DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


terça-feira, 22 de junho de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Mas e não foi que o tal padre sem a batina e sem o sacerdócio porque expulsaram o religioso da congregação foi dar com os costados no exército da República? Nada a fazer se incorporou sim senhor. Desgostoso estava o cabra e pronto a morrer por uma boa causa. De tanto que caminhou em atrás de mim, das minhas pegadas, cansou e esqueceu o dia em que eu botei fogo na cabana.
Talvez - me confessou o dito cujo - pudesse ter a alegria de me ver tomar um tiro nas fuças e de me ver esticar as canelas sem que ele carecesse de fazer isto com as próprias mãos. Ficamos os dois sentados à sombra de uma pitombeira como se velhos amigos a gente fosse. Confiança total um no outro. Gozado... Tanta raiva que ele teve de mim não se podia acabar do jeito que acabou, mas, no fundo, ele ainda se sentia padre por inteiro e uma metade de homem. Me consolou: “-Tu fiques certo seu cabra que eu quero é te ver estrebuchando no pó, em antes de tu me veres com um balaço nos peitos.” Falou abertamente, assim mesmo, pra mim, com a maior das tranqüilidades, se sorrindo, cheio de graça. Aí continuou ele: “-De minha parte, tu não esperes nadinha que eu me renego a virar bandido assassino. Sossegue a tua preocupação, se tens.”
Veja o senhor, que anota essas minhas falas, como que o mundo é pequeno; então não? Mas o que mais me alegrou não foi saber que o pobre cabra pela metade não iria me fazer nenhum mal. Foi o de ter encontrado meus amigos de moço de meu lugar. As amizades afastadas não têm distâncias no mundo que não ajuntem elas de novo. Por lá encontrei Chico Danado, Geraldo Quintão, Antonio Quelé e o seu mano José. Foi uma farra tão danada de algazarras que o sargento nos chamou nas falas. Coisa muito de a boa topar com os colegas que não se vê há muito. Foi o que me aconteceu e a eles. Juramos ficar sempre perto pra defender um ao outro. E embora o padre me prometesse não fazer nada a mim abri os olhos dos companheiros no sentido de botarem as botucas nele modo me prevenir de alguma traiçoagem de sua banda quando o inferno dos tiroteios começasse pra todos. Quem iria saber de qual fuzil sairia à bala que poderia me alcançar? Entendestes meu senhor? A gente tem de ficar de guarda, de prontidão para uma coisa dessa natureza. Muitos crêem em padre, mas eu não. A menina-moça do doutor acreditou e se deu mal, a, pois. Pode? Pode não, pode nada.
Pelo que eu já contei e sendo registrado pelo meu amigo escrevente de um cartório, que me ofereceu sua ajuda nessa narrativa, alguns cabras invejosos chamaram de estória aleivosa, mas que em nada me incomoda não senhor. Sou obrigado pela honra de minhas palavras aqui registradas a confirmar tudo como de verdadeiro, e que em não sendo assim que o Demo me leve pras profundas dos Infernos, que lá, sim, são o lugar de contador de estórias de Trancoso.
Essas estórias de Trancoso pegam bem numa roda de brincadeiras como, por exemplo, as narrativas de pescadores ou de caçadores, ou as que saem da boca de um fedelho, desses mentirosinhos. Cabra como eu, Mariano Bé, paraibano de sangue e carne, e de antepassados de valia, não pode não usar de estremunho. Tem que ter tino pra contar coisas. E eu vou até a estremadura dos esquisitos dos inimigos gritando pra todos que tudo aqui escrito neste caderno merece fé, ou então morra eu seco no meio da caatinga de sede e de fome ou de um balaço dos jagunços do apóstolo dos sertões. Morro, mas não volto atrás no confirmar o que eu digo ao meu amigo aqui do Cartório pagado bem por mim, que não usuro no reconhecimento do valor das pessoas que me cercam e me cerco só de boa gente. Do padre, o tal, não me acercou nem a mim permiti me acercasse a ele modo fazer amizades. Sou exigente demais da conta nessas de relações, palavra. Se for ignorante, por pouco estudos, por outro lado sou de muita experiência arregimentada pela vida em fora. Escuto bem os outros, pra falar de igual. Se não...
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