DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CANUDOS - UM DESAFIO HERÓICO Á PRIMEIRA REPÚBLICA

EM 21/NOVEMBRO/2008




Vemos, nós brasileiros, com justo entendimento, as homenagens que a Nação brasileira vem prestando, tardiamente, aos eventos passados na época da confirmação às mudanças exigidas pelo povo, ainda nos tempos da Monarquia.
Ontem, 20/11, relembramos os heróicos escravos no dia da Consciência Negra com laudatórias a Zumbi, o líder daquele grupo de escravos que se homiziou em um local elevado para a defesa da vida em comum; vimos, ainda, a estátua ao negro marujo da Armada brasileira, em sua homenagem, por ter acabado com os castigos físicos impostos pela oficialidade de nossa gloriosa Marinha. O levante ficou conhecido por a Revolta da Chibata. Justa homenagem a quem com coragem enfrentou o almirantado rigoroso da época.
Mas há uma efeméride que caiu no escaninho do esquecimento. O evento marcou uma das mais encarniçadas páginas de nossa História. A 05 de outubro de 1897 [nesta data, há um mês e dias atrás, se completaram 111 anos da última refrega contra os “revoltosos” de Canudos] morriam os cinco últimos combatentes – quatro homens e uma criança – por trás das destruídas paliçadas do Arraial Canudos. O excelente romance “Os Sertões” de Euclides da Cunha não deixa dúvidas sobre os fatos acontecidos debaixo da fuzilaria última que vinha acontecendo desde o dia 21 de novembro de 1896 – faz hoje 112 anos do inicio ao combate à Vila Canudos, com a marcha do primeiro grupo de expedicionários aos rincões sertanejos na Bahia. A partir de Uauá, os recontros foram encarniçados e sem muitas tréguas. Os jagunços de Canudos puseram a correr as Forças Expedicionárias da Primeira República, na defesa do conglomerado de mansardas, de duas igrejas e de suas próprias vidas em jogo no cenário crítico que se construiu mercê a memoráveis lutas sucedidas em Canudos.


Um fanático religioso contrário à República recém-criada, ao fragor da derrocada do Império Monárquico, era o seu líder. Melhor é se dizer de uma vez que ele jamais desejou armar um exército de famintos e de estropiados para atacar a sede do governo.
O jornalista Euclides da Cunha – engenheiro cartógrafo e geólogo – a principio estava presente ao palco das batalhas para cobrir a propalada “guerra de Canudos” ao jornal o Estado de São Paulo, como correspondente de guerra; mas a obra tomou corpo, avultou-se e se tornou uma jóia verdadeira da nossa literatura, extensa e verídica em todos os detalhes, revestindo-se de um floreio adrede ao próprio desenrolar das ações em campos de batalhas. Ficou claro que o movimento que avassalou milhares de gentes simples do interior do país, arrastando-a na vigência plena da Monarquia, não teve sua gênese de um momento para outro. Não! Emergia claudicante a Primeira República já com alguns percalços. A oligarquia rural paulista desejava a toda força manter o regime Monárquico, por atender melhor suas reivindicações sociais e políticas.
Compreendamos prioritariamente que todo e qualquer movimento dito “revoltoso” – e não foram poucos esses levantes na história do nosso país – se origina na indiferença dos cidadãos aos quais estão afetas as preocupações de se estabelecer políticas sociais totalmente voltadas para o povo – este sim razão de ser de uma sociedade equilibrada, justa e isenta de más influências internas ou alienígenas.
Ainda hoje, com a atual situação econômica e política, mas não relegando a puramente social, se tem todos os ingredientes malévolos ao surgimento de um moderno e estupendo Messianismo – acontecido àqueles anos – que na certa arrastará sociedades inteiras canalizadas às aspirações de mudanças radicais em todos os campos e no social, principalmente.

A imprensa da época apontou-o como revolucionário calcinado pelo ódio e a ponto de desarranjar qualquer sociedade instituída e legalizada. Lógico tal atitude de informações, pois não era outro o objetivo senão o de propalar notícias falsas com o fito de desprestigiar um homem rude e simples como era o referido personagem Antonio Maciel, o Messias sertanejo – homem de muita fibra. De uma coisa, porém não poderia ele jamais ser tachado: de um misantropo. Se misantropia houve essa saiu do seio da própria sociedade afeita ao protecionismo às oligarquias há muito implantadas no meio social monárquico e, posteriormente, ao o que a República mesma adotaria. Só que essa misantropia era canalizada à raia miúda, isto é: ao Zé Povinho que sempre foi o calcanhar de Aquiles a todos e quaisquer governos deste país.
Presentemente somos testemunhas vivas do nepotismo declarado e absurdo [presentemente combatido pelo TSJ, com bastante demora] entre a classe política que apregoa em alto e bom som ser o povo, do povo e para o povo os governos. Esse mesmo Zé Povinho que arrasta sobre os ombros 500 anos de servilismo!
Aqui em nosso país tivemos – não vai muito longe a data – o nosso “Messias” contemporâneo, mas incipiente o bastante para cair no ridículo e em u vergonhoso caso de corrupção e posterior processo de “impeachment”. Qual foi a sua mensagem de perfil messiânico? O de acabar com a oligarquia dos “marajás”. A ele se seguiram outros, montados à cela do mais alto cargo público que não foram além das mentiras e prosopopéias com palavras, hoje verdadeiros “chavões” de políticos incompetentes: “esqueçam tudo o que eu lhes disse antes”! Mas bem, este não é o escopo precípuo deste comentário. Volto àquela quadra de História do Brasil de irracional e triste lembrança. Muitos gostariam de atirar aos escaninhos das desmemorias os acontecimentos em Canudos, apagando das linhas dos compêndios os registros de nossa História. Foram patriotas e estudiosos os que as escreveram. Esquecer o dia 21 de novembro de 1897, quando partiu a Primeira Força Expedicionária da República contra Canudos, que não se rendeu, é o mesmo que jogar ao lixo páginas eivadas de atos heróicos protagonizados por ambos os lados nas batalhas daquele Arraial de Candos. Já nos bastam os desvios da nossa pobre História.

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