DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

REVOLUÇÃO UM & DOIS

POSTADO POR NILDO OURIQUES-ECONOREVOLUÇÃO - DOIS


CONTINUAÇÃO: O capitalismo já demonstrou que pode apenas prometer mais destruição. E, contudo, sua atual crise foi produzida por mecanismos inerentes ao seu funcionamento, sem participação do movimento de massas ou, muito menos, de setores influentes da esquerda. A esquerda foi reduzida a observadora, enquanto os senhores das finanças decidem. Nisso há uma diferença crucial em relação a 1929: a Revolução Russa estava no auge, e os Estados Unidos eram palco de greves e manifestações de massa. Ao ser acusado de “comunista” pelos republicanos, para quem o New Deal era sinônimo de coletivização, Franklin Roosevelt disse que ele era o verdadeiro capitalista, pois se deixassem o mercado resolver por si só a Depressão, arriscava abrir uma avenida para a revolução socialista no país. Hoje, uma parte da antiga esquerda foi corrompida, absorvida pelo Estado, e constitui força auxiliar do capitalismo, na missão de “acalmar” os trabalhadores, tirar do horizonte toda perspectiva de revolução e convencer a todos de que bolsas compensatórias é o máximo a que a juventude e os trabalhadores podem aspirar. Bolsas compensatórias, quando o planeta caminha para o precipício! A crença de que a estabilidade do capitalismo tende ao infinito, de que nada conseguirá transformar o mundo, após três décadas de neoliberalismo, age como estupefaciente, até mesmo sobre lideranças combativas, que hoje fazem do socialismo mais profissão de fé, um mantra esvaziado de sentido, do que um norte político. A contrapartida da prostração é a constatação de que vivemos, nas duas últimas décadas, um refluxo do movimento de massas. A obviedade, anunciada sempre em tom solene, junto com a explicação de que a “correlação de forças” é desfavorável, acaba servindo como justificativa, estribilho de uma canção de ninar para crianças inquietas, e assim evitar qualquer passo ousado, ruptura com a ordem estabelecida (mesmo quando ela agoniza). A esquerda submete-se a uma subjetividade derrotada, antes mesmo de iniciar o bom combate. A crise demonstra mais uma vez, e com dramaticidade ímpar, que as condições objetivas estão dadas para sua superação, se concordamos com a análise de Marx sobre a natureza do jogo estabelecido entre modo de produção e forças produtivas. O modo de produção do capitalismo não é mais capaz de oferecer solução aos desafios da humanidade, e a crise atual só demonstra isso. Trabalhadores, juventude, mulheres, vítimas do racismo, famílias endividadas — todos sentem isso. Falta “apenas” a direção revolucionária para dar um sentido ao combate, oferecer alternativa às bolsas compensatórias e à perspectiva social-democrata. Sem sua direção, os trabalhadores até derrubam De La Rua, mas empossam Kirchner; derrotam Bush, mas acreditam em Obama; odeiam os tucanos, mas só enxergam Lula. Onde está nossa direção revolucionária? Mark Twain: Outubro. Este é um dos meses especialmente perigoso para se especular em ações. Os outros são julho, janeiro, setembro, abril, novembro, maio, março, junho, dezembro, agosto e fevereiro



PREVIDÊNCIA PÚBLICA A CARGO DO TESOURO NACIONAL TRANSFORMADA EM PREVIDÊNCIA PRIVADA DA PREVI,ÉTROS,FUNCEF,FUNPRESP (SERVIDORES PÚBLICOS-2007 MAIS STF/EC 41/2007)


