DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

CARTA A UMA PARENTA

06.01.09

Minhas queridas:

Antes de mais nada, desejo abraçar Jéssica pela data de seu aniversário. O que posso desejar a você, minha cara sobrinha, se já é brilhante nos estudos, se tem o amor de sua mãe e se não de algumas tias deveria ter (espero que seja verdade) e ainda o de sua avó? O que mais posso desejar a uma pessoa jovem que tem toda uma vida pela frente para fazer o melhor e o maior de todos os atos que nos engrandecem e estimulam? Somente o de abraçá-la pela data de ontem. Parabéns, muita disposição, saúde, felicidades, harmonia, tolerância e muito, muito amor! Aproveite os dias de sua mocidade para que não cheguem àqueles dias em que poderá dizer: "-não tenho prazer neles". Esta é uma passagem bíblica, se não me engana, do Eclesiastes. Um conselho Divino aos homens. Outro assunto: "Quem sabe poderemos nos ver pessoalmente?" Palavras sugestivas de sua mãe. E por que não? A porta de minha casa está sempre aberta às pessoas queridas. Cheguem, batam e serão atendidas. Faremos gosto.
Aquela que mora em Recife Aninha é como cigana; desdenha as pessoas chegadas a ela pelo sangue e pelas afinidades; sempre foi tratada com carinho e teve a nossa constante preocupação; a essa não consigo nem desejo perdoar. Já disse: “-Se ela procurar, por quaisquer meios, minha neta Marina, sua sobrinha, que se não é um anjo de candura também não é o demônio, “patricinha” nem prostituta, mas uma moça sofrida, sem pai (como é importante o pai!), sem horizonte ou perspectivas de uma subida na escala profissional.” É feliz a sua maneira. Aqui no seio de meu lar ela encontrará sempre amor, dedicação, conselhos, amizade sincera e as nossas almas. Já a cigana não! Sei bem dos avatares em vidas pregressas. Diz a Palavra do Senhor: - Há tempo para viver e para morrer; tempo de alegria e de tristeza; tempo de amar e de odiar; tempo de perdoar e de castigar, tempo de querer e de desprezar! Enquadro-me a todas as prerrogativas. Devolvo as afrontas que me fazem; em criança, e até à adolescência, guardei muitas dores, perseguições e ódios, castigos e intrigas. Já não me satisfaz suportar quaisquer afrontas a mim ou a um de meus familiares; Marina é neta, mais filha que neta, mais filha que essa cigana prepotente, angustiada na vida, desorientada e desligada aos problemas das irmãs Nelma e Anamaria. NÃO POSSO PERDOAR, AINDA QUE ME CAIA SOBRE A CABEÇA O RAIO DA CONDENAÇÃO! Digo isto sem qualquer arrependimento, sem um único laivo de ódio. Não! É o meu jeito; o jeito como fui feito desde criança, órfão de mãe que caiu em mãos terríveis, torturantes, cruéis. Uma pessoa arranca a mim tudo o que eu possa ter e que possa servi-la, mas não me faça provar o amargor do veneno injurioso. Sou amigo fiel, porém inimigo ferrenho. Essas qualidades, ou esses defeitos, me são inerentes; não posso nem quero me desligar a eles. Sou eu na íntegra e no fiel. Posso sorrir com a sua alegria, chorar na sua tristeza, mas não me associo a você se erguer à mão para ferir, se trair a minha confiança e abusar de minha parentela. Sou assim, mas sem resquícios do ódio malévolo sendo apenas e tão somente indiferente àquela ou àquele que ferindo a um dos meus me fere com maior intensidade.
Os meus livros, obras de minha imaginação, são frutos tardios colhidos na árvore das experiências, no caudaloso rio dos interesses, das análises e no hábito à leitura. Sai de minha mente como um fundo pronto e sem prévios planejamentos. Não pretendo ganhar dinheiro com eles. São, todas elas, a pessoa Augusto de Moraes e todas as suas chagas, coroamento de espinhos, cravos a fender a carne do espírito e as dádivas concedidas por Algum Princípio mais Alto. Não são, portanto, minhas essas obras, mas a expressão da Alma Maior; eu sou apenas o meio de que se serve a inspiração e o amor para dar corpo e vida aos personagens, cor às paisagens descritas, vibração humana às narrativas. Nada mais. Se glória eu tivesse com elas, essa não me pertenceria. Tenho plena consciência disso. Não me aumenta a estima, que sempre a tive por mim; faço por amar escrever, por amar dar vida a criaturas invisíveis, dar ritmo às situações que me nascem através dos dedos no teclado, da vontade como a vontade de um deus menor. Crio e isto já me basta. Nada mais quero desses meus quase vinte livros. Quero acabar os meus dias com os dedos no teclado, com a mente fervendo em ações, com a alegria de dar os primeiros passos a uma página em branco e ver sair uma estória. É assim que inicio uma nova obra: sento-me, digito os primeiros caracteres, a primeira oração, e daí sai aos jorros toda trama, todo principio meio e fim. Essa curva ascendente se lança mais ao alto para depois mergulhar ao seu termo. É assim na Vida humana e em tudo: no Cosmo e no Infinito. Bem minha cara sobrinha, isto era o que tinha a dizer nesta oportunidade. Fiquem em paz. Recebam, as duas, nossos abraços e nosso amor.
Tios Mario & Léia

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