DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sexta-feira, 28 de março de 2008

MINHAS CRÔNICAS NOTÍCIAS (NADA AGRADÁVEIS) DO BRASIL E EXTERIOR

Nova Friburgo, 28/03/08


(Segundo tempo)



Continuam os impasses no Senado a respeito das votações de emendas, de requerimentos e outros meios para legislar como manda a Constituição. Acho que os parlamentares de ambas as Casas Legislativas deveriam levar mais a sério as suas exigências e debater a questão ad-nauseam, a despeito dos parlamentares da base governista. Na sessão de ontem, quase se inciou outro "bate-boca" por conta da famosa noite em que o líder do govêrno no Senado pretendeu cercear o direito à oposição de falar quantas vezes achassem necessário, sem ferir o Regimento Interno. E à mesa da presidência da Casa continuam chegando mais Medidas Provisórias que entravam o bom andamento das votações incluindo os debates e votações que derrubariam vetos da Presidência, ou melhor: do Sr. Lula. Encontram-se na pauta (mas não se sabe quando), para votação, o aumento dos valores da aposentadoria para quem recebe mais de um salário-mínimo, num gesto de justiça aos que nada têm com os problemas de caixa do govêrno (leia-se INSS), e o fim do outro famigerado: o Fator Previdenciário, de triste existência. A desculpa, sempre a mesma, é que para se equiparar os reajustes nos mesmos índices aos do mínimo ( isonomia corretíssima) tem de haver recursos dentro do Orçamento da União. O engraçado (mas trágico) é que para se ajudar clubes esportivos em seus débitos para com o governo (impostos e INSS), logo se achou uma medida saneadora: a nova modalidade de loteria - outra arapuca! Por que não usar isso para suprir os bilhões necessários para pagar aqueles que fizeram por merecer? Será porque a ajuda aos clubes (futebol, principalmente) dão mais "destaque" à medida? Carream votos de uma população mal orientada e que se deixa enganar por balelas? Ou o povo está tão insensível aos problemas mais relevantes da Nação que agem como "robôs"? A ele pouco importa os sofrimentos dos idosos que não mais podem trabalhar? Somem-se a esses problemas a incrível "insensibilidade" do Sr. Lula e equipe econômica, mais a indiferença do Ministro da Previdência guindado de um Sindicato para a corte do INSS. Eles ficarão velhos, doentes, impossibilitados de produzir, mas não estão nem aí para isso, porque suas aposentadorias serão polpudas e reajustadas de acordo com os índices dados a quem estiver na ativa. E os escândalos dos repasses de verbas à ONGs? São bilhões a serem jogados fora, com gastos desavergonhados. Por que tanta ONG? Quem são os titulares (na certa laranjas) dessas famigeradas organizações não governamentais? Cortem-nas com Medidas Provisórias; sumam com elas do mapa e sobrará muito "cash" para dar a quem de direito. Vou parar por aqui, mas estou satisfeito com as posições dos parlamentares que hoje defendem (verdade?) com unhas e dentes a equiparação das aposentadorias dos idosos com os mesmos índices calculados para os que recebem apenas um mínimo. É a verdadeira antítese do governo: "pagar mais a quem ganhe menos, e menos a quem ganhe mais", assim como: "Repousa lá no céu eternamente e viva eu cá na terra sempre triste" (trecho de uma poesia de Camões). Essa política discriminatória igualará em pouco tempo todas as aposentadorias, para baixo. E chega!
Postado por Blog do Morani às 08:59

MINHAS CRÕNICAS: "NOVO SÉCULO, VELHOS PROBLEMAS"

Nova Friburgo, 27/03/08

(crônica de 20/12/2004)

