DESPESAS COM REFORMAS ESTÁDIOS PARA COPA 2014

Chegou ao meu conhecimento, e muitos devem saber igualmente, que para sediar a Copa de Futebol de 2014 o país gastou verdadeira fortuna em publicidade apelativa. Agora, um PPS recebido de amigos esclarece o montante que se irá gastar para a reconstrução - reformas em estádios já existentes - e construções de novas arenas para a prática futebolística.

O dinheiro não virá dos clubes, pois que a maioria deles anda na "corda bamba", financeiramente falando; muitos agremiações esportivas se acham mesmo no "vermelho": salários atrasados, encargos sociais nas mesmas condições e outros problemas inerentes ao mundo de negócios do futebol. Pois pasmem: o montante dessa despesas com estádios para a Copa de 2014 atingirá, de saída, R$ 5.713 bi. É uma "bagatela", para um país que nada em dinheiro, que distribui entre os países irmãos vultosas somas, que perdoa dívidas elevadíssimas aos países africanos e ainda financia não sei que obras ou situações na Grécia. Melhor é lacrar os cofres da Previdência, a fim de se evitar futuros transtornos àquela instituição e aos seus beneficiários.


sábado, 29 de novembro de 2008

O ARMAGEDON DE SANTA CATARINA

O ARMAGEDON DE SANTA CATARINA


Nunca, antes, os nossos meios de comunicação nos mostraram, de maneira tão detalhada e contundente, as catástrofes acontecidas em nosso país; já as tivemos parecidas na cidade do Rio de janeiro, há alguns anos atrás, e as esquecemos; tivemo-la aqui mesmo em Nova Friburgo no ano de 1979, com estragos relevantes, prejuízos às empresas próximas ao Rio Bengala e às estabelecidas no baixadão de Conselheiro Paulino – bairro populoso com muitas casas à beira do rio. Houve perdas de vidas e de material. Naquele ano, foram duas as enchentes causadas por trombas d´águas em dois dias consecutivos. Não houve espaço de dias nem de semanas. Quando nos sentíamos aliviados, ao se fazerem os cálculos das perdas de um dia de tempestade ininterrupta, eis que, após sermos contemplados com uma pequena trégua, desceu sobre toda a cidade nova tromba d´água com o seu ápice no alto da serra, engordando de maneira prodigiosa o mesmo Rio Bengala que corta a cidade como uma imensa serpente líquida. O leito, por onde passa tranquilo e normalmente o nosso rio, não suportou o dilúvio. Inundou tragicamente ruas do centro da cidade derrubando árvores centenárias; encostas lotadas de casas humildes; prédios de quatro andares; cobriu pontes elevadas tornando aquele baixadão, que começa em Duas Pedras e se estende até Conselheiro Paulino, num oceano de lama, detritos, árvores, postes, pneus, veículos, móveis, animais afogados, gentes arrancadas de suas casas pela violência das marés imundas carregadas de doenças e de mortes, em frações de minutos. Quem teve tempo, só o teve para rezar pela própria alma. Também esse duplo evento foi esquecido.
Mas eis que agora, descem os anjos do Apocalipse, em um verdadeiro Armagedon, para levar aos catarinenses dores maiores, desastres sem medidas feitos bolos gigantescos de lama, restos de casas de alvenaria e de madeira, veículos e, não sendo bastante, soterrando famílias inteiras levando o desespero às autoridades, aos empresários, às gentes comuns, que lutam para formarem seus patrimônios derramando seus suores ao desenvolvimento daquele estado irmão.


E tudo mostrado em detalhes pelas filmadoras das nossas emissoras de televisão e pelos próprios moradores, graças aos seus celulares, de tal modo que nos sentimos impotentes diante dessa gigantesca tragédia que se abateu, e se abate, sobre algumas cidades como Blumenau e Itajaí – duas das mais conhecidas – e outras pequenas localidades, que não conheço. Eu estive em Blumenau e em Itajaí, além de Florianópolis, que eles, os nativos, chamam Fpolis. São três cidades pujantes em progresso, mas Blumenau é a Jóia do Vale, e onde acontecem, todos os anos, no mês de outubro, a Oktoberfest. Itajaí não lhe fica atrás. Quem as conheceu não consegue reconhecer, em meio a tanta confusão, as duas cidades exemplos do progresso, da ordem e da vontade de seus habitantes em colocá-las a um patamar igual a outras belas cidades por esses Brasís afora.
Pois aí temos uma tragédia sem par; um Armagedon antecipado sobre o qual fala o Livro Sagrado da cristandade.
Uma das passagens de um desastre entre seres humanos, deu-se no Egito dos Faraós. O povo hebreu, cativo em terras do Nilo, não teve autorização do Faraó para abandonar o cativeiro e voltar para a sua pátria. Diz a história bíblica que Moisés investia contra a ordem da máxima autoridade-divindade – o Faraó. Então o Senhor avisou a Moisés que todos os chefes de famílias, hebreus, pintassem um sinal, em vermelho, às portas de cada lar do seu povo, pois um Anjo passaria, à noite, por todo o Egito, levando à morte os primogênitos. Nas portas das casas com os sinais vermelhos, do povo de Deus, os primogênitos nada sofreram, mas o Anjo matou a todos os dos egípcios. Um deles era o filho do Faraó-deus! Esse Anjo do Apocalipse descido sobre Santa Catarina nada poupou.
Essa tragédia-holocausto não pode ser esquecida jamais. Agora não é só reconstruir o que se está perdido, mas se fazer às obras necessárias para contenção às barreiras, estudos sobre o tempo e suas possibilidades de renovados eventos desastrosos, como tal acontece hoje. Os nossos sofridos irmãos catarinenses não merecem que se abram as mesmas chagas de dor em futuro não muito distante. Outros Anjos poderão descer sobre diferentes localidades do estado, num mês de novembro de um ano qualquer.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

DIVAGAÇÕES EM UM FINAL DE SEMANA

SONHO OU O QUÊ?


Não sei por qual razão, está tudo escuro a minha volta. Teria havido um blecaute? Foi local ou geral? Essa minha pergunta só caberá se de fato estivermos passando por um desses acontecimentos tão comuns nas vidas das cidades.
Também posso estar sonhando. Você já não teve alguma noite um desses sonhos complicados em que tudo anda em plena escuridão? Não negra, e nem que nos impossibilite enxergar alguma coisa, mas uma espécie de lusco-fusco mais acentuado.
Grande dúvida se abate sobre mim! Não lembro ter procurado a minha cama ou tomado qualquer comprimido para relaxar. E esse silêncio profundo que me envolve assim tão sem motivo algum? A minha rua é tranqüila demais, porém a quase todo momento passa um veículo. E por mais lenta que seja a sua passagem sempre faz algum barulho, por menor que seja: um capô, a suspensão, uma calota, quando não todas, e os elementos da parte de baixo do veículo como o cano de descarga. Por isso estranho o silêncio sepulcral e a escuridão unida para me confundirem. Se estiver a sonhar, então quero despertar. Era assim que sempre fazia quando um sonho descambava para o pesadelo; quando um iminente perigo trazia desconforto e pavor. Os meus sonos sempre foram povoados por sonhos esquisitos, intrincados, ameaçadores, como por exemplo: sonhei muitas vezes estar “escalando” uma rua tão íngreme, como uma parede lisa e abrupta, que tinha a sensação desagradável de me derrocar lá do alto! Outras vezes sonhei subindo uma montanha alta e delgada, tão delgada e de paredes tão lisas, que uma vez no alto não via como descer sem me despenhar das alturas me esborrachando, sem remédio, ao chão. Nesse alto de montanha, só cabia eu; e em volta era o precipício! Eu me agarrava com força hercúlea à borda mais delgada que um lápis. Então eu despertava, para o meu alívio.

No entanto, agora, sinto-me tranquilo apesar dessa indefinição de poder avaliar onde me encontro e o que faço em meio à neblina fuliginosa que parece cobrir a cidade inteira como um “fog” londrino, só que mais sujo como pó de carvão que escapasse de alguma carvoaria gigantesca.
Como nada vejo a um passo meu, e me acho senhor de todos os meus sentidos, continuo teimando em não parar. É possível que encontre outro indivíduo que portando uma lanterna possa, dividindo sua luz comigo, caminhar ao meu lado numa parceria de objetivos. Sim, seria a única solução para o momento. Escuto sons, mas chegam aos meus ouvidos abafados como o som de um trompete em que o músico colocando à saída do instrumento àquela parafernália avelude as notas mais agudas da melodia. Acho muito estranho não saber de onde vêm esses barulhos; de qual lado: se de cima ou de baixo. Confundem-me, desorientam-me e me desnorteiam como uma bússola cuja agulha perdesse por instantes a atração magnética do norte. Tenho certeza de que não perdi minha visão embora a tivesse já fraca há algum tempo, mas não o bastante para obliterá-la tão contundentemente; também não posso me queixar de não ter a minha audição em perfeita condições, já que tive problemas tempos atrás causados por labirintite aguda e crônica. Aliás, tudo em mim é crônico e definitivo assim como o “ham-ham” da marreta sobre o aço em brasa, em poderosas mãos, a formar a lâmina acabada de uma adaga árabe. Dali só poderia sair mesmo uma fria e delgada lâmina. Pois é: assim são as coisas, quando me acontecem. De pronto se tornam definitivas, crônicas, sem remédio. Fazer o quê? Se dependesse de minha vontade nem os pesadelos teriam vez em minha existência onírica e que os males de meu coração e dos meus rins, se sublevando, se tornassem sadios outra vez. Bem, não esqueço que ando tateando na penumbra como um cego sem remissão cuja cegueira fosse definitiva. Seria definitiva, fosse de nascença. Ah, uma lanterna em minhas mãos!


Tenho a impressão de que toparei a algum obstáculo, inarredável em meu caminho. Devo tomar todos os cuidados, pois as minhas unhas dos pés são delicadas demais. Nelas convivem ninhadas de fungos tornando-as sensíveis. Diz minha companheira de infortúnios que é por ter eu usado tênis por longos tempos. Mas todos, ou quase todos, usam. Por que só a mim viria essa colônia se homiziar? Se exerço forte atração às coisas impróprias, terei culpa? Tenho culpa se me vejo “premiado” pelo insólito, pelo crônico e pelo definitivo?
Não esqueço desse aturdimento por essa situação jamais sentida anteriormente. Não sei se deva continuar ou parar sentando-me [nem sei onde] para esperar levantar essa cortina densa de negrume que a tudo esconde. Ah, terrível dúvida! Nada descortino a frente! É como se uma porta aberta para o abismo me esperasse logo adiante. Se eu der mais um passo, me arroja no vazio sem fim. É essa a minha sensação. Tenho sido precavido. Alguns acham doentio esse sentimento superlativo de cuidados. Não é não. Sempre me conduzi assim e não me arrependo um só instante de ter sido infenso aos perigos por causa mesmo desses cuidados exagerados. E não apenas comigo, mas com as crianças sob minha responsabilidade.
Ora, daria, se o tivesse, uma boa importância a qualquer que venha estar ao meu lado nesse mundo sombrio para me mostrar alguma saída para a claridade. À luz! À luz! Um pouco dela, para os meus olhos não se acostumarem às trevas fazendo assim crônica, também, essa ausência de luz. Mas, esperem... Ouço murmúrios vindos não sei de onde. Há uma coisa que intriga: os termos usados por quem fala não são os que se usam hoje. Não, não são. Parecem-me... Deixem-me ver... Sim, tenho quase certeza de que são do inicio do século XX, e são pronunciados tão escorreitamente que dão à impressão de saírem da boca de alguém muito letrado e conhecedor da dialética e da prosódia daquela época. De onde virá esse murmúrio?

Ora bem, que coisa estupenda! Vejo clarear à minha volta o ambiente antes envolto em penumbra. Nada vejo ainda, mas continuou a ouvir principalmente uma voz com o timbre de pessoa já adulta; talvez... Talvez vinda de um ancião. É, sim, é de um ancião, e douto! Que bela surpresa estará reservada a mim? A névoa se espalha um pouco mais. Que vejo? Logo ali adiante lobrigo a muito custo uma passagem; é uma espécie de entrada circular. Sim, uma entrada finalmente! Pressinto me levará em direção à luz que vejo daqui, lá na outra ponta. Estranha passagem... Jamais vira coisa igual, até esse momento. É um túnel. Um túnel? Onde estive por longo tempo que nunca tenha visto um túnel dessa espécie? Aventurar-me-ei através dele porque acredito ser a única maneira de mergulhar lá onde a luz se faz presente. E eu já estou cansado de vagar a esmo nessa penumbra que parece gosma a se prender à minha pele. Então, lá vou! Ah, que ventura caminhar por aqui! A luz que lobriguei antes começa a se expandir invadindo o final do próprio túnel. Alguém me aguarda. Espero seja um meu familiar, ou um amigo. Vou saber dele se o mesmo lhe aconteceu, se andou em trevas insólitas. Isto é, se eu não estiver num pesadelo e se não acordar de repente. Mas... Mas... A quem eu vejo? Deus Meu! Não, não é possível! Que emoção! Que estonteante emoção! Não é possível a menos que seja mesmo, não um pesadelo, um sonho! Estendo a minha mão trêmula a um conhecido; não só meu, mas a muitos e muitos brasileiros. É nada menos que o meu queridíssimo, nobre e personalíssimo Machado... Machado? Machado de Assis? Não seria meu parente Assis Machado? Machado de Assis? Em carne e osso? É... Agora me convenço: estou sonhando, mas ele me diz: “não em carne e osso, mas em energia”. Sorrio contrafeito, e agradeço pela explicação. Quero despertar! Quero despertar! O que há? Não despertarei? Então... Então... Ó meu Deus! Ó Jesus! Ó Vida!

Quem me socorrerá? Quem me virá despertar desse pesadelo? Quem? Por que vejo e sinto a presença de Machado de Assis, o autor do “Diário Póstumo de Braz Cuba”? Será? Será que eu... É possível? Machado me diz que sim só com os olhos por trás daqueles óculos do início do século XX. Convida-me a caminhar junto a ele. Incrédulo, vacilo; peço uma prova não circunstancial, mas uma prova real. Ele dá de ombros e retirando os óculos de grau, de pesada armação, faz menção de se ir. Imploro que fique; não desejo, agora que estou em meio a fulgurante luz, a lembrança da solidão de há poucos minutos atrás, que me assusta e me põe angustiado. Ela, a "energia", repõe a pequena peça ótica e me encara. Pede educadamente que o siga. Obedeço muito contrariado. Arrisco uma pergunta: “por acaso o preclaro amigo, ou "energia", teria se insinuado, sem minha permissão, ao meu sonho?” Olha-me e sorri. Neste exato instante consigo vê-lo não como morreu: idoso e de barba hirsuta e esbranquiçada, porém por volta de seus trinta anos. O fenômeno de sua transfiguração leva-me à dúvida. Teimo por mais provas. Então, como passe de magia, ele se senta a uma cadeira que não existia por ali; puxa, para si, à mesa que também não estava no local; começa a escrever uma página de seu livro sobre a personagem Braz Cuba, também sobre um caderno que não existia antes. “Mas isso é fácil acontecer em sonhos”. Pensei comigo, sem nada dizer. Por teimosia, não quis aceitar a prova. Como se fora chamado por mim, apareceu-me, do nada, uma criatura angelical. Essa criatura despachou o escritor que sumiu diante de meus olhos. Estávamos, eu e o anjo, sós. Sem articular palavras, me disse: “É assim mesmo. Compreendemos os recém-chegados, a suas dúvidas e as suas angústias. Vim apenas para servi-lo, mas se tudo o que viu não foi o bastante continue só. Há muito que ver e aprender. Você debuta o Paraíso. Ele é todo seu.” Afirmou e sumiu como aparecera. E, até hoje, espero despertar desse sonho, ou pesadelo. Será...?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

FATOR PREVIDENCIÁRIO & REFORMA DA PREVIDENCIA

Em 25/11/08

Penso que o senhor Renan Bastos Nunes deva ser pessoa de boas intenções, esclarecido e concorde. Este fato, que creio ser verdadeiro, me faz solicitar ao preclaro comentarista pernambucano do Exército Comunista - blog de muita lucidez - a garantia ao direito de abordagem ao seu referido cometário.
Para inicio de conversa, declaro que concordo em 99% com tudo o que ele descreve em ssuas "Notícias Rápidas" de 20 do corrente, porém obrigo-me a discordar no que tange ao Instituto Previdenciário - o INSS - que antes pertence apenas aos trabalhadores que durante anos contribuiram para formar o bolo a ser devolvido por ocasião da aposentadoria desses afiliados. Aos governos coube, tão somente, a gerência - que tragédia tm sido esses gerenciamentos! - do montante para, num futuro próximo, efetuar a distribuição, de acordo com o tempo de contribuição da cada trabalhador. Assim reza a última Constituição, a de 1988! Os governos adonaram-se da Previdência para "desviar bilhões dos cofres abertos à força por eles"; quer dizer: sempre foram os primeiros a desfalcar nossa poupança de anos e agora querem nos impingir uma farsa de que a Previdência tem um rombo (ROUBO, MELHOR DIZENDO) de 65 bilhões de reais! Mentira pura! Falácia total e desavergonhada. O que faz o senhor Lula é seguir a mesma cartilha do famigerado FHC que inventou o Fator Previdenciário - um Frankstein moderno gestado numa cabeça doentia - que retira, de inicio, 40% ao valor que deveria ser pago como aposentadoria! E o pior: cospe na Constituição e nega aos aposentados com mais de 1 salário mínimo o mesmo valor dos da ativa. Isto só para os da iniciativa privada; para eles - do executivo, do legislativo e do judiciário (não conto aqui outros poderes paralelos que recebem a isonomia salarial) isto não vale! E o que deseja fazer o senador Paulo Paim? Acabar com esse "fator crudelíssimo" e dar ao aposentados os direitos garantidos na Carta Magna de 1988! Não faz o governo mais do que a sua obrigação; não é favor algum! Depois de chuparem nas "tetas" da Previdência por anos agora querem fazer com que todos as aposentadorias fiquem num mesmo patamar: 1 mínimo! Se há problemas estruturais na economia do pais, nada temos com isso! Eles que procurem em suas políticas os seus próprios erros! Quem tem ganhado mais fortunas neste Brasil? O setor financeiro; as montadoras; as multinacionais, e outros. E todos devem bilhões à Previdência! Agora vem com a história de injetar no sistema financeiro perto de 40 bilhões de reais! Ora os lucros dos bancos são astronômicos mercê de falcatruas e às cobranças nunca justificadas aos seus correntistas! Fora os "juizes, promotores, políticos e funcionários do INSS que formam quadrilhas para desfalcar um Instituto que tem pai e mãe: nós e os empresários que cobriram as suas partes nas folhas de pagamentos! E, para finalizar, devo dizer que toda e qualquer Reforma da Previdência é tão somente para retirar ainda mais os nossos parcos direitos. Deus nos livre de uma Dilma Roussef na Presidência da República! Ela, na certa, pensará que também deverá levar ao Palácio em Brasília a poltrona da Presidência da Previdência!!!!! Grato pela atenção.

Subscrevo-me cordialmente.
Morani

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

AVALIANDO 'DOMINGO NA VENEZUELA"

Em 24/11/08

Venezuela... Venezuela... Dos 22 estados daquela nação 17 deram a vitória ao governo Hugo Chávez, mas das 328 prefeituras não se tem ainda, nesta hora da manhã, alguma novidade. O país marcha para mais um teste à caminhada do processo bolivariano, e daquela gente, rumo a um "Socialismo do Século XXI”. Hugo Chávez e o seu processo de mudar a face do sistema vigente perderam a capital. Não sei da importância do fato, mas num evento como o que se deu ontem, naquele país irmão, é de suma importância a capital fazer parte desses elos formados pelos outros 17 estados. 77% dos estados deram o "SIM" ao processo e apenas 23% restantes viraram as costas às mudanças. É provável que os "patrulleros" na capital do país tenham se deparado a uma elite de cerviz dura, como a mais dura rocha negra de um meteorólito.
Será de bom alvitre o Estado venezuelano tirar a Cuba o exemplo do que se passa lá presentemente: debates, autocrítica, reavaliação e reconstrução de seu projeto socialista que vige há 50 anos na formosa ilha, como afirma o comentarista em seu "DOMINGO NA VENEZUELA". De resto, o povo saberá acompanhar a luz que se faz sobre suas cabeças e, pois, sobre as suas vidas.
Morani

DOMINGO NA VENEZUELA

Algo em torno de 17 milhões de venezuelanos estão convocados para neste domingo, 23 de novembro, eleger governadores de 22 estados, 328 prefeituras e mais seus legisladores estaduais. Trata-se de mais um teste para o processo bolivariano e para o povo da Venezuela na sua empreitada rumo a um “Socialismo do Século XXI”.

Desta vez tanto oposição quanto governo parecem estar mais bem preparados sob o ponto de vista da estrutura partidária, se comparado as ultimas eleições regionais em 2004. O Partido Socialista Venezuelano Unido (PSVU) formado no ano passado por várias forças políticas que apóiam a revolução bolivariana vem em bloco. Já do lado dos oposicionistas, após inúmeras derrotas acachapantes, agora mostram estar mais organizados e pelo menos por enquanto não têm dado tanta ênfase ao costumeiro discurso golpista.

Não há dúvidas sobre o quão importante é o atual processo eleitoral em curso na Venezuela para o “Socialismo do Século XXI”. Mas também uma provável vitória da oposição em mais de cinco estados não decretará de forma alguma o fim desse projeto. Basta supor que a oposição avance, atualmente conta com quatro dos vinte e três estados, e consiga oito estados, inclusos aí peças importantes como Zulia, já governada pela oposição e Carabobo como apontam as mais recentes pesquisas – e as pesquisas na Venezuela tendem a errar, errar sempre a favor da oposição – ainda estará muito aquém da força de Chávez que conta com uma popularidade de 77% e veria forças aliadas a frente de dezesseis estados. Além disso, a oposição boicotou boa parte das últimas eleições estaduais e municipais, portanto qualquer aumento que tiver agora apenas denotará que antes estava com uma força minimizada por seus próprios equívocos. Portanto, dificilmente a oposição sairá menor do que entrou nesse processo. Seria catastrófico para os governistas caso a oposição angaria-se a metade ou mais dos estados e da população, algo improvável.

A oposição também está confiante por conta do resultado do último referendo constitucional, em dezembro do ano passado, quando a proposta do governo foi derrotada por menos de 1% dos votos. O erro crucial – de Chávez – naquele momento foi o de colocar temas tão abrangentes numa única consulta. Temas complexos como a criação de conselhos comunais e organizações de base com atribuição de gestão e prevendo uma efetiva participação popular com o surgimento resguardado por lei de células sociais de território formadas pelo conjunto da sociedade. O fim da autonomia do Banco Central. A redução da jornada de trabalho para seis horas diárias. Proibição de latifúndios e monopólios. Além, claro, da insistência de Chávez em acabar com o limite de reeleições para o executivo nacional. Houve assim uma desmobilização, bem orquestrada pelos grupos oposicionistas, que na prática gerou uma enorme abstenção. No entanto agora o PSVU, sobretudo através dos “patrulleros”, conta em reverter esse quadro. Os “patrulleros” têm sobre si a responsabilidade de ir de casa em casa nos bairros e comunidades explicar as propostas de candidatos governistas, mobilizar a população e levar eleitores aos recintos de votação. Uma provável vitória da oposição em certos estados e prefeituras importantes estará bem aquém do que ela própria imaginava há alguns dias e muito além do que desejaria Hugo Chávez.

