DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quinta-feira, 31 de julho de 2008

ANDA SOBRE AS CONVERSAÇÕES EM DOHA

AINDA SOBRE CONVERSAÇÕES EM DOHA


Há sete longos anos, e até mais, os grandes Estados dos quatro cantos do planeta se reúnem para discutir pontos nevrálgicos em suas relações comerciais e industriais. Como eu disse, em comentário anterior, essa é mais uma rodada sujeita ao fracasso. Para evitá-lo, prorrogaram as discussões até o dia 30 deste mês de julho quando retomarão os debates.
Para que haja um consenso concreto, firme e duradouro, é preciso que os 153 Estados membros aprovem unanimemente as soluções postas à mesa de negociações. Ora, acho que é o mesmo que querer a estabilidade climática mundial sem contribuir para isto. Como disse o Sr. Lula: “são muitos os interesses envolvendo países, milhares de empresários e outros tantos objetivos”. Lógico que numa reunião de interesses heterogêneos não se encontre um aporte comum às intenções levadas pelo senhor Pascal Lamy no intuito de, se conciliando todos os interesses dos exportadores agrícolas do Sul aos dos exportadores industriais do Norte, evitar o total fracasso às negociações multilaterais que continuaram nesse sábado, 26/07. Há muitos obstáculos impedindo que se encontre a fórmula ideal que satisfaça os mais reticentes: Índia, Argentina e África. Mas não ficam apenas com esses países as contrariedades.
O embaixador da Índia – Ujal Singh Bhatia foi claro e objetivo. Declarou-se disposto a deixar todo mundo plantado, com a seguinte declaração: “Viemos com muitos presentes e queremos que nos dêem, em troca, um monte de presentes. De outro modo, vamos embora com os que trouxemos.”
O outro representante reticente é o senhor Rob Davies, do Comércio Sul-Africano, que não aceita o pacto Lamy. A Índia e a África do Sul rejeitam a mesma coisa e resistem à abertura de seus mercados industriais no formato proposto por Lamy.
Agora, França e Itália ameaçam bloquear os acordos na OMC.

A favor da proposta Lamy se uniram os EU, UE, Brasil, Austrália e Japão. Cada qual expressou seu apoio ao documento, com diferentes matizes.
Sendo o Brasil um país emergente, vizinho, amigo e com relações de mútuos interesses na Argentina, jamais deveria dar o seu aval a uma proposta que está sendo rechaçada por uma maioria significante de Estados, colocando-se ao lado daquela nação irmã em vez de estender a mão às Propostas Lamy. O papel assumido pela Argentina foi muito mais corajoso. Rejeitou peremptoriamente o documento.
Vejo o futuro das relações entre Argentina e Brasil sofrendo um “racha” diplomático não muito profundo, mas com a necessária fissura capaz de balançar os interesses de ambas as partes, sem briga e sem divisões drásticas, porém constrangedora.
Com tal posicionamento, o Brasil atirou pedras na vidraça da “casa vizinha”, e se amanhã tiver o troco, não poderá se queixar a ninguém a menos que queira “buzinar” nos ouvidos sempre atentos do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se fez “mouco” às palavras grosseiras do Rei de Espanha.
Creio que o Brasil se encontra no limiar daquele “status” – o “Investment Grade” – benesse concedida por grandes Agências internacionais que cuidam com carinho do sobejo das riquezas de nações ricas para investir em países em desenvolvimento. E com toda a razão, pois que são “liberados” às taxas de movimentações financeiras O Brasil não precisa baixar a guarda contra os Estados poderosos, mas, tão somente, mostrar que está na defesa de seus interesses sem se aliar aos interesses alheios, e vindos logo daqueles que mais tentam se impor quando não economicamente, pela força das armas e boicotes.
Um dia chegaremos lá, se formos capazes de administrar essa pujança que se deita sobre nós desde a Amazônia ao Rio Chui, abrindo suas poderosas asas sobre a Nação brasileira.

Nenhum comentário: