invasores. Você nos serviu nos nossos dias de vagabundagens escolares até que o Sol se escondesse por detrás das dunas. Que belas tardes aquelas! Que lembranças dormem nos esconsos de nossas almas aflitas... Rio Potengi... Sua voz estará perto a mim, exercendo sua atração sem resposta. Morrerei eu, mas você continuará para todo do sempre.

terça-feira, 12 de maio de 2009

PARTE I - POR UMA VERDADEIRA REFORMA POLÍTICA

Domingo, 10 de Maio de 2009

Temo que por detrás da onda de denuncismo que acomete o Congresso Nacional – trazendo umas denúncias justas, outras nem tanto – esteja à tentativa nada disfarçada de desmoralizar a atividade política dando margem a idéias como a redução do número de parlamentares, insinuando a inutilidade das agremiações consideradas pequenas, minando qualquer discussão sobre financiamento público, e desqualificando a participação de movimentos sociais, ONGs e organizações populares no processo eleitoral – muito embora esses atores sociais não possam disputar diretamente eleições, sempre se posicionaram a favor ou contra determinados partidos, candidatos ou projetos, propondo e auxiliando de forma democrática inúmeros deputados e governos.

O papel da mídia tem sido o de trabalhar incessantemente através de seus “analistas” a fim de encontrar soluções fáceis e práticas para tirar o Congresso Nacional do lodaçal em que se encontra. Mais, para os “formadores de opinião” da midiazona o Congresso Nacional se constitui em obstáculo para avanços de que o Brasil necessita. Para dar razão as suas pretensões – da midiazona, porta voz dos interesses burgueses – num primeiro momento cria-se uma sensação de unanimidade, na qual a sociedade não aceita mais ser representada pelo atual parlamento, porque esse contem vícios irrecuperáveis. Num segundo momento a estratégia é justamente disseminar tal visão pela opinião pública, fazendo a nação crer que é preferível o modelo vendido pelos “formadores de opinião”.

Nessa nova investida da midiazona sobre o Congresso, não há debate real sobre transparência ou mudança do status-quo vigente, há apenas a tentativa torpe de desqualificar o mandato parlamentar por si só. Obviamente há inúmeros equívocos, irregularidades, atitudes pouco, ou nada, éticas, e imorais sendo cometidas por muitos de nossos parlamentares, contudo, a pretexto de denunciar e investigar tais vícios, o que a mídia oligoploizada deseja é diminuir o grau de representatividade do nosso parlamento, extirpando dele aqueles que não se colocam a soldo do capital. Ao defender a redução do número de deputados e o financiamento privado (puro) tornam-se despudoradamente adeptos do elitismo e da segregação social.


Um das soluções que têm sido levantadas para resgatar a imagem do Congresso e dar-lhe mais agilidade – segundo alguns formadores de opinião empregados na midiazona – é a redução pela metade do número de deputados federais – me parece que há um projeto nesse sentido transitando pela Câmara. Ora, me pergunto, por que afinal de contas reduzir pela metade? Por que não reduzir os atuais 514 deputados para apenas 100, 50 ou então meia dúzia? De onde surgiu o fantástico número de 257deputados? Quem nos garantirá que com essa redução os males brasileiros serão erradicados?

De fato, o que ocorre, é que o grau de representatividade no Brasil já é bastante acanhado se comparado ao de outras democracias liberais.

Em termos de grau de representatividade, ou seja, a proporção entre número de habitantes e o número de cadeiras no parlamento nacional, o Brasil conta hoje com 1 representante para cada grupo de 368.896,52 habitantes. Na Suécia essa proporção é de 1 para 26.312,11, na Finlândia 1 para 26.457,58, na Áustria 1 para 44.812,19.

Alguém poderá dizer que esses são Estados-Nação com população muito pequena, e, portanto, a proporção tende a ser melhor que a nossa. Então darei outros exemplos. Na vizinha Argentina essa proporção é de 1 para 154.652,19; lá são257 deputados para uma população de 39.745.613 habitantes.Na Itália, que conta com uma população de 58.863.156 habitantes, são 619 cadeiras no parlamento e a proporção é de 1 para 95.093,95. Já a Alemanha, a maior população da Europa Ocidental, 83.438.000 habitantes, a proporção é de 1 para 124.163,69, com 672 cadeiras no atual Reichstag.

E por que afinal de contas é importante termos um parlamento com um número maior de cadeiras do que as atuais 514? Ora, porque, é exatamente através de um grau de representatividade mais justo que se garantirá a pluralidade, o choque dos contraditórios, um melhor reflexo da sociedade representada, além de resguardar o próprio parlamento de pressões corporativistas e de interesses específicos de grandes grupos econômicos. Ademais, num país de dimensões continentais, com uma população na casa dos 190 milhões de habitantes, com enormes diferenças culturais ao longo do seu território, além de nossa reconhecida desigualdade social ¬– tanto entre classes, quanto entre as diversas regiões – o grau de representatividade em nosso parlamento é insatisfatório.