Contudo, por mais paradoxal que pareça, uma pequena derrota de Chávez poderá trazer ao seu governo a necessidade de se reciclar e encontrar formas e meios de criar novas lideranças, mostrando assim que não se resume a uma pessoa ou entidade. É sempre bom lembrar que Chávez, no poder há exatos dez anos, passa pelo desgaste natural de qualquer governante a tanto tempo a frente de sua nação. No mais as dissidências são algo normal e as rupturas de antigos aliados, que agora postulam cargos eletivos pela oposição, não deixa de ser sinal que na Venezuela de fato, ao contrário do que propagandeia a grande imprensa mundial, se vive uma democracia plena.

Já o processo bolivariano carece dum recrudescimento, mas antes é precisa despersonificá-lo e revitalizá-lo. O melhor paradigma que a Venezuela pode buscar para revitalizar o seu processo revolucionário é justamente em Cuba, onde hoje, às vésperas de se completar o primeiro cinqüentenário da Revolução, há um intenso processo de debate, discussão, autocrítica reavaliação e reconstrução do seu projeto socialista. Só assim o percurso da “revolução” será muito além democrático e popular, mas também permanente e constante.

Talvez o momento na Venezuela seja dos mais propícios para essa revisão. Uma revisão sobre os rumos que a revolução bolivariana pode tomar. O momento aparece propício graças à conjuntura internacional com os preços das commodities, e no caso venezuelano ainda mais do petróleo, despencando, Chávez terá a oportunidade de colocar em prática novos projetos para a economia local e uma profunda reforma no sistema de trabalho do seu povo. Cerceamento ao latifúndio, reforma agrária e coletivização de algumas terras, extermínio do monopólio, formação de gestões comunitárias e fim da soberania do Banco Central deverão voltar à tona e ser postos em pauta.

A eleição de Barack Obama não deixa de trazer certo alento e joga no ar alguma esperança que a animosidade entre os dois países não seja tão intensa quanto durante o bushismo – ainda que Obama tenha um discurso sobre política externa, e mais precisamente sobre a America Latina, bastante obscura e, em certas horas, até mesmo dúbia e mesmo com a eventual presença de Hillary no Clinton no State Departmet –, o arrefecimento nas relações entre Casa Branca e alguns governos populares no subcontinente sul-americano parece ser o caminho lógico, ao menos de início – ainda que a Quarta Frota continue a nos “vigiar”.

Para quem está acostumado a governar nas adversidades. A enfrentar uma oposição reacionária e cega, que já promoveu um lockout, que cuida cotidianamente duma campanha interna e externa de satanização e chacota do presidente da República, que já se absteve do processo eleitoral para depois acusar o governo de fraude. Uma oposição financiada pela CIA e pelas grandes corporações internacionais. Para quem já passou incólume por um golpe de estado, por um recall e ainda conseguiu se reeleger, os desafios que pairam no horizonte e a construção duma alternativa real ao neoliberalismo, não são muito distintos desses outros. Ademais Chávez continua a contar com amplo apoio entre os trabalhadores e os estratos mais pobres da população.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 12:11 0 comentários

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CANUDOS - UM DESAFIO HERÓICO Á PRIMEIRA REPÚBLICA

EM 21/NOVEMBRO/2008




Vemos, nós brasileiros, com justo entendimento, as homenagens que a Nação brasileira vem prestando, tardiamente, aos eventos passados na época da confirmação às mudanças exigidas pelo povo, ainda nos tempos da Monarquia.
Ontem, 20/11, relembramos os heróicos escravos no dia da Consciência Negra com laudatórias a Zumbi, o líder daquele grupo de escravos que se homiziou em um local elevado para a defesa da vida em comum; vimos, ainda, a estátua ao negro marujo da Armada brasileira, em sua homenagem, por ter acabado com os castigos físicos impostos pela oficialidade de nossa gloriosa Marinha. O levante ficou conhecido por a Revolta da Chibata. Justa homenagem a quem com coragem enfrentou o almirantado rigoroso da época.
Mas há uma efeméride que caiu no escaninho do esquecimento. O evento marcou uma das mais encarniçadas páginas de nossa História. A 05 de outubro de 1897 [nesta data, há um mês e dias atrás, se completaram 111 anos da última refrega contra os “revoltosos” de Canudos] morriam os cinco últimos combatentes – quatro homens e uma criança – por trás das destruídas paliçadas do Arraial Canudos. O excelente romance “Os Sertões” de Euclides da Cunha não deixa dúvidas sobre os fatos acontecidos debaixo da fuzilaria última que vinha acontecendo desde o dia 21 de novembro de 1896 – faz hoje 112 anos do inicio ao combate à Vila Canudos, com a marcha do primeiro grupo de expedicionários aos rincões sertanejos na Bahia. A partir de Uauá, os recontros foram encarniçados e sem muitas tréguas. Os jagunços de Canudos puseram a correr as Forças Expedicionárias da Primeira República, na defesa do conglomerado de mansardas, de duas igrejas e de suas próprias vidas em jogo no cenário crítico que se construiu mercê a memoráveis lutas sucedidas em Canudos.


Um fanático religioso contrário à República recém-criada, ao fragor da derrocada do Império Monárquico, era o seu líder. Melhor é se dizer de uma vez que ele jamais desejou armar um exército de famintos e de estropiados para atacar a sede do governo.
O jornalista Euclides da Cunha – engenheiro cartógrafo e geólogo – a principio estava presente ao palco das batalhas para cobrir a propalada “guerra de Canudos” ao jornal o Estado de São Paulo, como correspondente de guerra; mas a obra tomou corpo, avultou-se e se tornou uma jóia verdadeira da nossa literatura, extensa e verídica em todos os detalhes, revestindo-se de um floreio adrede ao próprio desenrolar das ações em campos de batalhas. Ficou claro que o movimento que avassalou milhares de gentes simples do interior do país, arrastando-a na vigência plena da Monarquia, não teve sua gênese de um momento para outro. Não! Emergia claudicante a Primeira República já com alguns percalços. A oligarquia rural paulista desejava a toda força manter o regime Monárquico, por atender melhor suas reivindicações sociais e políticas.
Compreendamos prioritariamente que todo e qualquer movimento dito “revoltoso” – e não foram poucos esses levantes na história do nosso país – se origina na indiferença dos cidadãos aos quais estão afetas as preocupações de se estabelecer políticas sociais totalmente voltadas para o povo – este sim razão de ser de uma sociedade equilibrada, justa e isenta de más influências internas ou alienígenas.
Ainda hoje, com a atual situação econômica e política, mas não relegando a puramente social, se tem todos os ingredientes malévolos ao surgimento de um moderno e estupendo Messianismo – acontecido àqueles anos – que na certa arrastará sociedades inteiras canalizadas às aspirações de mudanças radicais em todos os campos e no social, principalmente.

A imprensa da época apontou-o como revolucionário calcinado pelo ódio e a ponto de desarranjar qualquer sociedade instituída e legalizada. Lógico tal atitude de informações, pois não era outro o objetivo senão o de propalar notícias falsas com o fito de desprestigiar um homem rude e simples como era o referido personagem Antonio Maciel, o Messias sertanejo – homem de muita fibra. De uma coisa, porém não poderia ele jamais ser tachado: de um misantropo. Se misantropia houve essa saiu do seio da própria sociedade afeita ao protecionismo às oligarquias há muito implantadas no meio social monárquico e, posteriormente, ao o que a República mesma adotaria. Só que essa misantropia era canalizada à raia miúda, isto é: ao Zé Povinho que sempre foi o calcanhar de Aquiles a todos e quaisquer governos deste país.
Presentemente somos testemunhas vivas do nepotismo declarado e absurdo [presentemente combatido pelo TSJ, com bastante demora] entre a classe política que apregoa em alto e bom som ser o povo, do povo e para o povo os governos. Esse mesmo Zé Povinho que arrasta sobre os ombros 500 anos de servilismo!
Aqui em nosso país tivemos – não vai muito longe a data – o nosso “Messias” contemporâneo, mas incipiente o bastante para cair no ridículo e em u vergonhoso caso de corrupção e posterior processo de “impeachment”. Qual foi a sua mensagem de perfil messiânico? O de acabar com a oligarquia dos “marajás”. A ele se seguiram outros, montados à cela do mais alto cargo público que não foram além das mentiras e prosopopéias com palavras, hoje verdadeiros “chavões” de políticos incompetentes: “esqueçam tudo o que eu lhes disse antes”! Mas bem, este não é o escopo precípuo deste comentário. Volto àquela quadra de História do Brasil de irracional e triste lembrança. Muitos gostariam de atirar aos escaninhos das desmemorias os acontecimentos em Canudos, apagando das linhas dos compêndios os registros de nossa História. Foram patriotas e estudiosos os que as escreveram. Esquecer o dia 21 de novembro de 1897, quando partiu a Primeira Força Expedicionária da República contra Canudos, que não se rendeu, é o mesmo que jogar ao lixo páginas eivadas de atos heróicos protagonizados por ambos os lados nas batalhas daquele Arraial de Candos. Já nos bastam os desvios da nossa pobre História.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

DISCUSSÃO INCONSTITUCIONAL

Meia-entrada: discussão inconstitucional
Por Renan Bastos Nunes

Está se discutindo no Congresso Nacional o direito de meia-entrada dos estudantes. Uma discussão inconstitucional, por sinal.

Inicialmente, é de se reconhecer a intenção lucrativa de todos os empresários. Mas, questiono essa intenção lucrativa, o que farei no final.

A questão sendo bem discutida no meio eletrônico e blogueiro. No final do texto, há vários links com a discussão.

O início da discussão foi a apresentação do projeto de lei, pelos senadores Flávio Arns (PT-PR) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que regula em nível federal a meia-entrada. Hoje, as leis que regulam a meia-entrada são estaduais e municipais.

O resumo da discussão se dá basicamente em torno da lucratividade. O empresário que quer lucrar, já prevendo a meia-entrada, dobra os preços. Por exemplo, um show de Marisa Monte, que sairia R$50,00 para todo mundo, e com lucro, se não existisse meia-entrada. Como existe a meia-entrada, se o preço de R$50,00 a inteira fosse mantido, haveria prejuízo. Como o empresário QUER lucro, ele dobra os preços, ou seja, a meia passa para R$50,00, e a inteira passa para R$100,00. O empresariado diz que, mesmo com esse preço, ainda há um grande número de meia-entrada.

Pois bem... e o que a lei original queria fazer? Queria: 1) limitar a emissão de carteiras de estudantes a uma fonte única, definida pelo Ministério da Educação [ironia ligada] (claro que não seria a UNE) [ironia desligada]; e, 2) estipular uma cota de até 30% para a meia-entrada. Quando souberam da lei, UNE, produtores culturais e exibidores voaram para Brasília para começarem as negociações.

Chegou-se a um consenso: substituiu-se a cota de 30% por uma alternância nos dias em que se pode usar a carteira: shows e teatro concederiam o benefício de domingo a quarta; e o cinema, de segunda a sexta, menos feriados. Da forma como foi assinado, a UNE não concordou, e colocou um adendo embaixo do nome do representante que assinou o acordo, afirmando que o projeto também deveria contemplar os finais de semana. Adendo esse que não foi respeitado. A Senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), relatora do projeto de lei, quer pô-lo em votação próxima semana. Mas, ainda existe o impasse.

Aqui começa a opinião, sem entrar ainda na questão jurídica. Lançaram, recentemente, o mês do cinema brasileiro, com filmes brasileiros a R$4,00, de segunda a quinta (ou sexta, não estou bem lembrado). Ora, quem tem o costume de sair nos dias de semana? Ninguém, né?! É a mesma situação: se houver limitação do uso da carteira estudantil aos dias de semana, haverá somente uma parcela ínfima da população que utilizará efetivamente. E é isso que o empresariado quer, e é exatamente isso o que o movimento estudantil não quer.

Botando um pé na questão jurídica... a meia-entrada para estudantes é uma das poucas coisas que a Constituição não fala (ou se fala, não achei). Mas fala sobre a Cultura, assim: "Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais." Nos dispositivos seguintes, especifica mais ainda. Ainda no artigo 215, fala-se em democratização do acesso aos bens de cultura. Ora, essa limitação do uso da carteira estudantil vai de encontro ao disposto no artigo 215, seja pela própria limitação do uso da carteira estudantil, seja pela via indireta da falta de estímulo à produção, valorização e difusão das manifestações culturais nacionais por parte do empresariado (vide o cinema, que é formado em 80% de filmes estrangeiros).

