DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Esse tal Krupp que seguiu com a gente não era um só não, eram dois. O bicho era tão grande e pesado e tão sem jeito que afundava onde o terreno fosse da era terciária (eu ouvi as conversas dos engenheiros mais o comando maior). Como arrastar aquilo fosse igual a puxar uma montanha, arranjou-se nada menos que quarenta bois – vinte parelhas deles em uma fazenda de pessoas amigas – para puxar o monstrengo. O barulho feito pelo desjeitoso uma vez disparado tremia tudo o mais em volta e que estragos fizesse. Um trambolho na nossa retaguarda. Ficou jogado de banda, pois que atrapalhava todo mundo. Dava dó ver as parelhas quase a perder os chifres pelas tantas forças que faziam. Os pobres urravam como bezerros sem leite. Esticavam as focinhas pra frente entesavam os pescoços redobravam as forças nas patas triscantes nos chãos de areias, pedregulhos, massapés e lá se iam com as jugulares pulando por debaixo das peles grossas. Coisa mais incomum te jura eu! O monstrengo andava cinco metros, puxado pelas poderosas patas e músculos, e empacava. Quero dizer que quem empacava eram as juntas de bois. As barrigas deles subiam e abaixavam na respiração resfolegante. Os corações deles estavam quase em ponto de explodir. Depois, começava tudo outra vez. Levou quase que um dia inteirinho pra andar vinte metros o desgramado. Aquilo não eram peças pra se arrastar em terrenos tão desiguais não senhor, que me perdoe o Criador que fez aquilo lá tudo. Por fim, depois de muita luta e escorregões, ralando joelhos e focinhas os bichos conseguiram botar as tralhas nos eixos, mas só depois de se fazer um arremedo de estrada de um quilômetro. Tudo ao encargo dos doutores engenheiros. Foi, foi uma luta. Luta não, uma guerra de parte da outra que ainda ia acontecer.
Quando os bichos estavam em seus devidos lugares atroaram duas descargas de obuses sobre as taperas de Canudos. Os dois trastes passaram por longe. Não haviam calibrado as alças de mira. O general só sabia reclamar dos homens de tiro, pobre praças sem culpa alguma. Eram duas peças de museu. Agora o estrondo a fumaceira o trepidar dos chãos... Aquilo era de então. Já ouviu falar de terremotos? A, pois, devem ser iguaizinhos. Tremeram-se tudo de tal forma que as famílias corriam de dentro das casas velhas com medo delas se derrearem sobre as suas cabeças. Só muito barulho infernal, sem sustos, de verdade. A outra leva de soldados, que veio se juntar à gente e mais novos oficiais, é que se soube usar os canhões que faziam mais barulho que estragos nas mãos de nossas praças. Então as bocas dos infernos despejavam obuses que iam direitinhos por cima das taperas mandando tudo pros altos numa embolada de pau lama seca redes e gentes, grandes e pequenas, num estrago de dar dó, numa fumaceira só.
É... Mas a minha vida não foi sempre de enrolo não. Quero dizer: foi e não foi, mas não por culpa minha que eu sempre procurei os caminhos mais retos pra trilhar. Portanto, agora, vou te contar outras facetas minhas, que têm de ver com os acontecimentos. E tu podes anotar também. Quero que falte nada não. Descanse um pouco, um tantinho só que a coisa é muita pra escrever. Aproveito eu e tiro um descanso, um espreguiçamento pro modo relaxar um tanto.
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