Se nós nos debruçarmos seriamente sobre os problemas que nos acompanharam na passagem para o Século XXI veremos que nada mudou. Só o Século é novo. Os problemas que venceram o limiar final dos tempos passados, continuam os mesmos velhos e cansativos obstáculos sem horizonte de mudanças.
A esta altura dos tempos do atual século, é inaceitável que a Fome levante acampamento no seio da Humanidade devastando toda uma população desarmada econômica e tecnicamente para ao menos minorar a mortandade de crianças e adultos. Ela mata mais do que as doenças cardiovasculares e de outras, como o câncer, aids e tantas tão conhecidas da ciência e dos líderes mundiais.
É uma vergonha e uma calamidade inaceitáveis que ainda nos dias atuais se saiba de toda uma cidade aprisionada pela fome, ou um estado, ou um país. Não há desculpas para tal mancha e para tanta indiferença das Nações chamadas ricas diante de um quadro cruel e por isso tão desumano.
Nos países ricos os alimentos que vão parar nas latas de lixo dariam para alimentar e salvar milhares no Sudão e em outros países do mundo onde a fome campeia.
Onde está a consciência humana? Quanto é gasto nessa invasão ao Iraque pelos norte-americanos? Quais as verbas para os Programas Espaciais? Se apenas essas duas verbas para as duas incursões, seja no âmbito planetário ou fora dele, fossem canalizadas para atender as necessidades mais aflitivas de um povo, de que parte do mundo pertença, positivamente estariam resolvidos aqueles conflitos perversos, e os homens, finalmente, iriam de encontro aos princípios cristãos: "Amai-vos uns aos outros". No entanto, não é assim que pautam suas decisões: preferem explorar povos e continuar as aventuras espaciais.
Aqui, entre nós, fossem sérias as decisões do governo Lula de combater a fome - anda em curso o malfadado plano Fome Zero - milhares, senão milhões de brasileiros, estariam se recuperando da fome crônica que os assola capacitando-os a usarem as energias refeitas no trabalho hodierno. Infelizmente, as condições para a reimplantação desses milhões de empregos alijados em nosso país estão longe de se tornarem coadjuvantes para o término em definitivo da aflitiva carência alimentar aqui dentro.
Culpar a quem? Fácil é a resposta: à globalização que faz parte de um projeto da Nova Ordem Liberal mundial. Li, não lembro quando e onde, um comentário sobre a reunião da cúpula do Grupo dos Oito planejando o extermínio de 1/3 da população carente dos países abaixo da Linha do Equador. Seria um verdadeiro genocídio, comparável ao praticado pelos nazistas de Adolpho Hitler contra os judeus. Deste modo, os chamados países do Primeiro Mundo veriam diminuidas as suas despesas sociais face às necessidades múltiplas dos países em desenvolvimento. Por certo, convidariam o nosso Presidente a fazer parte dessa infâmia - se é que foi verdadeira a proposta aqui anunciada - em troca da admissão do Brasil àquele Grupo. Porém estou certo de que tal proposta não seria aceita pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Que melhor medida, encoberta com a capa da globalização, do que acabar com milhões de empregos para a implantação da modernidade? A globalização já existe há muito, mas radical como a de agora nunca antes foi tão drasticamente sentida. Foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que se adotou a exclusão social, assim que foram postas em andamento as engrenagens de um plano diabólico. Estando ainda em curso tal Projeto, o que podem esperar os povos dos países abaixo da Linha do Equador? Eles são os principais alvos para a consecução a esse descalabro.
A medida mais humana, e a principal para nós do Brasil, seria os governos promoverem a reciclagem dos trabalhadores para o enfrentamento dessa guerra que parece mostrar um só vencedor e, pois, fazê-los caminhar ombro a ombro para a modernização do parque fabril brasileiro. Não sendo assim, os nossos trabalhadores não terão chance alguma de adaptação e de sobrevivência.
Os mercados informais já se acham saturados. Como atender a tanta mão-de-obra desqualificada e fora, portanto, aos padrões exigidos pela globalização?
A Nova Era suportará bilhões de seres famintos sem trabalho, sem aposentadoria, sem saúde e sem moradia? As Ações Sociais serão chamadas às responsabilidades de socorrê-los. Dura tarefa a esses mesmos governos que teimam em não praticar a ajuda necessária deixando-os à própria sorte e imaginação à sobrevivência. Inócuas ficarão aquelas medidas e, se confirmado o Plano de Extermínio, nada farão para minorar o sofrimento da turba imensa.
Haverá uma revolução dessa massa humana contra os poderes constituidos e contra as máquinas robotizadas com as quais pretendem substituir o braço humano? Tudo leva a crer que sim.
A Humanidade enfrentará então um grande e perigoso dilema: ou ela acabará de vez com esse execrável processo de extermínio, reintegrando socialmente toda uma massa humana em escala mundial, ou terá que suportar as conseqüências de se ter associado covardemente aos desígnios e princípios impostos pelos poderosos senhores da Nova Ordem Mundial.
O que espera do porvir a Humanidade? A paz entre os povos com trabalho e conseqüente vida digna a todos, com saúde e alimentos substanciais e necessários, ou o Armagedon?
Os dados foram jogados no pano verde da esperança: mudar já ou esperar para ver?
Postado por Blog do Morani às 17:33

quinta-feira, 27 de março de 2008

MINHAS CRÕNICAS : "A MORTE DE SUPERMAN"