Aliás, os empresários ainda argumentam que se os estudantes trabalhassem, não precisava de meia-entrada. Ora, milhões de estatísticas já disseram e ainda dizem que o empresariado não oferece emprego para os jovens por falta de experiência destes. É muita hiprocrisia!

Por fim, com os dois pés na questão jurídica... Não há qualquer referência a meia-entrada na Constituição nem em qualquer lei federal atualmente. Somente em leis estaduais e municipais há a disciplina da meia-entrada. Mas, de acordo com a Constituição, se uma lei federal posterior vier regular matéria já regulada em lei estadual, ficará suspensa a matéria contida nesta que for contrária à matéria contida naquela.

A minha interpretação é de que há direito adquirido dos estudantes em razão da regulamentação contida na lei estadual. Mas, com certeza, se bater no Supremo, os Ministros alegarão que não há direito adquirido em lei estadual em razão de lei federal, em obediência ao princípio do pacto federativo.

Somente espero que os estudantes continem lutando pelo o que realmente é direito deles. A meia-entrada só existe no Brasil, um país que, ao contrário do que dizem, reconhece o valor da Educação e de seus Estudantes.

Notícias e discussões sobre o tema:
http://acertodecontas.blog.br/artigos/meio-salrio/

http://oglobo.globo.com/blogs/jamari/post.asp?cod_post=10094

http://rodolfo.typepad.com/no_posso_evitar/2008/11/seu-ladr%C3%A3ozinho-barato.html

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/11/06/congresso_mercado_estudantes_discutem_primeira_lei_federal_sobre_meia-entrada-586284927.asp

Renan Bastos Nunes é estudante de Direito em Recife, PE.
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MEU COMENTÁRIO À "GENEROSIDADE ÀS MONTADORAS"

Friburgo, 18/11/08


Generosidade às montadoras

Por Paulinho Passarinho
Economista e vice-presidente do CRE,RJ


Fico em profunda dúvida, ao ler nos noticiários da nossa mídia especializada e em comentários como o acima mencionado, do senhor Paulinho Passarinho, que se repetem as urgentes e costumeiras reuniões das mais poderosas economias do planeta sem que vinguem soluções práticas e imediatas. Com tantos cérebros privilegiados – assim os vejo – jungidos pela experiência em seus ofícios, por que cargas d´águas não vislumbram com antecedência que tais e tais fatos acontecerão irremediavelmente? Não entendo esse “desleixo profissional” da parte a quem compete estar vigilante quanto aos rumos tomados pela economia. Se ela chega claudicante, à beira do abismo, incontrolável e pronta a sujeitar milhões de trabalhadores ao desemprego, e já tendo permitido a corrosão das riquezas a custo acumuladas pelas nações, o que se pode esperar desses cérebros comprometidos senão medidas superlativas que venham engessar aquilo que está lhes escorrendo entre os dedos como as areias das praias? O mundo nunca esteve tão em litígio como agora; também, é verdade, nunca esteve em equilíbrio bastante para emoldurar o mundo globalizado com a certeza de que não seriam abalados os pilares dessas economias. A meu ver, o pior desastre é o que atinge as economias produtivas por abrangerem outros segmentos importantes como o emprego e o crédito. Este se liga umbilicalmente ao sistema financeiro, sem dúvida, e, infelizmente, os governos se acham obrigados a socorrerem o segmento mais lucrativo das economias para que a débâcle não seja maior que as próprias reservas dolarizadas nos Bancos Centrais para sanar, em parte, essa situação que se acreditava não ter maiores extensões de como as atuais se apresentam.
Está totalmente calçado em bases sólidas o comentarista quando afirma – fruto de seu conhecimento analítico – que as “políticas monetárias saudáveis” nada mais são que eufemismo para as novas políticas de arrocho, que acenam com o fantasma da inflação, em caráter persistente e nocivo.
O quinto parágrafo do comentário do economista Paulinho Passarinho se acha eivado por total e afiançável razão. Isto é que é o governo Lula – o mesmo que foi chamado de “traiçoeiro”, no evento das conversações em Doha, pelos argentinos; o mesmo que desviou sua rota de campanha enveredando pelos caminhos tortuosos antes combatidos por ele e pelo PT! Eram, sim, contra a ditadura dos bancos e transnacionais sobre a condução da economia do país. Hoje não só a defendem como se alinharam aos que já eram sobejamente conhecidos nessa prática, para mim de lesa-pátria. Não acredito que a política – ele não tem políticas sociais – social levada a cabo no seu governo pífio tenha peso necessário para elevar uma grei de infelizes a patamares mais altos na pirâmide social. Não passa a medida, pueril a meu ver, de sucesso em termos eleitorais, e mais nada. Não é dessa política capenga que precisa o povo brasileiro. Precisam ver respeitados os seus direitos, as suas prerrogativas de seres enquanto cidadãos. Lula só respeita (por covardia) bancos e montadoras; esses são os que mais remetem lucros ao exterior. Quem não sabe disso? Quem ignora o protecionismo concedido às “fortalezas” da economia? Contudo, não deve ser esquecida a “fortaleza” do trabalho, que sem ele – o trabalho de milhões de brasileiros – o capital inexistiria. Em mãos da classe trabalhadora é que está toda a razão de ser de uma Nação! E é preciso menos do que necessitam os demais segmentos do país. Antes, é primordial atarraxarem nas caras a vergonha e usarem mais o coração às cifras estatísticas para se proclamarem vitoriosos.
Morani

GENEROSIDADE ÁS MONTADORAS

SEXTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2008
Por Paulinho Passarinho, no Correio da Cidadania

No último final de semana, o chamado G-20 financeiro (que não deve ser confundido com o G-20 das rodadas de negociação da OMC) realizou reunião em São Paulo, com a participação de ministros de Estado e presidentes de bancos centrais dos países que compõem esse fórum. Foi uma reunião preparatória do encontro a ser realizado no dia 15 de novembro, em Washington, que reunirá os presidentes e chefes de governo deste grupo de países, composto pelas nações mais ricas do mundo – o G-7 –, acrescido pelos países considerados em desenvolvimento, dentre os quais se inclui o Brasil.


O tema em discussão é a crise financeira e econômica global, que cada vez mais se manifesta não apenas nos circuitos financeiros, atingindo também de forma grave a economia produtiva, com reais perspectivas de redução do ritmo de atividade econômica, concordatas e falências de empresas e desemprego em massa. O FMI já prevê que em 2009 iremos experimentar a primeira recessão global desde o fim da segunda guerra mundial.


Além de generalidades que me parecem inócuas, como o clamor por reformas urgentes no FMI, no Banco Mundial e nas bases do sistema financeiro mundial – que são defendidas pela maior parte dos países, mas que não sensibilizam aos Estados Unidos, o principal beneficiário do status quo –, a principal sinalização desse encontro foi a sugestão apontada para os países reduzirem as suas taxas de juros e aumentarem os seus gastos públicos.


O ministro da Fazenda do Brasil, que inclusive presidia o encontro, logo esclareceu que "por enquanto (aqui no nosso país) nada muda em relação à questão fiscal. Mas, se necessário, se houver motivo, nós podemos usar mais o fiscal, fazendo mais investimentos no setor público". Por sua vez, o verdadeiro ministro da economia, o presidente do Banco Central Henrique Meirelles, destacou posteriormente que essa conclusão sobre o encontro era equivocada. Respaldado por uma reunião promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), um dia após o enceramento da reunião do G-20, Meireles lembrou a importância de "políticas monetárias saudáveis" – um eufemismo para as políticas de arrocho – e voltou a acenar com o fantasma da inflação, citando que nas economias que enfrentam depreciação de suas moedas, como é o caso do Brasil, as pressões inflacionárias podem ser mais persistentes. O presidente do Banco Central, assim, vocalizou o que já havia sido divulgado pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, quando a taxa básica de juros foi mantida em estratosféricos 13,75% ao ano, no mesmo dia em que o banco central americano reduzia a sua taxa de 1,5% para 1% ao ano.


O que constatamos é que, apesar da reconhecida sorte do presidente Lula, parece que agora ele está menosprezando os caprichos da história que, na prática, estão lhe concedendo uma nova oportunidade. A partir do compromisso assumido por Lula em 2002, com a Carta aos Brasileiros, ele, o PT e os demais partidos de esquerda - que até então sustentavam as principais bandeiras de luta contra a ditadura dos bancos e transnacionais sobre a condução da economia no país - mudaram totalmente de posição e passaram a defender o que antes combatiam.

Lula procurou construir, desse modo, um tipo de governabilidade que aliou a manutenção dos privilégios dos setores dominantes com políticas de redistribuição de rendas para os mais pobres, para aqueles que ganham até três salários-mínimos. A exuberante conjuntura internacional garantiu o sucesso da sua opção, especialmente em termos eleitorais.


O custo desta opção foi por demais caro ao país. Congelamos as promessas de uma reforma agrária; elevamos o agronegócio como o principal modelo de ocupação do campo brasileiro; mantivemos o processo de desnacionalização do parque produtivo do país; demos seqüência aos leilões de petróleo; acomodamos os interesses privados, e caríssimos, no setor elétrico; não somente não realizamos uma revisão das criminosas privatizações de FHC, como demos continuidade às mesmas, inclusive em áreas vitais de serviços públicos, como é o caso das estradas de rodagem. Acima de tudo, não aproveitamos a conjuntura política que na América Latina se abriu, com a emergência de países em francos processos de transformação social, impulsionados pelas derrotas dos projetos neoliberais até então em curso.


Agora, a crise internacional daria a Lula a oportunidade de um reencontro com suas antigas posições. O país encontra-se vulnerável aos especuladores e empresas estrangeiras. As remessas de lucros nesse ano, até o mês de setembro, atingiram a cifra de US$ 27,5 bilhões, representando um acréscimo de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da propalada "blindagem" de mais de US$ 200 bilhões das reservas externas, sabe-se que em decorrência do elevado passivo externo de curto-prazo esse montante de recursos será insuficiente para segurar a fuga de capitais, já em curso. O generoso cheque especial do FED norte-americano, de US$ 30 bilhões, apenas sinaliza que é chegada a hora de se encerrar a temporada de jogatinas arriscadas, mas rentáveis até agora. Os dados referentes aos resultados das transações correntes do país mostram que o país volta a depender de recursos especulativos, ou mais desnacionalizações, para continuarmos a respirar.


A rigor, os compromissos de Lula, a partir da Carta aos Brasileiros, parecem irreversíveis. O presidente, depois de procurar garantir liquidez ao sistema financeiro e ao agronegócio, no momento mais agudo da crise se volta a seu berço operário, procurando garantir crédito às montadoras de automóveis. Depois de ter concedido uma linha de crédito especial de R$ 4 bilhões para o setor, através do Banco do Brasil, agora assiste ao governador de São Paulo "cooperar com o governo federal" – as palavras foram de José Serra – e, com a presença de Guido Mantega, vê-lo anunciar a liberação de nova linha de crédito para o setor, no valor também de R$ 4 bilhões, com recursos da Nossa Caixa.


Trata-se de uma generosidade do governador de São Paulo que possivelmente acabará sob responsabilidade do governo federal, pois se encontram em andamento as negociações para a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Não restam dúvidas que uma crise de desemprego neste setor agravaria a dimensão social dos problemas que certamente enfrentaremos. Entretanto, a preocupação maior do governo parece ser a manutenção de condições para as montadoras continuarem a enviar recursos às suas matrizes, como forma de compensação dos prejuízos que essas empresas sofrem em seus países de origem.


