DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


domingo, 30 de maio de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Eu tava só no meio do terreno com o sol escaldante como as águas que algumas mulheres usavam no matadouro pra limpar as tripas dos bois. Procurei uma sombra, que eu era filho de Deus também. Encontrei uma debaixo de um sapotizeiro. Tomei assento no chão mesmo e estiquei as canelas, pois desde a chegada ainda não me tinha sentado por mais de dez minutos. Aí a porta da casa rangeu e uma carinha apareceu pela fresta, entre o portal e a porta de folha dupla, quero dizer: se abria por cima e por baixo. Alísia primeiramente mostrou o rosto e as molduras do cabelo, depois os peitos e, por fim, toda ela na inteireza da sua beldade. Foi logo me perguntando da minha curiosidade.
Disse pra menina-mulher que era só por ser curioso demais e que ela não me levasse na conta de enxerido. Calei-me a boca, antes que a conversa descambasse pra perfis mais sérios que eu nada tinha com aquilo. Tava ali pro trabalho. Deixei ela sentir que eu estava surpreendido porque iria só tocar fogo naquela cabana e mais nada faria. Depois era só receber e me ir. Aquilo lá era o que se podia chamar de trabalho? Pra eu era diversão.
Ela me sorriu com uma fileira de dentes tão brancos que mais pareciam pedras de açúcar.
Que sorriso! Duas covinhas surgiram nos dois lados do canto da boca, um pouquinho mais pra fora. Os olhos dela brilharam não sei se por alegria ou por outras idéias. Confiando na sua simpatia continuei a puxar por ela. Quis saber a razão de lá na cabana ter um baú grande e bonito. Ela disse que não sabia de nada, naquele seu jeitinho d´endoidecer qualquer cabra da peste. E eu era um. O vento forte que soprava ali levantou um pouco a saia dela mostrando acima do joelho a cor de jambo toda nela. Era uma cor de mulher perigosa, assanhada e atilada. Tive ânsias de agarrar ela e esmagar aquela boca com a minha. O padre fez isso e muito mais a ela. Aí arrisquei mais ainda:
–Você é teve raiva dele?
A menina-mulher ficou a me olhar rodando nos calcanhares, sem dar uma volta toda no corpo, mas pra saia se grudar na parte traseira dela, que é era boniteza só. Cuidei que ela estivesse me atentando. Aquela tinha o Diabo nas entranhas. Se! Não me deu resposta, mas negou-se com o meneio da cabeça. Ela tinha gostado sim senhor. Seus olhos me diziam e seu sorriso maldoso igualmente. Disseram tudo, e pareciam me dizer mais. A mim não, que eu não seria maluco de ceder, mas que atentava, ah, lá isso era verdade. Maldição aquela! Uma moça-mulher na minha frente quase roçando em mim e eu de mãos atadas tal qual besta num pasto cheio de capim do bom e com uma tapa-boca na fuça. Palavra como eu desejei ser aquele padre professor e confessor da menina. Fogosa ela se chegou um poucochinho mais até roçar uma das coxas na minha mão. Ai, senhor! Que tentação àquela desgraçada, sabendo do impossível. Se o pai não atentasse ela virava era mulher-dama. Caía no mundão. Aí entrou fechando a porta na minha cara. Depois entreabriu e me jogou um sorriso maroto. Me arrepiei todinho! Puxa! Que situação! Mulher-dama... Aquilo nem nos cafundós do Judas poderia virar mulher-dama não senhor. Virasse eu um porco, uma galinha velha, o Demo, mas ela não iria se entregar a qualquer não senhor. Nunquinha! Extravagâncias demais. Dava dó só em pensar nisso. Mas, porém, se o pai ou os irmãos não assuntassem nesse caminho que ela podia enveredar... Ah, se virava mulher-dama..., e das mais desejadas. Sem perdão, iria se perder mais do que já tava. Pensei muitas diabruras pra nós, mas, e como sustentar uma paixão daquela? Eu pobre com um terrenozinho sem nada e ela dona de fazenda, de pai rico e irmãos – valente um e outro bocó: Zévedo. De que modo? Pensei nas fugas dos casais. Só. Esqueci a aventura.
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