Nova Friburgo, 27/03/08

(Crônica de 11/10/2004)
Quando eu tinha 8 anos de idade chegou às minhas mãos o primeiro "Gibi" - revista de historietas em quadrinhos publicada, entre outras, na década de 40 - em cujas páginas desfilavam os mágicos e poderosos heróis nossos ídolos. Nas aventuras ficcionais dos tempos da guerra os heróis combatiam o Mal (na época, os nazistas ou japoneses), voando por sobre cidades e justiçando os bandidos com seus poderes incríveis. Em alguns, como o Superman e o Capitão Marvel, as balas inimigas não os feriam.
Mas havia os de natureza mais humanas, isto é: agiam de maneira normal, não voavam nem tinham os corpos invulneráveis. Eram eles: Policia Montada; Bronco Piller e seu companheiro Castorzinho, um indiozinho pele vermelha; O Espirito; Mandrake, e seus truques ilusionistas; Ibis e o seu Triangulo Mágico, O almirante Winslow e sua esquadra de possantes navios de guerra. Também havia os "fora de série": Tocha Humana e seu companheiro Centelha, que entrando em combustão adquiriam o poder de voar e a tudo derreter com suas "bolas de fogo" arremessadas contra os inimigos; o Homem e Mulher Bala com seus capacetes que os isolavam da atração da gravidade, voando também; o Cometa, cuja existência o seu criador deu fim fazendo surgir O Vingador, seu irmão; Zaz-Traz, que corria por sobre a fiação dos postes (!); Batman e Robin; Príncipe Submarino, homem e peixe, que tinha um império no fundo do oceano (Meu Deus!); o Homem Espelho, que se tornava invisivel ao entrar em espelhos como uma faca entra num pudim, ou gelatina, com a maior naturalidade; o Fantasma, cuja lenda lhe dava 400 anos de vida.
Todos, apesar dos super poderes, tinham seus pontos fracos: o Superman sucumbia diante de uma pedrinha verde - a kriptonita - quando exposto a ela (fragmento de seu planeta Kripton, que explodira); doutor Silvana o maquiavélico cientista careca e de cabeça escaveirada a infernizar o Capitão Marvel. Todos, porém, combatiam o mal (sempre aqueles inimigos criados pela Segunda Grande Guerra).
Aos gênios de Hollywood se incumbiu dar vida nas telonas, e posteriormente nas telinhas, com o advento da televisão, a esses heróis, imortais alguns (cansativo!).
Ao nos tornarmos adultos é que passamos a analisar questões tão impossíveis quanto às que surgiam das penas e lápis, e argumentos, e arte-final dos criadores doaqueles heróis. Valeria subsistir eternamente, enquanto à nossa volta as pessoas amadas, e toda a humanidade, no período de um século ia desaparecendo?
Pois neste 11 de outubro de 2004 os jornais televisivos e outros deram conta da morte de Superman, aos 52 anos, de infarto. "E a sua imortalidade?" Esta seria a pergunta normal de um garoto que tivesse, ainda, contato com as suas aventuras maravilhosas. Na verdade, morria o ator Christopher Reeves - encarnou no cinema aquele herói voador, de uniforme azul e capa vermelha, destemido (lógico!), solitário e de aspecto normal enquando exercia sua profissão de jornalista do "Dayle Planet" - depois de nove anos paraplégico devido ao tombo quando exercícia a equitação, seu esporte predileto. Para muitos fãs o herói vivido no cinema, ou em revistas, não poderia morrer por estar o ator ligado ao personagem fictício. Mas não é assim na realidade: todos esses heróis são seres humanos falhos, como todos nós. Mas o ator Christopher Reeves mostrou ao mundo seus poderes morais lutando contra a paralização de todo o seu corpo.
Nisto comprovou ser um poderoso ser humano: sempre crendo em sua recuperação. É dele as seguintes heróicas e marcantes palavras: "Desistir de lutar é contrário às Leis da Vida".
Você Christopher Reeves, Superman, lutou e se tornou símbolo para muitos. Você será o eterno herói num mundo capenga, medroso e egoista. O mundo agradece por você ter existido. Voe em paz para o seu verdadeiro Criador e para a sua imortalidade real.

