DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sábado, 24 de julho de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Bom... Já está de bucho cheio, né mesmo? Eu também. E para não haver demoras, entremos de peito outra vez nas passagens da guerra em Canudos. Até aqui, o negócio fedeu demais, conforme o senhor narrou ai em seu caderno, pois não foi? Estamos entendidos e entendidos vamos aos senões de outras desgraceiras.
Quero confessar aqui, a esta altura da narrativa que estamos quase ao seu final, como foi o final do cerco duro e das duras batalhas em Coxomongó, em 15 de setembro de 1897. O cerco durou até o dia 05 de outubro daquele mesmo ano, e foi lá que perdemos o nosso valente companheiro e bravo soldado Chico Danado. Danado o sujeito era. De valentia não se conhecia outra igual. Parecia um desesperado invadindo o redil dos revoltados jagunços à ponta de baioneta, furando, estripando, cortando e esmagando a coronhadas as cabeças de quem lhe caísse aos pés. Mas, infelizmente, Chico Danado no calor da refrega não percebeu que um dos que estavam tombados, gravemente feridos se sentou, e apontando o seu fuzil, roubado a um de nossos soldados, fuzilou pelas costas, quase encostado ao cano da arma, o valente Chico. Reparei ao olhar pra ele que sentiu não dor, mas uma surpresa dessas malditas. Arregalou os olhos, abriu a boca ao máximo, vomitando sangue, e caiu de borco, se misturando aos demais mortos. Naquele instante cruel se ia finando o nosso mais velho companheiro, o mais equilibrado na vida, porém o outro mais louco de todos nós. Corremos três dos seus amigos. Ele ainda nos olhava, pois restava um pouco de vida em seus olhos. A agonia foi grande porque nada pudemos fazer por ele. Antes de se finar em definitivo olhou a cada um de nós como se quisesse fazer uma pergunta, mas só disse, tossindo golfadas de sangue, uma coisa que pra nós foi uma revelação, a, pois se foi:
-To me indo... Me vou... Ai... Que pena... Como ta longe... Longe...
Pensei que o nosso amigo, que se finava, estivesse variando, como é justo a quem morre. Eu, então, arrisquei uma pergunta boba que só, com balas triscantes sobre as nossas cabeças sem proteção.
-O que é que ta longe, amigo?
-O... O para... iso ouviram? O Paraíso... Disse com espanto nos olhos.
E desse modo se calou pra sempre, e pra toda a eternidade, nosso Chico Danado.
Nessa mesma hora, iam por terra os quatro últimos bravos jagunços de Canudos, sendo um apenas molecote de pouca idade.
Estava terminada a última batalha, mas, porém, Canudos não se rendeu!
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F I M

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