Outrem poderá contestar minhas afirmações contra-argumentando que nos EEUU a proporção entre representante e habitantes é de 1 para 704.078,16. E que, trata-se os EEU, também, de um país de dimensão continental e com uma população de 306.274.000 (quase 60% maior que a brasileira), conquanto a House of Representatives tem apenas 435 cadeiras (cerca de 18,5% menor que Câmara dos Deputados do Brasil).

Para esse outrem, é preciso salientar que nos EEUU, tanto estados membros da União, quanto suas divisões administrativas (condados, municípios, cities, town...) tem certo grau de autonomia, bem diferente da realidade brasileira. A Constituição norte-americana dá a cada estado autonomia para legislar em questões determinadas como a tipificação de infrações, delitos, contravenções, crimes e legislação eleitoral. Ou quanto ao aborto, descriminalização de drogas, união civil estável entre pares do mesmo sexo. Cada estado é livre para legislar sobre o sistema educacional, previdenciário ou sobre transportes. Cada estado possuí sua própria justiça e sua própria Suprema Corte. E ainda, é impossível desconsiderar as tradicionais consultas populares (plebiscitos, referendos, recall, etc) sobre temas locais, onde a população tem o poder de definir políticas públicas e alterações no código penal ou na Constituição estadual.

Por isso tudo, inclusive, faz certo sentido o sistema de voto distrital adotado naquele país e a eleição via colégio eleitoral do presidente da República, assim como a baixa representatividade nacional na Casa dos Representantes (House of Representatives).

Dessa forma, deveríamos analisar a proporção entre representantes e representados dentro dos estados, nas respectivas casas legislativas. Em New Hampshire, por exemplo, temos uma população não superior a 1.316.000, enquanto o seu parlamento possuí 400 cadeiras. A proporção ali é de 1 para 3.289,52.

Em outros estados a proporção fica assim:

Califórnia, 80 representantes para 36.756.666 habitantes ; ou 1 representante para cada grupo de 459.458,32 habitantes

Texas, 150 representantes para 24.326.974 habitantes ou 1 representante para cada grupo de 162.179,82 habitantes

Pensilvânia, 203 representantes para 12.448.279 habitantes ou 1 representante para cada grupo de 61.321,71 habitantes

Flórida, 120 representantes para 18.328.340 habitantes ou 1 representante para cada grupo de 152.736,16 habitantes

Ohio, 99 representantes para 11.485.910 habitantes ou 1 para cada grupo de 116.019,99 habitantes

Massachussets, 160 representantes para 6.497.967 habitantes ou 1 para cada grupo de 40.612,29 habitantes.

Não tenho a pretensão de ditar aos meus patrícios o número apropriado de representantes que um país com as singularidades brasileiras deveria ter. Todavia, penso que uma Câmara dos Deputados com cerca de 750 deputados, cuja proporção seria em torno de 252.817, estaria próximo do razoável. Mesmo assim esse grau ainda estaria abaixo de qualquer outro país supracitado, a exceção, claro, dos EEUU.

Já quanto ao Senado Federal brasileiro, esse sim, deveria ter sua necessidade discutida seriamente. O Senado Federal, antro de conspurcação do conservadorismo nacional e representante-mor das oligarquias brasileiras, tem na sua gênese o intuito de barrar os movimentos mais bruscos da sociedade civil organizada. Nele está presente todos os genes do reacionarismo e elitismo. Faz-se importante salientar que no Brasil nunca houve de fato uma tradição federalista e que o Senado existente durante o Império não passava de peça alegórica onde desfilavam a fidalguia e a nobreza de então, pois constitucionalmente, o Brasil Império tratava-se dum estado “uno”.

É com o advento da República e de um federalismo imposto a fim de conciliar (acomodar) as oligarquias regionais que surgiu a idéia do senado representando os entes federados. No mais, no caso brasileiro, há uma nítida sobreposição de funções entre Senado e Câmara dos Deputados, enquanto, há também, uma centralização cada vez maior em termos de legislação, arrecadação e políticas públicas pela União. Numa conjuntura assim, fica difícil defender a necessidade-validade duma Câmara Alta.

No parte II de Por uma verdadeira reforma política discutiremos o financiamento público (puro) de campanha, o voto em lista e outras idéias
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas à