segunda-feira, 24 de março de 2008

A ALEMANHA ATUAL X O BRASIL DE LULA

Sábado, 15 de Março de 2008.
O Brasil não só tem dimensão de continente como tem suas economias notavelmente reconhecidas por todos os setores do país como uma conquista que exigiu de governos anteriores, e do atual, sacrifícios e lutas incessantes graças ao aumento de arrecadação que a cada mês se acentua mais e mais. Conta, para tanto, com o contexto do equilíbrio globalizado das economias européias e asiáticas, e no aguardo de uma mudança radical na crise imobiliária dos Estados Unidos da América do Norte,devendo passar do marasmo em que se encontra perigosamente a uma solidez rápida e concreta, o que levaria o alívio às demais nações parceiras da poderosa nação do norte, já experiente, desde 1929, com a crise que levou a sua economia à bancarrota, com desempregos e outras mazelas sociais. Não se pode negar, infelizmente, se tratar de um termômetro mundial a economia norte-americana e o seu capitalismo enfadonho, porque usado de maneira discricionária. Tem a palavra a ilha de Cuba, de Fidel Castro.O Brasil, pela pujança de seu parque industrial, de sua política exterior e de seu crescimento em torno dos 4,5% a.a., pode ser considerado o líder dos países da América Latina? Parece-me que a Venezuela, poderosa produtora de petróleo, tendo no comando Hugo Chávez, se adianta para dar esse importante passo em direção à liderança no continente. Porém, pelos últimos acontecimentos que se desenvolveram por lá, p.ex.: a derrota do "SIM", para o continuísmo de Chávez no poder, a crise entre a Colômbia e o Equador e a sua conhecida ojeriza pelo povo e pela política externa de Bush F°., tudo isso levantou enorme barreira às suas pretensões. Chávez parece ter perdido um pouco da sua truculência, e nem foi pelo famoso "por que não te calas?" do rei de Espanha, mas um pouco pelo episódio na intermediação para libertar os prisioneiros das FARC. Restou disso tudo o jogo imbecil da inveja. Mas o Presidente Chávez continua em sua marcha, contrária a quaisquer intromissões norte-americanas no continente, enquanto pegam fogo Colômbia, Equador (em litígio perigoso), Venezuela e Bolívia, Lula se envolve com o PAC que se já se definiu como mais um de seus notáveis e eleitoreiros Planos de Metas para o crescimento do país, que deixasse às mãos de Dilma Roussef, a Mãe do PAC, as medidas complementares para o verdadeiro avanço do tão propalado programa que, se vitorioso, alçará o Brasil a um patamar de causar inveja aos paises irmãos.Há tempos, o presidente Lula se empenha com denodo em obter da ONU um assento permanente no Conselho de Segurança daquela entidade. Viajou pelos principais parceiros da Europa na tentativa de obter apoio, mas parece ter sido em vão, mesmo porque tem na Alemanha atual uma grande e poderosa, e definitiva concorrente. Há 63 anos o país europeu assistia a derrocada do Terceiro Reich e se deparava com a total destruição de suas principais capitais. Berlim ainda sofreu desmembramento, com a construção do famoso Muro de Berlim que dividiu ainda a economia, o social, a ordem e a vida milhões de cidadãos. O sonho do Império Alemão de 1000 anos foi por terra, mas o sonho de seu povo hercúleo, para reerguer o seu belíssimo pais, continuou de pé de maneira insofismável até os dias atuais. A Alemanha de hoje tem o seu papel importante na Comunidade Européia. Eis a Alemanha atual, cujos dados abaixo mencionados foram tirados do livro "Perfil da Alemanha" do Departamento de Comunicação do Ministério das Relações Exteriores. POLITICA EXTERNA SOB O SIGNO DA GLOBALIZAÇÃOA Alemanha faz parte dos países que são a favor de reformas adequadas das organizações internacionais. Há bons motivos para tanto: por um lado, não existe outro país que esteja tão amplamente integrado política, econômica e militarmente na cooperação multilateral. Por outro lado,a política externa alemã atende à enorme responsabilidade que lhe foi atribuída pela comunidade mundial. Nesse contexto, a Alemanha está empenhada numa reforma abrangente das estruturas da ONU, que engloba também a obtenção de um assento permanente no CONSELHO DE SEGURANÇA. A formação de uma identidade européia de segurança própria é, para a política externa alemã, uma contribuição essencial para reforçar e estabilizar o pilar europeu da Otan. Uma etapa do processo de transformação transatlântico foi a transferência, em dezembro de 2004, do comando das tropas na Bósnia Herzegóvina da Otan para a PESD (Política Européia de Segurança e Defesa). A partir daí, os europeus, com as tropas chamadas de Eufor, tiveram que controlar pela primeira vez um foco de guerra essencialmente com seus próprios meios. O novo espaço de ação da política externa, que a Alemanha adquiriu com a reunificação em 1990, foi utilizado pelo governo federal somente depois da passagem do século. A declaração alemã após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 não só foi imediata como o chanceler Schröder foi muito mais adiante que seus antecessores, assegurando aos Estados Unidos a "irrestrita solidariedade" alemã. O governo federal assumiu naturalmente a decisão da Otan que, em 2 de outubro de 2001,pela primeira vez na sua história, invocou o artigo que trata um ataque a um Estado membro como um ataque a todos. A missão alemã no Hindu Kush, dai resultante, teve um componente político e um militar: o primeiro foi a Conferência Para o Afeganistão, realizado em Bonn, e os acordos finais sobre as bases legais e políticas para um governo de transição. O segundo, a participação das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr), desde janeiro de 2002, em grande escala, na Isaf (Força Internacional para Segurança no Afeganistão). 10.000 soldados alemães ao todo participaram de diferentes missões da Otan no inicio dessa década, mesmo sem que a reestruturação da Bundeswehr, de um exército territorial em um exército flexível "em missão" tivesse sido ainda concluída. Essa disponibilidade para assumir uma responsabilidade ampla foi simultaneamente um argumento decisivo, quando se tratou de justificar a não - participação na invasão do Iraque em 2003. O fato de a política externa alemã poder considerar essa situação e estabelecer prioridades com soberania ilustra o novo papel que se impôs ao país. Ao mesmo tempo, a política externa alemã fomenta a formação de estruturas da sociedade civil, participando da ajuda em casos de catástrofe, da implantação da democracia e dos direitos humanos e no combate ao terrorismo. A Alemanha usa efetivamente seu novo papel também para impor e garantir os direitos humanos, a paz e o diálogo, no Oriente Médio e em outras regiões de conflitos. O fato de a Alemanha poder desempenhar esse papel se deve à confiança acumulada e cuidadosamente administrada durante décadas. A política alemã não é medida segunda a obra devastadora do III Reich, mas segundo o seu desempenho na construção e integração. Sem esta constatação, os Aliados dificilmente teriam concedido a "liberdade" aos alemães. A Alemanha demonstrou que sabe agir com responsabilidade.Postado por Blog do Morani às 12:49
Postado por Blog do Morani às 15:54

Marinha foi pintada por P.v.Kolchreuth no ano de 1898

Nova Friburgo, 24/03/08

Sobre papel especial, posteriormente colado sobre suporte de madeira, esta marinha foi pintada por P.v.Kolchreuth no ano de 1898.
Do pintor, como artista, pouco sabemos, porém se sabe ter nascido na Alemanha por etiqueta colada no verso do quadro, que sumiu após anos e anos de deslocamentos em viagens por cidades do Brasil onde fomos residir.
O presente trabalho se encontra no acervo familiar desde 1922, ano do casamento de Martinho Figueiredo Machado e Alice de Moraes Machado, meus pais.
Por efeito de constantes embalagens, climas diferenciados - ora seco, ora úmido - e incuria do irmãos mais velhos, a etiqueta com todos os dados referentes a obra e ao artista foi arrancada, e a pintura entrou em um processo de desgaste porque o pintor P.v.Kolchreuth usou camada finíssima de tintas, até mesmo na modelagem do oceano. O céu foi o mais devastado, pelas mudanças e manuseio. Esse que hoje pode ser visto foi por mim recuperado com igual camada, de modo que, involuntariamente, tive participação na tela com a restauração feita. A obra, cujo valor no mercado de arte desconheço, ainda em sua pintura original, tem hoje para mim tão somente valor sentimental, e por nenhum dinheiro deste mundo faria com que eu me desfizesse dela. Foi presente de casamento aos meus pais por um amigo da família. A medida total da referida obra é de 0,78 x 0,35 mais a moldura, em madeira lisa, de 0,09 cms. Algumas das velas também sofreram desgastes e parte reduzida do oceano. Intervi também nesses detalhes, para que o quadro continuasse ainda por muito mais anos em nosso acervo, Deo gratias.

