EM 21/NOVEMBRO/2008
Vemos, nós brasileiros, com justo entendimento, as homenagens que a Nação brasileira vem prestando, tardiamente, aos eventos passados na época da confirmação às mudanças exigidas pelo povo, ainda nos tempos da Monarquia.
Ontem, 20/11, relembramos os heróicos escravos no dia da Consciência Negra com laudatórias a Zumbi, o líder daquele grupo de escravos que se homiziou em um local elevado para a defesa da vida em comum; vimos, ainda, a estátua ao negro marujo da Armada brasileira, em sua homenagem, por ter acabado com os castigos físicos impostos pela oficialidade de nossa gloriosa Marinha. O levante ficou conhecido por a Revolta da Chibata. Justa homenagem a quem com coragem enfrentou o almirantado rigoroso da época.
Mas há uma efeméride que caiu no escaninho do esquecimento. O evento marcou uma das mais encarniçadas páginas de nossa História. A 05 de outubro de 1897 [nesta data, há um mês e dias atrás, se completaram 111 anos da última refrega contra os “revoltosos” de Canudos] morriam os cinco últimos combatentes – quatro homens e uma criança – por trás das destruídas paliçadas do Arraial Canudos. O excelente romance “Os Sertões” de Euclides da Cunha não deixa dúvidas sobre os fatos acontecidos debaixo da fuzilaria última que vinha acontecendo desde o dia 21 de novembro de 1896 – faz hoje 112 anos do inicio ao combate à Vila Canudos, com a marcha do primeiro grupo de expedicionários aos rincões sertanejos na Bahia. A partir de Uauá, os recontros foram encarniçados e sem muitas tréguas. Os jagunços de Canudos puseram a correr as Forças Expedicionárias da Primeira República, na defesa do conglomerado de mansardas, de duas igrejas e de suas próprias vidas em jogo no cenário crítico que se construiu mercê a memoráveis lutas sucedidas em Canudos.
Um fanático religioso contrário à República recém-criada, ao fragor da derrocada do Império Monárquico, era o seu líder. Melhor é se dizer de uma vez que ele jamais desejou armar um exército de famintos e de estropiados para atacar a sede do governo.
O jornalista Euclides da Cunha – engenheiro cartógrafo e geólogo – a principio estava presente ao palco das batalhas para cobrir a propalada “guerra de Canudos” ao jornal o Estado de São Paulo, como correspondente de guerra; mas a obra tomou corpo, avultou-se e se tornou uma jóia verdadeira da nossa literatura, extensa e verídica em todos os detalhes, revestindo-se de um floreio adrede ao próprio desenrolar das ações em campos de batalhas. Ficou claro que o movimento que avassalou milhares de gentes simples do interior do país, arrastando-a na vigência plena da Monarquia, não teve sua gênese de um momento para outro. Não! Emergia claudicante a Primeira República já com alguns percalços. A oligarquia rural paulista desejava a toda força manter o regime Monárquico, por atender melhor suas reivindicações sociais e políticas.
Compreendamos prioritariamente que todo e qualquer movimento dito “revoltoso” – e não foram poucos esses levantes na história do nosso país – se origina na indiferença dos cidadãos aos quais estão afetas as preocupações de se estabelecer políticas sociais totalmente voltadas para o povo – este sim razão de ser de uma sociedade equilibrada, justa e isenta de más influências internas ou alienígenas.
Ainda hoje, com a atual situação econômica e política, mas não relegando a puramente social, se tem todos os ingredientes malévolos ao surgimento de um moderno e estupendo Messianismo – acontecido àqueles anos – que na certa arrastará sociedades inteiras canalizadas às aspirações de mudanças radicais em todos os campos e no social, principalmente.
A imprensa da época apontou-o como revolucionário calcinado pelo ódio e a ponto de desarranjar qualquer sociedade instituída e legalizada. Lógico tal atitude de informações, pois não era outro o objetivo senão o de propalar notícias falsas com o fito de desprestigiar um homem rude e simples como era o referido personagem Antonio Maciel, o Messias sertanejo – homem de muita fibra. De uma coisa, porém não poderia ele jamais ser tachado: de um misantropo. Se misantropia houve essa saiu do seio da própria sociedade afeita ao protecionismo às oligarquias há muito implantadas no meio social monárquico e, posteriormente, ao o que a República mesma adotaria. Só que essa misantropia era canalizada à raia miúda, isto é: ao Zé Povinho que sempre foi o calcanhar de Aquiles a todos e quaisquer governos deste país.
Presentemente somos testemunhas vivas do nepotismo declarado e absurdo [presentemente combatido pelo TSJ, com bastante demora] entre a classe política que apregoa em alto e bom som ser o povo, do povo e para o povo os governos. Esse mesmo Zé Povinho que arrasta sobre os ombros 500 anos de servilismo!
Aqui em nosso país tivemos – não vai muito longe a data – o nosso “Messias” contemporâneo, mas incipiente o bastante para cair no ridículo e em u vergonhoso caso de corrupção e posterior processo de “impeachment”. Qual foi a sua mensagem de perfil messiânico? O de acabar com a oligarquia dos “marajás”. A ele se seguiram outros, montados à cela do mais alto cargo público que não foram além das mentiras e prosopopéias com palavras, hoje verdadeiros “chavões” de políticos incompetentes: “esqueçam tudo o que eu lhes disse antes”! Mas bem, este não é o escopo precípuo deste comentário. Volto àquela quadra de História do Brasil de irracional e triste lembrança. Muitos gostariam de atirar aos escaninhos das desmemorias os acontecimentos em Canudos, apagando das linhas dos compêndios os registros de nossa História. Foram patriotas e estudiosos os que as escreveram. Esquecer o dia 21 de novembro de 1897, quando partiu a Primeira Força Expedicionária da República contra Canudos, que não se rendeu, é o mesmo que jogar ao lixo páginas eivadas de atos heróicos protagonizados por ambos os lados nas batalhas daquele Arraial de Candos. Já nos bastam os desvios da nossa pobre História.
DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014
Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
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