Não é possível desconhecer que este setor automobilístico é o que mais envia remessas de lucros para o exterior, seguido pelos setores metalúrgico e financeiro. Somente de janeiro a setembro deste ano, foram remetidos para as matrizes das filiais aqui instaladas US$ 4,8 bilhões, representando um aumento de 180% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para uma ajuda desta natureza, o mínimo que deveria ser exigido é que essas remessas de lucros para o exterior viessem a ser interrompidas. Para falar o mínimo, pois a própria natureza predominante da produção das montadoras, carros de passeio, é hoje um fator de grave desequilíbrio das condições de vida de nossas grandes cidades, inundadas por veículos particulares, em meio à crise estrutural dos transportes públicos.


Com medidas desse tipo, mantemos a vulnerabilidade de nossa economia e ampliamos a possibilidade de erosão de nossas reservas internacionais, variável que deveria ser protegida ao máximo, como fator essencial para a adoção de mudanças macroeconômicas que nos coloque em um outro rumo.

Paulo Passarinho é economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro.
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CARTA A UMA PARENTA, III

Friburgo, 18/11/06


Aninha:

Quando se é criança ainda, não imaginamos as quantas voltas darão nossas vidas; parece-nos, em nossa inocência sonhadora, que a Vida não há de mudar jamais, e quando se é feliz nessa quadra da existência tudo nos sorri com um tom rosa primaveril; longe estamos, então, de imaginar as escaladas sofridas pelas quais deveremos, um dia, passar. À vezes, temos a ventura de ter uma formação adequada: construímos para nós uma armadura de caráter infenso a quaisquer assomos de infelicidade, de desastres pessoais; outras vezes nos vemos lançados em emaranhados dolorosos. Vemos os nossos castelos, construídos em criança em bases de sonhos próprios à fase, esboroarem-se como aqueles que construímos à beira mar: de areia; acontecem a eles, ali, naqueles instantes da mais pura alegria de nossa total entrega infantil, a derrocada sob as mãos líquidas do mar. Se pudéssemos, à época, sentir despertar qualquer coisa inusitada, além de testemunhar um fato corriqueiro, teríamos o aviso, a grosso modo, de nosso futuro. Porque uma vida, erguida em apenas sonhos assim, é frágil como a camada de gelo que se forma nas superfícies dos lagos.
Se somarmos todos os sonhos familiares vazios num só, como um feixe de belos ramalhetes de flores de aromas diversos, vamos colher, mais tarde, a semente da insensatez; a haste da intemperança; as folhas murchas da indiferença. Pois foi isso – sinto - o que lhes sobrou da vida com a morte de seu pai, meu irmão Sergio. Sei que meu mano foi rigoroso com todos, como o foi meu pai, como o foi o pai de meu pai, nosso avô Manoel Machado. Esse rigorismo foi o cimento que nos uniu: funcionou como os tijolos, que colocados a prumo, na construção exata da obra bem acabada de nossa família, nos deu os pilares seguros que só o tempo e as distâncias desuniram fisicamente, nunca emocionalmente; não foi a falta de amor nem de respeito de uns para com os outros. Foram as circunstâncias que se abateram sobre as quimeras de cada qual, de seus projetos e objetivo de vida. É uma pena saber que nossa cunhada não aceite as opiniões de alguns filhos, assim como é lastimável um pai negligenciar sua atenção e o mínimo de seu amor a um filho. Presumo que aquela viagem que ambos fariam ao nordeste - Bahia, se não me engano - já não tem razão de se concretizar. Mas isto não me soa como novidade. Os homens se fazem ilhas quando deveriam ser arquipélagos; se fazem desertos quando deveriam ser um oásis; se fazem únicos quando deveriam se fazer coletivos. É tão somente uma questão de falta de uso de o verbo intransitivo AMAR, como já disse um nosso Poeta. Quanto a mim, sim, estou premiado com todos os pequenos males que, unidos, formam um grande abismo, um oceano que se prepara para um tsunamis. Bem minha cara sobrinha assim é a chegada do inverno dos homens. Todos, mas nem sempre todos, chegarão lá. Cuide-se agora para não colher os espinhos desses tempos nem provar o sabor amaríssimo dessa quadra da vida. Já fez os exames necessários? Não negligencie a isso. Não somos sempre jovens dispostos, saudáveis, sonhadores; somos um amontoado de feixes nervosos, músculos, ossos, carne e pele. Estes componentes se desgastam só restando a inteligência - às vezes nem a memória fica intacta; a inteligência e a memória são coisas distintas. Quando digo inteligência me refiro à lucidez do Espírito e à pujança da Alma imortal. Aja de acordo com o seu coração, consorciado ao de sua Jéssica, a filha que deve dar o seu aval para as medidas que desejam tomar; se ela acorda com a lição a ser dada, e que isto não lhe vá trazer mais problemas, façam. Muitas vezes precisamos de uma sacudidela em nossos rumos; de sermos despertados de nossos pesadelos egotistas. Encerro este e-mail com protestos da mais alta estima por vocês e desejando um clímax suave para ambas. Não se desgastem, porém. Um grande abraço e nossos votos a que tudo tome outro rumo. A união faz a força e esta o triunfo. É um velho adágio popular, mas já tão desgastado atualmente tão frouxos estão a união e a força.

Tio Mario

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

SOBRE O 'DEBATE NA BLOGSFERA"

Friburgo, 14/11/08

Amigo Hudson:

Concordo com você ao citar que existem outros temas de relevância a serem discutidos e postos à mesa dos debates para que sejam esmiuçados dentro de um espírito de independência e de justiça; se inimigos eu tive, ou tenha, jamais deixei de lhes dar a mão à palmatória naquilo que eles tiveram ou têm de melhor. O debate pelo simples debate, as divergências gratuitas, com açodamentos inaceitáveis, isto tudo nada constrói. Uma grande lição nos deu meu falecido pai a nós homens da casa – éramos três – e principalmente para os dois mais velhos; um já oficial do exército, o segundo em vias de sê-lo, mas da Aeronáutica, como de fato aconteceu, e a mim, ainda em formação, contudo já ciente sobre as lutas partidárias (eu o acompanhava em suas lides políticas, e a muitas sessões da Câmara eu comparecia), ou de caráter hierárquico. Ele dizia em sua sisudez, ao enveredar por esses meandros:
“Por mais que um governo seja falho, e que nele se possa encontrar fatos que lhes venham envergonhar, jamais levantem a bandeira da oposição, mas procurem lobrigar, nessas destemperanças político-administrativas, as razões plausíveis aos escorregões para a vala da vergonha. Muitos erram por faltar-lhes amadurecimento; a esses perdoamos; outros erram por pura improbidade; a esses não condenamos, mas nos afastamos reclamando. Não nos somemos gratuitamente aos seus erros, já nos bastam os nossos”.
Tirei essas palavras acima de uma carta que ele fez questão de escrever àqueles dois filhos – Sergio e Luiz Carlos – após ter-nos dado verbalmente esse conselho. De meu ponto de vista, calcado na ingenuidade própria a um jovem em desenvolvimento, perguntei-lhe mais tarde: “Pai e se esse governante for do tipo do governador Varela (na época o governador do Rio Grande do Norte) devemos perdoar?”
“Esperneie como eu farei”. E ele fez!


Aconteceu ter feito o referido governador Varela um “deslize” (hoje corrupção) contra os cofres da Prefeitura de Natal. Não me vem à memória o cerne da questão, mas seria degradante se posta ao público pela imprensa contrária. Lembro, porque meu pai comentava veladamente a outros políticos que nos visitavam; e ele era da oposição!
Atualmente, vejo essas coisas: múltiplos atos de corrupção e dolo superlativo grassando na esfera federal, e muito próximo à figura do senhor Lula. Esse homem simples, vindo do nordeste que conheço bem, enveredou por caminhos antes jamais pisados por ele e por seu partido, o PT! O poder subiu à sua cabeça; anda inebriado pelas relações quase fraternas a outras figuras de projeção internacional; homens que ele jamais pensou um dia chegar ao menos perto. Lula se perdeu nesse emaranhado perigoso que é o Poder; esqueceu a sua origem e a origem de seu partido, a sua linha precípua no cenário político brasileiro. Acompanho, desde o começo, o nascimento do PT. Votei nele na primeira eleição em que ele foi sufragado nas urnas eletrônicas. Votei, acreditando no homem Lula. Na segunda oportunidade dei meu voto consciente a Heloisa Helena, pela sua combatividade no plenário do Senado, pela sua postura corajosa diante dos descalabros dos títeres petistas, também ébrios pelo Poder, e pela falência desse governo. Se ela era ou não a melhor solução, não a julguei senão pelo papel exercido enquanto senadora da República. Em 2010 se houver uma coligação Tucanos/Dem(onios!)/PPS, não darei o meu voto nem que o candidato venha ser Jesus Cristo! Também, por outro lado, não votarei em Dilma Roussef, ou qualquer outro da Estrela Vermelha. A Operação Satiagraha parece ter cedido lugar a outro tema relevante: o perdão das dívidas dessas organizações que se dizem “filantrópicas”. O valor R$ 2,5 bi deve estar pesando nos bolsos dos “amigões”. E o compadre Bush não pretende mais dividir a “bolada” de US $ 700 bi com os bancos ou com as montadoras. E agora? Para que Lula quer “injetar” alguns bilhões em bancos tupiniquins, que sempre tiveram astronômicos lucros? Ele que gosta de copiar os atos tresloucados dos alienígenas, vai ficar com que cara? Ira insistir ou desistir? Eis a questão. Perdoar ou não? Não! Por ser reincidente, por dolo, por consciência de que erra mais do que acerta e por sua insensibilidade às verdadeiras questões sociais, muito maiores que esses milhares de famílias que recebem a Bolsa! Não o perdôo, mas não o condeno. É um amador conduzindo um “barco” de grande calado por águas traiçoeiras.

OS – O Banco do Brasil teve lucro de R$ 1,9 bi no trimestre!!!

Abraços.

DEBATE NA BLOGSFERA

TERÇA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2008
Debate na blogsfera
Comentário do blog "Dissolvendo-No-Ar.Blogspot.com"


Um debate foi fortemente suscitado na blogsfera nos últimos dias. Um blog de esquerda deve atacar o governo Lula quando acha que esse está se entregando de corpo e alma as inclinações nada democráticas do PIG e dos setores mais reacionários de nossa sociedade? Ou deve simplesmente ser democrático, mostrar o contraditório do sistema, ir além da grande mídia, e mesmo assim por dor no coração e puro sentimentalismo, defender com unhas e dentes todas as atitudes tomadas por esse governo? Um governo de um partido, a princípio, forjado nas lutas populares e nos movimentos sociais, mas que governa com o apoio da direitona.

Quem se alinha com a segunda opção, não raro repete a frase proferida no Chiledos idos iniciais dos anos 70 “... Es un gobierno de mierda, pero es nuestro gobierno...” Classifico isso como fuga da realidade. Sartre dizia que a realidade humana se realiza sob a forma “emoção”. Sendo assim a emoção é uma desordem psicofisiológica. Nesse momento, alguns grupos vivem sua desordem psicofisiológica e teimam em negar a realidade.

Ataco sim o governo Lula e o PT quando acho necessário. Não sou e nem estou obrigado a concordar com tudo o que ele faz ou deixa de fazer. Mesmo assim tenho convicção que esse governo já fez mais pelo Brasil que muitos outros juntos. Cito como exemplo a política de ganho real do salário mínimo – o melhor caminho para atacar a péssima distribuição de renda, como provou o professor Márcio Pochman –, a política de valorização dos funcionários públicos – vale ressaltar que muitas categorias do funcionalismo passaram os oito sombrios anos de FFHH sem receber um centavo de reajuste –, a implantação dum programa de renda mínima – é disso que se trata o Bolsa Família –, a política externa mais independente em relação aos EEUU – não quer dizer que no plano do comércio internacional não estejamos ainda tão desalinhados dos interesse imperialistas, mas conseguimos alguns avanços. Outro ponto no qual o governo Lula tem avançado é na reparação às vítimas da Ditadura Militar, mesmo não sendo na velocidade e da forma como eu gostaria. Friso também a postura correta, e de estadista, tida por Lula para com a Bolívia, tanto quando do golpe popular contra Sánchez de Lozada, como quando da nacionalização das refinarias da Petrobras por Evo Morales – a direitona tupiniquim queria a invasão do país vizinho.

