DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

HURRA AO ESTADISTA EVO MORALES AIMA!

EM 17/09/08



HURRA AO ESTADISTA EVO MORALES AYMA!


A história da Bolívia confunde-se com as de outras nações do continente sul americano ou dos que fazem parte da chamada América Latina, formada por países da língua espanhola, porque o Brasil é o único no Cone Sul que fala a língua portuguesa, por sua colonização ter sua origem no reino português. Para o nosso país, isto foi de certa forma prejudicial, como o foram para as repúblicas que têm seu litoral, quando os têm, para o Pacífico. O natural era serem colonizados por asiáticos. Se o Brasil sofreu a depredação com a coroa portuguesa, por outro lado a Bolívia, que é o país em foco do presente comentário, também vem sofrendo e acumulando perdas desde a época de sua colonização pelos povos ibéricos, muito principalmente por espanhóis. Mas, é bom que se diga, a Bolívia perdeu o antigo território do Acre para o Brasil. Ainda não fiz um estudo de como se deu o avanço do Brasil naquela parte do território boliviano; se foi por Tratados diplomáticos ou pela força. E outros países vizinhos também avançaram sobre terras bolivianas anexando-as aos seus territórios.
Com essa dúvida desde a tarde de ontem, depois de ter lido por duas vezes o comentário do Sr. Hudson, fiquei ao silêncio do meu quarto conjeturando sobre os acontecimentos recentes, mas sem olvidar os antigos. Todos eles vêm corroendo a democracia no país vizinho, e que não são de agora, pois são planejados pela elite branca (termo usado não só pelo eminente amigo Hudson – sociólogo e educador – como pelos catedráticos da UNB, doutores Francisco Doratiolo e Antonio Barbosa), dando um perfil de exceção às manifestações nos departamentos do Média Luna, muito principalmente no de Santa Cruz de La Sierra – o mais rico deles indo culminar em Tarija, ao sul da “meia lua”, formada geograficamente pelas posições dos departamentos do lado ocidental da Bolívia. Cheguei à conclusão, ontem ainda, de que a Bolívia está na iminência de uma guerra civil.

O mandato de Evo Morales foi conseguido pelo voto tendo, portanto, o apoio do povo boliviano, em sua grande maioria formado por indígenas, sendo ele mesmo um deles. E que está fazendo esse verdadeiro estadista? Está justamente dando àquela parcela do povo de seu país – os pobres, sempre esquecidos pela famigerada elite branca – participação na riqueza que consegue, às duras penas, e com medidas também de exceção, por em prática em sua política corajosa e desalinhada dos projetos que têm para a maioria dos países da América Latina o poderoso Grande Chefe Estrelado da nação norte-americana. Revoluções sociais já não cabem mais no nosso continente, na ótica dos dois eminentes catedráticos da UNB, pois os países sul-americanos têm, neste novo século, que se vai esvaindo sem mudanças drásticas, um só objetivo: firmarem-se como nações que exigem o respeito dos demais continentes às suas prerrogativas, como povos independentes que buscam ser, apesar das influências nocivas dessas elites que sempre dominaram os caminhos de mando. O interessante é que se os departamentos litigiosos taxam o governo de Evo Morales de medidas de exceção, por seu lado o que fazem com essas desobediências políticas de independência e massacres de indígenas? Puras medidas de exceção. Agora, com a prisão pelo exército boliviano do prefeito de um desses departamentos revoltosos, os demais estão tentando se alinhar ao eixo imposto por Morales com muita propriedade e determinação. Quando Evo mandou que o exército ocupasse o complexo da Petrobrás em terras bolivianas deixou um claro recado ao mundo: o processo neoliberal não está surtindo o efeito a que se propusera: divisão mais humana das riquezas; diminuição do profundo abismo das diferenças sociais; nacionalização dos complexos ao invés de cedê-los aos interesses do capitalismo feroz, sempre tão predador, tão cáustico e tão interesseiro.

Essa elite branca em nada se difere da que temos aqui em nosso país e criam na afinidade das elites; tinham em sua conta de que o governo de Lula (palmas para ele, uma vez na vida, pelo menos, com a atitude e posicionamento tomados no caso boliviano) daria cobertura às suas reivindicações. O mesmo se deu a Hugo Chávez, apoiando o colega Evo Morales. Três países apenas se alinham às recomendações do Grande Chefe do norte: Chile com sua estrutura econômica e política bastante firme, Venezuela, também rica e Colômbia, mas sem influências que possam vir prejudicar as decisões do presidente Evo Morales. O Brasil, como maior em território e com um parque fabril de vulto, estabilizado economicamente (salvo as intempéries que podem surgir com a derrocada de grandes conglomerados nos EUA), tem como suposto a liderança no Cone Sul. A Argentina, sucateada, desde o período peronista e aprofundado pelos regimes militares, de suas indústrias tenta se reerguer e espero que as divergências nas falidas Conversações de Doha – Brasil e Argentina não se consorciaram, como países irmãos, aos cânones impostos pelos poderosos e que não obtiveram êxito em Genebra, graças a Deus! - não venham azedar a amizade antiga dos dois países. Divergiram um do outro e não só às exigências de terceiros. Aqui não se leva em conta países como Espanha, Portugal e Grécia, considerados Argentina, Bolívia e Paraguai da Europa. Porém, por almejar ser o líder do Continente, o Brasil tem o dever de auxiliar, da melhor maneira possível, essa Argentina que já foi pujante, economicamente falando e, agora, a Bolívia de Evo Morales que desenvolve um trabalho de Hércules em seu país. Unirem-se em todos os sentidos, deve ser o objetivo comum aos países do Mercosul (ou do Unasul?). Aguardemos o desenrolar do complicado novelo da “novela” arranjada pelos departamentos revoltosos bolivianos. Contudo, e apesar de tudo, que reine a Paz e a Concordância entre todos!
Morani

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