sexta-feira, 8 de maio de 2009

M Ã E

M Ã E


Apenas três letras que unidas nos dão toda a sensação de segurança, de amor incondicional, de paciência e de destemor.
Essa palavra pequena, todavia grande em seu significado, reverbera lá no fundo do meu ser como uma passagem que se suavizou por si mesma, sem estardalhaço, sem agonias, sem saudades doloridas, mas servindo, ainda, de coluna mestra de uma construção em que os tijolos nada mais foram que pequenas palavras dulcíssimas caídas dos lábios de uma pequena criatura, todavia gigante nos cuidados aos filhos, por mais insignificantes fossem os machucados.
Uma brincadeira, uma queda, um joelho ralado, eram bastante para pô-la em movimento rápido e lágrimas aos olhos. Pensava-os com gestos tão delicados que mal sentíamos qualquer agonia ao toque do chumaço de algodão embebido de iodo. Em seguida os cobria de gaze e esparadrapo. Estávamos salvos! Mas conselhos não nos faltavam:
–Mais cuidado, da próxima vez.
E lá se ia aos cuidados de cerzir meias usando uma ferramenta que existia à época – um ovo de madeira que introduzia aos pés das meias, para conserto. E a agulha trabalhava igual a essas dos teares cerzindo tão bem quanto àquelas fabricavam os tecidos. Eram seus dedos mágicos e pacientes transformando os gastos em novos.
Chegando do colégio, era a primeira pessoa que buscávamos sem mais delongas.
Os lanches nos caíam à frente, como num passe de mágica.
–Antes, querido, lave as suas mãos. Jamais coma, tendo-as sujas.
Quanta atenção, quantos detalhes nos cuidados, quanta argúcia na observação.
E eu pensava um dia tê-la aos braços como se fosse uma criança, de novo, então a precisar de minhas atenções e de meus cuidados, sem ralhos. As cãs, recamadas de borralhos de neve, seriam os primeiros sinais de advertência para que eu desenvolvesse, em futuro próximo, o sentimento materno sobrepujando o machismo do eu adulto.
Ledo engano. Conquanto seus cabelos estivessem prateados, não ficaram brancos. Minha mãe não virou criança e eu não era ainda adulto. Era um sábado de carnaval do Rio. Tempo copioso de chuvinha miúda e fria. Alertaram-nos: “Eis mamãe que chega!” Da casa vizinha corri à varanda da nossa para recebê-la. Mas, quieta e muda, ela não podia nos abraçar nem nós a ela. Guardava-a um porta-jóias ao seu tamanho. E lá se foi ela, debaixo de chuva forte, dormindo, qual princesa das histórias, aconchegada ao seio da Terra-mãe. E o adulto morreu ali, ainda criança.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O DISCURSO DE MAHMOU AHMADINEJAD

Quarta-feira, 6 de Maio de 2009
O Discurso de Mahmoud Ahmadinejad
O amigo Nizar El Khatib, companheiro de lutas populares aqui em Poços de Caldas, me enviou por email o tão famoso discurso do presidente Mahmoud Ahmadinejad durante a conferência antirracismo da ONU (Durban II) em Genebra. Ao ler o discurso fica nítido a hipocrisia da direita mundial, da mídia oligopolizada e daqueles que recebem soldo do lobby sionista.

Ahmadinejad cancelou na última segunda-feira uma visita que faria ao Brasil e a outros países da América Latina após protestos realizados contra sua vinda ao Brasil. É claro que todo e qualquer segmento da sociedade tem o direito de se manifestar publicamente contra ou a favor de uma causa, ideologia ou interesse. O problema nesse caso específico é o discurso deliberadamente equivocado que alguns grupos organizados teimam em fazer ao acusar o presidente iraniano de fascista, ao passo que se omitem diante dos crimes de guerra perpetrados por Israel na Faixa de Gaza, pra não dizer em todo o Oriente Médio.

Se há um estado hoje que conjuga belicismo e terrorismo, além de ser fonte de desestabilização naquela região do planeta, esse estado é Israel, fruto direto de ações terroristas.

No mais, afirmar que o sionismo é sinônimo de racismo, não é inventar, distorcer, sofismar ou simplesmente mentir. É ter coragem de dizer a verdade com todas as letras.

Obrigado Nizar por compartilhar conosco um discurso tão belo e humanista.

Discurso do Presidente Ahmadinejad na Conferência Antirracinsmo – Durban II

Tradução: Caia Fittipaldi

Ilustre presidente da Conferência, ilustre secretário-geral da ONU, ilustre Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos. Senhoras e senhores.

Estamos reunidos para dar prosseguimento à Conferência de Durban contra o racismo e a discriminaçao racial, para definir mecanismos que permitam pôr em ação nossas campanhas humanitárias e religiosas.

Ao longo dos últimos séculos, a humanidade tem passado por grandes sofrimentos e dores terríveis. Na Idade Média, condenavam-se à morte pensadores e cientistas. Depois se seguiu um período em que se praticaram a escravidão e o comércio de seres humanos. Inocentes eram capturados aos milhões, separados de suas famílias e entes queridos, para serem levados à Europa e à América, sob as piores condições. Período de trevas, em que a humanidade também conheceu a ocupação, a pilhagem e os massacres de inocentes.

Muitos anos passaram-se antes de que as nações erguessem-se e lutassem pela liberdade, pela qual sempre pagaram preço muito alto. Perderam-se milhões de vida na luta para expulsar os ocupantes e estabelecer governos nacionais independentes. Mas não demorou para que saqueadores do poder político impusessem duas guerras à Europa, que também varreram como praga parte da Ásia e África. Essas guerras terríveis custaram a vida de 100 milhões de pessoas e provocaram devastação massiva em todo o mundo. Se a humanidade tivesse aprendido o que havia a aprender daquelas ocupações, dos horrores e crimes daquelas guerras, já haveria um raio de esperança para o futuro.

Os poderes então vitoriosos autodesignaram-se conquistadores do mundo, ignorando ou subvalorizando direitos de outras nações e impondo leis de opressão e de arranjos internacionais.