domingo, 23 de março de 2008

RIO POTENGI COM POR DO SOL


























Natal, 11/11/2001

Após 50 anos retornei a Natal,RN, onde vivera de 1947 a 1952, e de 1954 a 1955. Muitas mudanças houve na cidade - o centro, a Praça Pedro Velho, Praça do Cine Rio-Grande e a praça defronte ao antigo Palácio do Governo. No bairro onde morei - o Alecrim - foi onde pude notar maiores diferenças. As ruas, quase todas sem calçamento à época, e cobertas de areia tipo das que se encontram nas praias, agora se achavam todas asfaltadas e com uma profusão de postes de iluminação que não havia na minha época. Confesso não ter reconhecido o meu querido bairro, por tantas modificações implementadas pela Prefeitura. Mas, nas paisagens que meus olhos guardam de um tempo remoto, só o Rio Potengi se negou às mudanças. Era o mesmo largo, sereno e longo rio que adentra a cidade banhando o porto da Marinha, a praça militar e o Cubango - clube de oficiais de nossa Armada Naval, que fica dentro do complexo militar. Como levava comigo meu bloco de rascunho esbocei o trecho acima indicando as cores, as nuances da reverberação da tarde, seus reflexos no céu e no rio, e o trouxe comigo. Aquilo era apenas um estudo: subsídio ao meu futuro trabalho em casa, sob cavalete e luz difusa de um interior. Não me foram dificeis reproduzir os efeitos da Natureza, pois a alma do Rio Pontengi eu a trazia comigo, como avatar milagroso - duas almas num só corpo, ou mente. Banhei-me muitas e muitas vezes nesse rio até o por do sol por trás do emaranhado retorcido do mangue, à altura do cáis do porto, lado esquerdo à quem vem da boca da barra, ao lado do Forte dos Reis Magos e da Praia da Redinha, onde passávamos as nossas férias. Hoje encontramos montanhas elevadas de pura areia a se perder de vista. Ali rodam "bugres" dos audaciosos rapazes que nos levam a passeios com ou sem forte emoção. A Natureza acumulou essas montanhas de areia fina e branca por décadas como um presente à população natalense e aos de fora. Pode-se andar em camelos, como nos desertos africanos, beber e se lavar sob o forte ímpeto da água gelada que sai de uma grossa tubulação à altura de um chuveiro. Depois, se vai beber numa choça ao lado, desde água de côco a refrigerantes, e drinks mais fortes. Apesar do sol a pino, do céu intensamente azul, sem nuvens, do areal estupendo, dos "bugres" com seus motores possante escorregando abismo abaixo no areal, dos camelos com seu gingado no andar, do mangue mais para frente, dos cáis, com suas embarcações civís ou militares e da cidade a cavaleiro do rio, este continua em seu rítmo de sempre, permitindo o tráfego de barcos à vela carregado de pessoas e de mercadorias e o cortando de um lado a outro na certeza de que foi, é e será sempre o Rio Potengi de muitos encantos, de muitas lendas, de beleza incomparável e importante para Natal e lugarejos vizinhos além, muito além do cáis da Marinha e da vila de Mipibu.
morani

sábado, 22 de março de 2008

NATUREZA MORTA COM GARRAFAS E MANGAS

Nova Friburgo, 22/03/08

Muitos foram os artistas plásticos que se valeram da natureza morta para pictoricamente se expressarem no mundo das artes. Vista como tema inexpressivo, e sem emitir quaisquer emoções sobre os que amavam a arte, e, ainda, sobre os apenas curiosos que visitavam galerias e museus em busca da arte clássica, a natureza morta foi considerada "arte de segunda categoria" e, por isso, poucos lhe davam espaço num mundo de exigências cada vez maiores. De todos os lados os "experts" torciam os narizes ao se deparar com uma. A imprensa voltada às artes - revistas e outros meios de comunicações da época - não poupava críticas mordazes aos nomes dos que se dedicavam ao singelo labor de retratar objetos sem vida. Contudo, desde a mais antiga fase da pintura os mais famosos nomes, consagrados em museus e em acervos particulares, se dedicavam a esse tipo de pintura. Para não ir muito longe, no Século XIX, na medieval Aix-en-Provence, viveu um pintor pouco consagrado, enquanto vivo, de nome Cèzanne - tinha mais tipo de lenhador ou trabalhador do campo - que se dedicava à pintura. As suas telas iniciais traziam o emplasto exagerado, as pinceladas pesadas e atmosferas envoltas quase que em trevas, porque escuras demais. Outro foi o holandês Van Gogh. Este, que vivia em dois mundos, por desiquilibrio mental, pintava não apenas flores, frutos e outros objetos, mas pares de sapatos, tamancos holandeses, cachimbos, cadeiras, livros sobre mesas, estátuas de gesso, crânios e velas, e todo e qualquer objeto que lhe servisse de modelo. E não foram poucas as naturezas mortas deixadas por ele em toda a sua carreira de pintor. Em toda a sua vida, vendeu apenas um quadro.
O seu mais famoso trabalho foi a tela "Girassóis", pintada em 1888. Muitos outros pintores se valeram dessa prática para introduzirem em pinturas de retratos as mal afamadas naturezas mortas, para não serem taxados por néscios. Assim, a natureza morta ficava como complemento de um interior de ricas residências, ou de palácios, sem levar à revolta os admiradores, que só enxergavam os retratados sem terem atraidas as suas atenções aos objetos que ao lado da imponente figura apareciam. Pintavam-se, pois, naturezas mortas a granel sem ferir suscetibilidades. Esta, que exponho acima foi por mim, Morani, pintada sobre suporte de eucatex. A tinta quase rala serviu para a leveza do fundo e da superfície da mesa; as garrafas, levemente esboçadas, não receberam tratamento além do necessário para impressão de suas transparências, e se contraporem ao prato com as frutas - mangas - que tiveram outra modelagem. Na presente tela as cores complementares se tornam praticamente inseridas de modo a dar ao conjunto do trabalho o equilibrio desejado e a procurada estrutura simples como simples devem ser as naturezas mortas.

