DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

UM, HERÓI; O OUTRO, INIMIGO

Bom dia, amigo Gimenez:


De todos os acontecimentos que precederam o golpe militar de 64, como ficou conhecido por anos entre nós brasileiros, esse do jornalista Herzog foi o mais absurdo entre os muitos sucedidos nos porões do DOI-CODI. Como se pode esquecer um capítulo que enlameou a história da nossa Nação, com a democracia vigendo em nosso território a pleno vapor e para o gáudio de todos os cidadãos? Não que tenha sido um período do qual pudéssemos nos orgulhar. Tudo teve inicio com a posse do senhor João Goulart à frente dos destinos da Nação brasileira. Ato consolidado e apoiado na Constituição. Após, e quase simultaneamente, o famoso comício da Central do Brasil e a conhecida Revolta dos Marinheiros encabeçada por um militar - cabo Anselmo - que abrigava ao peito um autêntico libelo contra a situação perversa que a raia miúda das nossas Forças Armadas passava. Esse fato, até hoje registrado nos anais da história da pátria com marca indelével e firme, desencadeou o pretexto ao golpe militar. Os jornalistas, mercê à liberdade de imprensa que sustentava os meios de comunicações brasileiros, botaram a boca no trombone; se insurgiram contra os arrochos e perseguições iniciadas com o fito de promover o respeito pelo medo. Contrariamente ao que era esperado pelos generais de prontidão, esse terror não passou de um susto àqueles que lutavam, sobre a capa da clandestinidade, contra o novo regime imposto pela força e pelas vias da inconstitucionalidade. Não teria sido essa a primeira vez, sabemos todos. Antes, no governo Vargas, houve uma polícia de quepes vermelhos - a Polícia Especial do regime da hora, e outro órgão ligado ao mesmo governo com objetivos de calar os recalcitrantes, os insatisfeitos e os possíveis contra golpistas. Em 64, adotaram o mesmo viés. Vlado Herzog foi o símbolo maior dessa voz da liberdade que se tentou sufocar por meio de torturas e de sumiços, que providenciavam aos que se tornavam barreiras humanas e ideológicas ao império da farda.

Hoje, face um governo falacioso do PT - verdadeiro polvo a estender seus tentáculos longe de nossas fronteiras, como em França - a gente se torna saudosista a um regime que perdeu sua força truculenta já no governo do general Figueiredo, mas ainda sob o ranço do autoritarismo brando, contudo autoritário. Então, o que se vê hoje? O Estado é o responsável pelos marginais que se encontram sob sua custódia, contudo como explicar a morte do assassino serial de Luziânia, por enforcamento, dentro da cadeia, numa imitação barata e sem o verniz que outra morte, violenta e sob as mesmas circunstâncias, porém com outra conotação, se dera no DOI-COD anos atrás? A do jornalista Vlado Herzog se viu revestida pela roupagem do verdadeiro sacrifício dos heróis; a do pedreiro de Luziânia, acobertada como suicídio, não passa de um ato de vingança e de justiça à revelia da Justiça. Essa morte arranjada, ainda não pode dar ao Processo o desfecho "Encerrado". Por trás do corpo do pedreiro, pendurado por uma corda elaborada com o tecido de um colchão de sua cela, há muito mais mistério do que sonha a vã filosofia dos homens.

Gimenez, obrigado pelo histórico sobre a morte do jornalista Vlado Herzog, pois vemos repetir-se aquele trágico processo de execução para calar uma voz atuante de nossa imprensa, imprensada pelos tanques militares.
A voz do assassino dos rapazes de Luziânia foi calada por quê? Veremos, ao desenrolar das apurações. Abraços.

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