DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ELEIÇÕES 2010 EM MG PARTE II

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Eleições 2010 em MG: Parte II – A disputa pelo Palácio da Liberdade
Aécio Neves diz aos quatro ventos , e acredito que seja sincero nesse quesito, querer eleger seu vice Antônio Anastasia governador de Minas Gerais. Por quê? Porque Aécio é deveras esperto e ardiloso, talvez até mais que seu avô que tinha o apelido de Raposa das Alterosas. Aécio deverá deixar o governo de Minas antes do prazo mínimo exigido pela Justiça Eleitoral para desincompatibilização. Assim, Anastasia seria candidato não a eleição pura, mas sim a reeleição e Aécio não correria o perigo que César Maia correu em 2000 quando disputou o segundo turno para a prefeitura carioca contra sua cria, Luiz Paulo Conde. Na possibilidade de Aécio mais uma vez não conseguir viabilizar o seu nome para a disputa da presidência da República, o mais provável é que queira retornar ao Palácio da Liberdade em 2014.

Porém, antes disso, pretende chegar a Brasília como vice-presidente ou Senador com força o suficiente para se tornar o grande nome nacional do PSDB. Caso seja vice-presidente esse papel, obviamente, será mais difícil, mas dependendo do acordo que firmar com Serra poderá ser candidato a presidente com apoio desse último em 2014. Se chegar como Senador com Serra eleito presidente será o homem forte do eventual bloco governista no Congresso. Em outra hipótese, com Aécio Senador e Dilma Presidente, alguém duvida quem seria o aglutinador da oposição e o nome natural dessa para dali quatro anos? Acredito eu que na impossibilidade de ser candidato a presidência esse ano pela forma como foi tratorado por Serra, o cenário com ele Senador, Anastasia governador de Minas e o PT elegendo Dilma Presidente, é de longe o melhor para o neto de Tancredo.

Todavia a sacrossanta aliança PSDB/DEMO/PPS vem pressionando para que Aécio ceda e aceite o papel de coadjuvante na chapa de José Serra. E é justamente aí que o xadrez político em Minas fica mais complicado. Sendo vice de Serra Aécio não poderá se dedicar tanto quanto gostaria a campanha em Minas. Embora Aécio tenha construído em torno de si um robusto cinturão de alianças com inúmeros partidos fazendo parte do seu governo – inclusive PSB e PDT – e boa parte do PMDB – o que lhe garante também o apoio da grande maioria dos prefeitos no interior do estado – Anastasia, tal qual Dilma, é neófito em eleições. É quase certo que Anastasia estará no segundo turno, mas essa certeza dependerá do esforço desprendido por Aécio.

Atualmente os pretensos adversários de Anastasia são o ministro das Comunicações Hélio Costa e/ou algum candidato indicado pelo Partido dos Trabalhadores.

O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias vêm travando uma disputa fratricida dentro da agremiação petista, mas caso haja algum vencedor o mais provável, por ora, é que seja Pimentel. Pimentel goza de boa avaliação como ex-prefeito da capital mineira e o PT como um todo é bastante forte na região metropolitana.

Já Costa é conhecido como cavalo paraguaio, aquele bom de largada e inversamente ruim de chegada. Costa disputou o governo em duas ocasiões. Em 1990 surgiu com amplo favoritismo. Perdeu no segundo turno para o xará Hélio Garcia por menos de 1% dos votos validos. Em 1994 de novo era o favorito e quase faturou a conta no primeiro turno obtendo 49% dos votos validos. No entanto conseguiu a proeza de ter menos votos no segundo turno e perdeu para Eduardo Azeredo.

Não é difícil imaginar que numa disputa entre Anastasia, o candidato do PT e Costa, falte fôlego ao menino da Globo e os dois primeiros façam a refrega no segundo turno. O próprio Costa parece estar ciente disso e vem acendendo uma vela a Deus e outra ao diabo.É comum vê-lo chantageando o PT, declarando que se o Partido dos Trabalhadores levar adiante a idéia de ter candidato próprio, ele (Costa) buscará uma aliança com Aécio. Essa aliança poderia ser no sentido de ter Anastasia como vice ou disputar o Senado com o apoio dos tucanos. Na verdade Costa se sente emparedado tanto pela força do grupo de Aécio quanto do PT e não lhe resta muita alternativa a não ser buscar aliança com um desses dois. Pelo andar da carruagem, no que depender do PT nacional e do Presidente Lula o PT mineiro fecha com Costa.

Não obstante na última semana apareceu um novo jogador que pode deixar ainda mais complicado o xadrez político em Minas.

O vice-presidente José Alencar primeiro mostrou disposição em retornar ao Senado. Para tanto teria de se candidatar por seu estado natal, Minas Gerais. Lula decretou que se Alencar quiser retornar ao Senado terá o apoio do PT mineiro. Patrus numa entrevista a um programa da TV Brasil disse que admira e estará sempre ao lado de dois homens, Lula e Alencar. Alencar mal acabara de fechar a boca e já surgira a idéia de lançá-lo ao governo. Penso eu que isso faz parte duma estratégia de Lula que teria dois alvos. O primeiro mandar um recado ao PT e ao PMDB mineiros, “resolvam logo a situação, fechem uma aliança ou então o PT, fechará com Alencar”. Cá entre nós, entre Costa e Alencar o PT de longe prefere ter candidato próprio, se não tiver que seja Alencar.

O outro alvo e outro recado seria para Aécio: “Se você ceder e se tornar vice de Serra, vamos atazanar a sua vida e lançar José Alencar candidato a governador com o apoio do PT”.

José Alencar saiu de uma infância pobre para se tornar um dos homens mais ricos do Brasil. Posteriormente deixou o comando do grupo empresarial que construiu nas mãos dos filhos, passando os últimos anos a se dedicar exclusivamente a vida pública. Desde que foi eleito Senador em 1998 passou a ser sempre lembrado para cargos executivos em Minas e possui um dialogo fácil tanto com setores mais conservadores quanto com a maior parte da esquerda mineira. Figura de respeito, com a vida pública ilibada, também goza de grande popularidade em seu estado. Ademais, recentemente passou por um drama pessoal no qual o país inteiro torceu por ele numa batalha desigual contra o câncer. Prova disso é a forma como foi aplaudido efusivamente durante a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional ontem à tarde.

Qualquer figura com uma biografia dessas daria um candidato de peso, ainda mais num estado tão conservador quanto Minas Gerais. Daí o receio de Aécio em ver o nome de Alencar disputando o governo estadual. Se o PT tem rachas internos e pouca capilaridade no interior do estado, e se Hélio Costa é considerado cavalo paraguaio, Alencar é o oponente para Anastasia que Aécio não imaginava.

Mais. No caso de Alencar de fato candidatar-se ao Palácio da Liberdade, Costa poderia não agüentar a pressão, desistir da refrega e buscar a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff, o que deixaria Lula bastante contente.

Por ora o PMDB insiste no nome de Michel Temer, porém o PT não engole muito bem o nome do deputado paulista. Outro nome que vem sendo ventilado é o de Henrique Meireles, atual presidente do Banco Central, mas esse conta com restrições dentro do próprio PMDB. Costa, embora não seja o nome dos sonhos do PT, é mais forte eleitoralmente que as outras duas opções e representaria menos divergência dentro da aliança.

Assim está sendo jogado o xadrez político em Minas e suas conseqüências terão efeito (ou serão a causa?) das articulações que se desenrolam no cenário nacional. Definitivamente, a sucessão presidencial passará por Minas.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 10:05 0 comentários Links para esta postagem
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

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