postado por Morani.

segunda-feira, 17 de março de 2008

MONTANHA DAS DUAS PEDRAS

Nova Friburgo, 17/03/08

Esta é mais uma paisagem pintada por mim. Montei meu cavalete na sala de estar, pois dali posso ter a visão clara das pedras irmãs que têm o nome de DUAS PEDRAS, não por elas, mas, sim, por duas outras que ficam na montanha à esquerda, no alto, também à esquerda, e que se inclinam para o abismo como mostro aqui. São duas montanhas de pura rocha cobertas em parte, nos cimos, principalmente, por uma verdura rasteira. Sobranceira à cidade, tem imediatamente ao seu pé a conhecida Fundação Getulio Vargas. À direita, rente ao limite da tela se pode ver uma parte do Colégio Anchieta: o predio amarelo no qual aparecem três janelas, porém são muito mais em todo o prédio de uma imponência admirável e com suas muitas palmeiras altaneiras a completar a "moldura" natural do lugar. Abaixo, quase no meio da tela, vemos os últimos andares do Edificio Italia; mais um pouco à direita se vê a torre da companhia telefônica e partes de outros prédios ali e mais além, na direção ao Colégio Anchieta. Logo acima do topo do Edificio Italia outra pequena torre, que sobrepuja levemente a de cores vermelha e branca (da Telefônica), prédios brancos, encobertos em parte pela vegetação, pertencem: um ao Teleférico, e o outro a um restaurante. Atualmente, existem mais prédios residenciais lá nas alturas incluindo prédios de apartamentos, pois a paisagem acima reproduzida por meus pincéis foi feita em 1998. Pode-se bem avaliar a vista que se tem de toda a cidade, incluindo outras montanhas, pedras como a da Catarina e a mais alta da região: a montanha da Caledônia com 2.219 metros de altitude. Lá os ventos são poderosos e capazes de derrubar homens que se coloquem de pé em seu pico. Avista-se do seu alto a cidade do Rio de Janeiro, em meio às brumas que sobem da serra de Friburgo. Tudo se veste de uma beleza sem par, tanto à frente como à esquerda ou à direita de quem chega até à base das Duas Pedras. Nossa cidade de Nova Friburgo foi fundada por suiços. A principio, aqui chegaram 2006 emigrantes com o aval de D.João VI vindos do Cantão suiço para as terras da fazenda Morro Queimado, por volta de 1818. No trajeto do Rio para o alto da serra as perdas de vidas humanas chegaram a 386, mas 14 novas crianças chegaram no "Novo Mundo" serrano. 16 de maio é a data magna da cidade, que de agrícola por excelência adotou, paulatinamente, um parque industrial de importância inegável. Nova Friburgo deu guarida ao eminente Ruy Barbosa que ocupava mansão à Praça XV de Novembro, hoje Praça Presidente Vargas. A mansão, que deveria ter sido tombada pelo Patrimônio Histórico, hoje já não mais existe. Era um pequeno castelo de pujante presença, mas derrubado pela incúria de alguns que não lhe deram os devidos valores histórico e turístico. Poderia ter sido um Museu, que a cidade não tem, para o registro de toda a história belíssima de nossa cidade. Sou carioca de nascimento, mas friburguense de alma.
Morani

sexta-feira, 14 de março de 2008

COLEGIO ANCHIETA (FRIBURGO) E UMA DAS DUAS PEDRAS

Nova Friburgo, 14/03/08

Esta é uma das mais belas vistas existentes na cidade serrana de Nova Friburgo.
O grande prédio amarelo, no centro da tela pintada por De Moraes em 1997, é o famoso "COLÉGIO ANCHIETA" da Ordem dos Jesuitas. Dali de suas salas sairam alunos que mais tarde se projetaram no cenário político, econômico e artistico de nosso país. Aqui, nessa terra, nasceu o famoso pintor Guignard e nesse egrégio estabelecimento de ensino passou Euclides da Cunha, o famoso autor da obra "Os Sertões" que conta a saga dos recontros entre o exército da Primeira República e os habitantes de Canudos, ao norte do estado da Bahia. Logo ao pé da grande pedra está a UERJ, da Fundação Getulio Vargas que antes fora um colégio de sistema de internato para rapazes de abastadas famílias de todo o Brasil. São vistos os topos de alguns prédios da cidade, parte das copas dos antigos eucaliptos que dão sombras e beleza à Praça Getulio Vargas e abaixo, no lado direito da tela, os arbustos próximos a casa do pintor.

nota: De Moraes é o cognome de Mario Augusto de Moraes Machado que se assina MORANI em suas correspondências na internet.

MEU PONTO DE VISTA

14.03.08

Prezado amigo Hudson:

Graças à deferência que me concede, recebo sempre com renovado prazer as aulas que vêm no bojo de seus comentários. Não pude alcançar cursos superiores em minha vida estudantil passadas em Natal, RN e aqui em Friburgo, RJ.
Tudo o que eu sei devo aos estudos empreendidos de moto próprio para fazer desses estudos o alicerce que poderá me dar uma qualidade em meus comentários eivados de uma lógica canhestra, de um ponto de vista fruto de observações e de análises de Mestres como tem sido o amigo durante o tempo em que recepciono seus lúcidos comentários. Está claro que divergimos; tergiversamos em alguns tópicos, porém isto, repito, aqui, não invalida o meu respeito por suas tendências ou o acatamento que dou a esses seus comentários. Tenho tendência socialista, porém totalmente divorciada de regra principal e dos objetivos comuns abraçados por grande maioria de cidadãos. Contudo, acato o que disse o crítico literário e teórico Frederic Jameson quando aqui esteve: "... A história não havia terminado e o fim dos regimes comunistas do Leste europeu não significava para os intelectuais da esquerda que a única alternativa era a adesão ao neoliberalismo" (citado por Fundação Lauro Campos-PSOL). O modismo de diferentes conceitos intelectuais tendo a França como berço, bem pode ter mudado o "pensamento político" do pretenso candidato a prefeito do Rio de Janeiro: o ex-guerrilheiro Fernando Gabeira, ou, então, não pretendesse ele, mais uma vez, passar pelo que lhe foi imposto no regime de exceção no tempo dos militares. Teria ele sentido a possibilidade de novos confrontos com outro tipo de regime que não adotasse a qualidade democrática, ainda que finda aquela ditadura? Quando foi adotado o neoliberalismo entre nós? Com Collor ou com Fernando Henrique, o Príncipe das Astúrias? É uma pergunta que merece esclarecimento. Agradeço, se houver.
Voltando ao Gabeira, tenho que lamentar suas idas e vindas ao PV, mas não só ele fez essas "viagens", e nem só ele se uniu aos tipos de políticos das mais abjetas tendências interesseiras; políticos ou técnicos que foram servis ao comando de FHC, de triste lembrança aos brasileiros que não foram perguntados se esses ou aqueles rumos que seriam tomados eram os que se desejavam. Mais uma vez declaro não ter esquecido as palavras de último general-presidente: "Esqueçam tudo o que eu falei antes" e, se não me falha a memória: "Brasil, Ame-o ou deixe-o". Quem poderia amar uma pátria onde o viver era difícil? Muitos amigos se foram mesmo, como que obedecendo ao convite covarde de quem não desejava ver diante de seus olhos o lado opositor. Espalharam-se por diversos países e longe da pátria que não lhes dava condições à sobrevivência!
Os políticos são "peças" de uma jocosidade sem igual. Os do PMDB não querem ser poder, mas desejam participar dele "comendo o mingau pelas bordas". O PSDB é a cara escarrada do neoliberalismo! O DEM é o cadáver putrefato do PFL! O PT se sujeita a ter em suas fileiras, e em postos mais altos, homens que serviram a essa filosofia político-econômica no transcorrer do governo anterior! Isto é além de uma maldição! Isto é um circo em que todos têm cadeiras cativas e posam de bons moços para serem vistos como defensores do povo. Pobre povo que se deixa ludibriar por gestos e gritos nas tribunas do Congresso. Nós temos muito a aprender, mas o capitalismo não deseja um povo "ventilado". Deseja-o assim mesmo: semi ou totalmente analfabeto, em matéria de política e economia. Entope as telinhas ou telões com as famigeradas novelas e os abjetos BBBs. Desse modo, servindo o prato da "eterna ignorância", dá ao povo a impressão de que se alimentam de "saber". Não esqueçam os brasileiros de que a Lei Áurea foi promulgada para dissimular o que se passava na Guerra do Paraguai: os gastos astronômicos e as perdas preciosas de vidas. Não foi pelos “belos olhos dos negros escravos" e ainda contrariando a oligarquia rural deu-se o evento. Hoje o "expediente" usado para encobrir fracassos é outro; é o método paternalista (e há quem tenha criticado o paternalismo getulista!), enganoso, que não se manteria de pé diante do crivo de investigações técnicas totalmente isentas de paixões partidárias. Tergiversando um pouco a este assunto, desejo ver agora como agirá a "oposição" diante da MP que o Sr. Lula enviará ao Congresso para o reajuste dos salários do funcionalismo público. Terá caráter de "emergência"? Vai a oposição levar em conta o firme propósito de não mais votar MPs, após a "truculência" usada e abusada pelo líder do governo no Senado (outro que foi líder de FHC!) na última terça-feira? E o Projeto de Lei n° 58, terá também essa prerrogativa ou será defenestrada pelos senhores Lula e Mantega? Dois pesos e duas medidas serão usados diferentemente, tenho quase certeza!
Esperemos para ver a situação embaraçosa do Congresso diante de impossibilidade de negar os reajustes de até 145%, reafirmando sua determinação em não votar quaisquer medidas provisórias desse governo que não o deixa legislar. É ver e crer.
Morani