IMPOSSÍVEL RETORNO DO KEYNESIANISMO. CRISE PODE DESMANCHAR PACTO CONSTRUÍDO EM 1994 E PERPETUADO POR LULA. A transferência de recursos públicos para salvar o negócio dos “honoráveis bandidos” não fez menos do que levar a crise para dentro do Estado. Em setembro de 2007 (data da criação do FUNPRESP), os primeiros sintomas da crise emergiram. Os defensores do sistema disseram que se tratava de um problema de insolvência no mercado de hipotecas nos Estados Unidos; algo localizado. Mesmo assim, o Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) injetou 300 bilhões de dólares para salvar o negócio dos ricos. Na Europa, drenaram outros 300 bilhões para bancos e corretoras. Já era possível desconfiar, mas ninguém perdeu a aparente respeitabilidade que caracteriza o mundo dos banqueiros e seus economistas, regiamente pagos e treinados na arte de iludir. O esquecimento que, como sabemos agora, é pródigo entre os economistas, garantiu a tranquilidade necessária para a continuidade do negócio. A mídia deu sua contribuição e tratou o problema de acordo com os interesses dominantes: tudo não passava de um ajuste natural dos preços; ademais, a oportuna e sábia intervenção estatal outorgou mais autoridade aos operadores do sistema sobre a própria sabedoria. Humildes como dentistas. Passada a turbulência, seguiram na expressão de Marx para denominar os banqueiros.farra os “honoráveis bandidos” Alan Greenspan, eleito oráculo do mundo das finanças, tinha assegurado rédeas soltas ao negócio: empréstimos sem garantias, violação da legislação bancária com todo tipo de falcatruas (derivativos) e, em caso de “turbulência”, garantia de recurso ao dinheiro público em nome da estabilidade do sistema. ATÉ MESMO UMA PARTE MINÚSCULA DOS TRABALHADORES PARTICIPAVA DO BOTIM RENTISTA, VIA FUNDOS DE PENSÃO. Com a eclosão da crise, a respeitabilidade professada pelos “honoráveis bandidos” evaporou, e eles se refugiaram na descrição secular. Os economistas, pelo menossempre mais visíveis e desinibidos que os banqueiros, ensaiaram inútil recomendação feita por Keynes no distante e crucial anomomentaneamente de 1930: ser tão humildes quanto os dentistas. Na mesma medida em que os doutores neoclássicos desapareçam de cena, os economistas keinesianos assumiram, em nome da esquecida autoridade, o comando das ações. Segundo eles, a crise atual estava demonstrando que tudo se resolveria com mais Estado, mais regulação, e não menos, como ensinava o bando principal. No momento, eles pregam a ilusão de que a intervenção estatal poderá não somente mitigar os efeitos mais mas, sobretudo, o desemprego e os baixos salários perversos da crise garantir uma nova era dourada ao sistema “onde todos possam ganhar”. Mas a transferência de recursos públicos para salvar o negócio dos “honoráveis bandidos” não fez menos do que levar a crise para dentro do Estado, cuja expressão é a multiplicação do déficit público; esta decisão implicará em dilema muito maior do que aumentar ou diminuir impostos nas eleições presidenciais dos EUA.



(CONTINUAÇÃO) PREVIDÊNCIA PÚBLICA A CARGO DO TESOURO NACIONAL TRANSFORMADA EM PREVIDÊNCIA PRIVADA DA PREVI,PETROS,FUNCEP,FUNPRESP (SERVIDORESPÚBLICOS 2007 MAIS EC 41/2003)


CONTINUAÇÃO: Pobres perderam a ira. Os novos keynesianos fingem ignorar que a besta está solta e que suas recomendações apenas tangenciam o problema sem, contudo, enfrentar a crise. Poderiam colocar os banqueiros em seu devido lugar? Acaso se atrevem a enfrentar o “cálculo financeiro autodestrutivo” que tirou o sono de Keynes e que, segundo ele, “temos que seguir sendo pobres porque não é ‘rentável’ ser ricos”? Poderão diminuir a voracidade da concentração e centralização do capital que está ocorrendo como efeito necessário da crise atual? Estariam dispostos a controlar preços? Claro que não! Os novos keynesianos estão unicamente preocupados em oferecer estabilidade e, se possível, um pouco de crescimento com o propósito de diferenciação política. Em 1934, Keynes fez um sombrio diagnóstico do capitalismo: “Não é um êxito. Não é inteligente, não é formoso, não é justo, não é virtuoso e não entrega os produtos. Resumindo, nos dá desgosto e estamos começando a depreciá-lo.” Claro que o Lord ficava perplexo com a alternativa socialista; mas quem, entre seus atuais discípulos, estaria disposto a fazer semelhante juízo do capitalismo? Ora, Keynes viveu em uma época em que os ricos temiam os pobres. As greves nos Estados Unidos nos anos prévios à grande depressão, ainda mantinham grande vitalidade até 1934, quando a política do New Deal produziu seus efeitos. O ativismo sindical era, na maioria das vezes, encabeçado pelos comunistas. Este mesmo temor acompanhou David Ricardo durante o século 19, fato que obrigou ambos pensar alternativas em que os de baixo necessitariam ser contemplados. Há ameaça agora? Exceto na América Latina, onde o nacionalismo revolucionário se manifesta, os pobres perderam a ira em relação aos ricos. Perderam também consciência e organização e, sem estas, uma solução tipicamente keynesiana é impensável. País segue afundando. No Brasil? Aqui todos esqueceram o efeito destrutivo da estabilidade. Quando esta começou a cobrar seu preço, as classes dominantes avançaram para o mito do crescimento, como se um percentual maior do PIB fosse capaz de superar a desigualdade social e a dependência que historicamente nos caracteriza. Por isso, o país segue afundado no subdesenvolvimento e todos os seus dramas intocáveis. É possível que a crise atual desmanche o pacto de classe construído em 1994 por FHC e perpetuado por Lula quando o sistema estava esgotado. O SÓCIO MENOR DAQUELE PACTO — A CLASSE TRABALHADORA — PERCEBERÁ QUE SUA PARTE NO BOTIM DA DÍVIDA ESTATAL, REPRESENTADO PELOS GANHOS MOMENTÂNEOS DOS FUNDOS DE PENSÃO, NÃO PASSAM DE PAPEL. NÃO PODEM COMPRAR UM LUGAR NO PARAÍSO. A crise apenas começou e o reino da liberdade não está na esquina: ainda é largo o caminho no reino da necessidade. (Nildo Ouriques, economista, fundador do Observatório Latino-Americano)

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