DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sábado, 24 de abril de 2010

A FACE ESTRANHA

conto liliputiano


Que face é esta que trago comigo? Tateio com as pontas dos dedos todas as linhas que desenham esta face estranha. De onde a terei ido buscar? Essa face, porém, não me é estranha como me faço convencer. Não me pareço a ninguém. Tenho algo de Baudelaire, mas muito vago, bastante nebuloso, diria sem sustos. Talvez... Talvez queira me convencer, ao menos, para ter um parâmetro a quem me pertence essa face... Oxalá a um Nietzsche? Não, não, ao filósofo das causas perdidas não havia o traço refinado do belo. Como saberia se não sei se tenho algo de belo ou de horrendo? Teria a minha face se formado do pó das estrelas? Ela é minha, desde quando? Estarei carregando uma face milenar? Uma coisa eu desconfio, e mais: pendo para o lado da certeza de que esta não foi sempre a minha face. Formou-se da argila do Monte Olímpio? Olho e olho, e me enxergo mais um Baudelaire mesmo. Já me asseguraram isso. Tolices. Isto é mais sério que o próprio. Meus dedos, que a tateiam, não me dizem nada. Nada me revelam. Só me revelam uma angústia de não me parecer a mais ninguém a não ser a mim mesmo com ou sem beleza - despersonalizada face estranha. Renego-a! Espanco-a ao pórfiro dos pelasgos. É provável tenha vindo de lá. Ah, Grécia! Ah, Grécia! Como a choro..., a ponto de me afogar em minhas próprias Lacrima Christi. Mas... Mas... Não sei ainda. Confusas estão minhas crenças e dúvidas. A face estranha que não se parece a Baudelaire ou a Nietzsche, já sei a quem se parece. Parece-se a Deus, que me Fez à sua imagem e semelhança. Mas... Como ninguém jamais viu Deus meus questionamentos continuam. Esta face é mesmo minha? Um dia ela há de se juntar ao pó da terra, e se moldarem uma máscara mortuária talvez se pareça a mim mesmo. Pronto! Fiat Lux! Resolvi o problema da estranha face estranha. Sou eu: milenar e fogo-fátuo.

Nenhum comentário: