Em 04/10/09
Querida Aninha:
Depois de alguns dias de "molho" numa cama dura, estou de volta, mas não muito firme ainda; tive uma das minhas crises de colunas - cervical e lombar. Terrível! Eu parecia estar andando sobre nuvens. O tempo todo fui preso de vertigens; fui aconselhado a permanecer deitado, mas isto não impediu de eu enviar os meus comentários aos amigos cientistas políticos; Aliás, quem os enviava era a Marina; eu ditava, ela anotava e fazia o resto no computador. Mas, a você, eu quis, e fiz questão, de responder o seu último e-mail de 29/09 passados.
Quero que entenda que não a critico por cuidar de animais - cachorros principalmente - que precisam de cuidados. Mas, cuidados exagerados, a ponto de lhe tomar seu descanso e a sua vida particular, vão grande distância. Há um limite para tudo, até mesmo para se amar outro ser humano, o que dirá a um animal. A Natureza - Mãe Pródiga - toma conta deles; eles se viram ou encontram outras pessoas capazes de se emocionar com a situação deles. Não queira abarcar o mundo com as pernas. Cuide-se, e de sua filha, e de sua casa, e de seus problemas; os cães abandonados não estão a sós.
Uma pessoa que conheço chega à raia do incompreensível! É bem capaz de deixar um ser humano com fome a um cão de rua sem socorro. Isto não tem cabimento e é, pois, inadmissível! Desumano - ato dos que não se preocupa muito aos seres humanos. Cada um de nós tem uma cruz a levar na vida; com os animais de rua se dá o mesmo. Não podemos mudar o determinismo da existência. É o que é; será o que tiver de ser. Louve-se, contudo, o seu trabalho, mas nunca a sua preocupação demasiada, que influencia a sua vida porque, tenho a certeza, você fica o dia inteiro ruminando na mente - a Casa de Deus - por não ter dado a sua atenção à animália sem dono. Há outros modos de nos sentirmos pagos pelos nossos cuidados com quaisquer uns. Desde o instante em que você se preocupa com eles, desde esse minuto, Deus já sabe e conhece as suas intenções. Eu amo animais. Ainda hoje esteve aqui minha filha Nelma e Marina sua filha. Nelma trouxe de Mury um filhotinho de sabiá que teve a asa quebrada por um caminhão. Já está emplumado e voando. Voava, quando foi atropelado de leve. Dei a ela as instruções de como tratá-lo porque já tive um pardal que caiu do ninho; não tinha nem plumagem: estava nu, como se diz. Levei-o para casa, tratei dele dando comida em uma ponta de tampa de caneta esferográfica, e água da mesma maneira. Dormia numa caixa, ao meu lado, em meu quarto. Pois ele cresceu. Mal eu abria a porta de casa e já vinha o meu pequerrucho emplumado, então, voando pelo corredor e batendo em meu peito. Agarrava-se com as unhas afiadas e subia ao meu ombro; depois, à noite, após o banho, eu assistia TV e ele vinha, aos pulinhos, subindo por minhas pernas e se aninhando em meus braços. Na rua, eu o levava num dos ombros. As pessoas se admiravam de ele não fugir. Eu o treinei a voar na laje de casa. Ele ia longe, mas eu imitava o canto de um pássaro e ele voltava pousando direto em minha mão. Para onde eu ia, ele ia, dentro de casa. Enquanto eu fazia a minha comida, ele ficava num poleiro que eu lhe fiz, olhando, olhando... Um dia o levei de volta ao lugar em que caíra: a garagem da empresa em que eu trabalhava. Como por ali havia uma passarada de todo o tipo - muitos pardais – cri, eu, tenha atendido ao chamado de seus irmãos e se indo. Dei graças a Deus por ele se encontrar em meio aos seus iguais, voando livre e em espaços abertos. Ele encontrou a paz e a vida de um pássaro. Não o prendi, jamais, a uma gaiola. Estava sempre livre para partir, mas achava que eu era sua "mãe". Sozinho outra vez em minha casa, senti muito a falta de sua companhia, mas o imperioso era eu lhe dar a chance de retornar à Natureza, dormir sob a proteção de árvores, de se acasalar, de proliferar e de morrer, como morrem os pássaros. Dá-me uma forte emoção ao lembrar esse episódio. Nem por isso corri atrás de outras aves; Uma tarde, em minha laje, encontrei um outro, mas emplumado e ferido na patinha. Cuidei dele e o soltei. Vi o seu vôo alegre e rápido e o vi sumir-se entre as árvores de um terreno imenso. Contribui à Natureza, sem me envolver mais a algum deles. No dia em que Deus achar que eu deverei cumprir mais uma missão igual, estarei pronto e o fazendo com muito amor e dedicação. Deixe a Natureza cuidar de seus cães dirigindo os seus passos ou vê-los morrer como um cão. Não temos o direito de modificar os seus destinos, assim como muitos pretendem mudar os de seus semelhantes, pois nem um outro ser humano tem o direito de mudar o meu. Pense nisto, minha cara, e terá o alívio de não se sentir culposa por aquela vida. Um grande abraço, extensivo a sua filha. Fique com o seu coração em paz e com o sentimento de ter cumprido a sua missão.
Tio Mario
DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014
Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
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