Senhoras e senhores, consideremos por um momento o Conselho de Segurança da ONU, que é uma das heranças deixadas pelas duas guerras mundiais.

Que lógica há em o Conselho de Segurança assegurar apenas a alguns o direito de veto? Como essa lógica se harmonizaria com valores humanitários ou espirituais? Não seria lógica sempre discrepante dos princípios de justiça, de igualdade de todos ante a lei, do amor e da dignidade humana? O direito de veto não lhes parece sempre discriminatório e injusto, não implica sempre violação de direitos humanos e humilhação da maioria das nações e países?

O Conselho é o mais alto corpo político de decisões do planeta, para salvaguardar a paz e a segurança mundiais. Mas como se pode esperar que realize a justiça e a paz, se a discriminação está ali convertida em lei e a própria a lei é constituída mediante coerção e arbítrio, não pela justiça e respeito aos direitos de todos?

A coerção e a arrogância estão na origem da opressão e das guerras. Embora hoje muitos racistas condenem em seus discursos e slogans a discriminação racial, alguns países muito poderosos tem sido autorizados a decidir sobre suas políticas, baseados apenas em seus interesses e no próprio juízo. Assim têm podido facilmente violar todas as leis e todos os valores humanitários.

Logo depois da II Guerra Mundial, alguns daqueles países recorreram à agressão militar para arrancar de suas casas toda a população de uma nação inteira, sob o pretexto de que os judeus sofriam horrivelmente; aquelas nações enviaram migrantes refugiados para toda a Europa, para os EUA e para outras partes do mundo, e estabeleceram um governo totalmente racista na Palestina ocupada [2]. De fato, em compensação pelas terríveis consequências do racismo na Europa, ajudaram a implantar no poder, na Palestina, o mais cruel e repressivo regime racista.

O Conselho de Segurança ajudou a estabilizar o regime ocupante e apoiou-o durante os últimos 60 anos, dando-lhe pleno direito de cometer todos os tipos de atrocidades. É lamentável sob todos os aspectos, que alguns governos ocidentais e o governo dos EUA tenham-se comprometido na defesa desses racistas genocidas, enquanto a consciência dos homens e mulheres livres em todo o mundo condenavam a agressão, as brutalidades e o bombardeio contra civis em Gaza, Palestina. Os apoiadores de Israel têm defendido esses crimes e têm silenciado contra esses crimes.

Amigos, ilustres delegados, senhoras e senhores. Onde estão as causas radicais dos ataques dos EUA contra o Iraque ou da invasão do Afeganistão?

Não é outro o motivo que levou à invasão do Iraque, se não a arrogância do então governo dos EUA e a pressão crescente dos mais ricos e poderosos que visam sempre a expandir sua esfera de influência. Aí estão os interesses da poderosa indústria de armamento, destruindo uma cultura de mil anos, nobre em todos os sentidos, de longuíssima história. Tentam eliminar a potência e a ameaça direta que os países muçulmanos impõem hoje ao regime sionista, ao mesmo tempo em que defendem o regime sionista e querem assenhorear-se das fontes de energia do povo iraquiano?

Por quê, afinal, quase um milhão de seres humanos foram mortos ou feridos e mais outros milhões foram convertidos em exilados e refugiados? Por que, agora, o povo iraquiano sofre perdas que já alcançam as centenas de bilhões de dólares? E por que o povo dos EUA teve de ver consumirem-se bilhões de seus dólares, como custo dessas ações militares? A ação militar contra o Iraque não terá sido planejada pelos sionistas e seus aliados no governo dos EUA, cúmplices todos dos países fabricantes de armas e dos senhores da riqueza do mundo? A invasão do Afeganistão terá, por acaso, restaurado a paz, a segurança e o bem-estar econômico naquele país?

Os EUA e seus aliados fracassaram na missão de conter a produção de drogas no Afeganistão. O cultivo de narcóticos multiplicou-se, depois da invasão. A pergunta necessária é "quem responderá pelo que fizeram o então governo nos EUA e seus aliados, naquela parte do mundo?"

Representavam ali os países do mundo? Receberam de alguém algum mandato? Foram autorizados pelos povos do mundo a interferir em todos os lugares do globo – e sempre mais frequentemente na nossa região? Não são a invasão e a ocupação exemplos claros de autocentrismo, racismo, discriminação e violência contra a dignidade e a independência de tantas nações?

Senhoras e senhores, quem é responsável pela crise econômica pela qual passa o mundo? Onde começou a crise? Na África? Na Ásia? Ou começou nos EUA, contaminando em seguida toda a Europa e os aliados dos EUA?

Por longo tempo, usaram seu poder político para impor regulações econômicas desiguais na economia internacional. Impuseram um sistema financeiro e monetário sem adequado mecanismo de supervisão internacional sobre nações e governos que nada podiam, no sentido de conter tendências ou políticas. Sequer permitiram que outros povos supervisionassem ou monitorassem suas próprias políticas financeiras. Introduziram leis e regulações que agrediam todos os valores morais, exclusivamente para proteger interesses dos senhores da riqueza e do poder.