segunda-feira, 10 de março de 2008

DIAMANTES NO CÉU

Em 10/03/08

Muitas noites surpreendo o céu friburguense com aperto no coração. É que sempre há uma tênue echarpe de gases o encobrindo e, portanto, escondendo aos meus olhos as cintilações das estrelas, esses corpos celestes que orbitam além da camada mais elevada que recobre o nosso planeta.
Porém, ontem, ao despertar às duas da madrugada, notei escuridão total encobrindo os prédios que rodeiam a minha residência. Esta se encontra em local privilegiado. Levantei-me de imediato e, olhando pela vidraça da janela, pude ver, extasiado, os milhões dessas estrelas que se assemelhavam a diamantes, tal a intensidade de seus brilhos contra o fundo quase negro da abóbada celeste. Acontecera um apagão que há muito eu pedia para acontecer. Deixei o meu quarto e minha cama morna com Léia em pleno sono. Sacudi-a, mas ele se negava a abrir os olhos, estes sim: bêbados de sono. Corri à laje. O que eu via era um milagre celeste. Ao fundo, a milhões de anos-luz, uma esteira leitosa muito, mas muito vaporosa, fazia o fundo para os diamantes que emitiam luzes magneficentes em número jamais vistos por mim. Assustava a miríade de estrelas. Deitei-me na laje fria, para melhor fixar aquele momento que tomei como um verdadeiro presente celestial. Senti-me mais do que rico: eu era, naquele momento de total silêncio, o mais poderoso dos homens da Terra; todo o céu me pertencia. Não haveria nem um só homem desperto àquela hora tardia a se ocupar, como eu, com o mais belo espetáculo que o nosso céu pode nos oferecer. Enchi-me de orgulho. Eu fazia parte daquele mundo, daquela paisagem de diamantes, e soube que eu fizera parte, alhures, daquela química universal; que em meu corpo jazia toda, até o fim, a poeira dos diamantes do céu. Ela me pertencia por direito, ao olhá-la linda como náiade de luzes a viajar pela escuridão do firmamento. E eu a ela pertencia. Esse meu corpo, que já dá sinais de que algo mais profundo e eterno está para deixá-lo, será atraido pela poeira dos diamantes celestinos. Irei com outro corpo vaporoso com aquela poeira que os meus olhos alcançam. Serei também um deus coberto de diamantes - rica veste para um simples mortal que imortal se tornará.
Enviado por Morani

sábado, 8 de março de 2008

COMO OS NENÚFARES DE GIVERNY

COMO OS NENÚFARES DE GIVERNY

Já teci comentários anteriormente sobre o nosso mundo atual. Homens se transformam em ilhas solitárias se distanciando de arquipélagos pujantes de vida. Desconheço as razões que levam a certa camada de indivíduos aceitarem tão docilmente, no seio de seus egos, um sentimento tão facilmente encontrado atualmente: o egoísmo, consorciado ao egotismo e à egolatria.

De que valem esses sentimentos? Eles são no exato momento em que dominam mentes refratárias massagens ao ego dessas mentes nem tão brilhantes, ou nem tão superiores. E estão satisfeitas com os atributos de grandeza inigualável, que não têm, mas sempre acreditando nelas.

Repito aqui o que já disse num comentário, no blog do Nassif, atestando minha incontestável e natural humildade:

“Vinha por um deserto de amizades, à procura de um oásis ao meu descanso e para me dessedentar”. “Encontrei-o e me rejubilei com o achado.” “Deitei-me às sombras das tamareiras e de outras árvores, como flamboyants e poincianas.” “Adormeci.” “Ao acordar me vi sob forte sol porque este, caminhando pelo céu, me pôs ao desabrigo das sombras.” “Levantei-me.” “As palmeiras deixaram cair suas folhagens bem como as demais árvores; a Poinciana deixara cair suas folhas murchas pelos chãos.” “Caminhei então direto ao horizonte de luz que enxergava, à distância.” “Mas, antes, abençoei aquele oásis e todos os demais.” “Marchei em direção àquela LUZ tranqüilo e realizado”.

E a “LUZ” tinha um nome: HELÔ LIMA, a juizdeforana, que é um arquipélago a comungar com as insignificantes ilhas que a rodeiam, perto ou longe, e como os nenúfares belíssimos de GIVERNY, que desabrocham, ainda, no espelho pantanoso do lago de Monet.

Morani

terça-feira, 4 de março de 2008

Poinciana

Eu era ainda um postulante à adolescência, porém já muito ligado à arte musical e, à época, o "charme" era qualquer canção interpretada pela "Voz", o saudoso e romântico Frank Sinatra. Minhas irmãs, mocinhas já adolescentes, tinham verdadeira paixão por ele. Aliás, todas as jovens dos tempos agourentos da Segunda Grande Guerra. Frank Sinatra surgiu nessa conturbada época de muitos medos.


Então, um dia, ao pé de um rádio "Phillips", tipo coluna, fui agraciado com essa maravilhosa, suave e doce "Poinciana" na voz de Sinatra.

Poinciana
árvore meiga e fraternal
vives em meu encanto emocional
Poinciana
teus galhos falam-me de amor
sonho, por sobre flores, multicor.
Sonho multicor
que de repente se acabou
sonhos folhas são
que murchas caem pelo chão...
Poinciana
Tu tens renúncia e solidão
cabes inteira em meu coração.

Poinciana...

Four Freshmen - Poinciana (1952)