sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Noite agitada a de ontem. Aécio Neves entregou carta ao presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, na qual renuncia a pré-candidatura à Presidência da República.
Escrevi semana passada que eu andava meio ressabiado com o “panetonegate”, e que a implosão de José Roberto Arruda poderia ter a ver com declarações de algumas lideranças do DEMO definindo o neto de Tancredo como a melhor opção para o PSDB. Nesse caso a implosão de Arruda seria um aviso para Aecinho, afinal de contas o governador mineiro tem o telhado de vidro, mas se esconde ante uma imprensa entre amordaçada ou devendo-lhe fidelidade canina.
De qualquer modo não podemos dizer que haja exatamente a partir da desistência de Aecinho uma readequação da estratégia política em plano nacional. Nem para a oposição e menos ainda para o lado do governo. Há muito era sabido que Serra detém o controle do PSDB e não abriria mão de ser o postulante da oposição farisaica à Presidência da República. Para tanto conta também com relações quase carnais com a mídia oligopolizada. Portanto, o que causaria uma reviravolta no jogo político seria justamente Aecinho conseguir de alguma maneira solapar a candidatura de Serra. O front governista sabia disso e sempre conheceu as dificuldades de Aécio para se impor dento do PSDB. PT e demais partidos que gravitam em torno do governo Lula sempre contaram com Serra como adversário em 2010, nunca com Aécio. Volto a dizer, uma candidatura de Aécio, fosse pelo PSDB ou pelo PMDB como foi ventilada algumas vezes, bagunçaria o xadrez político.
Resta agora saber se Aecinho disputará uma eleição certa ao Senado por Minas Gerais, o que lhe deixaria numa situação bastante confortável ou se preferirá grudar seu nome ao de José Serra e aceitará a condição de vice-presidente na chapa do atual governador paulista.
Caso Aécio ceda à pressão da alta cúpula do PSDB – e nesse instante também de boa parte do DEMO – para ser coadjuvante de Serra, o que realmente ele lucraria? A promessa de José Serra de não tentar a reeleição em 2014 e, portanto , dele se firmar como o nome natural dentro do consórcio demo-tucano? Isso me parece, por ora, muito pouco. Quem garante que Serra não venha a sofrer pressão por parte de fortes setores paulistas para que faça valer o seu direito à reeleição?
Já se Aécio optar pelo Senado terá todas as condições de se tornar um dos homens forte no Congresso em um eventual governo José Serra. Mais ainda, pode barganhar o apoio a Serra em troca de posições de relevância dentro da máquina administrativa e dos ministérios, talvez ele próprio ocupando algum ministério de visibilidade e se cacifar cada vez mais para uma futura disputa à Presidência.
Ademais, se um eventual governo José Serra, pelas mais diferentes razões, vier a naufragar Aécio Neves estará a uma distância de segurança, enquanto que na condição de vice-presidente essa distancia se torna quase inexistente.
Agora, noutro cenário, caso Dilma Rousseff suplante José Serra em outubro de 2010, um Aecinho senador se tronaria o aglutinador de todas as forças da oposição conservadora. Ocuparia naturalmente o espaço hoje ocupado justamente pelo governador paulista e faria os demo-tucanos comerem em sua mão podendo pleitear o que bem entender.
Para finalizar é bom salientar que a desistência de Aécio Neves não deixa de ser uma vitória para o Brasil. Porquanto Aécio Neves representa de forma muito mais consistente que qualquer outro dos atuais nomes ventilados para a disputa da Presidência um projeto neoliberal arcaico, cheio de desvarios, porém travestido num falso discurso alternativo. Destarte ganha o Brasil e perde o PSDB. Aécio era também a única alternativa dentro da oposição farisaica capaz de dividir a base de apoio do governo Lula. Para onde iriam PSB e PDT com Aecinho presidenciável? Eis uma bela incógnita. Isso sem falar que, no mínimo, a aliança formal entre PT e PMDB ficaria mais distante.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 14:43 0 comentários Links para esta postagem
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014
Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
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