Quando da não prorrogação da CPMF, um dos poucos impostos que incidiam diretamente sobre o consumo e renda, portanto quem ganhava e consumia mais, pagava mais, apoiei o governo, e com as armas que a internet me dispõe lutei contra a oposição farisaica. Existem vários outros pontos de convergências, mas esses são os mais significativos.

Digo mais, votei em Lula nos dois turnos de 2002 e nos outros dois de 2006. Na verdade repeti o ato que já vinha fazendo desde 1994, a primeira vez que votei pra presidente. Num eventual segundo turno em 2010 entre um candidato petista e outro pela sacrossanta aliança PSDB/DEM/PPS, minha tendência é votar no petista. Ainda prefiro isto a anular meu voto.
No entanto a diferença substancial entre a oposição farisaica composta por demos-tucanos-liqüidacionistas e a oposição de esquerda – o PSOL pode se incluir aí, mesmo que em determinados momentos tenha tropeçado nos próprios pés – está no fato de a segunda, na impossibilidade conjuntural duma revolução, lutar pela reforma do Estado, enquanto os fariseus da direita lutam pela manutenção do status quo.

Nunca escrevi uma linha sobre a corrupção no governo Lula, e não que ela não exista, mas porque existem outros temas de relevância para serem discutidos e, na medida em que vierem à tona, a própria corrupção aparecerá como efeito do sistema. Trata-se de discutir a causa e não o efeito. Isso é impensável num governo tucano, demo ou noutro qualquer tipicamente de direita, por esse governo fazer parte intrínseca do próprio sistema. Nesses governos somos obrigados a combater primeiramente o efeito, uma vez que a causa jamais será atacada por ele. Portanto era de se esperar dum governo com base social, ataque aos problemas estruturais na sua raiz, e nunca a omissão diante de temas complexos.

Os críticos daqueles espaços de esquerda na internet que têm sistematicamente atacado o governo nos últimos dias, muito por conta do desenrolar da Operação Satiagraha, chegam a dizer que estamos fazendo o trabalho para a direita. Esquecem-se que é o próprio Palácio do Planalto quem faz o melhor trabalho para a direita. Ou quem nomeou Carlos Alberto Direito para o Supremo Tribunal Federal e Nelson Jobim para o ministério da Defesa? O Ministro Direito tem claras ligações com segmentos reacionários da sociedade e uma doutrina religiosa arcaica. Quanto a Jobim, não passa dum tucano num pseudo-governo petista. Outra figura querida na Esplanada dos Ministérios é o presidente do Banco Central. Esse foi eleito deputado federal em 2002 por Goiás. Sabem por qual partido? Não outro senão o PSDB!!! Antes, fora chairman mundial daquela organização combatente da desigualdade e da pobreza no planeta, o “Banco de Boston”.

Falta mais. O governo escolheu para formar sua base no Congresso o PTB, ainda controlado por Roberto Jefferson, o PP de Paulo Maluf e o PRB, a legenda político-partidária da Igreja Universal do Reino de Deus. Uma das figuras proeminentes da base do governo na Câmara dos Deputados é Paulo Pereira da Silva, aquele mesmo líder do sindicalismo pelego e antigo aliado de FFHH. E quanto à aliança com o PMDB dos Sarney, Barbalho e Calheiros? Francamente.

E o que dizer então sobre certas declarações de Lula como: os usineiros são heróis para o Brasil? Ou então quando insinuou que chegar aos cinqüenta anos sendo de esquerda era coisa senil?

Com esse tipo de declarações, com as alianças e escolhas que tem feito, não precisaria dos blogueiros que ainda possuem uma identidade de esquerda e revolucionária, fazerem qualquer trabalho para a direita.

Foi a direita quem pôs o governo está na berlinda. No entanto ele mesmo se acua cada vez mais.

Bom, como o caro leitor percebe, não precisei sequer citar alguns dos vários pontos neoliberais do governo Lula. Todavia quem quiser saber de alguns, recomendo a leitura da Tréplica sobre “a esquerda em 2008”, aqui mesmo no Dissolvendo No Ar. Mesmo porque os fatos supramencionados já são, em minha opinião, o bastante para configurar motivos de independência frente ao governo Lula e para mostrar que não vivo no Mundo da Lua e nem que me mudei para Pasargáda.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

UM MILAGRE SE REALIZA NUM MUNDO CORROIDO

UM MILAGRE SE REALIZA NUM MUNDO CORROIDO


Eis que se precisou de uma guerra civil em solo norte-americano; de um complô fratricida; do tempero da intolerância; da revolta íntima de alguns poucos insatisfeitos resultando no assassínio de um presidente – Abraham Lincoln –; de uma organização secreta – Klu-Klux-Klan – e de mais intolerância, levando ao assassinato de muitos negros que só desejavam exercer seus direitos de cidadãos, como os demais de peles claras; do atentado contra um líder da raça de ascendência africana – Martin Luther King –; da expulsão, por indiferença, a um cantor famoso de voz suave e querido por muitos – Nat King Cole – da rua do bairro onde morava, e de mais um século para que um negro chegasse ao posto mais alto da administração de um país capitalista e racista aplaudido “in totum” por seus nativos brancos.
Entendemos, particularmente, que esses aplausos direcionados a Barak Obama foram e é uma espécie de autoflagelação moral a que se submeteram os cidadãos brancos da nação estrelada. Se não for esse o ponto nevrálgico desse apupo positivo, desse entusiasmo branco, incluindo-se a elite sempre privilegiada, então não sei a que atribuir tanta felicidade. Terá sido outra espécie de fenômeno? Recebendo o resultado – para isso contribuíram todos – do sufrágio ao seu nome, Barak Obama impôs-se àquele povo como um salvador da economia em frangalhos pelos desacertos do mercado imobiliário, pelo próprio fracasso do sistema globalizado – têm que reconhecer os que sempre gritaram mais alto pelo processo que se exauriu – gestado numa pequena cidade suíça por um grupo de economistas de vulto à época de sua criação, mas que hoje são nomes quase esquecidos. Todos os sistemas capitalistas se mostraram inviáveis cedo ou tarde; se me perguntarem se já houve tais sistemas – capitalismo e globalização – afirmarei que sim. Já houve na antiga Roma dos Césares e, quiçá, em outros impérios que tiveram o domínio sobre o mundo. Com o passar dos anos, foram se mostrando factíveis a crises perigosas. Não serve mais como sistema de vida econômica, social, ou o que for.
Voltemos aos dias atuais. Barak Obama talvez seja o mais votado nome à Presidência dos Estados Unidos em muitos anos; já há quem disponha à família o honroso título de clã Obama, como aconteceu com a família Kennedy em anos não muitos distantes.
Não conheço os políticos norte-americanos nem as suas tramóias e jogos do poder, mas temos conhecimento de sua política externa, de seu empenho desmesurado em terminar com a raça dos terroristas de origem muçulmana, como o outro Obama, o Bin Laden, que nada tem com o Obama norte-americano apesar de sua ascendência para longe das fronteiras estadunidenses, porém sem esquecer que sua mãe era uma branca norte-americana. Os que professam os princípios do Alcorão, os que se curvam para orar ao profeta Maomé todos eles são terroristas em potencial, tal o pavor que têm as gentes daquela nação poderosa aos muçulmanos. E as desavergonhadas atitudes de seus soldados no Iraque e na prisão política de Guantánamo, em território cubano, mancham as próprias leis norte-americanas de igualdade a todos os cidadãos, pois são tidos como os mais democráticos cidadãos do mundo. De qual mundo? Unicamente o deles. Aguardemos – nada podemos fazer, além disso – as primeiras medidas que deverão ser tomadas imediatamente pelo incrível negro que hoje comanda a mais poderosa (?) nação da Terra.
Enquanto isso no Brasil, nesse continente tupiniquim, o Poder Judiciário das pocilgas prepara, através da Polícia Federal, o indiciamento do delegado Protógenes. Vá se entender essa troca de valores que envergonha toda a nação; vá se compreender a ética e a moral que desejam pregar os vetustos homens de beca negra – os mais novos donos do Brasil brasileiro, do mulato inzoneiro (?), e de outras injustiças mais.
Morani

sábado, 8 de novembro de 2008

BARAK OBAMA POR MICHELLE AMARAL

SEXTA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO DE 2008
Barack Obama: mais do mesmo?
Por Michelle Amaral

Contribuição: Elaine Tavares

Extraído da Agencia Brasil de Fato

Tenho acompanhado as declarações de várias lideranças latino-americanas sobre o novo presidente dos Estados Unidos e só posso concluir que estejam sendo extremamente diplomáticas e educadas. Penso que numa situação como esta, quando um novo presidente assume o cargo, deve ser de bom tom dar as boas vindas e fazer prognósticos de mudanças, de bom governo e de bons auspícios. Mas, cá com meus botões, creio que esta gente que hoje dirige países importantes como a Venezuela, Bolívia, Equador e Paraguai - que estão virando o leme e dando passos na direção de uma outra forma de organizar a vida - deveria colocar as barbas de molho.

É fato que a eleição de um homem negro para a presidência dos Estados Unidos é um acontecimento histórico. Quem conhece as práticas da Ku Klux Kan e a faceta racista do país do norte que inclusive o levou a uma sangrenta guerra civil entre 1861 e 1865, causadora de quase um milhão de mortes - sabe da importância disso. Mas, de que vale ser negro e quebrar um paradigma se não se quebrar a política deste que é um dos partidos mais antigos do mundo, nascido de uma dissidência do que era o Partido Democrata-Republicano, fundado por Thomas Jefferson em 1793? É o que pretendemos questionar!


História de conservadorismo
As eleições nos Estados Unidos foram mostradas de forma exaustiva na televisão. No geral, os editores dos jornais mais importantes da noite esbanjaram a visão de suas mentes colonizadas. Sequer falaram dos demais candidatos, como se só os partidos Republicano e Democrata estivessem participando do pleito. Pois havia mais gente no páreo. Disputaram ainda dois candidatos independentes (lá é possível ser candidato sem partido), um do Partido da Constituição, um do Partido da Liberdade, um do Partido Socialista e uma candidata do Partido Verde. E o mais grave é que na reportagem da Rede Globo, William Bonner divide o Congresso estadunidense entre a bancada democrata, a bancada republicana e uma pequena parte sem posição. Ora, os 4% não são sem posição, eles tem posições muito claras, diferentes dos partidos dominantes. Já no dia da eleição alguns jornalistas chegaram a momentos apoteóticos, vibrando de prazer com o que chamavam do regime mais democrático do mundo. Até aí tudo bem, são propagandistas a soldo. Cumprem seu papel. Por isso cabe a imprensa alternativa estabelecer um olhar crítico.

A história do povo dos Estados Unidos contempla um passado glorioso. O país foi a primeira colônia neste continente a se libertar e criar uma nação, e tudo isso fruto de movimentos e revoltas populares, como bem conta o historiador Howard Zinn, no seu livro A Outra História dos Estados Unidos. Mas, o que ficou nos registros e na memória das gentes foi o conto da bravura e do heroísmo dos Pais da Pátria, como George Washington, Benjamin Franklin, Abraham Lincoln e Thomas Jefferson. O resultado deste momento fundador da democracia foi a destruição bárbara dos povos originários e o enriquecimento destas lideranças. A Constituição do país, datada de 1787, que ainda hoje faz aflorar lágrimas aos olhos dos defensores da liberdade, foi, no entender do historiador Charles Beard, citado por Zinn, um documento que serviu para atender aos interesses bem demarcados de determinados grupos dominantes e que deixou de fora os anseios de praticamente metade da população.

Pois foram estes interesses que levaram à fundação do Partido Democrata-Republicano em 1793, aglutinando a classe dominante até 1836, quando houve um racha a partir das posições de Andrew Jackson que, então presidente, decidiu acabar com o Colégio Eleitoral e não acatar as decisões do Congresso, além de permitir a invasão, por brancos, de milhares de hectares de terras indígenas, expulsando-os para longe de seus lugares originários. Foi no seu governo que houve a diáspora da brava nação Cherokee. Com a criação do Partido Democrata, Jackson passou à história como primeiro presidente deste partido. A gênese da divisão não teve nada a ver, portanto, com divergências ideológicas de fundo, embora alguns analistas avaliem que o partido saiu da órbita conservadora, passando a liberal no início do século XX. Mas, os fatos mostram que não é bem assim.


