A, pois pior foi o retorno em quando chegamos na Bahia. Já lá nos esperava o Ministro o Exército. Veja bem como se deram as coisas: ele enfileirou todos nós no pátio do regimento em posição de sentido, e com os portões abertos ao povaréu só pra que fosse ouvida a desmoralização que ele ia nos meter goela abaixo. Desancou a falação de tal maneira tão alta que eu e todos os expedicionários pensamos que ele fosse esticar as canelas ali mesmo no palanque de tão vermelhas que ficaram suas bochechas. Tava quase roxa a cara do homem. E o garbo dele? Tava todo enfatuado num uniforme cheio de galões dourados, medalhas espalhadas por todo o peito desufanado, que não havia lugar pra outra condecoração. E o Sol comburente torrando nossas cabeças descobertas? Que solão! Calorão de secar um homem só fazendo ele suar. Me deu vontade de estar nos campos de luta de Uauá ou de Cambaio, palavra! Deitou falação por quase duas horas, e aos berros. Que perrengue! E sabes tu qual seria o nosso castigo? Ora que ora, mas tu nem calculas? A, pois, era o de voltar pros campos de batalha, numa marcha que só terminaria em Monte Santo, que era de frente mesmo ao casario daquela vila que subiu dos infernos pra Terra, a nossa Terra, esta aqui mesmo em que nós pisamos e que se chama de planeta. Pois... Coisa feia de se ver a tal Canudos. Pelos altos dela não, até que agradava a visagem olhar pro casario de alvenaria e encilhamento vermelho que só. Diziam que lá eram as moradas dos comandantes da vila e do chefe maior – o tal profeta barbudo da família Maciel. Sim senhor. Travei conhecimento com uns dos Maciel que são gente danada, mas que não são covardes, não senhor. Daquele diz-se que vagou por vinte anos pelos sertões brabos. Pelos sertões brabos palmeou durante esse tempão todo terras esturricadas das caatingas esquecidas por Deus Nosso Senhor, sim, do cerrados e dos desertos, e pra quê? Pra depois desse tempo chegar ali naquela fazenda abandonada pra montar uma verdadeira favela, como uma cidade de verdadeira, lotadinha de gentes? Aqueles que ele arrastou por aqueles caminhos nada tinham a fazer a não ser um monte de filhos. A criançada, a gente via de lá do alto do Monte Santo, era multidão muita da conta. Pequerruchinhos sim, mas se batiam como gente grande, adulta, de responsabilidade. Davam nos gatilhos com vontade mesmo. Enfrentavam nós de igual. Tinha isso de ser menininho e menininha não. Tinha não, não mesmo. Eram que eram obedientezinhos que só eles, aqueles excomungadinhos. Gritavam por lá uma ordem e eram os primeiros a formar fila dupla carregando nos ombros armas maiores que eles. Levavam aquilo anchos de orgulho, sapecando balas em nós sem dó nem piedade, e sem tremerem as mãozinhas. Coisa de enlouquecer um fraco. Não se lembra do doutor que eu já falei que endoideceu bem no meio do tiroteio? Criançada desinfeliz aquela. Carinhas de anjos sujinhas de pólvora. De anjos, disse eu? Qual o quê! Eram carinhas de demoniozinhos, magricelos, sem carnes nos rostos engelhados, como todo o resto dos corpinhos. Cabra medroso corria deles de assustados se topassem com uns no meio do breu da noite. E eu? Só modo vendo na hora exata. Ô vote! Por causo de que tu me perguntas isto? Hein? Só por ter debandado?
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DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014
Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
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