Mais ainda, apresentaram uma definição de economia de mercado e competição que nega muitas das oportunidades econômicas que poderiam ser acessíveis para outros países do mundo. Também transferiram seus problemas a outros, enquanto ondas de crises repercutiam sobre a própria economia, gerando milhares de bilhões de déficit no orçamento. E hoje, estão injetando centenas de bilhões de dólares tirados de seu próprio povo e de outras nações, para ajudar bancos, companhias e instituições financeiras falidas, o que torna a situação cada vez mais complicada para sua própria economia e para seu próprio povo. Estão pensando simplesmente em manter o poder e a riqueza. Não dão nenhuma atenção aos povos do mundo, sequer ao próprio povo.

Senhor presidente, senhoras e senhores.

O racismo nasce da falta de conhecimento sobre as raízes da existência do homem como criaturas escolhidas por Deus. Também é produto de desvio do verdadeiro caminho da vida humana e das obrigações da humanidade na criação do mundo, que leva a falhar nos deveres de conscientemente servir a Deus; nasce tambem de não saber pensar sobre a filosofia da vida ou o caminho da perfeição que são os principais ingredientes dos valores divinos e humanitários. Assim, essas ignorâncias restringiram o horizonte do olhar humano, tornando-o superficial, e tomando, como instrumento de sua ação, só os interesses mais limitados. É por isso que o poder do mal ganhou forma e expandiu seu domínio, ao mesmo tempo em que privou outros de todas as oportunidades justas e igualitárias de desenvolvimento.

O resultado foi o surgimento de um racismo sem limites que é hoje a mais grave ameaça que pesa sobre a paz internacional e tem comprometido todos os esforços para construir a coexistência pacífica em todo o mundo. Sem dúvida, o racismo é o principal símbolo da ignorância; tem raízes históricas e, de fato, é signo de que o desenvolvimento de uma sociedade humana foi frustrado.

É, portanto, crucialmente importante denunciar as manifestações de racismo em todas as ocasiões e em todas as sociedades nas quais prevaleçam a ignorância e pouca sabedoria. A consciência e a compreensão geral da filosofia da existência humana é o principal objetivo e princípio da luta contra manifestações de racismo. E revela a verdade: os seres humanos são o centro da criação do universo. A chave para resolver o problema do racismo é o retorno aos valores espirituais e morais e, afinal, implica voltar a servir a Deus Todo-Poderoso.

A comunidade internacional têm de iniciar movimentos que visem a ampliar a consciência coletiva, sobretudo nas sociedades em que o racismo e a ignorância prevaleçam; só assim pôr-se-á fim ao avanço dos danos causados pelo racismo, que é perverso.

Caros amigos. Hoje, a comunidade humana enfrenta um tipo de racismo que macula a imagem de toda a humanidade, no início do terceiro milênio.

O sionismo mundial personifica o racismo que é falsamente atribuído a religiões mas, de fato, abusa dos sentimentos religiosos para esconder sua horrenda face de ódio. Contudo, é importante que não percamos de vista os objetivos políticos de alguns dos poderes mundiais, dos que controlam os imensos recursos econômicos e os lucros, no mundo. Mobilizam todos os recursos, inclusive a influência econômica e política – e a mídia em todo o mundo –, para tentar ganhar apoio para o regime sionista e para ocultar a indignidade e a desgraça daquele regime.

Não se trata aqui de simples questão de ignorância. Ninguém pode pôr termo a esses horrores mediante campanhas consulares e diplomáticas. É preciso trabalhar com muito empenho para deter os abusos praticados pelos sionistas e seus apoiadores políticos e internacionais, e para fazer respeitar o desejo e as aspirações dos povos. Os governos antissionistas devem ser encorajados e apoiados com vistas a erradicar esse racismo bárbaro e para que se reformem os mecanismos internacionais hoje existentes.

Não há qualquer dúvida de que todos os senhores aqui presentes têm perfeito conhecimento da conspiração movida por alguns governos e pelos círculos sionistas contra as metas e os objetivos dessa conferência.

Infelizmente, houve declarações e declarações de apoio aos sionistas e seus crimes. É dever e responsabilidade dos respeitáveis representantes de todas as nações desmascarar essa campanha que corre na direção oposta a todos os valores e princípios humanitários.

Deve-se reconhecer e declarar que boicotar uma reunião como essa, e tentar degradar a excepcional capacidade política internacional que aqui se acumula, é perfeita manifestação de apoio aos racistas e é escandaloso exemplo de racismo. Para defender direitos humanos, é fundamentalmente importante, em primeiro lugar, defender os direitos de todas as nações do mundo, de participar em condições de igualdade no processos de tomar toda e qualquer decisão, sem qualquer tipo de pressão que venha de apenas alguns poderes mundiais.

Em segundo lugar, é necessário reestruturar as organizações internacionais existentes e suas respectivas constituições e acordos. Essa conferência, portanto, é como um campo de testes. A opinião pública, hoje e no futuro, julgará nossas ações e nossas decisões.

