ELOÁ A MÁRTIR
Friburgo,22/10/08
Quanto mais vivemos mais nos encontramos em meio a encruzilhadas que parecem surgir do nada. Nessas encruzilhadas – que se tornam verdadeiras e famigeradas armadilhas – há uma juventude vivendo desprovida de quaisquer horizontes, sonhos, planejamentos para a construção de uma vida com futuro; vida essa que é o objetivo creio de uma grande maioria, em ser feliz, em estudar e se formar em alguma universidade, se dar bem ao final, ser aprovado em algum concurso público, que são os empregos – admitamos com certos rigores de análise fria – que mais atraem essa juventude que outrora via, na iniciativa privada, o seu trampolim ao sucesso, à independência financeira, ao seu bem-estar e à sua realização como seres humanos, com os alienáveis direitos promovidos pela Constituição do país.
Mas, casado a esses parâmetros, estão intrinsecamente unidos, para lhes dificultar suas existências, os projetos capengas de um governo que abandonou à própria sorte o ensino no país; que viraram as costas aos investimentos no setor privado, de modo que este tão aglutinador de oportunidades nada mais pode oferecer, a não ser o “primeiro emprego”. E essa juventude desvalida que, por não ter a experiência exigida pelo mundo capitalista e, portanto, globalizado, criminosamente globalizado, a meu ver, depõe as suas esperanças com o concurso de um viés totalmente divorciado àqueles acalentados sonhos juvenis.
Vimos um jovem, de 22 anos, servindo como auxiliar de produção em uma fábrica. Nada tendo a amealhar em um emprego com tão poucas seguranças canalizou todos os seus sonhos na direção da jovem Eloá – uma criança de 15 anos apenas. Ela, talvez, pudesse ser a coluna mestre de sua existência pobre, sacrificada por baixo salário e pelo receio de, a qualquer momento de abalo econômico mundial se ver lançado à porta da amargura com provável dispensa.
Como não tivesse muito a dar, materialmente entendido, tentou lhe dar o seu amor. Por três anos apenas esteve unido profundamente a Eloá, por laços, cujos nós só ele desataria; nós que o ligava, por motivos fortes, a uma jovem que, na sua condição igual, vinha acumulando, negativamente, seu relacionamento coroando-o com anel de ferro – a coroa dos pobres – numa união pautada por brigas, rusgas leves, ciúmes – o maior veneno instilado à alma de cada ser humano – que separaram, algumas vezes, o casal.
Que amor foi esse? Que amor trágico, malfadado, alienante foi esse, que desvirtuou caminhos que poderiam levar com doçura, aos corações de duas crianças sonhadoras, os mais nobres sentimentos e os mais elevados almejos aninhados em duas almas jovens?
Todavia, Lindemberg o jovem apaixonado desvirtuou, em determinado instante de caos, numa nevrose incontrolável, todo um perfil que tinha tudo a se encaixar suavemente, e com toda doçura que o verdadeiro amor, que não é egotista, tinha condições de alicerçar. Cego – que dúvida cruel! – por mais ciúmes ou por crescente amor saído das cinzas, qual Phenix cambaleante, arvorou-se aprisionador, juiz e executor de uma sentença que crescia em seu coração rechaçado pelo seu bem querer: a alegre, a doce, a bela Eloá. Desprovido, então, de sua atenção e de seus cuidados, não pôde suportar o alheamento do objeto de seus desejos. Simples desejos: “passar o máximo de tempo ao seu lado, por não poder ficar sem sentir o seu “cheirinho”, distante de seus grandes e vivazes olhos”. Palavras da perdição. Armou, portanto, o palco da tragédia expulsando, como um deus pequeno, a vida àquele corpo cheio de frescor. Dois tiros à queima-roupa fizeram baixar a cortina negra sobre a vida brilhante da jovem Eloá, e da sua também. Agora a sós, lamenta ter dado força ao dedo assassino e ter ouvido mais o “diabinho” ao “anjo”, em briga mortal dentro do cerne de sua alma infeliz. Eloá hoje se acha “encantada”; Lindemberg se faz prisioneiro de um arrependimento tardio e sem solução.
Porém, não foram apenas os projeteis que ceifaram a vida em flor de Eloá; seguiram-nas exacerbado ódio, inescrutável e celerado ciúme. Eis, pois, preparado o fio da guilhotina, a tragédia maior e a irrecuperável existência de ELOÁ A MÁRTIR.
Morani
DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014
Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
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