DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 1 de agosto de 2008

PAULISTANIZAÇÃO

Dissolvendo No Ar
Terça-feira, 29 de Julho de 2008

Paulistanização
O egocentrismo paulista fica nítido na forma como a midiazona, alguns políticos e até analistas bem intencionados mas que se deixam levar pela boiada, tratam a disputa pela prefeitura de São Paulo. Uma “paulistanização” da política nacional, como se todas as decisões de âmbito federal passassem única e exclusivamente pelo crivo do eleitorado paulistano, relegando o resto do país a um papel secundário. Obviamente não podemos negar a força da cidade de São Paulo, não só a maior cidade do Brasil, como também o maior colégio eleitoral, a maior força econômica, produtiva e financeira e onde se concentram as principais redes de comunicação e informação do país. Mas o Brasil não é a Argentina ou o México onde 1/3 de população vive no mesmo município. Aliás, o fenômeno da “paulistanização” vem ocorrendo pelo menos desde a reabertura política, mostrando-se maléfico para a democracia e para a federação, tumultuando o equilíbrio e a eqüidade entre os entes federativos. Nesse ano a disputa entre Marta Suplicy e Geraldo Alckmin em alguns momentos toma contornos de disputa nacional, estando na verdade bem longe de tanto. Fico me perguntando, qual o grau de conhecimento que o eleitor baiano, gaúcho ou goiano – eleitor médio – tem sobre a ex-prefeita de São Paulo além do fato de também ser ex-esposa do senador Eduardo Suplicy? Ou então sobre Geraldo Alckmin além do fato de ter sido candidato a presidente em 2006? Qual a verdadeira expressão nacional de ambos, se é que possuem alguma? Na ultravalorização dada à disputa pela prefeitura da capital paulista fica patente o exagero caso tomemos o cuidado de analisar o desempenho de Lula nas duas últimas eleições presidenciais. Tanto em 2002 quanto em 2006, Lula obteve uma percentagem muito menor de votos em São Paulo se comparado ao conjunto do país. Em 2006 Lula sequer venceu Alckmin na capital, na região metropolitana ou no estado de São Paulo em nenhum dos dois turnos e ainda assim logrou vencedor com cerca de 60% dos votos válidos na contagem geral do segundo turno. Outro exemplo; em 1989 Maluf venceu o primeiro turno na capital paulista e no geral amargou um modesto quinto lugar.Essa ultravalorização e superdimensionamento das eleições para prefeito de São Paulo apenas denotam um bairrismo vulgar, esdrúxulo e tacanho, incompatível para uma imprensa e uma classe política que se dizem – ou almejam ser – cosmopolita, demonstrando o quão despreparada essa classe esta para governar o Brasil além dos limites da Via Anhangüera ou da Imigrantes.Afirmar que a eleição na capital paulista é um termômetro para o resto do país é justamente inverter despudoradamente a lógica. Querer usar a disputa paulistana como ensaio para 2010 não passa dum exercício de futurologia, mesmo porque ainda nem sabemos quais serão os candidatos daqui a dois anos e não só a disputa em São Paulo, mas também em outras capitais, o tempo, as alianças e os conchavos é que serão capazes de forjar os nomes presidenciáveis. O único nome cogitado hoje para a sucessão de Lula que ouso apostar ser candidato de fato é o de José Serra. A raposa Serra já deixou Gilberto Kassab a ver navios graças ao pífio desempenho desse nas pesquisas de opinião de voto e desembarcou na campanha de Alckmin, podendo assim apaziguar seu próprio partido. Mas isso é muito pouco para uma eleição municipal que pretende pautar toda a disputa federal em 2010. Eleger Serra, Alckmin, Kassab ou Marta inquilino da Granja do Torto apenas baseando-se no resultado das eleições paulistanas é viver ainda nos bons tempos – para a elite paulista – da Republica Velha.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 17:45 3 comentários

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