Senhor presidente, senhoras e senhores. O mundo está passando por mudanças profundas e muito rápidas. Relações de poder consideradas estáveis já se mostram frágeis, muito fracas. Ouve-se o "crack" dos pilares dos sistemas mundiais. As principais estruturas políticas e econômicas estão em ponto de colapso. No horizonte, já aparecem crises políticas e de segurança. O agravamento da crise da economia mundial, para a qual não se vê futuro melhor, demonstra que estamos sob a força de uma maré de mudanças globais. Tenho repetido e enfatizado que é necessário que o mundo abandone a rota errada em que caminhou por tanto tempo, e na qual ainda insiste.

Também tenho alertado repetidas vezes contra as terríveis consequências de qualquer desatenção a essa responsabilidade crucial.

Aqui, nessa importante conferência, entendo que já possa declarar a todos os líderes do mundo, aos pensadores e a todos os povos de todas as nações do planeta aqui representados, e que anseiam por paz e bem-estar econômico, que aquela ordem injusta que comandou o mundo já chega, hoje, ao fim de sua caminhada. É fatal que aconteça, porque a lógica desse poder imposto sempre foi a lógica da opressão.

A lógica do governo compartilhado e dos negócios planetários deve-se basear nos mais nobres anseios que há em todos os seres humanos e na supremacia de Deus Todo-Poderoso. Portanto, operará tão mais eficientemente quanto mais se façam ouvir todas as vozes de todas as nações. A vitória do bem sobre o mal e a construção de um sistema mundial justo é promessa que Deus e seus mensageiros fizeram à humanidade. Esse sistema mundial justo tem sido objetivo partilhado de todos os seres humanos e de todas as sociedades ao longo da história. Realizar esse futuro depende de conhecer o espírito da criação e a força da fé dos crentes.

Construir uma sociedade global é, afinal, alcançar o alto objetivo de estabelecer um sistema global comum do qual participem todas as nações do mundo, ouvidos todos em todos os processos de decisão, com vistas a esse mesmo objetivo.

Capacidades científicas e técnicas e tecnologias de comunicações criaram novas vias de entendimento para a sociedade mundial, entendimento partilhado e disseminado; essa é a base essencial para um sistema comum. Cabe, doravante, aos intelectuais, pensadores e construtores de políticas, em todo o mundo, assumir a responsabilidade de cumprir esse seu papel histórico, com firme crença de que esse é o caminho a seguir.

Quero também destacar o fato de que o liberalismo e o capitalismo ocidentais não se mostraram suficientemente potentes para perceber a verdade do mundo e dos homens como são. Sempre tentaram impor objetivos e rumos que eram só deles, a todos. Sem qualquer atenção a valores humanos e divinos de justiça, liberdade, amor e fraternidade; sempre viveram em intensa competição, pensando mais, sempre, em interesses materiais, individuais e corporativos.

É tempo de aprender com a experiência e iniciar esforços coletivos para enfrentar os desafios que aí estão. Nessa mesma linha de argumento, quero chamar-lhes a atenção ainda para duas questões importantes.

Primeiro, que é absolutamente possível melhorar a situação em que o mundo vive hoje. Mas deve-se observar que, para tanto, é indispensável que todos os povos e países cooperem, com vistas a construir mundo melhor para todos, fazendo render o máximo possível, para todos, todas as capacidades e os recursos com que o mundo conta hoje.

Participo hoje, presente nessa conferência, porque tenho a firme convicção de que as questões que aqui se discutem são importantes. E porque é dever de todos, e é responsabilidade comum de todos, defender os direitos de todas as nações contra o racismo sinistro, aqui, e solidários aos melhores pensadores do mundo.

Em segundo lugar, considerada a ineficácia do sistema político, econômico e de segurança hoje vigentes, é indispensável voltar a considerar os valores humanos e divinos, a verdadeira definição do homem e da humanidade, baseada na justiça e no respeito aos valores de todos os povos, em todo o mundo. Para isso, é necessário denunciar os erros e vícios dos sistemas que até hoje governaram o mundo; e é necessário que tomemos medidas coletivas para reformar as estruturas existentes.

Para tanto, é crucialmente importante reformar imediatamente a estrutura do Conselho de Segurança, com imediata eliminação do discriminatório direito de veto; e é preciso mudar os sistemas financeiro e monetário mundiais. Claro que, quanto menos se compreenda a urgente necessidade de mudar, mais nos custarão os adiamentos e atrasos.

Caros amigos. Andar na direção da justiça e da dignidade humana é como seguir o fluxo rápido das águas de um rio. Tenhamos sempre em mente a potência do amor e do afeto. O futuro prometido para todos os seres humanos é patrimônio valiosíssimo. Temos de nos manter unidos para construir outro mundo possível.

Para que o mundo seja melhor lugar, cheio de amor e bênçãos, mundo onde não haja nem ódio nem pobreza, mundo abençoado por Deus Todo-Poderoso, que levará à realização de todas as perfeições dos seres humanos, temos de nos dar as mãos em amizade e solidariedade, e trabalhar para realizar esse mundo melhor.

