DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Tu vês senhor como a gente se mete em situações esquerdas? Eu nunca que pensava passar por situação tão desgastante. E eu só não participei de o padre se finar porque o raio do cabra, no desespero do calor, cortou tudo e se salvou; mas soube por terceiros que ele anda à minha procura pra acertar as nossas contas. Engraçado: ele come a sobremesa enfrenta a raiva do pai da moça ta com a consciência pesada e ainda aceita o convite do homem? Fosse ele, já tinha me arrancado de lá há tempo. Mas não; deve ter pensado que na sua condição de padre o pai da moça não teria coragem de fazer o que pretendeu e fez. O que é que eu, Mariano Bé tenho com toda essa celeuma? Ele que se vá atrás do doutor Damasceno, do Mirante o de Zévedo. Peguei um comboio e me despachei pra bem distante. Fui lá pra Serra dos Aflitos e pra uma cidade com o mesmo nome: Aflitos. Até que se casou com a minha situação de então. Aflição, pura aflição. E seria pra menos? Lógico que não né? Lá eu me sentia seguro e livre das mãos do padre. Não sei se teria coragem de levantar as mãos pra um. Não desejava ser excomungado. Ficou tudo bem até uma pequena confusão que deu por causo de se bater o sino da Matriz Depois eu relato o acontecido. E foi por lá que fiquei sabendo que o exército republicano tava recrutando voluntários para desalojar aquele povaréu do arraial Canudos. Daí que nós podemos recuar de novo até àquelas paragens com seus capítulos de trovejar de canhões, tiroteios, foiçadas, marretadas e muito sangue. Isto é: se tu tiveres disposto a escrever mais. Eu vou misturando as aventuras porque todas são boas de contar e me merecem a atenção devida. Concordas? A, pois que assim seja então. O que puder ser melhorado, por favor, faz aí das suas e enfeita: mete um floreio, aumenta, sem exagero, mas que fique uma coisa boa de ler ou de ser contada. Não são estórias de Trancoso não, são de verdade verdadeiras. Quem muito anda tem sempre muito que contar, e com Mariano Bé, este aqui, não podia ser diferente. Conto e reconto de voz viva pra que se guarde alguma coisa feita e não caia em esquecimento, mas que se torne uma espécie de lenda como foi a do recente extinto profeta Antonio Conselheiro. Quis em até fazer literatura de cordel, mas não é pra mim não. Nem sei como fazem aquelas garatujas bonitas que enfeitam os livrinhos. Aquelas figuras tronchas em preto e branco – em madeira retalhada de ponta de faca, em cuja face se passa tinta negra e se espreme por debaixo de uma prensa. Bota-se uma folha branca por debaixo e se força a tal prensa, rolando num eixo-sem-fim até deitar por sobre a folha-capa. E saem aquelas belezas de artes. Dou pra isso não. Isto são coisas pra profissionais das artes; coisa que fui nunca e não me foi agora, e que jamais serei. De verdade e de gosto, que te confesse eu isso. Dou pra coisa não. Minhas mãos são pesadas demais, meus dedos duros e minha cabeça funcionam assim não. Nunquinha, mas nem por isso vou deixar de ver a minha estória num livro bonito de capa dura, colorido e com o meu nome por riba dele. Vão me mirar com orgulho, as mulheres principalmente. Vão exclamar cheias de vaidades: “Olhem que é vem o moço escritor”; “Olhem o seu andar seguro e seu queixo pra riba ancho de orgulho!”
E eu vou ficar como? Abestalhado? Vou nada. Vou continuar o mesminho de agora. Só desejo deixar meu nome no Panteão dos nomes famosos. É assim que se diz mesmo? Vôte! Que foi o senhor mesmo que me falou quando contratei seus serviços. E eu irei pra lá? Meu nome vai ser falado muito? Nas ruas, vão me conhecer? Se for assim, to feliz. Se for ou não valer algum cruzado pra eu não me importa. Quero que saibam o que foi a guerra dos Canudos, a guerra do doutor Damasceno mais o padre, a infelicidade de Alísia e as bravuras de Mirante, por que no outro nada vi que lhe pudesse servir de sucesso. Zévedo. Zé-ve-do! É lá nome?
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