DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Menino – me desculpe pelo menino que o senhor me merece respeito –, meu senhor venha de lá com teu cumprimento e se junte à minha confissão de que é tudo verdadeiro. Tu soubesses de um coronel que estaquearam num pé de pau de umbu sem a devida sua cabeça? Hein? Como é que é? Não foi em um umbuzeiro não? Então, em que foi? Num pé de angico? Que seja ou que fosse tava lá ele. Pois que tal essa? Tu não me crês? Tu estivesses lá? Ó chiste, e então como é que é? Ah... Lesses? E por que não? Só por ter saído de minha boca seu excomungado? É? Contes tu aí então uma verdade. A gente racha as duas e divide a crença. Tem nada a sobrar, não senhor.
Pro modo ser acreditado caminho até sobre braseiro vivo e nem carece esperar a festança do santo dos fogos. Arme uma agora lá no terreiro, neste instantezinho, e vamos lá. Pimba! Atravesso que nem o Diabo me pára. Queres testemunhos? Seu Dadinho ta lá mesmo pra confirmar tudo. O Seu Dadinho da birosca da moenda de caldo de cana caiana. Ta aí coisinha boa docezinho da alma. A, pois vai daí que provo não ter medo de nada não senhor. Esta tua cara é de dúvida? Eu? Medo de assombração e vá lá o que possa ser? É de se me vendo correr, eu desembestado e descamembado por causo de fantasmas? Ó xente! Isto tudo é estória de Trancoso, daquelas que as crianças gostam de escutar. Vocês ainda dão veracidade a essas estórias sem pé e nem cabeça? Preste à atenção: fantasmas nem nos cemitérios se encontram mais hoje em dia não. Duvida? Encontra não senhor, te garanto. Quem vai pra ali se enfurna de debaixo a sete palmos de chã adentro, com terra por riba e uma cruz marcando o lugar de descanso do dito cujo finado. Tem jeito? Se tu descobrires um jeito do finado defunto se levantar e sair a dar umas voltinhas pelas alas dos campos santos, me avise não. Não quero nem tomar tenta de modo arrepiante como esse. Mas, sim, to de brincadeira. Jocosidade minha. É bom pro relaxo. Carece de medo não. Eu?
To garantindo que não temo nada, nadinha, e tu ainda duvidas? Te acomodes ao lado de uma campa e passe a noite acolá. Pensas que vais ver alguma coisa? Engano meu senhor. Tu te enganas. Todos acolá tão quietinhos, quietinhos. Já vivi perto dum local desse e jamais meus olhos, estes dois aqui mesmos, sim, estes dois bem abertos agora, agorinha, viram qualquer coisa diferente se mexendo dentro dos muros. Os que tão lá querem é mais descanso porque as batalhas da vida já esgotaram as paciências deles. Passar longos tempos no eito dos secos das caatingas ou nos cerrados esturricados de Sol não é pra qualquer. Tem que ser macho, macho-cho, meu senhor. Se o cabra não tiver essa valentia, melhor é se vestir de mulher-dama e dá seus pinotes por ai que nem quenga desavergonhada. Falo e sustento. Ainda não topei com um que me desdissesse. Por medo? Creio não. Estás me vendo? Então podes reparar que sou de paz. A natureza não me deu roupagem de valente não. Sou quieto de gestos, mas inquieto de boca. Falo que só. Mas não se diz: quem não fala nada sabe?
Hoje tu vês esses molequezinhos todos enfunados porque são dotados de peitoral saliente braços fortes e valentia à flor da pele? Pois eu não.
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