DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


domingo, 29 de março de 2009

FILHOS & FILHAS

Sábado, 28 de Março de 2009
Filhos e filhas
No final do ano passado veio à baila a notícia dando conta que o nome de Siméa Antum, ex-amante de Luis Eduardo Magalhães, constava na folha de pagamentos do Congresso Nacional como assessora parlamentar. Na verdade, a notícia não seria algo relevante, não mereceria mais que meia dúzia de linhas nas colunas de fofoca, não fosse o fato de essa mulher, ao menos desde a morte de Luis Eduardo, nunca mais ter aparecido no Congresso, ter se transformado em funcionária fantasma. Após a morte do ex-presidente da Câmara, em abril de 1998, teria passado para a conta dos assessores de ACM. Com a morte do patriarca, ACM Júnior herdou do pai a cadeira e a situação de Siméa. Mais interessante ainda é que Siméa tem um filho de 14 anos fruto do relacionamento com LEM e, no entanto, apenas em setembro último, mais de 12 anos da morte do amante, passou a reclamar os direitos de seu filho as heranças de LEM e ACM – só a fortuna do antigo dono da Bahia é estimada em cerca de 345 milhões. Não é necessária muita sagacidade e argúcia para deduzir o porquê dela nunca ter requerido oficialmente a pensão do filho e demais direitos. Somos nós, o povo brasileiro, que, extra-oficialmente, pagamos por anos a fio essa pensão.

Já ontem, a Folhona trouxe na coluna da jornalista Mônica Bergamo uma entrevista com Luciana Cardoso, filha de FFHH e assessora do senador Heráclito Fortes. Em princípio não vejo nada de antiético no fato duma filha qualquer dum ex-presidente qualquer da república trabalhar num órgão público qualquer, seja concursada, contratada, ou mesmo ocupando cargo de confiança. Assim como acho nonsense a discussão sobre nepotismo no Brasil. Da forma radical como é posto aqui se trata mais de sentença punitiva aos parentes de alguém que se dispõe a participar da vida político-partidária eleitoral do que qualquer outra coisa.

Porém, e sempre existe o porém, isso não me impede de fazer algumas observações. Como a curiosa ligação no fato da filha de FFHH trabalhar para o senador Heráclito Fortes que, como muita gente sabe, é um dos líderes no Congresso Nacional da bancada de Daniel Dantas. Inclusive o nobre senador piauiense anda pra baixo e pra cima num dos jatinhos de DD. O mesmo DD que FFHH recentemente chamou de “brilhante”.

A filha de FFHH trabalha para um cacique do DEMO, todavia, o pai é a principal figura do PSDB, tanto por seu poder intelectual, quanto por ter ocupado a presidência da República por oito anos. Por que afinal de contas a moça não trabalha para Arthur Virgílio – pra quem o nome da capital brasileira deveria passar a ser “Fernandópolis” – ou Tasso Jereissati, ou Flexa Ribeiro, ou Neudo do Couto, todos do PSDB. Alguém poderá até aludir sobre o fato do DEMO ter uma aliança – que parece sólida – com os tucanos, entretanto, e justamente, na recente disputa pela presidência do Senado houve um conflito de interesses onde ambos estiveram em lados opostos. O PSDB apoiou o candidato petista Tião Viana, enquanto os herdeiros do PFL preferiram – como sempre – o atraso, naquele momento atendendo pelo nome nada auspicioso de José Sarney. Aliás, Heráclito Fortes se saiu bem com a recondução do “Senhor do Maranhão e do Amapá”, visto que no momento ocupa o cargo de 1º Secretário. Ou então não seria mais fácil colocá-la dentro do PSDB com alguma função especifica. Ah, claro!!! No senado quem paga seus vencimentos somos nós, os contribuintes.

Outra questão, essa pra mim muito delicada, pra dizer o mínimo. Luciana Cardoso afirma que parte do seu trabalho é cuidar de coisas pessoais do senador e coisas de campanha. Sinceramente, não sei se há algo de ilegal em uma funcionaria pública tomar conta de assuntos pessoais de sua chefia imediata. No entanto, não podemos nos esquecer que enquanto funcionária pública ela é paga com recursos do Erário. Portanto, aí sim, existe algo extremamente antiético. Ademais, fica evidenciado o desvio de funções. Ou será correto o povo brasileiro pagar para que o senador Heráclito Fortes tenha uma secretária cuidando de suas coisas “pessoais” e de suas “campanhas”. Eu, na condição de contribuinte, caso consultado, me recusaria a pagar por tanto, seja para Fortes e para qualquer outro membro dos Poderes Legislativo, Executivo e/ou Judiciário.

Outra questão, ou melhor, duas. Luciana Cardoso disse que trabalha a maior parte do tempo em casa. É de indagar se esse tipo de expediente é usual no Senado ou se apenas a filha do ex-presidente usufrui tal beneficio. E ainda, é difícil engolir que Luciana não sabe se recebeu ou não horas extras em janeiro. Ficaria mais bonito pra moça dizer que recebeu e pronto. Caiu-lhe muito mal dizer que não sabe. Ou será que ela tem mais coisas a esconder do que apenas as horas extras de janeiro?

Quando a grande imprensa e a oposição farisaica, irmãs xifópagas, descobriram que um dos filhos de Lula estava progredindo no ramo de comunicações, se não me engano¬, não tiveram dúvidas e imediatamente fizeram elucubrações sobre uso da máquina pública e trafico de influências. E agora, que uma filha de FFHH é descoberta tendo uma “boquinha” no senado, o “pecado” passará batido? Não pedirão uma CPI que tanto adoram.

Ao menos a Folhona da Ditabranda nos revelou mais este pequeno escândalo. Mas é sempre bom ficar esperto, pois com a midiazona é assim, quando muito, uma no cravo e duas na ferradura.


LUCIANA CARDOSO

"O Senado é uma bagunça"

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