DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CARTA DE UMA FILHA A UM PAI

Recife, 04/10/09

Querido papi, meu bom velhinho,

Indignar-se frente a tantos desmandos já se tornou o cotidiano de muitos brasileiros inconformados. Ainda que efeito algum ocasione tal fato, é de se louvar a esperança do exercício da cidadania que, apesar dos pesares e da ausência de eco, insiste em ocupar o seu devido lugar. Eu, por meu lado, estou tentando mudar o foco de tal sorte para o campo da resignação momentânea, enquanto espero por dias melhores.
A desorganização dos organismos - espero bem - é semelhante a uma faxina: reviram-se tudo para retirar a sujeira dos cantos mais escondidos. Assim tenho ouvido e preferi por bem de meu equilíbrio e paz interior, acatar como realidade. Antes, consumiam-me as forças da razão, os sentimentos de revolta, dando lugar a outros desdobramentos menos dignos do raciocínio que em nada modificavam ou sequer incomodavam os fatos em si. Se sairmos da esfera do nosso país e adentrarmos numa visão macro - que nem precisa ser tão macro assim, bastando, para tal, olharmos os acontecimentos atuais em nosso planeta - veremos a imensa "faxina" que nele está ocorrendo. A Ásia - acredito eu, o continente mais antigo da nossa mãe terra ( Eurásia ) - é um exemplo do que digo. Quanto desencarne coletivo e simultâneo estão ali, incessantemente, chamando-nos a atenção de que algo muito significativo está acontecendo no planeta. O que será?

Corrupção, abuso de poder, demonstração e disputa de forças, falta de responsabilidade e solidariedade para com os mais desafortunados, cobiça, egoísmo, orgulho exacerbado e outras doenças mais da alma e do ser humano estão, ao que parece, sendo "vomitadas" todas a uma só vez. E o cheiro putrefato estende-se por toda parte, cada um com as suas particularidades e de acordo com a cultura e evolução dos povos. O que será isso? Como se dá - em dimensão reduzidíssima - o reajuste de algum de nossos próprios desajustes? Você conhece alguém que, lutando contra os próprios vícios, nem se aperceba organicamente de tal guerra interior? Quantas dores do corpo físico e da mente não passam aqueles que buscam a cura? Então, numa dimensão maior, em se tratando de povos, imagine um processo idêntico para que possam progredir no campo moral. O maior desafio do homem é vencer-se a si mesmo, a seus maus pendores, à sua tendência em colocar-se sempre como o mais merecedor, o mais importante, o mais perfeito, o mais tudo. É possível que tenhamos muitos atributos divinos e, no entanto, chafurdamos na lama da nossa soberba, envenenando assim, as bênçãos que nos foram dadas para o cumprimento desta existência no planeta terra.

Políticos são um atributo da vida social. O homem assim o quis para sua própria glória, já que o seu poder em solucionar a convivência entre povos e economias distintos, não houvera chegado a bom termo na ausência do amor e da caridade. O homem criou o seu próprio universo, as suas próprias leis e agora padece pela falta de alicerces justos. No meu entender, haverá ele de degustar até a última gota o seu próprio "remédio" e, quando der "em águas de bacalhau" - como dizia a mamãe - pode ser que lá, na mais recôndita célula de seu cancro, ele se dê conta de que lhe faltam alguns atributos essenciais para representar o papel de deus, a saber: o amor, a caridade e a justiça.

Papai, querido, não apoquente o seu espírito com as coisas pequenas dessa existência porque elas ficarão aqui mesmo onde são produzidas. Tudo o que aqui acontece está dentro da normalidade deste mundo. O nosso reino não é daqui, lembra-se? Viemos para resgatar algumas dívidas passadas e aprender para a existência futura, que desconhecemos, onde e quando se dará. Confia na justiça do Criador e na assistência da espiritualidade superior. Só conseguiremos êxito em nossa missão quando nos tornarmos "brandos e humildes" de coração. A resignação é condição “sine qua non” da vitória. Lembre-se de Sidharta Gautama, de Jesus, de Gandhi e de tantos outros irmãos nossos que padeceram dos vícios e perseguições da sociedade de suas épocas e que só tinham, na mente e em punho, as armas da paz e da revolução silenciosa do coração amoroso.

Deus te abençoe, te ilumine e te proteja. Receba o carinho e amor de suas filhas ciganas,

Karen e Alice

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