DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


domingo, 4 de janeiro de 2009

SILENCIO E OMISSÃO

DOMINGO, 4 DE JANEIRO DE 2009

O modo como a comunidade internacional trata o (sic) problema iraelo-palestino não passa de mero esquivo e esperar para ver o que acontece. Além de ser, claro, duma cumplicidade ignominiosa com crimes de guerra e genocídio patrocinados por um Estado contra uma população civil – só na Faixa de Gaza, transformada em “gueto”, (sobre)vivem hoje cerca de 1,2 milhão de pessoas. A vergonha recai sobre todos aqueles que se afirmam, ou julgam-se, ser humanos por sua tartamudez perante um escabroso extermínio de cultura, história, comunidade e por fim a própria vida na Palestina ocupada.

Teimar em não reconhecer o Fatah ou qualquer outra agremiação política palestina como portadora de legitimidade é atestar total ignorância diante de fatos consumados e abandonar a Palestina a sua própria (má) sorte. Esquecem-se a União Européia e os EE.UU. do fato que Israel só existe hoje enquanto estado devido as sistemáticas ações terroristas perpetradas por diversos grupos sionistas ao longo de anos. Grupos esses que atingiram seu ápice ao findar a Segunda Guerra Mundial e lograram êxito não só expulsando as tropas britânicas da região como também fazendo a recém criada Organização das Nações Unidas reconhecerem um estado formado por uma minoria e, pasmem, estrangeira num território ocupado e em ainda em guerra.

Talvez alguns judeus tenham aprendido técnicas requintadas de crimes contra a humanidade durante a estadia no inferno dos campos de concentração erguidos pelos nazistas em solo europeu e as transportado para o Oriente Médio. Enquanto somos entulhados cotidianamente por filmes, peças, ensaios, livros ou até publicações acadêmicas sobre o holocausto cometido por alemães ensandecidos contra o povo judeu, há, na mesma proporção, só que em sentido inverso, um silêncio ensurdecedor sobre o mesmo tipo de lesa humanidade adotada como política de estado por Israel. Um estado que tem sua gênese não no Reinado de David ou de Salomão, ou em estórias bíblicas ou da Carochinha (tanto faz), mas sim nos ataques de grupos terroristas judeus como Stern ou Irgun responsáveis pelo do massacre de Deir Yassin, um exemplo hediondo da capacidade de terror desses grupos.

Em 9 de abril de 1948, houve o massacre de 250 palestinos (incluindo 100 mulheres e crianças), na aldeia de Deir Yasin, próxima a Jerusalém.Naquele dia sombrio anciões e crianças foram degolados, mulheres grávidas estripadas. O ato terrorista, executado por homens do Irgun e do Stern, sob comando do chefe do Irgun, Menahem Begin, tinha como objetivo amedrontar os árabes. Após o massacre, o restante da população de Deir Yasin foi forçada a desfilar como animais pelas ruas de Jerusalém. "O banho de sangue de Deir Yasin foi a operação mais abjeta jamais realizada pelos terroristas sionistas" (Arthur Koestler, escritor judeu, in "Promise and Fulfilment", Mac Millan, New York, 1949; cfr. Hussein Triki, op. cit., pg. 182).

Ao contrário daquilo que muitos analistas tupiniquins têm vomitado ultimamente os fatos recentes não são apenas parte de propaganda eleitoral. É certo que tanto Ehud Olmert (atual carrasco-mor, ou seja, premiê) e as principais personagens envolvidas no processo eleitoral que se desenrola, a ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni, o líder do Partido Trabalhista Ehud Barak e Bibi Netanyahu, principal nome do Likud partido de oposição, querem guerra e sangue palestino jorrando. O genocídio do povo palestino é adotado como legítima política de estado e foge de qualquer crítica mais contundente que por ventura possa vir da comunidade internacional ou mesmo de dentro da sociedade israelense. Manifestações pacifistas ou são impedidas, censuradas ou até mesmo ganham a pecha de serem formadas por traidores. Nessa conjuntura Israel não consegue hoje viver doutra maneira que não seja refém dum estado de beligerância perpétuo. A economia, a sociedade, a política e a cultura, enfim as instituições que formam Israel estão fortemente fincadas num estado militar que impele a guerra justamente para manter-se vivo.

Um dos maiores desafios da promessa de mudança chamada Barack Obama reside em arrefecer os ânimos dos trogloditas israelenses e do poderoso lobby montado às cercanias do Capitólio e Casa Branca e buscar não uma saída honrosa para Israel, mas, sim, entregar a posse da Palestina há quem de fato e direito lhe pertence, ou seja, aos palestinos.

No entanto é hora também de se cobrar uma posição mais clara em defesa do povo palestino por parte de todas as outras nações do mundo, e em especial do mundo árabe e demais países mulçumanos. A omissão – por que não conivência – com a qual os demais países do Oriente Médio têm demonstrado tamanha apatia diante do completo genocídio na Faixa de Gaza e a política sionista de extermínio dos palestinos, apenas denota o quão frágeis são seus estados perante a truculência imperialista israelense tornando-os alvo em potencial num futuro não to longínquo.

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