DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 18 de julho de 2008

CONSIDERAÇÕES SOBRE JOSUÉ DE CASTRO

CONSIDERAÇÕES SOBRE JOSUÉ DE CASTRO
– MÉDICO, GEÓGRAFO E SOCIÓLOGO –




Ao se dar o encontro recente da FAO, em Roma, conjugando de uma só vez governos e presidentes de várias nações para debater sobre a fome e a pobreza do mundo - A FAO é o órgão que tem essa aba de preocupação, e deveria ocupar não só as cabeças dos dirigentes mundiais como seus corações, pouco usados nos momentos mesmos em que exercem um mandato executivo em seus países – seria ponto de honra a todos os mandatários a alusão ao nome do maior guerreiro contra a fome e a miséria que assolam, desde muito, o nosso planeta. Seu nome? JOSUÉ DE CASTRO, humanista pernambucano e, pois, brasileiro e conterrâneo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também daquele estado, mas totalmente avesso a incorporar mais esse conhecimento aos seus (?) sobre o homem que foi Presidente das FAO de 1952 a 1956, e autor de dois famosos livros que abordam o assunto: GEOGRAFIA DA FOME e GEOPOLITICA DA FOME, traduzidos em 24 línguas.
Deixarei de lado mais detalhes sobre o trabalho desse sociólogo de vulto para propor o que abaixo menciono. A alguns poderei parecer um desses “alouprados” – termo usado pelo presidente Lula que o adora trazer à baila, em seus pronunciamentos plenos de irritação – (se acossado pela oposição farisaica, no dizer do meu amigo Hudson Luiz Vilas Boas do blog “Dissolvendo no Ar”) – e propositor a um estado utópico do dever que seria imposto aos candidatos a cargos eletivos e, pois, formadores de idéias, leis, princípios da ética e dos direitos dos cidadãos.
Em primeiríssimo lugar, esses dois livros deveriam ser a “Bíblia” de todos os políticos e politiqueiros começando pelos Gabinetes da Presidência da República e se estendendo aos demais do Senado, da Câmara, do Judiciário e os da Previdência.


Além desses, os existentes nos principais Ministérios que tratam da produção de alimentos, do transporte e da distribuição da referida produção, sem esquecer o Ministério do Planejamento e outros ligados à economia e à verdadeira distribuição de riquezas – para que os lessem e tivessem iluminadas as suas mentes tacanhas, e por isso mesmo regressiva, egoísta e eivada de números estatísticos.

As leituras a esses dois mencionados livros deverão ser obrigatórias e passíveis de reciclagem a médio prazo, mas nunca se deixando de “sabatinar” a todos os que têm a primazia ao mando e a todos os demais parlamentares, ministros, secretários, juízes e seus pares de todas as instâncias. Ao invés de ficarem sem nada a fazer nas “férias”, colidiriam dados importantes, por exemplo, de todas as instituições previdenciárias de todas as nações que encaram o problema social como primazia a todos os governos e, ainda, consorciada aos problemas da produção de alimentos e da miséria que campeia nos países em desenvolvimento ou pobre. Teria o caráter de um “vestibular” assegurando ao povo, que confiou nessa elite, às verdadeiras medidas corretas em seu favor. Ainda deveriam ter noções de agricultura, exportações e importações, transportes, taxas e impostos que recaem sobre gêneros de primeira necessidade – sem esquecer os remédios – câmbio e uma simples noção de Relações Públicas e de Relações Exteriores. Seria pedir muito? Com tal cabedal de conhecimentos ainda que superficiais, as Nações do mundo teriam parlamentos totalmente congraçados as mais profundas necessidades dos povos. Seriam políticos preparados, homens com outra visão de vida e não simples enunciadores de “números estatísticos” – frios como metais sob a “refrigeração” de suas indiferenças.
O Homem não é um ser desprovido de emoções, sabe-se; e, para se manter digno de sua existência, deverá ter trabalho e salário digno para atender a todos os seus compromissos diante de uma sociedade que não pode exigir dele além dos meios oferecidos pelos atuais homens que comandam as políticas sociais e econômicas.


Isso posto, tenho a convicção de que no futuro apenas homens, com profundos conhecimentos intelectuais envolvendo política social e econômica, poderão postular cargos de importância tão relevante como é a de um legislador e a de um governante. Não haverá mais lugar para os “meia-solas”, os enganadores, os politiqueiros assanhados que se movem pelos augustos e luxuosos corredores e anfiteatros dessas Casas de Leis. Para as devidas cobranças – que não deverá ter mais pela probidade de seus representados – se elegeria, a titulo de garantia, uma Pequena Câmara de doutos senhores saídos do seio do povo. Aqueles dois livros do eminente doutor Josué de Castro deverão ser as bússolas desses mesmos senhores. Assim, a humanidade daria a volta por cima, saindo dessa complicada e emaranhada teia de injustiças e confusões que levam povos aos levantes, às revoluções e aos desmandos; todos os governantes não mais pensariam apenas em demandas contra outros povos mais fracos e carentes, mas trabalhariam para fazer das “Reservas Primárias” um outro objetivo – o de levar a todos igualmente seus direitos à Vida e todos os seus princípios de bem-estar, social e humano. Dever-se-ia pensar, ainda, em perdoar dívidas dessas nações que ainda não estariam à altura daquelas que desde há muito vêm acumulando riquezas, protegendo suas agriculturas com subsídios e investindo pesado em países em desenvolvimento – aqueles cujo futuro se fazem risonhos.

Como menciona a comentarista e colaboradora do Le Monde Diplomatique, o nosso doutor Josué de Castro “cultivava, desde a década de 1950, uma visão sistêmica do desenvolvimento”. Somente com o aumento da produtividade agrícola e a distribuição de alimentos, o Homem não resolveria os agudos problemas da fome e da miséria. Inteligentemente, ela diz que “a leitura ou releitura”, hoje, da “Geopolítica da Fome”, por aqueles que organizaram o encontro mencionado nas primeiras linhas desse meu comentário, seria uma bela e expressiva homenagem ao grande humanista que teve a FAO em suas mãos dirigindo os destinos da Instituição nos anos 50.


O resgate da memória – diz ela – é sempre uma condição sine qua non para se projetar o futuro. E o futuro bate incontinente às nossas portas; se faz presente em nossas necessidades atuais; mostra-nos friamente que a continuar do jeito que se faz caminhar a diplomacia dos povos livres, não teremos muitas chances de construir um futuro de igualdades e de direitos imanentes aos seres humanos, que deverão escapar à hecatombe que se desenha muito claramente no horizonte de todas as Nações.

“A crise de civilização exige um novo modo de viver e de pensar. Trata-se de alcançar não apenas um melhor nível de conforto, mas também uma melhor qualidade de vida em todos os sentidos” (Josué de Castro).

Adotar um novo paradigma deve ser a ação imediata dos povos, mediante novas reuniões de poderosos; praticar-se uma higiene em todos os Parlamentos, como propus atrás, sem medo de me tornar ridículo ou ser taxado de néscio. Digo, porém, que os homens que realizaram o encontro de Roma perderam a oportunidade de iniciar a corrida para todas as mudanças necessárias a uma Humanidade mais conscientes de seus deveres e direitos. Haverá tempo? Só mesmo o Tempo terá as respostas que todos nós, que pretendemos a igualdade dos povos, ansiamos.
Morani.

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