Agradeço ao presidente da Conferência, ao secretário-geral e a todos os ilustres participantes, a paciência com que me ouviram. Muito obrigado.



NOTAS DE TRADUÇÃO


* 21-24/4/2009. É "conferência de revisão", prosseguimento da "World Conference against Racism, Racial Discrimination, Xenophobia and Related Intolerance" que foi iniciada em Durban, África do Sul, em 2001, chamadas respectivamente "Durban I" e, agora, "Durban II". A conferência de revisão foi organizada para estimular a ativação do que ficou definido como objetivos, na "Durban Declaration and Programme of Action"; visa a estimular o prosseguimento de ações, iniciativas e soluções práticas. Sobre a Conferência de Revisão, ver http://www.un.org/durbanreview2009/. Em http://www.un.org/durbanreview2009/pdf/Draft_outcome_document_Rev.2.pdf pode-se ler a versão de documento a ser discutido nessa conferência de revisão.

Interessante observar que, entre 2001 e 2009, o mundo mudou muito dramaticamente. Em 2001, ainda não havia no mundo a clara consciência de que Israel opera como Estado racista, no coração do Oriente Médio. Hoje, o assunto já está em discussão, de fato, em todo o planeta – sobretudo depois do massacre de Gaza pelos israelenses e da ascensão ao governo de Israel, em eleições recentes, de partidos e políticos que manifestam clara ideologia racista. Nesse contexto é que se deve entender o 'boicote' à conferência de revisão. Os EUA de Obama e vários aliados europeus dos EUA 'boicotaram' a reunião. O presidente do Irã atacou diretamente o racismo sionista. Todas essas circunstâncias fazem desse discurso documento histórico importante.

[2] Hoje, a FSP publica versão diferente desse trecho: "Após a Segunda Guerra, eles recorreram à agressão militar para deixar uma nação inteira sem lar, sob o pretexto dos sofrimentos judeus e da ambígua e dúbia questão do Holocausto". Essa versão está publicada em FSP, 21/4/2009, "Ahmadinejad tumultua conferência da ONU", matéria assinada por Marcelo Ninio, de Genebra, em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2104200901.htm [só para assinantes]).
Também na nota publicada hoje em O Globo (em http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/04/21/governo-brasileiro-externara-reprovacao-ao-discurso-de-ahmadinejad-contra-israel-755364490.asp), e que, segundo o jornal, teria sido divulgada pelo Itamaraty, há referência a comentário sobre o Holocausto, que haveria nesse discurso. Na versão publicada pela PressTV (BBC no Irã), em inglês, aqui traduzida, não há qualquer referência ao Holocausto.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 17:51 1 comentários
Sábado, 2 de Maio de 2009elated Intolerance" que foi iniciada em Durban, África do Sul, em 2001, chamadas respectivamente "Durban I" e, agora, "Durban II". A conferência de revisão foi organizada para estimular a ativação do que ficou definido como objetivos, na "Durban Declaration and Programme of Action"; visa a estimular o prosseguimento de ações, iniciativas e soluções práticas. Sobre a Conferência de Revisão, ver http://www.un.org/durbanreview2009/. Em http://www.un.org/durbanreview2009/pdf/Draft_outcome_document_Rev.2.pdf pode-se ler a versão de documento a ser discutido nessa conferência de revisão.

Interessante observar que, entre 2001 e 2009, o mundo mudou muito dramaticamente. Em 2001, ainda não havia no mundo a clara consciência de que Israel opera como Estado racista, no coração do Oriente Médio. Hoje, o assunto já está em discussão, de fato, em todo o planeta – sobretudo depois do massacre de Gaza pelos israelenses e da ascensão ao governo de Israel, em eleições recentes, de partidos e políticos que manifestam clara ideologia racista. Nesse contexto é que se deve entender o 'boicote' à conferência de revisão. Os EUA de Obama e vários aliados europeus dos EUA 'boicotaram' a reunião. O presidente do Irã atacou diretamente o racismo sionista. Todas essas circunstâncias fazem desse discurso documento histórico importante.

[2] Hoje, a FSP publica versão diferente desse trecho: "Após a Segunda Guerra, eles recorreram à agressão militar para deixar uma nação inteira sem lar, sob o pretexto dos sofrimentos judeus e da ambígua e dúbia questão do Holocausto". Essa versão está publicada em FSP, 21/4/2009, "Ahmadinejad tumultua conferência da ONU", matéria assinada por Marcelo Ninio, de Genebra, em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2104200901.htm [só para assinantes]).
Também na nota publicada hoje em O Globo (em http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/04/21/governo-brasileiro-externara-reprovacao-ao-discurso-de-ahmadinejad-contra-israel-755364490.asp), e que, segundo o jornal, teria sido divulgada pelo Itamaraty, há referência a comentário sobre o Holocausto, que haveria nesse discurso. Na versão publicada pela PressTV (BBC no Irã), em inglês, aqui traduzida, não há qualquer referência ao Holocausto.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às

sábado, 2 de maio de 2009

AO BLOG DO MELLO

02/05/09

Ao blog do Mello:

