DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


segunda-feira, 31 de maio de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Não conheço o padre não, porém, contudo não tiro dele a razão de ter dado àquela menina à condição superior de mulher, mas que fique ela só nisso mesmo e que não se deslanche por outros caminhos esquisitos não. Uma beleza dessas não pode se perder por aí à toa nas mãos de qualquer um. Tem que ser guardada a sete chaves. A, pois, com esses pensamentos entrei na cabana que o fogo ia lamber. O chão era mesmo de terra e no meio dela lá estava o baú. Tentei abrir. Não cedeu a tampa que tava fechada de chave. Pensei que pudesse achar ali dentro alguma coberta com que me cobrisse do frio. Pios de coruja cara de sapo gemiam dentro da noite. Cansado adormeci. No amanhecer, a luz entrou pelas frestas e me mostrou coisa que eu ainda não tinha percebido no baú. Fizeram uma pequena abertura na tampa e na parte de logo abaixo da tampa malão casando as duas quando fechada fosse à tampa em corcova. Parecia mais uma abertura de cofrezinho de criança por onde se joga as moedas. Seria aquele baúzão um cofre grande? Sacudi ele pra ver se alguma moeda tilintava. O excomungado tinha um peso danado, mas também por outro seu lado nada tinha não. Era só mesmo o peso do dito cujo.
Estava eu entretido com essa tarefa quando me assomou a moça-mulher bem na porta entreaberta da cabana. Com aqueles ares de desconsolada. Veio me chamar ao desjejum. O seu pai estava em pé no alpendre nos observando. Fomos indo caminhando sem pressa, de bate papinho inconseqüentes, mas notando que ela me queria dizer qualquer coisa que estivesse proibida. Não forcei, ao contrário; me calei que seria o melhor a fazer porque eu não tinha intimidades ali a ninguém. Os problemas dela e deles eles que se resolvessem por entre eles. Ficar sossegado em meu canto, só na espera do trabalho seria minha obrigação. E se não demorou não. Ao dia seguinte, bem cedo, o padre professor e confessor tava lá juntinho da porta da casa. Meio que sem jeito com ares assustados de caça mal caçada livrada sem querer e sem carência alguma de ajuda de qualquer santo. Ai então é que se deu a minha certeza de que alguma coisa no ar cheirava de morte. Mas, estavam todos calmos e de viagem marcada praquele dia. O doutor Damasceno mandou o padre se arranchar. Entrou como se tivesse em sua igreja ou em sua casa. Foi-lhe servido café com abóbora regada de molho de tomate e cebola. Coisa muito da fina. Se fartou ele de comer. Se! Achei da parte dele uma sem-vergonhice muito maior: a de aceitar um prato de comer da casa que ele desrespeitou na pessoa da menina Alísia. Eu no terreiro comia macaxeira e biju que a moça-mulher veio me trazer oferecendo ainda aqueles dois olhos de azeviche negros como à noite passada. Me sorria com aqueles seus dentes de açúcar moldurados por dois lábios carnudos... Ah, que me tremeu todos os nervos e todos os músculos, mas eu, embora arretado por ela baixei minhas vistas me negando olhar bem dentro dos olhos dela pra não dar azo aos seus de julgar mal Aham...Sim, longe de mim tal.
Então o padre descarado entregou o prato vazio ao Zévedo que o olhava de banda. O doutor pai da moça-mulher, filha sua, botou uma das mãos grandes num dos ombros do padre e foi arrastando ele com uma conversinha desorada sim, sem carência de haver, pra mostrar a tal cabana. Bem tratado e bem recebido lá ele se foi com o pai da menina. Atrás, os dois outros filhos seguiram na sua batida em conversas amigáveis um com o outro. Parecia tudo normal e na mais perfeita paz do mundo. Depois entraram os quatro pra dentro da cabana. Alísia, pertinho de mim me piscou um dos olhos dizendo:
–Fuja mais eu, meu cabrito. Me leva pra longe, agora. Os cavalos estão prontos viu?
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2 comentários:

Fabiano Marques disse...

Meu caro Morani, teria você ganho mais um leitor pelo lobby que fez com o Zanfra em favor de minha pessoa.
Agora esotu na lista dos leitores quase assíduos dele.rsrs
O fato é que ganhou um visitante pela qualidade dos seus textos.
Parabéns!

Blog do Morani disse...

Fabiano Marques:

Grato por suas palavras de apreço por meus textos e, logicamente, por sua visita ao meu blog. Procuro aprimorá-lo sempre. No textos, o meu objetivo precípuo é o de oferecer leitura que desperte o interesse dos meus possíveis visitantes.
Abraços.
Morani