DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CAETANO VELOSO, ANALFABETO POLÍTICO

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Caetano Veloso faz parte do grupo de ex-esquerdistas que com a passar dos anos se deslumbraram com o poder (força/dinheiro) da direita. Deste grupo fazem parte também, dentre outros, Arnaldo Jabor, no meio que se pretende intelectual, ou César Maia e Fernando Gabeira no meio político. Há ainda o extremo de Paulo Francis que foi do trotskismo esnobe e infantil de criança mimada à ultra-direita da parcela mais reacionária do Partido Republicano estadunidense.

Essa nova direita tupiniquim, oriunda da militância de esquerda durante a Ditadura Militar, acha o povo brasileiro inculto, grosseiro e incapaz de discernir sobre o que é bom para o conjunto da sociedade ou apenas para si mesmo. Dentro desse pensamento cabe como uma luva a tese do sociólogo Alberto Carlos Almeida – exposta na obra “A cabeça do brasileiro” – na qual o autor defende enfaticamente a idéia de termos uma elite iluminada, porém, atada a escuridão por um povo ignorante.

Essa nova direita também acha que o melhor para o Brasil é a República Higienópolis Leblon, expressão alcunhado pelo Professor Idelber Avelar para àqueles que se encantam com as Daslu da vida e sentem ojeriza do cheiro de povão, cuja maior referência em política é justamente Fernando Gabeira.

Voltando à apenas Caetano Veloso, sou admirador de suas músicas e letras, e sem sombra nenhuma de duvidas trata-se de um dos principais artistas brasileiros do século XX, no entanto fiquei abismado com a falta de compostura dele na entrevista publicada hoje pelo Estadão [http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091105/not_imp461314,0.php]. Tá certo que falar asneiras passou a ser algo corriqueiro para Caetano. Não foram até aqui poucas as vezes que desceu a lenha no governo Lula com aquele papo mole da direita udenista, assim como também já falou bobagens sobre a música nacional e internacional – numa das piores declarações nesse sentido afirmou que Stairway To Heaven é a coisa mais cafona que já ouviu. Cafona, no sentido musical, é Caetano esgoelando Comes As You Are. Contudo, na citada entrevista ao Estadão, faltou-lhe elegância e talvez até maturidade ao dizer que o Presidente Lula é “analfabeto, cafona e grosseiro”.

Para Caetano, cabo eleitoral de primeira hora da ex-ministra Marina Silva, Obama sim é inteligente, culto e charmoso, assim como a sua candidata a sucessão presidencial. É a famosa síndrome do vira-latas (expressão de Nelson Rodrigues) ou então complexo do subdesenvolvimento onde estamos condenados a ser eternamente colônia por pura incapacidade própria.

Interessante também como a mídia oligopolizada adora bradar aos quatro vento o pseudo-analfabetismo de Lula. Quando vejo isso sempre me lembro duma estória, inventada ou verídica não sei ao certo, na qual um assessor do então presidente Juscelino Kubitscheck dera-lhe como presente de aniversário um livro. No recinto onde assessores, amigos, políticos e bajuladores festejavam o aniversário do chefe houve um constrangimento geral. JK não fazia questão de esconder de ninguém que lera apenas um livro na vida e hoje isso parece não ter importância alguma, no entanto Lula é taxado como ignorante e analfabeto e isso tem importância tanto para direita nova quanto para a antiga.

Falando sobre Caetano é interessante notar como Sonia Racy, a jornalista responsável pela entrevista, o apresentou: “Uma boa sabedoria emerge, fácil, da sua tranqüilidade interior. O posicionamento rebelde do início da carreira, que às vezes assumia as cores da esquerda, deu lugar, hoje, a um discurso racional, realista.” Portanto, para a jornalista e para o Estadão, ser de esquerda é o inverso de ser racional e realista. Racional e realista é o neoliberlismo que o jornal da família Mesquita – o mesmo jornal e a mesma família que apoiou as pretensões oligárquicas e anti-democráticas da elite paulista em 1932, ou que em 1964 clamou pelo golpe militar – defendeu em editoriais e matérias por anos a fio. (Para entender melhor a relação mídia olipolizada e a disseminação da ideologia neoliberal no Brasil recomendo “Anjo Torto, Esquerda e Direita No Brasil”, autor Emir Sader).

Para completar Caetano acha Aécio Neves um grande gestor. Talvez Caetano Veloso seja adepto do grande choque de gestão tucano. Choque de gestão que deixa a economia mineira refém das exportações de café e recursos minerais, portanto, numa economia primaria e colonial, a primeira, no Brasil, a sofrer o impacto da crise econômica mundial e a última a sair, se tiver tempo. Ou então, Caetano entenda por choque de gestão desviar recursos da saúde para tampar o buraco na folha de pagamento dos servidores.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 13:38 1 comentários Links para esta postagem

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