Postei, mais cedo, um comentário neste espaço que acredito democrático (confesso a minha aversão a esse termo), e até o presente momento não o vi publicado. O meu, o blogdomorani.blogspot.com, recebe qualquer comentário, de quaisquer blogueiros, seja a favor ou contrário a esse governo Lula. Justamente o comentário por mim solicitado à sua entrada neste blog era de crítica ao atual mandatário e à sua Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que está contaminada pelo "vírus" Lula, portanto, deve permanecer em "quarentena demorada". Não vejo nem um só laivo ofensivo à pessoa do senhor Lula, que inclusive foi meu candidato na sua primeira eleição. Todavia, nele perdi minha total confiança e esperança de um governo do povo, pelo povo e para o povo, mas governa para a elite branca, para o FMI - de quem era inimigo ferrenho - para os africanos e para o endividados com a Receita Federal. E agora sonha com Jogos Olímpicos, ou o que o valha, no Rio de Janeiro. Não estamos com tanto dinheiro assim, parece-me, pois não dá assistência à rede pública de hospitais; às escolas, às rodovias federais, em estado de miséria, ao Projeto Luz pra Todos, Primeiro Emprego, etc., etc., etc. O interessante passe de magia é que sobra dinheiro para "DAR" ao FMI (tantas vezes pedida por ele uma devassa nas Contas de Pagamento das nossas Dívidas), e não sobra para os aposentados, relegados por sua política desumana. E dizer que ele é originário do sertão nordestino... Lá onde a miséria é grande e onde ele viveu e conviveu a ela! E as "promessas" da primeira campanha? Só nos falta ele vir a público pedir que ESQUEÇAMOS DELAS, ASSIM COMO O SEU ANTECESSOR, O FAMIGERADO FHC!
Não use do mesmo expediente, por favor, usado por Paulo Henrique Amorim, com relação aos meus comentários. Lá só se publicavam os a favor do governo Lula; contudo, permitiam alguns eivados de palavras de baixo calão, imorais e desrespeitosos ao seu próprio site e aos seus leitores! Cortei-o de minhas relações virtuais, e, pouco depois, se viu cortado no seu espaço na IG.

Meus cumprimentos.
Morani
2.5.09

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O BRASIL DE SEMPRE

Desde que tomei conhecimento da existência da TV Senado, tenho o costume incontrolável de não tirar os olhos da “telinha” que nos revela o grande e confortável plenário onde os nossos representantes se sentam em poltronas espaçosas. Só deixo de assistir aos debates quando o Presidente da mesa encerra os trabalhos do dia, ou quando não há trabalhos diretamente de lá.
Exerço assim, no recôndito da minha casa, a minha cidadania, por não me negar enviar e-mails a alguns parlamentares. Dessa forma, demonstro que sou um fiel assistente a todos os debates que soem acontecer naquela Casa. Sejam discursos dos situacionistas ou os dos oposicionistas. Digo-lhes, com tais e-mails: “Estou atento aos seus movimentos; anoto o que dizem; eu os cobrarei, com meu voto.”
Alguns deles parecem dissociados totalmente dos acalorados debates sobre a atual situação vergonhosa evidenciada nas duas Casas do Congresso em que tratam de corrupção no Parlamento.
Sobem às tribunas com assuntos totalmente fora do contexto atual: as passagens aéreas para as suas sedes dentro do país e para o exterior. Porém, estendem o “Trem da Alegria” a parentes, amigos, funcionários e, pasmem, até aos times de futebol! Outras práticas obscenas são geradas pela famigerada “Verba Indenizatória” e, mais recentemente, os Planos de Saúde vitalícios aos senhores senadores e aos que já não o são, engrossados por seus familiares. A última, mais recente: a remessa de 300 “vetos” presidenciais para votação. Dentre eles, embutido nos esconsos dos muitos vetos, de anos, o que dava um sonoro “NÃO” aos reajustes aos aposentados com mais de um salário-mínimo em seus ganhos. Felizmente, o plenário assumiu o seu compromisso com os idosos abandonados e esquecidos pelo governo LULA que dá uma de “bonzinho” ao FMI com empréstimos de valores que bem poderiam ser canalizados para cobrir aqueles pagamentos previstos na Constituição de 1988.
O vergonhoso é ver como alguns senadores têm pendores às artes cênicas, pois choram copiosamente quando usam as tribunas para suas defesas, ao serem alcançados por denúncias de péssimo uso de imóveis que nós, trabalhadores da ativa e dos aposentados, patrocinamos com cinco meses de trabalho, ao ano, só para pagarmos impostos. Mas na hora de se expressarem a favor dos injustiçados, ficam em cima do “muro”, e dóceis às ordens do Palácio do Planalto. Vemos que nem fedem, nem cheiram, só fedem. Defendem-se, entre si, com todo o denodo. Não querem sujar os dedos em suas “porcarias” e nas de seus pares. Jogam água fria na fervura dos pronunciamentos daqueles que lá vão para expor os “podres” do Poder, ou melhor: do Governo! São amorfos. São crisálidas fechadas em seus casulos, ignorando - por quê? - a situação de uma corrupção putrefata que campeia desavergonhadamente na capital da República.