Foi na horazinha a minha queda, pois uma chuvarada de balas passou por em cima de nós: de mim e dos que estavam já estirados. Todos batiam em estratégica retirada, até os meus quatro companheiros valentes, que os tiros vinham de todos os lados sem que a gente pusesse os olhos num só daqueles jagunços. Foi feio. Umas carreiras confusas onde morreram mais praças por causo mesmo da doideira de cada qual. Cadê as vozes de comando? Cadê o capitão Pires Ferreira? Qualquer povo gosta de ser orientado conduzido e posto em segurança, a, pois, não é?
Pois foi a segunda batida em retirada. Depois, mais tarde, na calma da noitinha daquele mesmo dia com todos espalhados, como se fosse pra dormir, mas com as atenções voltadas pro breu da noite e com os dedos nos gatilhos, bateu uma vergonheira geral em nós... Foi. E o tal capitão que ninguém viu no meio da fumaceira, desandou um palavrório tempestuoso em riba de todos. Só faltou maltratar nossas mães, que nada tinham com aquilo. Bem lá pra noitinha mesmo, no breu total num céu sem lua, os revoltosos tiveram o cinismo de jogar uma farda pra nossa banda; quer dizer: eles tiveram bem pertinho de nós e se sumiram como fantasmas. O casaco atirado era o do capitão. Todo furado de bala. Se ele estivesse dentro... Tava lá ele esticado no pó sem vida. Merecia e bem merecido. E a gente deitada ainda só no silêncio. Aí ouvimos a zoada que vinha do lado deles. E era muito maior que os tiros. Mangaram de nós muita coisa os patifes! Parecia festança de estrumação.
O que fizemos depois? Ora, o quê? Voltemos de lá mesmo e tudo com os rabos de entre as pernas como cachorros estrumados. Mas vivos. Vivinhos. Nem todos claro. A gente se vingava, ora se! Viemos embora. Topei os meus companheiros. Tudo de cabeça baixa enfronhados nas suas vergonhas sem ufanos carregando feridos, que alguns se finaram na caminhada de retorno. Cambaio excomungado! Os arreliados estavam em todos os lugares. Foi em Uauá e logo, logo em Cambaio. Os amaldiçoados sabiam de tudo. Aqueles pareciam pragas: estavam em todos os lugares ao mesmo tempo. Pode? E cismes com isto: eles tinham comandos. Nunca, jamais, tinha vistas em gente tão braba e tão valente. Os cabras morrem se rindo, parecem que vendo já o céu dos anjos.
Escrevas isto sim que eu comento apenas não; é pra ser registrado no caderno seu aí. Quero perder nadinha não. Tudo o que eu falar tu escrevas, não salte nada. Esta foi uma quadra da nossa história que é modo não perder nunquinha as recordações das durezas e das memórias das praças combatentes, que os povos só se lembram dos generais, marechais, coronéis e majores. Marechal Deodoro da Fonseca, Marechal Floriano Peixoto, General Villagran Cabrita, Marechal Sampaio todos se lembram né? A, pois, a soldadesca nunca que é lembrada. E são os que mais morrem. Se finam os marechais? Não! Se finam os generais? Sim que daí pra baixo todos se finam. Nas tropas nossas tivemos generais coronéis majores capitães e tenentes que perderam suas vidas lá naqueles cafundós do Judas, e muitos nem tiveram cova cristã. Ninguém nunca nem viu alguns dos graduados abatidos pela jagunçada. Coisa de lamentar lamentosamente.
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DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014
Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.
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