As políticas dos democratas
O segundo presidente democrata que tem especial participação na vida dos povos da América Latina. Foi Thomas Woodrow Wilson, que governou os Estados Unidos de 1912 a 1921, atravessando a Primeira Guerra Mundial. Ele jurou manter o país fora do conflito mas acabou justificando a entrada na guerra com o mesmo velho mantra defendido por quase todos os presidentes intervencionistas: é para garantir a democracia no mundo. Sempre foi chamado de idealista lá no seu país e até ganhou o Nobel da Paz por sua atuação no fim da primeira guerra. Foi durante seus mandatos (cumpriu dois), que disseminou a doutrina da livre determinação dos povos, um belo discurso que ele mesmo não cumpriu na prática. Wilson comandou várias intervenções militares na América Latina, invadindo o México durante o processo da gesta histórica de sua revolução popular em 1914, e depois a Nicarágua, o Panamá, a República Dominicana e o Haiti. Os motivos: garantir a democracia. Pois sim!

Depois dele, outro presidente democrata assumiu importante papel na vida das gentes. Foi Franklin Delano Roosevelt, que acabou enfrentando a grande crise de 29 empregando o que ficou conhecido como New Deal, uma espécie de novo pacto com reformas que, de alguma maneira, estabilizaram o sistema para a proteção do mesmo. Seu programa protegia os grandes donos de terra e o empresariado, mas também oferecia suficiente ajuda aos empobrecidos, evitando com isso uma explosão social. Foi no seu mandato também que os Estados Unidos viveram a Segunda Grande Guerra, considerada uma das mais populares naquele país, uma vez que mais de 18 milhões de soldados foram mobilizados e grande parte da população contribuiu com a compra de bônus. A economia reaqueceu e a crise foi superada. Foi Roosevelt que, junto com Churchil e Stalin, assinou o tratado de Ialta, que na prática dividiu o mundo entre socialista e capitalista, estabelecendo zonas intocáveis de influência, a famosa Guerra Fria. Foi durante seu governo que assinou uma espécie de decreto (Ordem Executiva) que outorgava ao exército estadunidnese prender sem ordem judicial ou acusação formal todo e qualquer japonês que vivesse na costa oeste do país. No total foram confinados em campos de concentração, dentro dos Estados Unidos, mais de cem mil homens, mulheres e crianças, sendo que três quartos desta gente era nascida no país.

Roosevelt morre em 1945 e assume no seu lugar o também democrata Harry Truman, este responsável pelo maior crime de guerra já perpetrado: a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, que matou mais de 200 mil civis, num momento em que o Japão já estava praticamente rendido. Foi ainda no seu governo que foi criada CIA, agência de inteligência responsável por praticamente todos os golpes contra a democracia nos países da América Latina. É deste democrata a também famosa doutrina Truman, que na prática significava a auto-outorgação do direito de intervir em qualquer país que ousasse enveredar pela via socialista. Por conta disso Os EUA invadiram a Coréia, o Irã, Vietnã e Guatemala e meteram sua colher em outros tantos países de nuestra América, financiando grupos anti-comunistas. Criou ainda o Plano Marshall, que visava enviar dinheiro para os países, comprando a consciência dos governantes para que não aderissem ao socialismo. Foi o início do processo de atuação dos malfadados assassinos econômicos, denunciados por John Perkins, que assim agiu durante parte de sua vida. Naquele período os Estados Unidos invadiram a Iugoslávia e a Grécia, em nome da democracia.

Outro momento crucial da vida estadunidense foi vivido neste governo democrata. A Instituição do Comitê de Investigações das Atividades Anti-Americanas, comandado pelo Senador Joseph MacCarthy, uma espécie de caça às bruxas que prendia e destruía qualquer um que fosse acusado de ter idéias comunistas. Foram os anos dourados do Império, mas à custa de muita dor, tanto de sua gente como de populações de vários países do mundo.

Outro presidente democrata com uma ficha nada limpa é John Fitzgerald Kennedy, que apesar de até hoje ser considerado o queridinho da América, foi quem teve de arcar com as conseqüências da frustrada tentativa de invasão à Cuba organizada pela CIA bem no comecinho de seu governo. É ele também quem aquece o conflito no Vietnã, o que mais tarde vai explodir numa guerra de 10 anos, e invade o Laos. Na América Latina cria a Aliança para o Progresso, que nada mais é do que a seqüência do Plano Marshall. Dinheiro à rodo para comprar a fidelidade das elites governantes dos países que os Estados Unidos considera seu quintal.

Ainda nos anos 60 vamos encontrar mais um democrata no poder, Lyndon Baines Johnson, que assume depois da morte de Kennedy. Com ele os Estados Unidos assumem de vez o confronto no Vietnã, com o mesmo velho papo de garantir a democracia. Também invadem o Panamá, a República Dominicana e o Camboja em nome da liberdade.

Jimmy Carter é mais um democrata no poder e foi um dos poucos que tentou a paz. Por conta disso é considerado por alguns analistas como o mais fraco presidente da América. Tentou mediar acordos com Israel e Palestina e conseguiu a paz entre Egito e Israel. Foi ele também que assinou, com Omar Torrijos, um tratado que devolvia o canal do Panamá ao povo daquele país, e buscou uma política de distensão com os países comunistas. Assinou tratados com a China, buscou reduzir as armas nucleares e tentou aproximações com Fidel Castro. Ainda assim, enfrentou grande tensão com o seqüestro de estadunidenses no Irã e foi no seu governo que conseguiu grandes volumes de recursos para o orçamento militar. Foi com Carter que iniciou na América Latina o processo de abertura, uma vez que quase todos os países viviam ditaduras duramente impostas pelos Estados Unidos. De qualquer forma Carter não é visto como um bom exemplo lá dentro e, segundo seus adversários, foi muito mole durante a revolução iraniana além de permitir, sem criar uma guerra, a ocupação do Afeganistão pela União Soviética.

O mais recente democrata no poder foi William "Bill" Jefferson Clinton, que governou por dois mandatos, entre 1993 e 2001. Visto como simpático galã, charmoso e carismático ele governou agressivamente no que diz respeito a política externa. Invadiu o Iraque, o Haiti, o Zaire, a Libéria, a Albânia, a Colômbia e o Afeganistão. Um currículo e tanto para um cara bonzinho.

E então, que será de Obama?

Este é um brevíssimo resumo da história dos democratas - que praticamente em nada se diferem dos republicanos - que governam o país na mesma lógica do destino manifesto, ou seja, de que há uma missão divina dada aos Estados Unidos de ser o guardião da democracia mundial e que, por conta disso, o país pode intervir quando bem entender. É claro que se precisa perceber a palavra democracia aí significando toda e qualquer ameaça aos interesses das grandes corporações, já que o que está em jogo raramente é o interesse das gentes, mas sim das empresas.

Assim, as esperanças que se colocam sobre o histórico presidente negro do país que é polícia do mundo devem ser relativizadas. A experiência do democrata Jimmy Carter, ridicularizado até hoje por não ter empreendido nenhuma guerra, não é um exemplo que os estadunidense gostariam de ver seguido. Também é bom pensar que lá está estabelecida uma crise financeira sem precedentes e que é comum ao Império safar-se das crises com uma boa guerra. Como bem dizia Roosevelt, o Theodore, em 1897, numa carta a um amigo: em estrita confidência, eu quase que agradeceria qualquer guerra, pois creio que esse país necessita de uma. É preciso estar muito cegado pela ideologia disseminada pelos meios de comunicação para crer que Obama, apenas por ser negro e vir das classes mais empobrecidas, possa deixar de seguir a natureza do seu partido. Basta esperar e já vamos ver suas posições sobre o Iraque, Palestina, Venezuela, Cuba, só para citar alguns. O tempo dirá.
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 10:03 0 comentários

DOG EAT DOG

SÁBADO, 8 DE NOVEMBRO DE 2008

Dog Eat Dog

É lamentável, além de se configurar numa verdadeira afronta a democracia, o que tanto governo quanto oposição farisaica vêm fazendo ao delegado Protógenes Queiroz. Uma verdadeira pá de cal ao pouco de dignidade restante ao governo Lula. A inversão de valores é despudoradamente tão grande, que não me admira mais o estapafúrdio, como o do assaltante que entrou na justiça contra a vítima alegando ter sido maltratado pela mesma durante o ato de empreendido pelo meliante. Isso ocorreu essa semana em BH.

Tão estapafúrdio quanto, é o fato dum delegado da Polícia Federal ser investigado por essa mesma instituição por ter levado adiante uma operação contra um banqueiro – diga-se de passagem, um banqueiro que responde a processos na Itália e nos EEUU. E que, é do conhecimento de todos, espionou o próprio governo brasileiro.

Estamos hoje diante da mais verdadeira e calamitosa consumação da plutocracia tupiniquim. O sistema judiciário foi feito pelas elites, para as elites e não aceita que esse status-quo seja alterado.

Enquanto lia no Vi o Mundo um texto do Azenha, –“Todo mundo é esperto. Só você leitor, é idiota” [http://www.viomundo.com.br/opiniao/todo-mundo-e-esperto-so-voce-leitor-e-idiota] – curiosamente ouvia “Dog Eat Dog” de uma das melhores bandas de rock pauleira de todos os tempos, os australianos do AC/DC :

“Well it's a dog eat dog, eat cat too
The French eat frog, and I eat you
Business man when you make a deal
Do you know who you can trust
Do you sign your life away
Do you write your name in dust”

Então comecei a traçar um paralelo entre a citada canção e o Presidente Lula. Lula está disposto a vender a alma para eleger seu sucessor, ou quem sabe voltar em 2014, ou 2015, dependendo da regra a vigorar até lá. Para tanto não poupa esforços nesse sentido.

Já escrevi que não estamos longe de Lula nomear Daniel Dantas primeiro-ministro. Na verdade hoje tenho convicção que Dantas tem muito mais poder no Planalto do que muito ministro de Estado.

De Gilmar Mendes, da turma da sacrosanta aliança de oposição farisaica, demos-tucanos-liqüidacionistas – Arthur Virgílio, Heráclito Fortes e Raul Jungmann à frente – não poderia esperar menos. Entretanto sem querer parecer piegas, é triste ver um presidente que chegou onde chegou graças aos movimentos popualres rebaixar-se tanto. Não esperava de Lula uma revolução, no entanto o grau de promiscuidade entre o atual governo e o grande capital, além de ser nojento, odioso, repudiável, obsceno e pernicioso, é de uma lesa democracia – a pouca que temos – tanto quanto foi o nefasto governo FFHH.

