DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 3 de abril de 2009

ASSIM SOMOS TODOS

Encontrava-me em meio a uma tarde de sol sobre a laje de minha residência no bairro Perissê, em Friburgo, de olhos voltados à cadeia de montanhas que se descortina muito claramente lá de cima.
Friburgo adormece mergulhada em um vale extenso cercada de muito verde e de uma cadeia montanhosa que faz parte da Serra dos Órgãos; pois eram justamente para uma parte, dessa construção milenar de rochas, que eu tinha fixos os meus deslumbrados olhos – as Duas Pedras, imponentes e majestosas a refletirem a luz soalheira.
Pelos anos que eu convivo com suas presenças imponentes, já deveria estar mais do que acostumado vê-las à distância sob essa luz límpida – sem poluição – que temos em nosso burgo.
Mas não é assim. Às vezes, envolvidas pela refração da luz, as monolíticas pedras gêmeas – símbolos da cidade, juntamente à Pedra do Cão – ficam obnubiladas por atmosfera que se assemelha a uma imensa cortina gasosa. Vemo-las como um simples recorte, sem detalhes, contra o azul do céu; outras vezes, mostram-se em todos os seus detalhes e perfis suavizados pelo trabalho de escultor das chuvas e dos ventos durante milênios. Suas rachaduras são esculpidas como cascatas petrificadas, desde o alto ao sopé, onde mergulham em densa mata exuberante.
Essas Duas Pedras milenares olham-nos, de suas cavaleiras altitudes, com altivez.
Têm a cidade inteira aos seus pés, lembrando antigas muralhas construídas em torno de cidadelas como baluartes de defesa.
Confesso que ambas têm o dom de despertarem em mim fascínio incontrolável, com suas conformações pétreas. Elas ainda estarão lá com a mesma altivez e grandiosidade, lembrando-nos, a todos, que seremos tão somente lembranças insignificantes na economia da Vida, quando outros séculos sobre ambas se debruçarem. Diante dessa verdade nua e crua, quedo-me acabrunhado sentindo-me o menor dos seres.
Realmente, esta é toda a expressão da verdade: nada somos, ou antes, assim somos todos perante essas duas esfinges naturais. Isso dói demais.
Invejo, sim, essas Duas Pedras formidáveis que nos olham de lá muito serenas, como testemunhas implacáveis de nossa fragilidade de seres humanos.
Olhadas por outros olhos e tão amadas como são agora por todos, elas continuarão lá para sempre.

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