DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

JOGA FORA DE RELEMBRANÇAS

13/08/09


Oi, minhas filhas queridas:


Não se constrói um arranha-céu sem uma fundação resistente; não se constrói nada em cima do passado, bem sei, mas é preciso ter a sensibilidade aguçada de um espírito poeta para debruçar-se sobre ele e não sucumbir. O passado nos atrai como um grande imã atraindo corpos que não suportam a força magnética da peça imantada. E por que estão lá muitas das lembranças que deixaram marcas saborosas em nossas mentes, voltamos sempre a ele ainda que retornemos ao presente de mãos vazias e de coração mais cicatrizado por feridas sem remédio.

Há uma passagem bíblica que alerta aos jovens, e que pode bem servir a quantos tenham deixado lá atrás hiatos de vida que necessitam ser preenchidos hoje, de alguma forma, que diz:

"Lembrem-se, moços, dos dias de sua mocidade, que Deus lhes Dá, para regozijos, antes que cheguem aqueles dias em que nenhum prazer encontrará neles". Esses devem ser os verdadeiros débitos que têm os homens que deixaram escapar as oportunidades de rejubilarem-se com os seus entes queridos, quando os dias eram ou poderiam ser de felicidade plena. E nos chegam esses "fantasmas", de tempos idos, como um verdadeiro rolo-compressor a nos esmagar; mais nos doem arremetidos às lembranças se nos sentirmos impotentes de reconstruir tudo, à feição de castelos de areia que fazemos e refazemos ao assédios das destruidoras ondas do mar. Ali, à praia, crianças ainda, temos às nossas mãos a matéria prima inacabável - a areia - e a nossa imaginação. O que temos hoje, de concreto e de palpável, que nos dê subsídios a reconstruir aquele passado desmanchado pela ação do Tempo? Vemos mais e mais se distanciando de nós os sons das vozes infantis, alegres e inocentes, os gestos, os sorrisos francos e os brilhos dos olhos, onde bailavam a esperança, as alegrias momentâneas e os sonhos; Ah, que saber tudo isso perdido num átimo do Tempo e no Espaço einsteniano... Embrulhados na relatividade das existências e postos como satélites das coisas começadas e inacabadas.

Terão todos os seres iguais sentimentos? Ou isso é como uma coroa descansando à fronte de um poeta? Um rasgo no cerne incontido de um construtor de sonhos falidos? Essas dúvidas que se entrelaçam em um espírito cansado, funcionam como pesos hercúleos sobre os ombros do poeta? Sofreram, assim, muitos deles, mesmo não sendo susceptíveis aos apelos do passado. Por que retornava Rimbaud ao seu povoado? Por que era impelido para lá? A força irresistível do passado clamava à sua alma continuamente. O poeta alemão Hölderlin foi outra vítima (?) dessa insatisfação, que o compelia passar mais tempo dentro de carruagens, para lá e para cá, como um ébrio. Voltar ou esquecer tudo, apagando à mente sofrida as cenas difusas que se homiziam lá no ponto distante do Tempo? Não me considero poeta, mas sim um construtor falido que, por incúria, esqueceu de calcular bem as bases de sua Vida. Esses seres falidos deveriam ser condenados às galés - se ainda as houvesse - ou à morte de seus pensamentos, em uma alma sem eco a guisa de calabouço eterno. As mãozinhas em salvas de palmas não as merecem eu, mas agradeço a gentileza por enviá-las. Vocês, sim, as merecem porque souberam livrar-se das vestes externas para só ficarem com o que vocês mesmas construíram em suas vidas. A cada uma de conformidade aos seus esforços e voluntáriosas vontades. Eu confesso, diante às suas almas, não passarei de um ancião debruçado ao peitoril de minha janela, que me descortina o nada, mas amplia a perspectiva de um futuro que ignoro como poderá vir a ser.

Estou completando o "joga fora" àqueles sentimentos teimosos e presos à alma, já por demais doloridas. Deus esteja com vocês hoje, amanhã e sempre.
papi Mario

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