DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

ARREMEDO DE GUERRA

Vamos fazer uma pausa de novo nesse de guerras, que já sinto calafrios só em pensar nas abelhinhas quentes e brilhosas que nem brasas passando por de riba de nossas cabeças. Tenho um causo a contar de muita seriedade mesmo que se sucedeu numa praia bonita da Paraíba. Se contavam muito por aí pelos nossos sertões do Cariri, Pão de Açúcar, Orós, Mossoró, mesmo em Cabedelo, em Vitória de Santo Antão e num mundéu de lugares esquisitos perdidos por esse mundo afora dos interiores nordestinos. Vejas tu como são ricos de estórias nossos lugares. Não sei se por causo dos calores que dão por lá que endoidecem os miolos dos jagunços, dos negros dos eitos e cafuzos dos engenhos de açúcar. É uma tralha de causos que confundem as gentes. Esse então, puff! É coisa de arrepiar, mas o fundo dele tem um poucochinho de romance de amor mal resolvido, de pendengas, de cornadas, dizem, não sou eu quem ta falando, de raiva de um pai pela mãe de seu filho inocente.
Foi que foi uma coisa feia o final de tudo, mas, porém boto a culpa, um pouco, na mulher do tal que acabou com tudo o que era seu, por bobagem.
Tu podes bem botar aí também nessas linhas de teu caderno que eu quero que faça parte da estória, aliás, história, pois não foi assim que eu disse que seria a minha também? Historia é história, e estória é outra coisa pelo que me parece – uma invencionice tirada muitas vezes das de Trancoso, modo fazer frenesi na mulherada e nas crianças inocentes e que em tudo acreditam como sendo verdade. Mas, porém essa que eu vou narrar foi verdadeira sim. Foi numa praia bonita com um rochedo alto e negro, de rochas afiadas que nem navalhas e de areias branquinhas como sal e o mar azulão, azulão de bonito e areias brancas da Praia das Onze horas.
Tudo se passou numa colônia de pescadores, já disse. Gente fina, esses tais pescadores daquele lugar. Já travei amizades com muitos safados que se fingiam ir pescar, mas levavam escondidos, nas barrigas de seus barcos, quengas sem vergonhas que dali a nove lunações aparecia com os buchos estufados e com os umbigos que mais pareciam cabeços de limão galego de tão grandes que se mostravam por debaixo dos vestidos justos. Era a porcalhada das desocupadas, sem serviço doméstico, a sacudir as varandas das saias pra riba só pra mostrarem aquelas partes cabeludas de entre as coxas. Os bichos bobos dos pescadores ficavam ufanos delas mostrarem tudo a eles assim à luz do dia. Umas, diziam eles, eram lisinhas que nem bundinha de criança nascida de véspera, sem cabelo algum.
Pois bem: foi nesse cenário pacífico, sem lutas feias no entremeio, que se passou o causo que vou te contar. É de se chorar bastante. Teve de tudo: traição dentro do mosteiro, que foi num que se deu o causo, morte matada e morte matada e morrida, ao mesmo tempo. Tu só vais entender quando eu terminar, mas por enquanto tu escrevas ai em teu caderno, que vale à pena sim senhor. Não contaria nada que não valesse à pena aparecer em meu livro. Depois, a gente dá uma marcha à ré e retorna pras batalhas que essas não me esquecem, nunquinha. É pra ficar de vez por todas na cachola.
Até que eu gostaria de nem lembrar mais, pra ter paz de vez e descansar as noites.
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