DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

UM OLHAR SOBRE O MUNDO

O que vejo eu quando paro de alimentar minhas aflições e me volto para os acontecimentos no mundo? Esta pergunta eu a estendo a você que me lê.
E por que menciono o mundo em vez de a Vida? A Vida e o mundo não estão integrados no dia-a-dia dos seres humanos? Eu poderia normalmente mencionar a primeira como objeto de reflexões, sem medo de cometer enganos.
A minha laje – já mencionada anteriormente aqui neste livro – se tornou um mirante privilegiado às minhas observações visuais.
Descortino toda a beleza regional destas montanhas que nos cercam, mas enxergo, além das belezas naturais, a agitação das pessoinhas que vivem neste mundo. Todos e tudo parecem tranqüilos, lá de meu mirante. A longe e deslizando sobre o viaduto veículos se cruzam, em idas e vindas, levando pessoas a todos os quadrantes de nossa cidade. O que se pode dizer dessa gente que conduz esses veículos? E o que se pode avaliar dessa máquina maravilhosa de transporte privativo? E os “caronas”, o que podemos pensar sobre eles? Não conheço a nem um só deles, mas sei que poderão ter comportamento agressivo se lhes fizermos qualquer coisa por mais banal que seja. Sentir-se-ão violados em seus direitos de cidadãos, tendo ou não razões para isso.


E o que se deve entender por direitos senão a obediência às regras impostas por Leis específicas nos Tratados Humanos?
Calcados a essas normas, o homem pode muito bem se conduzir de modo civilizado ao transitar por vias públicas.
No entanto não é assim que a economia da Vida, ou do mundo, se faz sentir. Não! O que vemos diariamente nos noticiários são as violações de todos os direitos que a Humanidade conseguiu, a muito custo, com o passar dos séculos. O normal era chegar-se a um ponto em que a civilidade não retroagisse, mas se projetasse a um nível mais elevado. Creio que só assim poderemos ser considerados seres inteligentes e, pois, civilizados.
Porém, o que vemos? O cerceamento aos direitos mais banais da cidadania como o ir e vir de cada um. A violência nas principais capitais do país cresce ordenada e junta ao crescimento populacional. E isto em todos os países mesmo naqueles chamados primeiro mundo. Que primeiro mundo é esse? Que civilização é essa que vira as costas à fome e à miséria das nações pobres? Que seres humanos do primeiro mundo são esses que gastam fortunas imensas em veículos espaciais? O que procuram esses seres irrequietos? Está aqui mesmo na Terra os principais objetivos para muitos estudos sociológicos e humanitários. A Fome pede que a olhemos com prioridades. Aquela e o desemprego, a falta de moradias decentes para muitos e os baixos salários, são os maiores responsáveis pela beligerância entre os homens. As sociedades não se entendem mais. Elas têm os olhos da ganância e os sonhos que nem mesmo os deuses têm. Que Vida é esta que se distribui de maneira desigual entre os homens?
As tragédias no Congo estão sob os nossos narizes. Evitamos sentir o cheiro da morte por fome, pelas injustiças e pelas violências, que exala de terras africanas. A fome e o precário estado de saúde das pessoas, em todos os quadrantes do nosso planeta, incluindo o nosso país, são notórios. O nosso é o primeiro em tudo de ruim e um dos últimos em tudo o que poderia ser bom. São tantas as mazelas de todos os dias, me tirando de minhas pequenas aflições, que abro ainda mais os olhos para a invasão covarde de uma potência como a dos EUA a uma outra, tão soberana quanta aquela.

Sem precisar ir muito mais longe, aqui mesmo, à antiga capital do país, grupos armados dos altos de seus morros mandam e desmandam sobre as nossas “autoridades” e suas policias. Nada se faz sem o aval desses grupos. O que responder sobre tamanha e audaciosa desfaçatez? O que pedir à população ordeira e trabalhadora? Que digam em um referendo o “sim” ao holocausto muito passivamente?
Desmistificar as intolerantes mentiras que sobrepujam as poucas verdades torna-se tarefa das mais urgentes, entre muitas outras falsas verdades propaladas como verídicas, aos governantes e à nossa “correta” e imparcial mídia.
Então, me pergunto: por que me envolvi às minhas legítimas reflexões não sendo nada diante dessa miséria hodierna que cresce no seio da população humana, de todos os continentes, numa escalada sem precedentes, se só me trazem desconforto mental?
Desanimam-me tais reflexões.
No momento, não as desejo mais.
Mereço um descanso, uma trégua, uma esperança nova.
Na verdade, todos nós merecemos.

Do livro "Toda Rua é uma Festa" - crônicas Augusto de Moraes

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