Tambem não sei se Lula é tão ingênuo como muitos de seus detraores e até mesmo antigos aliados, e parte da imprensa alternativa pensam. Todavia é verídico o risco que corre, ao deixar o governo, de tornar-se pó. Como diz a letra do AC/DC:

Bem um cão devora outro cão, e também devora um gato...
Homem de negócios, quando você faz um acordo
Você sabe em quem você pode confiar?
Você assina e põe sua vida em perigo?
Você escreve seu nome no pó?
Postado por Hudson Luiz Vilas Boas às 11:41 1 comentários

terça-feira, 4 de novembro de 2008

HOMENAGEM AO CAPITÃO DE FERRO

EM 04/11/08

De hoje a sete (7) dias se vivo fosse, Martinho de Figueiredo Machado, meu pai, nascido em Cabedelo, PB, em 11/11/1898, completaria 110 anos! Sua história de vida foi tão apaixonante e trepidante que me obriguei a escrever a história dessa vida no meu livro PORTÃO DE JARDIM. Criado em Natal, RN, teve em seu pai, um homem de Deus, pessoa tão rigorosa com os filhos que alguns debandaram cedo para viverem suas vidas longe do "arrocho" doméstico. Ele me lembrava com sorrisos - quase gargalhando - a aposta feita com seu colega e vizinho Café Filho - mais tarde Presidente da República, como vice que era - de que ele, meu pai, atravessaria a rua, em que ambos moravam, totalmente despido; no momento exato em que os fiéis, que pertenciam ao "aprisco" de seu pai, meu avô Manoel Machado, deixavam o pequeno templo, o moço Martinho fez a travessia. A aposta fora de cinco cruzados (moeda usada até, pelo menos, o ano de 1949/50 lá em Natal). Pois o jovem Martinho atravessou a rua da maneira como tinha vindo ao mundo. O escândalo se assemelhou a um terremoto fatídico. Pela ousadia, meu pai levou uma das maiores surras de sua vida. Tudo bem. Macho que era aguentou o rojão, como ele dizia. Mais tarde meu avô, satisfeito com a corrigenda dada ao filho, foi dormir. Papai, então, foi cobrar Café Filho que regateou ao pagamento, gargalhando da coragem e destemor do colega ao concretizar o combinado. Cheio de raiva, meu pai caiu de socos sobre o vizinho, ficando tudo por isso mesmo. Mais tarde ambos foram para o Rio, mas cada qual tomando o seu caminho. Meu pai casou-se com Alice Covino de Moraes, que se chamaria Alice de Moraes Machado. Meu pai era segundo tenente do exército. Não negando a coragem paraibana, meteu-se em quase todas as revoluções daqueles idos. Pela bravura demonstrada nos campos de batalha, em São Paulo, principalmente, foi enviado como interventor ao municipio de Passo Fundo,RS, em 1936, nomeado de próprio punho pelo então Presidente Getulio Dornelles Vargas. Lá ficamos até o final do ano de 1939, por doença fatal de mamãe, vindo ela a falecer nos primeiros dias de fevereiro de 1940 - precisamente a 03 daquele mês, no Rio de Janeiro. Anos mais tarde, fomos parar em Natal onde ele adquiriu um sítio, uma pequena empresa de ônibus falida, que ergueu de novo, e uma fazendola em Parnamirim,RN. Candidatou-se à edilidade. Eleito, foi escolhido para líder do partido PTB na Câmara de Vereadores. Foi um vitorioso. Ombreavam a ele Olavo Galvão, futuro prefeito da cidade de Natal, e outras personalidades de vulto e de influência na vida política da cidade e do estado. Candidatou-se a deputado estadual, após o seu mandato como vereador vitorioso; mão levou, ficando como suplente. Não demorou a surgir a chance de ocupar uma cadeira na Assembléia Legislativa. Quando se preparava para o importante evento, sofreu hemorragia causada por úlcera duodenal, vindo a falecer no dia 06 de setembro de 1952. Natal homenageou o seu político dando o seu nome a duas ruas; uma no Alecrim, nosso bairro, onde tínhamos o nosso sítio e a emprêsa de ônibus, e em Parnamirim, local da fazendola com 6.000 pés de coqueiros plantados, uma grande carvoraria e plantações de mandioca e outros legumes. Fica, aqui, nesta data, a minha homenagem à sua memória e aos seus grande feitos em Passo Fundo em favor da legalidade imposta pela revolução. Foi companheiro de Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança; esse nome, enobrecido pela vida de revolucionário do referido homem público, foi dado a um meu irmão, coronel da Aeronáutica e aposentado professor de Física, hoje vivendo em Recife,PE, ficando assim como Luiz Carlos Prestes de Moraes Machado; por causa de seu nome, foi vigiado algum tempo pelas autoridades militares, mas nada se achou de condenável em sua pessoa. Ambos os filhos, militares e coroneis - o outro era Sergio de Moraes Machado, de Curitiba.PR - honraram as fardas, um da Aeronáutica, já descrito, o outro, do exército brasileiro. Orgulho-me de todos. Sergio já é falecido.

Morani

CORRIGINDO PEQUENA ANOTAÇÃO

Friburgo, 04/11/08

Reconheço a força desses dois comentarista. São verdadeiros gigantes do oficio. Lí tudo, como sempre, e me deliciando com a força do embate chego à conclusão de que devo agir como reza a cartilha do bom senso: em "briga de cachorros grandes não se deve por as mãos"!

As minhas mais singelas homenagens aos dois, e os meus respeitos e, mais ainda ao terceiro, Sr.Lucas Rafael Chianello presente aqui neste espaço. Um abraço a todos.

Pequena anotação postada no Blog Dissolvendo-No-Ar, em 4 de Novembro de 2008 04:10

MINHAS CONSIDERAÇÕES PARTICULARES

“ AS ELEIÇÕES DE 2008 E AS ALTERNATIVAS DA
ESQUERDA SOCIALISTA NO BRASIL”

Comentário de Ivan Pinheiro em 01/11/08
Postado no Blog Dissolvendo-No-Ar

Fica difícil realmente encararmos o cenário político atual em nosso país com a esquerda socialista desligada do desenrolar aos dois projetos, cada vez mais parecidos do PT e o do PSDB; aquele, partido do governo, atuando com métodos capitalistas, e o outro, que esteve ligado ao maior e mais descarado incentivador do liberalismo globalizado em nosso Continente – FHC – no dizer do comentarista Ivan Pinheiro, que é Secretário Geral do PCB. Eu, particularmente, não vejo como fazer comparações entre o governo atual e o dos tucanos porque se o primeiro foi nulo o segundo o persegue naquilo que o outro teve de pior. Comparando-se por esse prisma, chegaremos à conclusão de que são “projetos siameses”, que andam a mãos dadas pelos corredores do Palácio, em Brasília; O PT, com um projeto de falso paternalismo, é permissivo ao desmembramento da nossa floresta amazônica, onde se processa o maior crime de lesa-pátria; o PSDB foi o que nós já sabemos: um nada invejável sucateador de nossas melhores empresas. Com o perfil herdado pela última eleição, provavelmente o PMDB será o fiel da balança nos próximos eventos da mesma natureza, quer pelo que atingiu no sufrágio pelos seus representantes, quer pelas forças acumuladas nas baterias de seus seis ministérios e de sua ligação, em parte, ao governo federal; tem total razão, e não poderia deixar de tê-la, o comentarista acima, pois o “partidão” foi o que saiu mais fortalecido nessas últimas eleições municipais. Pelo andar da carruagem, não creio que Lula consiga emplacar seu mais próximo personagem na Presidência da República – a sua atual Ministra da Casa Civil, Sra.Dilma Roussef. Reconhecesse que até as coligações entre o PT/PSDB não sofreram derrotas contundentes, a bem da verdade, mas, por outro lado, não obtiveram o sucesso esperado por eles que lhes desse o papel a uma segunda força nesse cenário de interesses partidários no qual o PT continua PT e o DEM permanece desmoralizado e, como sempre, condenado a sublegenda dos tucanos. Já se tentou uma força maior em nossa política. Quem não se lembra do monstro PFL – Partido da Frente Liberal – de amargas recordações? Voltando ao assunto de uma segunda força atuante capaz de a tudo modificar, no que se resume a esquerda socialista atual? Antes de tocar neste ponto quero lembrar o PRN de Collor, o “Caçador de Marajás”, que o usou como muleta para chegar à Presidência da República. O que era o PRN antes do evento collorido? O que é ele hoje? De um sonho collorido passou a um pesadelo em preto e cinza!
Pois bem: temos, então, três partidos conhecidos como de esquerda: o PCB, o PSOL e PSTU. Infelizmente, nem um só deles conta com o apoio financeiro ou com a “abertura” mental de brasileiros já vacinados com o vírus dos já conhecidos partidos que posam de “astros” nos palcos sempre bem iluminados pela burguesia “bb” (burguesia burra) deste Brasil medroso em mudar. Mais uma vez a análise do senhor Ivan Pinheiro toca o dedo na “ferida” aberta pelo fracasso, para mim provisório, dessas três agremiações coligadas. Não esqueçamos, porém, fatores que têm pesado ao longo desses anos: as prédicas dos nobres e dignos representantes da Santa Igreja Católica Apostólica Romana contra partidos que tenham “odores” e “perfis” comunistas; e as ações intrometidas e funestas instiladas pela CIA nos países que tendam a políticas socialistas. Nós, brasileiros, carecemos de formação cultural e cívica que sejam um anteparo contra as “insinuações” subliminares dessa classe de papistas – a elite da religiosidade burguesa e desses agentes mais interessados em confundir governos desprevenidos e fracos. Os partidos acima não poderão aparecer, sempre e apenas, para disputar eleições, mas para unir, para aglutinar e direcionar movimentos populares capazes de abalar os alicerces desses poderosos partidos entreguistas, sempre com os mesmos discursos, porém com objetivos íntimos do poder pelo poder. Quem sabe essa crise mundial não jogue por terra toda filosofia contrária ao bom senso de um socialismo intramuros? Se um PRN chegou ao poder, por que não uma coligação transmudada em “ações populares e moucos os seus dirigentes aos discursos burgueses”? É a mais lídima esperança que particularmente tenho em ver o nosso Brasil mudar de mãos para o “bem do povo e a felicidade geral da Nação”!

Em 02/ll/08 Morani

sábado, 1 de novembro de 2008

CARTA A UMA PARENTA II

01/11/08

Querida sobrinha:

Somente hoje pude abrir o computador para ler a sua excelente mensagem, que é de um dos maiores intelectuais brasileiros; e ele está com a máxima razão. O que nos faltam são EDUCAÇÃO e CIVISMO, acrescento eu. Educação só não basta! É que o desgraçado brasileiro, acomodado como é, só se limita a assistir novelas - que não os levam a nada - relegando os programas culturais que existem em outros canais; porque somos uns "crentes" bocós, que acreditam em promessas e esperam dos governos as "esmolas" que nos são dadas; porque nos preocupamos em registrar na urna eletrônica os nomes dos patifes, sabendo-os assim! Porque não sabemos dizer "NÃO" no único momento em que temos a oportunidade: na hora do "VOTO". Eu anulo, sempre, o meu voto! Não acredito mais nessa laia que são os políticos. Uma justiça deve ser feita em todas as advertências de João Ubaldo: o presidente Itamar Franco foi, sim, bom governante; foi justo com os velhos aposentados relegados por Collor; fez um trabalho pequeno porque só teve dois anos no timão do país já confinado a tanta burrice anterior, a tanto servilismo aos “amigos” estrelados. Esses patifes do Collor, Fernando Henrique, e o patife do Lula, tiveram todo o apoio e tempo para fazerem um bom governo, mas se entregaram ao CAPITALISMO e à GLOBALIZAÇÃO, que hoje acabam com a economia dos países! Aí está o resultado de tanta incúria praticada por esses moleques! E nunca, jamais, os brasileiros terão um governante bom, sério, justo, honesto porque não acreditam em outra coisa a não ser em partidos CAPITALISTAS em vez de partidos SOCIALISTAS ou MARXISTAS porque confundem, desgraçadamente, socialismo e marxismo com COMUNISMO; ligam-nos umbilicalmente; é o premio pela ignorância geral! Tivemos uma candidata socialista: SENADORA HELOISA HELENA! O que fizeram os brasileiros a essa mulher de brio, de coragem e de luta? Não lhe deram os seus votos. Maldita seja a Igreja Católica Apostólica Romana, por influenciar de modo negativo a cabeça "EMBASBACADA" de tantos brasileiros burros!!!!! Dou um significado ao nome BRASIL: B (Burrice geral); R (rapinagem total); A (amadorismo político); S (sacanagem sem termo); I (Inocência barata de um povo idiota); e L (leviandade desse mesmo povo imbecilizado pelas novelas Globais!). Falta-nos o hábito da LEITURA às boas obras. Só servem ao povo Os BBBs mais imbecilizados, que tornam a maioria mais imbecil. Gente torpe! Têm os governos que fazem por merecer. Pensem bem, para no futuro não continuarem se enganando. É muito mais fácil fechar os olhos e deixar o "BARCO CORRER".
Um grande abraço e muitos votos de paz, de saúde e discernimento, político e cívico.
tio Morani