DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sábado, 25 de outubro de 2008

CRÕNICA PARA TODOS OS FINS

CRÔNICA PARA TODOS OS FINS
Jornalístico & literário


Passada a grande turbulência do “caso” Eloá – a mártir de Santo André – ponho-me a garimpar, no ancião meio de comunicação em massa fatos já quase esquecidos da memória popular.
Fato truculento como o de Santo André, SP, não é o primeiro nem será o último; a ele já se seguiram, quase simultaneamente, mais quatro crimes de fundo passional, culminando com o último em que não houve seqüestro algum, mas com vítimas próximas ao criminoso-suicida, e de todas as idades: a senhora mãe do tresloucado e patológico executor, sua esposa (que felizmente sobreviveu a um tiro à cabeça), seus três filhos pequenos e, por fim, o agente de tanta violência: o chefe da família.
Mas, no momento, me interessa abordar aqueles crimes perpetrados e perpetuados pelos seus agentes – jovens adolescentes assassinando seus iguais, porque não consigo encaixar o pendor de tantos jovens aos crimes de mortes. Deixaram os jovens de serem jovens, pacíficos, equilibrados e normais como foi em meu tempo de juventude? As únicas violências mais contundentes que nos chegavam através de jornais e rádio eram as notícias da II Grande Guerra; a elas se juntou o famoso Crime da Mala com o esquartejamento da esposa do criminoso em parceria da amante. Despachada pelas barcas Rio - Niterói, o “volume” ia e voltava até que a putrefação dos restos mortais entrasse pelas narinas de todos – agentes e passageiros. Os crimes em série não são inventos atuais. Antes desse crime da mala houve um outro, no século retrasado. Um bastante venerado doutor do judiciário nacional – se não me falha a memória, um desembargador – atraiu a sua casa a sua amante, e com o auxílio de um escravo matou e esquartejou aquela que poderia vir se transformar em pedra de tropeço à sua carreira brilhante. Saiu dali indo direto a uma festa da sociedade local, mas deixando embalada a uma mala os membros dissecados da jovem pelo emérito desembargador. Já houve outro, quase recentemente, em que uma mulher, amante de um médico, foi sedada por ele e dissecada ainda viva; suas partes foram embaladas e jogadas ao ermo! E, mais recente ainda, o caso dos dois irmãos assassinados por asfixia, um, e com uma punhalada, o segundo, sendo, depois, desmembrados ambos e espalhados pela cidade, mas as suas vísceras foram atiradas à latrina e levadas pela descarga. Covardia inominável! Sangue frio imperdoável! Características de monstruosidades do pai e de sua atual esposa! Deus meu, a que ponto chegou à humanidade!

Por princípio, nem irei falar aqui do assassinato de meu próprio irmão Jansen na Ilha do Governador no ano de 1951. Não desejo juntar àquele bárbaro crime tantos outros com maiores repercussões, ao qual a imprensa deu total e avassaladora cobertura, já que esses são os objetivos precípuos da mídia falada, escrita e, agora, televisiva.
Em todos os casos de crimes – principalmente os passionais – a nossa cuidadosa imprensa teve papel fundamental no processo de tornar conhecidos todos os detalhes dos absurdos. Quem esqueceu o assassínio da pantera “socialite” paulistana pelo seu namorado, também socialite, Doca Street?
Todavia, não desejo ir muito além da margem do processo criminoso atual e suas conseqüências na opinião pública, não só nacional, mas internacional, porque a TV é o mais globalizado meio de comunicação da era espacial em que se vive, move, envelhece e morre. Como escapar, pois, dessas pontiagudas notícias que chegam instantâneas aos mais distantes locais do planeta, e de lá vêm? Na mesma hora chegam à Ásia, a Europa, à Oceania, à África, aos Estados Unidos, ao Ártico e à Antártica, e a nós.
Na maioria das vezes, essas notícias extrapolam em detalhes e em tempo; duram enquanto durar o interesse dos ouvintes, leitores e telespectadores, todos ávidos por notícias com cheiro de sangue. Outras vezes, a imprensa tem papel preponderante como auxiliar investigativo. Um caso de atuação compatível ao evento se deu com a prisão, julgamento e execução do senhor Hauptmann, na cadeira elétrica, que seqüestrou um bebê e o matando, acidentalmente, ao descer pela escada que colocou debaixo da janela do quarto do filho de Lindemberg, este um herói estadunidense de fato, bem diferente do “nosso” Lindemberg tupiniquim. Sobre este, já teci comentários em ELOÁ, A MÁRTIR, que o meu amigo Hudson, titular do blog Dissolvendo-no-Ar, achou por bem editar em seu espaço.
Sou pelos cuidados que a imprensa deve ter ao noticiar esses crimes tão banalizados transformando-os em quase “peças novelescas”, que já nos bastam as existentes nas telinhas, além, é claro, de dar aos criminosos papéis de destaque como se heróis fossem. O caso “Nardoni” já foi esquecido? Espero que não o ressuscitem de uma hora para outra, mas que coloquemos um “tampão” para que jamais voltem a “abrilhantar” os noticiários quixotescos de nossa Imprensa.
Morani

Um comentário:

Anônimo disse...

SR.Morani, em primeiro lugar gostaria de lhe dizer que gostei de ler algumas de suas máterias, não lí muitas ainda, por falta de tempo mais gostei muito e achei interessante.Eu me chamo Nilceléa Marques de Siqueira, moro em Nilóplis-RJ, casada, 01 filho, trabalho como vendedora de isolamento térmico em uma empresa há 20 anos. Um fato que me chamou a atenção que por acaso eu estava lendo na Crônica para todos os fins, foi a seguinte parte. (O famoso Crime da Mala com o esquartejamento da esposa do criminoso em parceria da amante. Despachada pelas barcas Rio - Niterói, o “volume” ia e voltava até que a putrefação dos restos mortais entrasse pelas narinas de todos).
Ao ler me recordei de um fato que ocorreu em minha família creio que nessa decada. Uma tia da minha mãe junto a seu amante mataram a esposa dele em Santa Teresa-RJ, e colocaram em uma mala e levaram para Niterói, uns dizem que enterraram no quintal de uma outra tia em Niterói e a policia descobriu através de uma denuncia de outro parente. Fquei pensando se esse caso citado seria o mesmo, pois a família não comenta nada sobre isso, mais sempre tive curiosidade de saber, inclusive essa tia da minha mãe já faleceu, e quanto ao amante eu não sei dizer, acredito que tenha falecido também, sei que ela ficou 9 anos na prisão, eu passei muitas férias na casa dela, mais não sabia de nada, porque depois que ela saiu da cadeia ela foi morar em Caxambú, e naquela época quando eu ia prá casa dela ela já tinha uns 60 anos + ou- e eu ainda era criança. Gostaria de tirar essa dúvida se os dois crimes seriam o mesmo.Qualquer contato poderá ser feito pelo meu e-mail: nilce.agui@hotmail.com
Desde já agradeço, e mesmo que eu não obtenha nenhuma informação, já me sinto satisfeita por poder ler coisas tão interessantes como as que o Senhor escreve.